Cálculo nos rins e na garganta: quais
pedras nosso corpo produz e como podemos evitá-las
De todas as incríveis
habilidades do corpo, talvez uma das mais estranhas seja a sua capacidade para
produzir pedras.
Muitos já ouviram
falar de cálculos renais ou biliares e estão cientes dos problemas que podem
causar. Mas existem outros tipos de pedras no corpo, mais raras, que podem ser
encontradas nos locais mais improváveis.
De que são feitas
essas pedras corporais? E o que podemos fazer para evitá-las?
As pedras nos rins
atingem cerca de uma em cada dez pessoas. Elas se desenvolvem principalmente a
partir de cálcio e oxalato que vazam do sangue para a urina. (Os oxalatos são
compostos naturais encontrados em plantas e humanos.)
Em quantidades
maiores, o oxalato e o cálcio podem cristalizar e acumular-se formando uma
pedra.
Os cálculos renais
podem variar consideravelmente em tamanho, desde menos de um milímetro de
largura até alguns centímetros.
Eles também podem ter
formas incomuns: se a pedra se acumular nos canais ramificados (cálices) do
rim, ela pode ter o formato de um chifre de um cervo.
Por isso é conhecido
como cálculo "chifre de veado".
Essas pedras causam
problemas quando bloqueiam os ureteres, os dois tubos que transportam a urina
dos rins para a bexiga. Se isso acontecer, pode causar fortes dores na região
lombar, além de impedir o fluxo normal da urina. Isso pode causar infecção ou
acúmulo de urina dentro e ao redor do rim.
Também são comuns os
cálculos biliares. Eles se formam na vesícula biliar ou no trato biliar, o
sistema de dutos que transporta a bile para o intestino para ajudar a quebrar
as gorduras. Os cálculos biliares são produzidos a partir de colesterol ou
pigmentos biliares e podem ser únicos ou múltiplos.
Mas, assim como os
cálculos renais, se os cálculos biliares chegarem a um corredor mais estreito
(como o duto biliar comum), eles também podem causar problemas como dor
abdominal, infecções e icterícia.
• Surgimentos mais raros de cálculos
Os cálculos podem se
desenvolver a partir de diferentes fluidos corporais. Por exemplo as pedras
salivares.
A saliva é produzida
por glândulas localizadas próximas à orelha e sob a mandíbula e a língua. Uma
vez secretada na boca, ajuda a umedecer os alimentos para que possam ser
engolidos, além de iniciar o processo de digestão. As pedras salivares são
compostas de muitos elementos diferentes, incluindo cálcio, magnésio e fosfato.
Se as pedras salivares
ficarem presas nos dutos, isso pode impedir a secreção de saliva na boca,
causando dor e inchaço. A estagnação da saliva pode causar mau hálito ou um
gosto ruim na boca, especialmente se desencadear uma infecção nas glândulas
salivares.
Pedras também podem
ser encontradas nas amígdalas. Localizadas no fundo, no topo da garganta, elas
são massas de tecido linfóide que fazem parte do sistema imunológico do corpo.
É irônico que elas fiquem inflamadas e infectadas com tanta frequência.
As amígdalas possuem
cavidades chamadas criptas, que podem reter pedaços de comida e saliva. O
resultado é uma pedra de amígdala ou tonsilolito.
Elas tendem a ser mais
macias e menos rochosas, mas podem endurecer com o tempo e também apresentar
muitos problemas, principalmente mau hálito ou infecções frequentes.
Outros materiais do
corpo também têm a capacidade de endurecer, transformando-se em pedra. As
fezes, por exemplo, podem endurecer tanto que formam uma massa pedregosa
chamada coprólito.
E os resíduos,
incluindo pele descamada, que se acumulam no umbigo também podem formar uma
pedra conhecida como onfalólito.
• O que podemos fazer para evitar os
cálculos?
Felizmente, existem
algumas medidas simples que podem impedir a formação dessas pedras incômodas ou
ajudar a eliminá-las.
O mais importante é a
hidratação adequada. Beber a quantidade certa de água dilui a urina, previne a
prisão de ventre e também reduz o acúmulo de bactérias na boca, podendo ajudar
a prevenir muitos desses diferentes tipos de cálculos.
No caso das pedras nas
amígdalas, uma boa higiene oral, incluindo a escovagem regular dos dentes,
também pode ajudar a reduzir o risco.
A dieta também é
importante, especialmente para cálculos biliares, que podem ser causados por
uma dieta rica em gordura ou pela obesidade.
Existem alguns fatores
de risco que não podem ser modificados, como ser mulher ou ter mais de 40 anos,
o que aumenta a probabilidade de formação de cálculos biliares. Evitar
alimentos ricos em cálcio e oxalato, como laticínios, espinafre e ruibarbo,
pode ajudar a prevenir pedras nos rins.
Mas o que acontece se
você já tiver uma pedra? Se ela fizer com que você se sinta mal, pode ser
necessário removê-la por meio de cirurgia ou endoscopia.
No caso de pedras nos
rins, você pode esperar que elas passem pelo sistema renal, desçam pelo ureter
até a bexiga e sejam eliminadas, às vezes com um barulho audível ao atingir o
vaso sanitário. Um médico pode até pedir que você passe a urina por uma peneira
de chá para tentar pegar a pedra no momento em que ela sair.
Às vezes, os cálculos
salivares podem ser aliviados chupando um limão, que atua como um poderoso
estimulante da salivação, criando um jato para limpar o duto. Cálculos
salivares e tonsilólitos também podem ser removidos suavemente com um
instrumento médico.
Em resumo, existem
muitos tratamentos diferentes disponíveis para diferentes tipos de pedras no
corpo e medidas simples do dia a dia que podem ajudar a reduzir as chances
delas se desenvolverem.
Fonte: Por Daniel
Baumgardt, para The Conversation
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