quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

Os 4 dados sobre Maria, a mãe de Jesus segundo o cristianismo

Mulhermãevirgemsanta… São muitas as atribuições dadas ao longo dos séculos a Maria – a mulher que se tornou a mãe de um dos mais conhecidos personagens históricos do mundo: o profeta Jesus Cristo

Sua trajetória foi marcada por grandes acontecimentos os quais vêm sendo analisados por historiadores e estudiosos há anos, reforçando Maria como um nome relevante dentro da religião cristã. Este destaque rendeu livros, documentários e filmes de ficção sobre sua vida, e ainda muitas dúvidas acerca de seu papel no cristianismo. 

A seguir, National Geographic traz quatro dados sobre Maria, uma das figuras principais da fé católica, comumente lembrada por ocasião da chegada do Natal.

<><> 1. O que se conta sobre o momento em que Maria ficou grávida de Jesus

Maria é conhecida a partir de diversas referências a ela na Bíblia dos cristãos. No entanto, elas não são conclusivas para construir uma biografia totalmente coerente, como afirma a Encyclopaedia Britannica (plataforma de conhecimento e educação do Reino Unido).

Os evangelhos bíblicos de MarcosMateusLucas e João são as principais fontes sobre Maria. Porém, as citações às vezes são confusas, pois há muitas mulheres com o nome de Maria nos textos, como conta a World History Encyclopedia (plataforma de conhecimento sobre história mundial). Somente nos evangelhos dos apóstolos Lucas e Mateus sobre o nascimento de Jesus que a história de Maria  antes de ela dar à luz – é parcialmente contada

Sobre esse passado de Maria, é dito no evangelho de Mateus que quando Maria já estava noiva de José, mas antes de eles irem viver juntos, “descobriu-se que ela estava grávida do Espírito Santo”, afirma a Bíblia. Os textos sobre Maria e a concepção de Jesus reforçam que ela seria “a virgem que ficará grávida” e que “dará à luz um filho” sem ter mantido relações conjugais com José.

 Ainda segundo a enciclopédia de história, estaria no evangelho escrito por Lucas a maior quantidade de informações sobre Maria, como mostra este trecho: “O anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré, a uma virgem noiva de um homem cujo nome era José. O nome da virgem era Maria”, diz. 

Na crença cristã, os textos de Mateus seguem contando que o anjo informou Maria de que ela seria a recebedora de uma grande graça divina: “Agora, você conceberá em seu ventre e dará à luz a um filho, e lhe dará o nome de Jesus. Ele será chamado filho do Altíssimo e o seu reino não terá fim. A criança que nascerá será santaserá chamada filho de Deus”. 

A história do nascimento de Jesus Cristo é comemorada pelos cristãos no feriado de Natal em uma data estabelecida séculos depois.

<><> 2. Por que Maria teve seu filho na cidade de Belém 

Também o nascimento de Jesus é contado na Bíblia dos cristão nos evangelhos de Mateus e Lucas. Na teologia cristã, a existência de duas histórias da natividade por dois escritores diferentes forneceu um relato considerado fato histórico

Entretanto, as duas versões diferem em detalhes. Em Mateus, a narrativa traz a estrela e os Reis Magos, enquanto em Lucas existe a presença de um estábulo e anjos no campo no dia do nascimento do “filho de Deus”. 

Na passagem bíblica do Exodusde Mateus, se inicia a trajetória de Maria e José que culmina com o nascimento de Jesus. Segundo a World History EncyclopediaJosé levou Maria para o Egito e enquanto estava por lá soube, em sonho, que o rei Herodes, rei da Judeia e representante do Império Romano, estava morto. 

No entanto, José temia viver sob o comando de “um filho de Herodes”, que agora governava a Judeia, região montanhosa que hoje pertence à Israel. Teria sido assim que o casal, então com Maria já grávida, teria se mudado para a cidade de Nazaré, cumprindo o que Mateus alegou ter sido extraído das antigas escrituras judaicas: “Ele será chamado nazareno”, conta o texto do apóstolo. No entanto, reforça a WHE, os relatos de Mateus simplesmente ignoraram o fato de que Nazaré era governada por Antipas, um outro filho de Herodes.

do Império Romano para levar José e Maria à cidade de Belém: “Naqueles dias, o rei romano César Augusto decretou que todo o mundo deveria ser registrado. José também foi da cidade de Nazaré, na Galileia, para a Judeia, para a cidade de Davi, chamada BelémEle foi se registrar com Maria, de quem estava noivo e que esperava um filho". 

