Bahia: Mais um juiz se afasta do caso do
deputado Binho Galinha
Mais um magistrado do
Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) deixou a análise do processo envolvendo o
deputado estadual Binho Galinha (PRD). Desta vez, a juíza Ivonete Araújo,
sorteada para a ação, se declarou suspeita, alegando "foro íntimo". A
decisão foi protocolada na última sexta-feira, dia 24.
O parlamentar da
Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) é investigado como um dos supostos
chefes de uma milícia em Feira de Santana, município a cerca de 100 quilômetros
de Salvador, e é considerado o principal alvo da Operação El Patron, deflagrada
pela Polícia Federal (PF), em dezembro de 2023.
A ação já bloqueou
cerca de R$ 200 milhões das contas bancárias dos investigados, além do
sequestro de 40 propriedades urbanas e rurais, bem como a suspensão das
atividades econômicas de seis empresas. O Ministério Público do Estado (MP-BA)
cobra um total de R$ 700 milhões, somando os danos morais causados pela
organização criminosa.
No total, três juízes
já deixaram o caso. A primeira magistrada da Corte para analisar o caso, Elke
Gordilho, inicialmente à frente das decisões relacionadas ao caso, foi
transferida de Feira de Santana para Salvador - a remoção foi
autorizada pelo TJ baiano no mês passado.
Após sorteio, foi
designado o juiz Wagner Rodrigues, que, assim como Ivonete Araújo, declarou-se
suspeito para julgar a ação. A justificativa apresentada no documento foi
fundamentada no “foro íntimo”. O magistrado está na Vara de Violência Doméstica
e Familiar Contra a Mulher da Comarca de Feira de Santana desde 2015.
* O caso
- Binho Galinha virou alvo da Polícia Federal no dia 7 de
dezembro do ano passado, quando foi deflagrada a Operação El Patrón. O
Ministério Público Federal (MPF) e a PF apontam o parlamentar como líder de uma
organização criminosa que atua em Feira de Santana. Apesar disso, ele ainda não
foi preso.
Na ocasião, foram
expedidos 10 mandados de prisão preventiva, 33 mandados de busca e apreensão,
bloqueio de mais de R$ 200 milhões das contas bancárias dos investigados, o
sequestro de 26 propriedades urbanas e rurais, além da suspensão de atividades
econômicas de seis empresas. As investigações seguem em andamento para apuração
de eventuais envolvidos.
A PF chegou a prender
preventivamente a esposa do deputado Binho Galinha, Mayana Cerqueira da Silva,
de 43 anos, no âmbito da Operação Hybris. A ação foi um desdobramento da
Operação El Patron.
¨
Deputados lagartixas
aprovam reajuste dos servidores baianos sob protestos
A Assembleia
Legislativa da Bahia (ALBA) aprovou, ontem (28), o reajuste de 4% dos
servidores da rede estadual em uma votação conturbada. Os professores levaram
um trio elétrico para protestar em frente à Casa. Eles pressionaram os
deputados a aprovarem o reajuste salarial de 10% pleiteado pela categoria e
criticaram o índice de 5,69% ofertado pela gestão estadual. Também foram
aprovados mais três Projetos de Lei do Executivo e dois Projetos de Resolução
da Mesa Diretora da ALBA.
Desta vez os
professores não tiveram acesso nas galerias da Casa. O presidente da Assembleia
Legislativa, Adolfo Menezes (PSD), afirmou que não iria abrir pelo ‘mau
comportamento’ dos trabalhadores. A atitude foi criticada pelo deputado Hilton
Coelho (PSOL). "Quero saber se os deputados e deputadas compactuam com
isso?", questionou.
Sobre a não ocupação
das galerias, Adolfo Menezes defendeu a decisão da Mesa Diretora e lembrou do
tumulto ocorrido na sessão do último dia 21, quando estava prevista a votação
do reajuste. “Esta é a casa da democracia, mas também do trabalho. Os manifestantes
puderam acompanhar a sessão nas salas das comissões e no auditório, que estão
equipados com telões. A TV Alba transmitiu tudo, ao vivo. O que está
acontecendo hoje aqui não é uma ação, mas uma reação ao ocorrido na última
sessão deliberativa, quando muitos parlamentares foram impedidos pelas galerias
de exercer o direito de defender suas posições”, justificou.
“Se o professor
trabalha na sala de aula, os deputados devem ter a liberdade trabalhar no
plenário”, argumentou o chefe do Legislativo estadual.
Horas antes da
votação, o governo do Estado depositou o pagamento do abono extraordinário dos
precatórios para os professores da rede. A quitação, feita por meio de parcela
única, foi calculada de forma proporcional à carga horária cumprida pelo
servidor. Para quem cumpre carga horária de 40 horas, o valor é de R$ 6.359,61.
Quem cumpre a carga de 20 horas vai receber R$ 3.179,80.
O segundo projeto
alterou a estrutura remuneratória dos cargos das carreiras dos Grupos
Ocupacionais Artes e Cultura, Comunicação Social, Fiscalização e Regulação,
Obras Públicas, Técnico-Administrativo, Técnico-Específico, Serviços de Apoio
Técnico-Administrativo da Procuradoria Geral do Estado e Fisco, da carreira do
Magistério Público das Universidades Estaduais, das carreiras de Nível de Apoio
do Quadro Especial das Universidades Estaduais, dos cargos dos Quadros
Especiais e dos cargos em comissão do Magistério Público Estadual do Ensino
Fundamental e Médio.
A terceira proposição
aprovou o pedido do governador Jerônimo Rodrigues (PT) de mudança da destinação
de um empréstimo de R$ 2 bilhões, solicitado ainda na gestão de Rui Costa,
também do PT, em 2015, com objetivo de fortalecer programas estruturantes relativos
ao desenvolvimento de infraestruturas logísticas, institucionais e eficiência
energéticas, à melhoria da mobilidade e acesso a oportunidades, e à transição
ecológica inclusiva para o crescimento sustentável.
Fonte: Tribuna da
Bahia
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