Os 4 dados sobre Maria, a mãe de Jesus
segundo o cristianismo
Mulher, mãe, virgem, santa… São muitas as atribuições dadas ao longo dos séculos a Maria – a mulher que se tornou a mãe de um dos mais conhecidos personagens históricos do mundo: o
profeta Jesus Cristo.
Sua trajetória foi marcada
por grandes
acontecimentos os quais vêm sendo analisados por
historiadores e estudiosos há anos,
reforçando Maria
como um nome relevante dentro da religião
cristã. Este destaque rendeu livros, documentários
e filmes de ficção sobre sua vida, e ainda muitas
dúvidas acerca de seu papel no cristianismo.
A seguir, National Geographic traz quatro dados sobre Maria, uma das figuras principais da fé católica,
comumente lembrada por ocasião da chegada do Natal.
<><> 1. O que se conta sobre o momento em
que Maria ficou grávida de Jesus
Maria é conhecida a partir de diversas referências a ela na Bíblia dos cristãos. No entanto, elas não são conclusivas para construir uma biografia totalmente coerente, como afirma a Encyclopaedia
Britannica (plataforma de conhecimento e educação do Reino
Unido).
Os evangelhos bíblicos de Marcos, Mateus, Lucas e
João são as principais fontes sobre Maria. Porém, as citações às vezes são confusas, pois há muitas mulheres com
o nome de Maria nos textos, como conta a World
History Encyclopedia (plataforma de conhecimento sobre
história mundial). Somente nos evangelhos dos apóstolos Lucas e Mateus sobre o nascimento de Jesus que a história de Maria – antes
de ela dar à luz – é parcialmente contada.
Sobre esse passado de Maria,
é dito no evangelho de Mateus que quando Maria já estava noiva de José, mas antes de eles irem viver juntos, “descobriu-se que ela estava grávida do Espírito Santo”,
afirma a Bíblia. Os textos sobre Maria e a concepção de Jesus
reforçam que ela seria “a virgem que ficará grávida” e que “dará à
luz um filho” sem ter mantido relações conjugais com José.
Ainda segundo a
enciclopédia de história, estaria no evangelho escrito por Lucas a maior quantidade de
informações sobre Maria, como mostra
este trecho: “O anjo
Gabriel foi enviado por Deus a uma
cidade da Galileia chamada Nazaré, a uma virgem noiva de um homem cujo nome era José. O nome da virgem era Maria”, diz.
Na crença cristã, os textos
de Mateus seguem contando que o anjo informou Maria de que ela seria a recebedora
de uma grande graça divina: “Agora, você conceberá em seu
ventre e dará à luz a um filho, e lhe dará o nome de Jesus. Ele será chamado filho do Altíssimo e o seu reino não terá fim. A criança que nascerá será
santa; será chamada filho de Deus”.
A história do nascimento de
Jesus Cristo é comemorada pelos cristãos no feriado de Natal em uma data estabelecida séculos depois.
<><> 2. Por que Maria teve seu filho na
cidade de Belém
Também o nascimento de Jesus é contado na Bíblia dos cristão nos evangelhos de Mateus e
Lucas. Na teologia cristã, a existência de duas histórias da natividade por dois escritores
diferentes forneceu um relato considerado fato histórico.
Entretanto, as duas versões
diferem em detalhes. Em Mateus, a
narrativa traz a estrela e os Reis Magos,
enquanto em Lucas
existe a presença de um estábulo e anjos no
campo no dia do nascimento do “filho de Deus”.
Na passagem bíblica do Exodus, de
Mateus, se inicia a trajetória de Maria e José
que culmina com o nascimento de Jesus. Segundo
a World History Encyclopedia, José levou Maria para o
Egito e enquanto estava por lá soube, em sonho,
que o rei
Herodes, rei da Judeia e representante do Império Romano, estava morto.
No entanto, José temia viver
sob o comando de “um filho de Herodes”, que agora governava a Judeia, região
montanhosa que hoje pertence à Israel. Teria sido assim que o casal, então
com Maria já grávida, teria se mudado para
a cidade de Nazaré, cumprindo o que Mateus
alegou ter sido extraído das antigas escrituras judaicas: “Ele será chamado nazareno”, conta o texto do apóstolo. No entanto,
reforça a WHE, os relatos de Mateus simplesmente ignoraram o fato de que Nazaré era
governada por Antipas, um outro filho de Herodes.
do Império Romano para levar José e
Maria à cidade de Belém: “Naqueles
dias, o rei
romano César Augusto decretou que todo o mundo
deveria ser registrado. José também foi da cidade de Nazaré, na Galileia, para
a Judeia, para a cidade de Davi, chamada Belém. Ele
foi se registrar com Maria, de quem estava
noivo e que esperava um filho".
