Henrique
Rodrigues: ‘Assustado com bolsonaristas desejando a morte de Lula? Não deveria’
Para além de toda a
repercussão no noticiário nacional e internacional do principal fato
jornalístico do dia, a internação do presidente Lula para drenar uma hemorragia
intracraniana, um aspecto chamou muito a atenção na cobertura do episódio: as
toneladas de matérias e postagens denunciando bolsonaristas anônimos e
“famosos” desejando aberta e explicitamente a morte do veterano político que
ocupa a chefia do Estado brasileiro.
Claro, tais fatos
justificam as reportagens publicadas sobre esse comportamento, mas o que me
espanta nisso tudo é grande parte da sociedade “normal” ficar surpresa,
horrorizada e chocada com um monte de cidadãos e cidadãs dizendo sem rodeios
que estão torcendo, orando ou desejando muito que Lula morra. Gente, nós
estamos falando de bolsonaristas.
O bolsonarismo, em
síntese absoluta e de forma mais sucinta possível, é uma seita composta por
gente desajustada, disfuncional e safada. E nem se trata aqui de ofender essas
pessoas, embora as palavras soem pesadas. Esse quadro é algo já constatado de
forma irrefutável.
Imagine você ser alguém
que encontrou sentido na sua vida após conhecer um sujeito tosco,
irremediavelmente ignorante e violento, que a única coisa que fez na vida para
ganhar alguma notoriedade foi passar décadas dizendo e fazendo as coisas mais
abjetas e moralmente baixas para transmitir uma imagem de uma pessoa má.
Gritos, pedidos de morte, frases desumanas e vergonhosas, xingamentos, enfim,
todo tipo de chorume verbal e gestual para tentar aparecer e ser notado,
passando longos 30 anos sendo visto como um idiota a ser ignorado.
Agora, você acha mesmo
que quem venera esse cara, e ainda festeja torturador, aplaude assassinatos de
PMs, difunde teses anticientíficas no meio de uma pandemia mortal e que
idolatra todo tipinho canalha e descompensado seria alguém que teria mínimos
resquícios morais para não fanfarronar clamando pela morte de um adversário que
encara como inimigo mortal?
Isso que tratamos aqui
nem se refere a Lula. Podia ser sobre o padeiro da esquina, sobre o técnico da
seleção, sobre um funkeiro ou uma atriz famosa. Seria “natural” que alguém não
nutrisse amores ou não incluísse em suas orações pedidos de melhora para alguém
que odeie ou deteste muito, mas como disse, nem é disso que se trata esse
texto. Cada um age como bem entender em relação ao outro.
Falamos aqui sobre esse
barbarismo insano, exibicionista. É uma espécie de concurso para ver quem é o
mais asqueroso, para eleger o maior mau-caráter do país, o soberano da
escrotice nas redes. Essa gente é desajustada por se espelhar numa figura
repulsiva que é vista no planeta todo como um pária nojento, é
disfuncional por comprometer e submeter sua capacidade como ser humano
simplesmente para bajular um facínora, e é safada por fazer tudo isso com plena
consciência. Trocando em miúdos, falamos de uma seita e é impossível encarar
isso com alguma racionalidade a ponto de nos espantarmos com esse
comportamento.
Nós vivemos para ver
uma sociedade em que ser nocivo nas relações e abjeto nas atitudes é motivo de
orgulho para quem quer aparecer e se integrar com seus iguais. Vale tudo nessa
busca mesquinha por uma migalha de atenção, sempre se alimentando dessa máquina
sórdida de triturar consciências e freios morais.
Pare, pense e reflita.
Você deveria mesmo se surpreender ou se chocar com tudo isso que viu hoje? Ah,
faça-me o favor...
¨ Médicos
ironizam internação e desejam a morte de Lula em redes sociais. Por Zé Barbosa Júnior
Num perfil da rede
social instagram voltado para médicos e pessoas ligadas à medicina, a notícia
da ida urgente do presidente Lula para a UTI do Hospital Sírio Libanês e depois
sua transferência para São Paulo ocasionou uma série de comentários maldosos e
repletos de ódio por parte de médicos e enfermeiros que não se contiveram em
responder ao post original com ironias e desejos hediondos de morte ao
Presidente da República. O post coloca de forma que deixa no ar uma certa
ironia na legenda da foto: "Prepara a sala porque vai subir um hematoma
subdural crônico agudizado pra drenar".
