quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

'Seremos destruídos muito rapidamente', diz militar ucraniano sobre eventual corte da ajuda dos EUA

O Exército ucraniano admite que será derrotado muito rapidamente, assim que eles usem seus fundos em caso de cessação da assistência militar após a chegada ao poder de Donald Trump nos EUA, escreve a agência Associated Press (AP) com referência ao comandante da 47ª brigada mecanizada das forças ucranianas.

"Quando todos os meios se esgotarem, vocês devem entender que seremos destruídos muito rapidamente", disse o oficial militar ucraniano.

A publicação também observa que a administração do presidente cessante dos EUA, Joe Biden, está investindo todos os dólares disponíveis no fortalecimento da defesa da Ucrânia antes de deixar a Casa Branca.

Anteriormente, o Pentágono disse que a Ucrânia receberia um novo pacote de ajuda militar no valor de US$ 988 milhões (cerca de R$ 5,5 bilhões) como parte do programa para a compra de novas armas. Os fundos serão alocados dentro da estrutura do programa para a compra de novas armas, em vez de sua baixa nos estoques do Exército dos EUA.

Conforme especificado no Pentágono, o novo pacote de apoio militar inclui munição para Himars, drones, bem como equipamentos e peças sobressalentes para reparo e manutenção de artilharia, tanques e veículos blindados.

Também foi relatado que o valor total do apoio militar aliado à Ucrânia desde o início da operação militar especial russa excedeu 119 bilhões de dólares, incluindo US$ 62 bilhões (cerca de R$ 372 bilhões).

¨      Falta de fortificações nas linhas de defesa desmoraliza tropas ucranianas, diz mídia

As autoridades e os comandantes ucranianos admitem que os esforços para construir as fortificações são prejudicados por atrasos e falta de coordenação, um fator que, por sua vez, está desmoralizando ainda mais as forças ucranianas em meio ao rápido avanço das tropas russas, escreve o Financial Times.

Os últimos tempos são considerados por muitos especialistas como os piores para a Ucrânia de todo o período do conflito, já que há meses que as Forças Armadas ucranianas estão recuando constantemente, perdendo, às vezes, vários povoados em um dia.

O artigo nota que faltam 15 quilômetros para que as tropas russas entrem em uma nova região, a de Dnepropetrovsk.

"A Ucrânia está correndo para concluir várias linhas de defesa que poderiam deter os rápidos avanços da Rússia, mas até agora os esforços têm sido prejudicados por atrasos e falta de coordenação", diz o jornal britânico citando oficiais e comandantes ucranianos.

Segundo o ex-presidente da Suprema Rada (parlamento ucraniano), Dmitry Razumkov, "a questão das fortificações é outro fator que desmoraliza as tropas".

De acordo com ele, a construção das linhas de defesa foi inicialmente atrasada porque Kiev estava contando com sucessos, mas, após o fracasso da contraofensiva ucraniana em 2023, houve mais atrasos devido à falta de coordenação e a vários casos de corrupção.

"Os fundos estão espalhados por todas as regiões e cada uma está construindo suas próprias coisas. Não há uma pessoa que seja responsável pela qualidade, pelo planejamento, por saber como essas posições serão transferidas e para quem, e quem as vai supervisionar", disse ele.

Assim, segundo a publicação, a região de Dnepropetrovsk gastou US$ 7,3 milhões (R$ 44,38 milhões) em fortificações de novembro de 2023 a novembro de 2024.

No entanto, dois funcionários envolvidos na construção na área disseram que, pelo dinheiro gasto, não há muito a mostrar e que o trabalho realmente começou só há cerca de dois meses.

Um repórter do Financial Times que visitou partes da região de Dnepropetrovsk em novembro viu apenas algumas posições preparadas e uma vala antitanque, além de várias posições ainda em construção ou inacabadas.

Uma unidade de engenharia ucraniana entrevistada precisava frequentemente coletar dinheiro para construir as linhas de defesa, enquanto as posições atrás delas, de segunda e terceira linha, foram construídas sem consultar com as tropas na linha de frente, "ou no lugar errado, ou muito distante da primeira linha".

Anteriormente, um deputado ucraniano, Mikhail Bondar, disse que a Ucrânia havia aberto cerca de 30 processos criminais relacionados ao desvio de fundos durante a construção de fortificações, totalizando mais de US$ 483 milhões (mais de R$ 2,9 bilhões).

¨      Kremlin: dados de Trump sobre baixas russas no conflito ucraniano refletem interpretação ucraniana

Os dados sobre baixas da Rússia na operação militar especial na Ucrânia anunciados pelo presidente eleito dos EUA, Donald Trump, representam a interpretação ucraniana e definem a posição de Kiev, disse o porta-voz do presidente russo, Dmitry Peskov.