"Quando estavam na cidade, chegou a hora de Maria dar à luz o filho. E ela deu à luz seu filho primogênito, envolveu-o em faixas de pano e o deitou em uma manjedoura”, relata o texto do apóstolo.

<><> 3. Outros fatos bíblicos ligados à Maria

Claro que o nascimento de Jesus é o fato mais relatado nos textos bíblicos que citam Maria. Mas em outros momentos ela também aparece, especialmente como uma figura próxima de Jesus e acolhedora. No evangelho de João a mãe de Jesus é incluída, embora ele nunca a tenha nomeado, como explica a World History Encyclopedia. Em João 2:1-12, a mãe de Jesus o convenceu a transformar a água em vinho durante um casamento. João também a coloca no local da crucificação e morte de Cristo. 

Perto da cruz de Jesus estavam sua mãe e a irmã de sua mãeMaria Madalena”, como conta o trecho escrito por João 19, versículos 25-27.

Já no século 2 d.C. é feito o Protoevangelho de Tiago (um texto considerado apócrifo ou uma obra pseudo epigráfica do Novo Testamento em que não há certeza de autoria). Esse texto explica o que aconteceu antes do nascimento de Jesus

Ficamos sabendo que os pais de Maria eram um casal estéril, Joaquim e Ana. Orando a Deus por um filho, Ana prometeu “dedicar a criança a Deus” se ele atendesse à sua oração. Depois que Maria foi desmamada, Ana a levou para ser criada pelos sacerdotes no Templo e isso deu a Maria a distinção de nunca ter sido exposta aos males do mundo exterior, segundo a Bíblia.

<><> 4. O papel de Maria na doutrina cristã

Seu papel de mãe de Jesus tem precedência sobre qualquer outra característica atribuída a ela na devoção e no dogma do cristianismo, portanto Maria está presente em diversas religiões cristãs. Segundo a Britannica, a primeira controvérsia teológica sobre Maria teve a ver com o título de Theotokos, palavra grega que significa “portadora de Deus” ou “mãe de Deus”. 

O título parece ter surgido no uso devocional, provavelmente em Alexandria, em algum momento do século 3 ou 4 d.C. No final do século 4, a Theotokos havia se estabelecido em várias seções da igreja católica da época e recebeu o status oficial de virgem perpétua no Concílio de Constantinopla em 553 d.C

Já durante toda a Idade Médiahavia dias de festa para Mariaorações e devoções especiais em seu nome, e igrejas e santuários como locais de peregrinação para eventos de sua vida, explica a enciclopédia de história mundial.

Com o aumento do interesse no culto a Maria, várias pinturas e esculturas proliferaram como a Madonna (“minha senhora”) durante o período da Renascença. Uma das imagens mais famosas de Maria é a escultura feita pelo artista italiano Michelangelo, conhecida como a Pietà, e localizada na Basílica de São Pedro, no Vaticano, que representa o sofrimento de Maria quando ela segurou Jesus nos braços enquanto ele era retirado da cruz.

Além da figura de Maria, como mãe de Jesus, as suas supostas aparições posteriores deram margem para a Igreja Católica a diversas outras denominações de acordo com o local em que Maria tivesse sido avistada por fiéis. 

Em 1858 na cidade de Lourdesna França, a camponesa Bernadette Soubirous afirmou tê-la visto quando estava recolhendo lenha, e ela teria lhe dito para construir uma capela perto de uma caverna com uma nascente. Bernadette perguntou seu nome e Maria respondeu: “Eu sou a Imaculada Conceição” – tornou-se posteriormente conhecida como “Nossa Senhora de Lourdes”. 

Houve várias aparições milagrosas de Maria, de acordo com a Igreja Católica Romana, geralmente no contexto de agitação cultural ou crises, sendo reconhecidas pela instituição religiosa, como Nossa Senhora de Guadalupe no México; Nossa Senhora de Fátima, em Portugal; Nossa Senhora do Loreto, na Itália, entre outras, como cita a Britannica.

 

Fonte: National Geographic Brasil

 

Nenhum comentário: