quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

'Coalizão do extermínio': apoio dos EUA a Israel é incondicional e bipartidário, diz analista

A Casa Branca se prepara para receber o governo republicano do presidente Donald Trump enquanto se despede da administração democrata de Joe Biden. Em meio às expectativas envoltas na transição, o futuro, no que diz respeito às relações com Israel, deve ser previsível, haja vista a parceria histórica entre os países.

Em entrevista ao Mundioka, podcast da Sputnik Brasil, especialistas comentaram a perspectiva para o governo Trump em relação ao apoio a Israel no conflito na Faixa de Gaza, que já dura mais de 400 dias desde a escalada em 7 de outubro de 2023.

Para Marcos Feres, brasileiro-palestino e secretário de Comunicação da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal), o apoio dos Estados Unidos a Israel é "incondicional, bipartidário e mais antigo do que a própria autoproclamação de Israel, como projeto colonial e genocida na Palestina em 1948".

Segundo o analista, assim como os EUA foram "a primeira potência a reconhecer a autoproclamação de Israel em maio de 1948", durante a campanha para as últimas eleições presidenciais norte-americanas, o que se viu foi "uma disputa entre Kamala Harris e Trump para ver quem era mais sionista, quem apoiava mais o genocídio e quem mandaria mais armas", diz.

<><> De Biden para Trump, de democrata para republicano: o que muda?

Embora sejam partidos de oposição, democratas e republicanos servem ao apoio irrestrito dos EUA a Israel, mudando um pouco a "roupagem", acredita Feres.

Karina Calandrin, professora de relações internacionais do Ibmec São Paulo, afirma que ambos os partidos apoiam Israel, mas há "um apoio retórico maior dos republicanos e um apoio financeiro maior dos democratas".

O governo do ex-presidente democrata Barack Obama, por exemplo, foi responsável por aprovar o maior aporte financeiro a Israel. Esse acordo, que já atravessou governos de ambas as legendas, prevê o envio de US$ 38 bilhões (R$ 231,3 bilhões) até 2028.

"O presidente Obama era muito crítico às ações de Israel, mas foi no seu governo que foi aprovado o número maior de ajuda financeira da história dos Estados Unidos para uma nação estrangeira", explica.

eminente apoio financeiro ao parceiro do Oriente Médio acontece desde 1970, ou seja, segundo a professora, isso mostra que essa ajuda aconteceria independentemente da guerra.

Sobre o discurso republicano mais acintoso em relação aos democratas que, segundo os analistas, costumam adotar um tom mais crítico nas palavras, Feres acredita, tratando-se de Trump, ser uma marca para mostrar à sua base que apoia mais as ações israelenses do que a oposição.

"O Trump, quando dá esse tipo de discurso, eu entendo que ele radicaliza muito mais para a própria base para se mostrar, como eu falei um pouco antes, quem é mais genocida. Ele quer criar uma ideia de que os democratas não apoiam o suficiente o genocídio, que não estão ajudando o suficiente, o que é uma mentira", afirma.

Já no que diz respeito às ações, às práticas, Feres recorda que "este é um genocídio até o momento democrata" e que, pela postura dura, acabou angariando apoio do ex-vice-presidente Dick Cheney, republicano e vice de George W. Bush. "Isso nos dá um pouco essa percepção de um imbricamento entre essas duas correntes, que são, na verdade, muito parecidas quando o assunto é a política externa e a política imperialista dos Estados Unidos".

"Os democratas, no contexto do genocídio que acontece em Gaza, fizeram talvez um grande favor a figuras como Dick Cheney, a figuras que representam esse establishment republicano mais intervencionista, mais violento, que é naturalizar para o mundo e para a própria base democrata — que teoricamente seria mais antiguerra — um padrão genocidário que agora será aplicado em outras guerras genocidas que os Estados Unidos vão conduzir ou financiar", acrescenta.

Ao fio e ao cabo, portanto, segundo o secretário de comunicação, trata-se de "uma grande coalizão do extermínio".

"Ambos se complementam no fazer crescer uma forma mais violenta e mais genocida a cada processo de extermínio que conduzem pelo mundo", finaliza Feres.