O Kremlin comentou os dados sobre as perdas da Rússia no conflito ucraniano, que Trump publicou após uma reunião com o presidente francês Emmanuel Macron e o atual líder ucraniano Vladimir Zelensky em Paris, afirmando que são apresentados com base na informação da Ucrânia.

"Quanto aos números citados sobre as perdas de ambos os lados, é óbvio que eles foram definidos na interpretação ucraniana e refletem a posição oficial da Ucrânia. Os números reais de perdas são completamente diferentes", disse Peskov aos repórteres.

Ele ressaltou que as perdas ucranianas são muitas vezes maiores do que as do lado russo, referindo-se ao fato de que é na Ucrânia que a mobilização está sendo realizada à força e há discussões de diminuir o limite inferior da mobilização até 18 anos.

Peskov também lembrou que os termos das negociações de paz foram anunciados anteriormente pelo presidente russo Vladimir Putin em 14 de junho de 2024:

# Retirada completa do Exército ucraniano das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk (RPD e RPL) e das regiões de Zaporozhie e Kherson;

# Reconhecimento das realidades territoriais consagradas na Constituição russa;

# Status neutro, não alinhado e não nuclear da Ucrânia;

# Desmilitarização e desnazificação da Ucrânia;

# Garantia dos direitos, liberdades e interesses dos cidadãos ucranianos de língua russa;

# Cancelamento de todas as sanções impostas à Rússia.

Porém, Kiev continua a recusar uma solução diplomática e não muda sua posição, com a situação de seu Exército se tornando catastrófica.

O porta-voz do Kremlin observou que, para entrar em uma trajetória pacífica, Zelensky só precisaria revogar o decreto que proíbe as negociações com a Rússia e ordenar a retomada do diálogo, levando em conta as realidades no campo de batalha.

"O presidente Putin tem dito repetidamente que a Rússia está aberta a negociações sobre a Ucrânia e saúda às iniciativas de paz vindas principalmente dos países do Sul Global, de nossos parceiros do BRICS: China, Índia, Brasil, África do Sul, [...] os Emirados Árabes Unidos, Catar e Arábia Saudita", disse Peskov.

No que diz respeito aos acontecimentos recentes na Síria, o porta-voz presidencial russo afirmou que a declaração do Ministério das Relações Exteriores da Rússia mostra a posição oficial do país à situação.

Trump, Macron e Zelensky realizaram uma reunião trilateral no Palácio do Eliseu no sábado (7).

Trump e Macron primeiro mantiveram conversas bilaterais, antes das quais Trump disse pretender ter uma conversa com o presidente francês, já que o mundo está "ficando um pouco louco".

¨      Especialista britânico explica por que Exército ucraniano não conseguirá evitar colapso do front

A Ucrânia será incapaz de evitar o colapso na zona da operação militar especial, disse o analista britânico Alexander Mercouris em seu canal no YouTube.

"Esse colapso, em minha opinião, é praticamente inevitável. O alistamento de adolescentes, algo perverso e terrível, não vai pará-lo, só se for por apenas algumas semanas. A mesma coisa aconteceu com a mobilização que a Ucrânia começou em abril e que deveria mudar a situação, mas não mudou. O financiamento adicional que o Congresso aprovou em abril era destinado a fazer o mesmo, mas isso não aconteceu", considera ele.

De acordo com Mercouris, a situação na Ucrânia hoje é bastante deplorável: a indústria está em crise, as fábricas mal estão funcionando, ataques aéreos e de mísseis são constantemente conduzidos por toda a Ucrânia, drones russos voam no céu, e o sistema energético está "à beira do colapso total".

Segundo o analista, ninguém no Ocidente quer levar em conta que a própria Rússia pensa e fala sobre conflito.

Em vez disso, o Ocidente continua negociando entre si, fazendo todo o tipo de propostas e planos possíveis para um cessar-fogo, congelamento do conflito e coisas similares.

Em junho deste ano, o presidente russo Vladimir Putin apresentou as condições para iniciar negociações de paz, incluindo a retirada das tropas ucranianas dos quatro novos territórios russos (Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporozhie), o compromisso da Ucrânia de não aderir à OTAN, manter um status neutro e não nuclear, além do cancelamento de todas as sanções impostas à Rússia. Zelensky rejeitou a proposta, classificando-a como um "ultimato".