Muitos comentários na
postagem se mostravam assustados com a baixeza e a crueldade de falas feitas
por aqueles que fizeram juramento de cuidar da vida humana desejando as piores
coisas ao presidente e sem vergonha alguma de mostrar seus rostos e perfis,
dado por certo a impunidade de seus atos e palavras públicas. O desejo de morte
e de sofrimento por parte de médicos realmente causou estranheza e asco por
parte de quem leu os comentários perversos e abjetos.
Um rapaz que se
descreve como servidor público concursado, altruísta e empreendedor diz que o presidente
deveria “ir se drenar no SUS” e em seguida arremata com uma pergunta irônica se
o presidente é um homem ou um gato, já que gastou 4 vidas, e comemora que só
restam 3. Um outro que se apresenta como biomédico e socorrista diz que
“torcemos pela alta celestial”, evocando a morte de Lula.
O festival de baixezas
e horrores continua com um estudante de medicina numa universidade do Paraguai
ao se declarar com emojis apaixonados, “hematoma, eu te amo”, enquanto um
ortopedista membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia ironiza
o cântico religioso e posta que o objetivo é fazer uma “corrente de oração”,
cantando: “segura na mão de Deus... e vaaaaaaiiiiii”.
Outro ortopedista faz
um comentário cruel, pois ainda traz á tona a morte de dona Marisa Letícia, ao
dizer “dona Marisa está com saudades” e por fim um rapaz que se apresenta como
médico no Ceará e Piauí é mais contundente e aberto em sua postagem: “pronto,
Satanás, tá nas tuas mãos, já pode puxar pra baixo”.
Muitas pessoas que não
concordaram com os comentários de ódio chegaram a marcar o Ministério Público
Federal e ministros do STF, denunciando os perfis por incitação ao ódio e
manifestações de violência.
¨ Psicanalista
destrincha ódio bolsonarista contra Lula. Por Iara Vidal
A bem-sucedida cirurgia
de emergência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva trouxe alívio a aliados e seguidores nesta terça-feira (10).
No entanto, um cenário preocupante emergiu nas redes sociais alinhadas
ao bolsonarismo, onde a internação do presidente foi usada como combustível
para ataques e desinformação.
A intervenção cirúrgica
para tratar uma hemorragia intracraniana provocada por uma queda reacendeu o
debate sobre os limites éticos do discurso público. Enquanto mensagens de apoio
inundaram os perfis do presidente e de sua esposa, Janja, nos círculos
bolsonaristas, o tom foi de comemoração.
Frases carregadas de
hostilidade, piadas mórbidas e distorções sobre o estado de saúde de Lula
ganharam força, reforçando o fanatismo político e a polarização extrema no
Brasil.
Em conversa exclusiva
com a Fórum,
a psicanalista e socióloga Ingrid
Gerolimich comenta que o ódio bolsonarista contra o
presidente Lula transcende o debate político e expõe uma dinâmica psicológica e
social enraizada no desamparo coletivo, alimentada por ideologias
autoritárias.
Ela explica que essa
manifestação agressiva está profundamente ligada ao que Sigmund Freud descreveu
em "O Futuro
de uma Ilusão": a busca por pertencimento em meio ao colapso
de estruturas simbólicas e à insegurança gerada pelas rápidas transformações
do capitalismo contemporâneo.
<><> O ódio como "nova
religião"
No bolsonarismo,
Gerolomich identifica uma espécie de "neofundamentalismo político",
em que a ideologia assume o papel de uma nova religião. Essa "fé" se
fundamenta em figuras messiânicas, como Jair Bolsonaro, e
narrativas que prometem salvação e proteção contra um "outro"
construído como inimigo.
Lula, nesse contexto, é
elevado a um arquétipo do mal absoluto, simbolizando tudo o que o bolsonarismo
rejeita: mudanças sociais, moralidade progressista e a pluralidade política.
Essa dinâmica cria uma
ilusão coletiva que organiza os medos e angústias dos indivíduos, projetando em
Lula o papel de bode expiatório.
"O desejo de
morte contra Lula reflete uma tentativa desesperada de recuperar controle e
segurança em um ambiente de caos e desilusão", explica Gerolomich.