"Quando estavam na
cidade, chegou
a hora de Maria dar à luz o filho. E ela deu à
luz seu filho
primogênito, envolveu-o em faixas de pano e o deitou em
uma manjedoura”, relata o texto do apóstolo.
<><> 3. Outros fatos bíblicos ligados à
Maria
Claro que o nascimento de
Jesus é o fato
mais relatado nos textos bíblicos que citam Maria. Mas em outros momentos ela também aparece,
especialmente como uma figura próxima de Jesus e acolhedora. No evangelho de João a mãe de Jesus é incluída, embora ele nunca a tenha nomeado, como explica a World History
Encyclopedia. Em João 2:1-12, a mãe de Jesus o convenceu a
transformar a água em vinho durante um
casamento. João também a coloca no local da crucificação e
morte de Cristo.
“Perto da cruz de Jesus estavam sua mãe e a
irmã de sua mãe, Maria
Madalena”, como conta o trecho escrito por João 19,
versículos 25-27.
Já no século 2 d.C. é feito o Protoevangelho de Tiago (um texto considerado apócrifo ou uma obra pseudo epigráfica do Novo
Testamento em que não há certeza de autoria). Esse texto explica o
que aconteceu antes do nascimento de Jesus.
Ficamos sabendo que os pais de Maria eram um casal
estéril, Joaquim e Ana. Orando a Deus por um
filho, Ana prometeu “dedicar a criança a Deus” se ele atendesse à sua oração. Depois que Maria foi desmamada, Ana a
levou para ser
criada pelos sacerdotes no Templo
e isso deu a Maria a distinção de nunca ter sido exposta aos males do mundo exterior, segundo a Bíblia.
<><> 4. O papel de Maria na doutrina
cristã
Seu papel de mãe de Jesus tem precedência sobre qualquer outra característica atribuída a
ela na devoção
e no dogma do cristianismo, portanto Maria está presente em diversas religiões cristãs. Segundo
a Britannica, a
primeira controvérsia
teológica sobre Maria teve a ver
com o título de Theotokos,
palavra grega que significa “portadora de Deus” ou “mãe de Deus”.
O título parece ter
surgido no uso devocional, provavelmente
em Alexandria, em algum momento do século 3 ou 4 d.C. No final do século 4, a Theotokos havia
se estabelecido em
várias seções da igreja católica da época e
recebeu o status
oficial de “virgem perpétua” no
Concílio de Constantinopla em 553 d.C.
Já durante toda a Idade Média, havia
dias de festa para Maria, orações e devoções
especiais em seu nome, e igrejas e santuários como locais de peregrinação para eventos de sua vida, explica a
enciclopédia de história mundial.
Com o aumento do interesse no culto a Maria, várias pinturas e esculturas proliferaram
como a Madonna (“minha
senhora”) durante o período da Renascença. Uma das imagens mais famosas de Maria é a escultura feita pelo
artista italiano Michelangelo, conhecida como
a Pietà, e localizada na Basílica de São Pedro, no Vaticano, que representa o sofrimento de Maria quando ela segurou Jesus nos braços enquanto ele era retirado da
cruz.
Além da figura de Maria, como mãe de Jesus, as suas supostas aparições posteriores deram margem para a Igreja Católica a diversas outras
denominações de acordo com o local em que
Maria tivesse sido avistada por fiéis.
Em 1858 na cidade de Lourdes, na
França, a camponesa Bernadette Soubirous afirmou tê-la
visto quando estava recolhendo lenha, e ela teria lhe dito para construir uma
capela perto de uma caverna com uma nascente. Bernadette perguntou seu nome e
Maria respondeu: “Eu sou a Imaculada Conceição” – tornou-se
posteriormente conhecida como “Nossa Senhora de Lourdes”.
Houve várias aparições milagrosas de Maria, de acordo com a Igreja Católica Romana,
geralmente no contexto de agitação cultural ou crises, sendo reconhecidas pela
instituição religiosa, como Nossa Senhora de Guadalupe no México; Nossa Senhora de Fátima, em Portugal; Nossa Senhora do Loreto, na Itália, entre outras, como cita a Britannica.
Fonte: National
Geographic Brasil
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