¨      Analista destaca complexo antitanque russo 'assassino de tanques' que prevalece Javelin na Ucrânia

O complexo de mísseis antitanque russo Kornet, capaz de penetrar até mesmo a blindagem moderna de tanques ocidentais, supera o complexo antitanque ocidental Javelin, que é fornecido à Ucrânia como parte da assistência militar dos aliados, escreve o analista Brandon Weichert no The National Interest, chamando o Kornet de "assassino de tanques".

"O complexo Kornet é o melhor míssil guiado antitanque nas Forças Armadas da Rússia. O alcance de combate do Kornet é de 5,5 km (com as últimas versões destes sistemas é cerca de 10 km). O míssil é guiado por um raio laser usando a parte de combate cumulativa em tandem. Tais munições penetram até a blindagem moderna de tanques ocidentais com proteção dinâmica", diz o artigo.

O autor observa que os tanques ocidentais utilizados pela Ucrânia são extremamente vulneráveis ao complexo antitanque russo, especialmente os Abrams americanos. "É extremamente importante que os tanques ocidentais são mal protegidos de complexos Kornet e drones. Se falarmos de Abrams, o míssil Kornet com uma unidade de combate dupla ao atingir o tanque de lado perfura a blindagem e destrói o veículo", aponta o analista.

De acordo com a revista, a Rússia se adaptou bem ao uso de mísseis antitanque e drones, o que torna o uso do Kornet ainda mais eficaz. Desde que a Ucrânia, acrescenta Weichert, não pode mais arriscar a perda de veículos blindados, cada impacto de Kornet no alvo causa às forças ucranianas dano desproporcionalmente maior do que um tiro bem-sucedido de Javelin americano à Rússia.

"Agora eles [Exército da Rússia] se adaptaram completamente e estão indo para a ofensiva. A Ucrânia não vai aguentar tal pressão por muito tempo. Desta forma, Kornet com sua força de ataque impressionante prevalece", conclui o autor.

¨      Rostec: nenhum país supera hoje Rússia na produção de munições

Hoje a Rússia é o maior produtor mundial de munição, disse em uma entrevista ao jornal Krasnaya Zvezda Bekkhan Ozdoev, diretor industrial para armamentos, munições e produtos químicos especiais no consórcio Rostec.

"Talvez nenhum outro país do mundo produza munição em tais quantidades. Em comparação com 2022, em 2023 teremos um aumento de dez vezes na produção de munição, inclusive munição para artilharia mais de seis vezes, munição para tanques mais de 30 vezes, equipamento de combate próximo 14 vezes, foguetes para lançadores múltiplos e sistemas de lança-chamas pesado mais de seis vezes", disse o diretor.

De acordo com sua avaliação, os indicadores acima serão superados até o final deste ano, e seu crescimento significativo continuará em 2025.

"Nossos especialistas estão trabalhando no alcance, na precisão, na mobilidade, na defesa e na multifuncionalidade de canhões, obuseiros e morteiros. Estamos criando novas munições, miras, novos sistemas de controle e comunicação para integrar as baterias aos circuitos de informação. Um exemplo desse trabalho são os obuseiros Malva, capazes de atingir alvos a distâncias de várias dezenas de quilômetros. Esta moderna arma e sua munição, bem como o mais recente sistema de controle de fogo, garantem a alta eficácia de combate desses obuseiros", acrescentou.

Em fevereiro, o vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, disse que, desde o início da operação militar especial, a produção de armamentos em certas áreas aumentou significativamente, em particular, a produção de mísseis, projéteis e bombas aumentou de 1.000 a 1.500 por cento.

Em julho de 2023, o vice-primeiro-ministro e ministro da Indústria e Comércio, Denis Manturov, disse que a produção de munição na Rússia havia crescido mais de 12 vezes, e que a produção de equipamentos e armas em 2023 excedeu os números de 2022.

<><> 'Usado como um bisturi de cirurgião': empresa russa conta sobre míssil aéreo Izdeliye 305

O míssil aéreo Izdeliye 305, graças à sua precisão, pode atingir alvos através de pequenas aberturas, tais como janelas auditivas, disse Bekkhan Ozdoev, diretor industrial do grupo de armamentos, munições e produtos químicos especiais da Rostec.

"Os mísseis têm a garantia de destruir equipamentos, estruturas, posições e travessias fluviais inimigos. Seus canais de controle não podem ser suprimidos com ajuda de sistemas de guerra eletrônica, não foi registrado um único caso desse tipo. Os operadores de helicópteros usam esse míssil como um bisturi de cirurgião – devido à precisão da munição, eles podem escolher exatamente onde atingir um objetivo e, como resultado, o míssil pode penentrar no sótão dos combatentes através de uma janela de audição", disse Ozdoev em uma entrevista ao jornal Krasnaya Zvezda.