¨      Netanyahu começa a depor em julgamento que o investiga por corrupção

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, compareceu ao Tribunal em Tel Aviv nesta terça-feira (10/12) para começar a depor em julgamento que o investiga por corrupção, que já se arrasta desde 2020.

Com isso, ele se tornou o primeiro dirigente do país a se sentar no banco dos réus.

Além desse processo, há duas semanas, Netanyahu tem um mandado internacional de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra em Gaza.

premiê responde a acusações por fraude, quebra de confiança e aceitação de subornos em três casos separados, conhecidos como Casos 1.000, 2.000 e 4.000.

Comprando cobertura favorável da mídia

No caso 4000, os promotores alegam que Netanyahu concedeu favores regulatórios no valor de cerca de 500 milhões de dólares à Bezeq Telecom Israel.

A concessão foi em troca de cobertura favorável para si e sua esposa em um site noticioso controlado pelo ex-presidente da empresa, Shaul Elovitch.

Já na investigação 1000, Netanyahu é acusado de receber quase 120 mil dólares em presentes, como charutos e champanhe de Arnon Milchan, de um produtor de Hollywood e cidadão israelense, e do empresário bilionário australiano James Packer.

Em troca, ele ajudou ambos em seus interesses comerciais.

Por fim, no caso 2.000, ele é acusado de ter negociado com Arnon Mozes, dono do jornal israelense Yedioth Ahronoth, um acordo para obter uma cobertura favorável em troca de leis que desacelerassem o crescimento de um jornal rival.

<><> Sem renúncia no horizonte

Apesar das evidências, Netanyahu não terá que renunciar porque, em Israel, um primeiro-ministro só precisa reiniciar se for condenado.

Seu julgamento deve levar meses e, caso condenado, ainda poderá apelar e manter o cargo enquanto o processo é decidido.

Em Israel, suborno acarreta penas de até 10 anos de prisão. E fraude e perda de confiança de até três anos.

Ele nega todas as acusações dizendo que são estratégias de perseguição orquestrada por uma mídia e um sistema judicial tendenciosos.

Mas nos três processos foram incluídas evidências de 120 testemunhas de acusação.

<><> 18 horas semanais de depoimento

Para responder a essas evidências, Netanyahu será interrogado em primeira instância durante dezenas de horas por seu advogado de defesa, Amit Hadad.

A previsão é que seu depoimento ocorra durante seis horas por dia, três vezes na semana.

Diante desse panorama, muitos questionam se Netanyahu conseguirá conduzir um país que está em guerra em várias frentes e ainda administrar potenciais novas ameaças regionais.

Após diversos adiamentos – o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 tirou o julgamento da agenda – o Tribunal israelense rejeitou o pedido dos advogados para reduzir o horário de depoimento

Embora na noite anterior Netanyahu tenha divulgado um vídeo em que se dizia muito satisfeito em depor, ele tentou ao máximo evitar esse momento e, até a véspera, seus aliados políticos pressionavam para adiar seu depoimento.

<><> Campanha para desacreditar o Judiciário

Depois da vitória de Netanyahu nas eleições de 2022, seu partido lançou uma campanha para restringir os poderes do Tribunal, o que desencadeou protestos em massa no país.

Com a guerra, o julgamento saiu da agenda e Netanyahu abandonou a retórica contra o Judiciário, mas retomou-a nas últimas semanas ante a iminência do seu depoimento.

Dezenas de manifestantes estiveram reunidos nas portas do Tribunal.

Alguns protestavam contra ele, incluindo familiares dos reféns mantidos em Gaza, enquanto outros prestavam seu apoio a Netanyahu.

¨      Rússia não entende qual parte das Colinas de Golã Israel considera sua, diz enviado russo na ONU

A Rússia está registrando declarações contraditórias de Israel sobre o status das Colinas de Golã e não entende qual parte deste território Israel considera sua parte integral, disse o embaixador russo na Organização das Nações Unidas (ONU), Vasily Nebenzia.