Ele disse que os mísseis guiados antitanque da Rostec são tão precisos quanto os mísseis de aeronaves. Eles atingem não apenas veículos blindados no campo de batalha, mas também fortificações, abrigos, postos de comando, torres de comunicação, posições de fogo em edifícios e concentrações do inimigo. Os mísseis Kornet podem entrar para dentro de uma posição de fogo fortificada e, em conjunto com drones, constituem um contorno eficaz de reconhecimento e fogo de uma unidade tática.

Além disso, ele destacou a ampla gama de munições guiadas, como os projéteis de artilharia Krasnopol e sua versão modernizada, o Krasnopol-M2, que demonstram excelente precisão mesmo no alcance máximo. Ao mesmo tempo, os Krasnopol não são afetados por sistemas de guerra eletrônica, ao contrário do Excalibur americano.

¨      EUA entregam 847 mísseis Patriot para Ucrânia no valor de US$ 3,26 bilhões

Os Estados Unidos transferiram pelo menos 847 mísseis antiaéreos Patriot Advanced Capability-3 (PAC-3) para a Ucrânia por um total de US$ 3,26 bilhões (R$ 19,82 bilhões), segundo uma análise dos relatórios orçamentários do Pentágono feita pela Sputnik.

Após o lançamento do míssil balístico hipersônico Oreshnik pela Rússia em novembro, os Países Baixos enviaram mais sistemas de defesa aérea Patriot para Kiev.

Os Estados Unidos, por sua vez, acrescentaram mais dois sistemas Patriot aos pacotes de ajuda subsequentes.

Entretanto, mesmo com essas entregas adicionais, a Ucrânia precisava de mísseis interceptadores avançados, como os PAC-3 de modificação Missile Segment Enhancement (MSE), para garantir a operação completa dos sistemas de defesa aérea.

Então, o Exército norte-americano fez um contrato de US$ 4,5 bilhões (R$ 27,36 bilhões) com a Lockheed Martin para adquirir mísseis MSE adicionais.

<><> Programa secreto

O número exato de mísseis MSE transferidos para a Ucrânia não foi divulgado oficialmente, mas uma análise dos relatórios orçamentários do Departamento de Defesa dos EUA sobre o reabastecimento de seu próprio estoque deixa a situação mais clara.

O primeiro relatório, publicado em janeiro de 2023, após a entrega do primeiro sistema de defesa aérea Patriot, mencionou a transferência de US$ 956 milhões (R$ 5,8 bilhões) para a compra de mísseis, mas não especificou o tipo de mísseis envolvidos, sendo parte de um "programa confidencial".

O relatório seguinte, publicado em abril de 2023, revelou que a mesma soma foi adicionada ao orçamento do Exército dos EUA para reabastecer os estoques de mísseis MSE.

Isso indica que os mísseis MSE faziam parte do "programa secreto" e foram enviados à Ucrânia.

<><> Dobro do planejado

Relatórios posteriores do Departamento de Defesa dos EUA continuaram mencionando "programas secretos" para adquirir mísseis a fim de compensar os enviados para a Ucrânia.

A análise dos relatórios orçamentários do Exército dos EUA revela mais dados sobre as entregas de mísseis MSE, levando em conta que o custo médio de um míssil é de US$ 3,85 milhões (R$ 23,41 milhões):

Em todo o ano de 2023, o orçamento total de aquisição de mísseis MSE aumentou do valor original de US$ 1,037 bilhão (R$ 6,3 bilhões) para US$ 2,47 bilhões (R$ 15,02 bilhões). Isso permitiu adquirir 375 mísseis MSE;

Em 2024, o orçamento aumentou para US$ 3,03 bilhões (R$ 18,42 bilhões), permitindo comprar 472 mísseis dessa modificação.

Em apenas dois anos, foram alocados US$ 3,26 bilhões (R$ 19,82 bilhões) em financiamento adicional, permitindo a compra de 847 mísseis MSE para os sistemas Patriot.

Em comparação, inicialmente foi planejado adquirir 252 mísseis em 2023 e 230 em 2024, menos da metade do número atual.

<><> Objetivo estratégico

De acordo com os relatórios, o Exército dos EUA encomendou 3.376 mísseis MSE para equipar e apoiar totalmente suas unidades.

Conforme esse plano, quase US$ 200 milhões (R$ 1,21 bilhões) também foram alocados em 2023 para substituir radares, lançadores e outros componentes do sistema Patriot, igualmente enviados para a Ucrânia.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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