"Ouvimos mensagens conflitantes vindas de Israel. [...]O embaixador israelense enviou uma carta dizendo que essas são decisões temporárias, dado o vácuo que ocorreu lá. E então [o primeiro-ministro israelense Benjamin] Netanyahu na entrevista coletiva apontou as Colinas de Golã como parte integral de Israel. Mas agora não sabemos qual parte das Colinas de Golã ele considera parte integral de Israel, com elas violando a zona tampão", disse Nebenzia aos repórteres.

No domingo (8), Netanyahu disse que o acordo alcançado logo após a Guerra do Yom Kippur de 1973 (também conhecida como Guerra do Ramadã) não era mais válido porque as forças sírias haviam deixado suas posições. Netanyahu ordenou que as Forças de Defesa de Israel (FDI) assumissem "temporariamente" uma zona tampão nas Colinas de Golã.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) estava "mais ou menos" unido sobre a necessidade de preservar a integridade territorial da Síria e garantir a segurança dos civis, bem como o fluxo de ajuda humanitária para os necessitados, disse Vasily Nebenzia.

"E o Conselho, eu acho, estava mais ou menos unido sobre a necessidade de preservar a integridade territorial e a unidade da Síria, para garantir a proteção dos civis, para garantir que a ajuda humanitária esteja chegando à população necessitada", disse Nebenzia aos repórteres, acrescentando que as consultas do CSNU sobre a Síria foram positivas.

Ele também observou que todos, incluindo os membros do Conselho, ficaram surpresos com os eventos na Síria. Ao mesmo tempo, Nebenzia disse que é necessário esperar, observar e avaliar como a situação no país se desenvolverá.

O CSNU discutiu a necessidade de criar um documento sobre a situação na Síria, e sua publicação pode ocorrer nos próximos dias, disse Nebenzia.

"Estávamos falando sobre a necessidade de elaborar um documento pelo Conselho, não hoje. Quero dizer, ninguém estava pronto para isso hoje, mas acho que nos próximos dias, espero que mais cedo ou mais tarde, veremos um", disse Nebenzia aos repórteres.

Grupos armados de oposição sírios dominaram Damasco no domingo (8). O primeiro-ministro sírio Mohammad Ghazi al-Jalali disse que ele e outros 18 ministros decidiram permanecer na capital. Al-Jalali também disse que estava em contato com os líderes de grupos militantes que entraram na cidade. O Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse que o presidente sírio Bashar al-Assad renunciou e deixou a Síria após negociações com alguns participantes do conflito sírio.

¨      Israel reavalia seu papel regional após queda de Assad

Desde a queda do ditador Bashar al Assad, Israel está observando de perto o que ocorre na Síria. Como frisam analistas, as mudanças no país em revolução apresentam tanto oportunidades quanto riscos.

Nesta terça-feira (10/12), o país informou que já atingiu mais de 350 alvos da infraestrutura militar síria nos últimos dois dias, inclusive bases aéreas, a frota naval de guerra e presumíveis locais de desenvolvimento de foguetes de longo alcance e de armazenamento de armas químicas. Um dos alvos se localiza na capital Damasco.

Segundo o ministro israelense do Exterior, Gideon Saar, o objetivo foi evitar que os armamentos caiam em mãos de terroristas. As forças de Israel se deslocaram para uma zona-tampão desmilitarizada que separa os dois países, patrulhada por tropas de paz das Nações Unidas.

Depois, os soldados atravessaram essa zona-tampão, que fica a cerca de 40 quilômetros de Damasco, ou seja: penetraram mais fundo na Síria do que em qualquer ocasião desde 1974, quando os dois países assinaram o Acordo de Desengajamento. Na manhã desta terça-feira, as tropas israelenses estavam a apenas 25 quilômetros da capital Síria, segundo a agência de notícias Reuters.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, explicou que a operação era necessária, porque as Forças Armadas sírias – expressamente leais a Assad – haviam se retirado da área, o que significou "o colapso do acordo de 1974".

Ele acrescentou que a medida era temporária, só sendo mantida até que haja um novo pacto. "Estabelecer relações de vizinhança pacíficas com as novas forças emergindo na Síria é o nosso desejo. Mas se não for possível, faremos todo o necessário para defender o Estado de Israel e suas fronteiras."

Contudo Netanyahu ressalvou que "Golã será parte do Estado de Israel por toda a eternidade". Os israelenses ocuparam as Colinas de Golã em 1967, anexando-as em 1981. Com exceção dos Estados Unidos, a comunidade internacional considera a região síria, e sua ocupação, ilegal.

<><> Críticas crescentes a avanço israelense na Síria

A penetração de Israel na Síria tem sido alvo de críticas internacionais: para a Organização das Nações Unidas, ela viola o Acordo de Desengajamento. Até mesmo os EUA, o aliado mais ferrenho do país, insiste que a operação seja apenas temporária. O Ministério do Exterior da vizinha ao norte Jordânia condenou a mobilização; enquanto para o da Arábia Saudita, as operações militares israelenses levam a crer que o país está determinado a "sabotar as chances da Síria de recuperar sua segurança, estabilidade e integridade territorial".

"Mesmo que seja temporário, qual é o propósito?", questiona o reitor da Universidade de Tel Aviv, Eyal Zisser, especialista em assuntos sírios. "Posso entender por que se bombardeie e destrua armamentos químicos que foram abandonados pelo regime da Síria, mas não seguir adiante com as tropas. O clima na Síria não é contra Israel, não é voltado em absoluto na sua direção, ninguém o menciona. Então, por que forçar sua presença nesse quadro?"

"A queda de Assad é, para o Oriente Médio, o equivalente à queda do Muro de Berlim", resumiu Nadav Eyal no jornal Yedioth Ahronoth de domingo. "Não por causa dele, um ditador fraco e fracassado, mas por aquilo que ele emblema. O Hezbollah foi duramente derrotado por Israel, e os iranianos também levaram uma surra – e eles temiam uma derrota humilhante na Síria."

O jornalista frisou que grande parte dos serviços de inteligência israelenses, inclusive o militar, foram surpreendidos pela velocidade com que o regime sírio caiu: "Foi uma surpresa para todo mundo, especialmente para Bashar al Assad, os iranianos, a Rússia e o Hezbollah", confirma o analista Zisser.

"Eu gostaria de enfatizar que não foi uma revolução, protesto ou revolta. Foi a invasão por um exército formado por [líder rebelde Abu Mohammed] al Golani, sob os auspícios da Turquia." O "lado positivo" para Israel seria que "Bashar al Assad era um elo crítico entre o Irã e o Hezbollah, e agora o Irã não tem mais respaldo sírio. Então é uma evolução importante."

<><> Sem Assad, Israel diante de uma incógnita

Uma opinião corrente em Israel é que os avanços do Hayat Tahrir al-Sham (HTS) de Golani e de outros grupos aliados não teriam acontecido sem apoio israelense. Segundo Netanyahu, desde que o grupo militante Hamas, sediado na Faixa de Gaza, atacou seu país, em 7 de outubro de 2023, Tel Aviv tem trabalhado "de modo sistemático, calculado e organizado" para desmembrar os aliados do Hamas no eixo iraniano.

O chefe de governo repetiu sua afirmativa de que a queda de Assad foi "o resultado direto dos pesados golpes que demos no Hamas, Hezbollah e Irã", e que Israel está "transformando a fisionomia do Oriente Médio". "Isso não teria acontecido sem a derrota do Irã e do Hezbollah no Líbano", escreveu Amos Harel no diário israelense Haaretz. "Os rebeldes da Síria identificaram a debilidade e confusão do eixo iraniano, e se apressaram para atingir seu elo fraco."

Analistas atribuem o fim extraordinariamente sumário do regime Assad não apenas ao enfraquecimento dos grupos associados ao Irã: a Rússia também tem sido aliada da família Assad há anos, mantém uma importante base naval na Síria, e em 2015 interveio na guerra civil local com maciças ofensivas aéreas.

Entretanto no momento os russos estão sobrecarregados com a Ucrânia, tendo devolvido ao Leste da Europa grande parte de seus aviões de combate. E aparentemente não estavam dispostos a intervir mais uma vez. Em compensação, ofereceram asilo a Assad e família, os quais atualmente, ao que tudo indica, se encontram em Moscou.

Embora por enquanto os perigos representados pelo Irã e o Hezbollah possam ter diminuído, no longo prazo o próximo governo sírio ainda pode impor uma série de ameaças a Israel. Grupos como o HTS são têm raízes profundas na ideologia extremista, sendo difícil prever seu comportamento no curto prazo.

"No longo prazo, com Bashar al Assad a gente sabia exatamente o que estava ocorrendo, pelo menos nas Colinas de Golã", observa Zisser. "Agora é uma incógnita. E o povo de Israel está preocupado, exatamente como a Jordânia e outros países."

·       Israel chega a 25km de Damasco, na Síria, sem resposta dos mercenários que tomaram o país

Tanques, caminhões e tropas de infantaria sionistas já chegaram a 25 quilômetros (km) de Damasco, capital síria, como resultado da invasão iniciada no dia 8 de dezembro após a ofensiva mercenária do grupo Tahrir al-Sham (HTS) no país árabe. Aviões israelenses bombardearam o país 480 vezes entre os dias 8 e 11 de dezembro como parte do assalto israelense que ocorre sem resposta dos mercenários.

Os ataques destruíram várias instalações militares, com o objetivo central de obliterar a capacidade militar e bélica de defesa do país árabe e facilitar a ocupação e anexação dos territórios por parte do Estado sionista.

Até a Marinha sionista está envolvida na invasão. Navios israelenses destruíram, no dia 10/12, duas instalações navais sírias onde 15 embarcações estavam estacionadas e dezenas de mísseis mar-a-mar estavam depositados.

A invasão sionista na Síria existia desde 1967, quando as tropas invasoras tomaram as Colinas de Golã. Depois da ofensiva mercenária, as forças de ocupação avançaram contra a zona de tampão desmilitarizada entre as Colinas de Golã e o território sírio, criada em 1974, por um acordo mediado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Agora, elas avançam em direção à Damasco. Nas redes sociais, circulam vídeos em que soldados israelenses debocham da facilidade com que invadem o território. “Damasco? Quero ir para Damasco!”, diz um soldado, enquanto finge que pede carona para outros dois militares em um caminhão militar. “Claro! Pode subir!”, responde o carona.

O primeiro-ministro sionita, Benjamin Netanyahu, afirmou que a queda de Assad foi resultado das ações de Israel contra o “Eixo do Mal” (forma como Israel chama o Eixo da Resistência, aliança informal do Irã, Hezbollah, Hamas e movimento Ansarallah) e que Israel está “mudando a cara do Oriente Médio”.

Apesar disso, as tropas do HTS não realizaram movimentos contra Israel, uma prova de que a ofensiva mercenária, apesar de ter usado de interesses populares contra o regime reacionário de Bashar Al-Assad para se alçar, não atende os interesses do povo e da Nação síria e está servindo principalmente aos interesses do Estado sionista e do Estados Unidos, que querem retalhar a Síria. A Turquia também é beneficiada, uma vez que as tropas do Exército Nacional Sírio (ENS), apoiado pelo regime turco, estão massacrando os curdos na Síria – o que interesse à Turquia porque os curdos, na luta pela proclamação do Curdistão entre o Iraque, Turquia e Síria, usam as bases que tem na Síria para potenciar a luta armada na Turquia.

No primeiro discurso após a derrubada de Assad, o líder do HTS, Abu Mohammed al-Julani disse que quer minar a influência iraniana e do Hezbollah na Síria, apesar de nem o Irã e nem o Hezbollah terem interesse em ocupar, retalhar e anexar o território sírio, como faz Israel.

O Hezbollah classificou o que ocorreu na Síria como uma ação “perigosa” e denunciou o “apoio incondicional do EUA” à ofensiva mercenária. Em denúncia às ações imperialistas e colonialistas na Síria, o líder do partido patriótico libanês, Naim Qassem, exigiu medidas decisivas para bloquear as ambições israelenses e afirmou que “os acontecimentos na Síria hoje – tanto políticos quanto populares – e as decisões resultantes, interna e externamente, são exclusivamente direito do povo sírio, livre de pressões e influências externas”.

 

Fonte: Sputnik Brasil/Opera Mundi/A Nova Democracia/DW Brasil

 

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