<><> A ferida narcísica da derrota
Freud destaca, em seus
estudos, o papel das figuras de autoridade na psique coletiva. Para os
apoiadores de Bolsonaro, a derrota nas urnas e a volta de Lula ao poder
representam uma ferida narcísica profunda, abalando a ilusão de que o
bolsonarismo seria a única força legítima para governar o país.
Essa frustração,
segundo Gerolomich, provoca um deslocamento dos impulsos destrutivos, que
encontram em Lula um alvo simbólico para canalizar suas angústias reprimidas.
"A ideologia
bolsonarista reforça a exclusão e a violência como meios de proteger as
estruturas tradicionais. No entanto, ao invés de coesão, essas dinâmicas apenas
amplificam o desamparo e a hostilidade coletiva", afirma a psicanalista.
<><> A psique do ódio coletivo
O desejo de morte
dirigido a Lula não é apenas uma manifestação política, mas um sintoma psíquico
e social. Ele emerge como resposta ao colapso das ilusões sociais, incapazes de
conter os impulsos destrutivos reprimidos.
Para Gerolomich, a
violência simbólica e real expressada nas redes bolsonaristas contra o
presidente reflete uma busca por pertencimento em um grupo que promete proteção
e coesão, mas que, na prática, opera pela exclusão e pela destruição.
<><> Um alerta para a democracia
A análise psicanalítica
de Gerolomich revela como movimentos autoritários e polarizados utilizam o ódio
como um afeto aglutinador, criando inimigos para justificar suas frustrações.
No entanto, ela alerta que essa dinâmica, ao transformar adversários políticos
em símbolos de ameaça existencial, enfraquece o tecido democrático.
"Quando o ódio
é o afeto central de uma ideologia, não há espaço para diálogo, apenas para
confronto e destruição", conclui Gerolomich.
O desafio, portanto, é
romper esse ciclo de desamparo e violência, resgatando a capacidade de lidar
com o dissenso sem recorrer ao ódio como resposta primária.
A análise expõe a
complexidade do ódio bolsonarista contra Lula e ressalta a importância de
compreender as raízes psíquicas e sociais desses impulsos para proteger a
democracia e reconstruir as bases do diálogo público.
¨ Freud explica: Ódio, desinformação e pulsão de
morte - o lado sombrio do bolsonarismo
Enquanto a notícia da
bem-sucedida cirurgia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva traz alívio a
aliados e seguidores, um cenário diferente se desenha nas redes sociais
alinhadas ao bolsonarismo.
A internação de Lula para uma
intervenção cirúrgica de emergência nesta terça-feira (10), trouxe à tona um
fenômeno preocupante: a celebração da fragilidade humana como arma
política.
Nas redes sociais, a notícia
foi combustível para desinformação e ataques de bolsonaristas que expuseram o
nível alarmante de fanatismo político no debate público brasileiro.
Enquanto médicos
confirmavam o bom estado clínico de Lula após a cirurgia, usuários
bolsonaristas nas redes espalhavam desinformação, referindo-se ao episódio como
um "derrame", termo popular para acidente vascular cerebral (AVC),
algo que os profissionais de saúde descartaram.
Entre as postagens mais
comentadas, não faltaram danças, piadas e mensagens de ódio, algumas com
desejos explícitos de sofrimento ao presidente.
<><> Freud explica
A reação das hordas
bolsonaristas à internação de Lula reflete uma dinâmica explorada pela
psicanálise: a pulsão de morte, conceito introduzido
por Sigmund Freud.
Essa força
inconsciente, que age em oposição às pulsões de vida, se manifesta como uma
tendência à destruição, seja direcionada ao próprio indivíduo ou projetada no
outro.
A partir desse
entendimento freudiano, em contextos de fanatismo político como o bolsonarismo,
o "outro" deixa de ser visto como adversário e passa a ser tratado
como inimigo.
Essa desumanização
justifica o regozijo diante do sofrimento alheio, transformando a doença em uma
"vitória simbólica".
<><> Ressentimentos ameaçam a democracia
A filósofa e
psicanalista francesa Cynthia Fleury se destaca por suas análises sobre o
ressentimento e suas implicações nas democracias contemporâneas.
Em sua obra "Curar o
Ressentimento: O Mal da Amargura Individual, Coletiva e Política" ela explora como a amargura e o ressentimento podem envenenar
tanto a esfera pessoal quanto a pública, tornando-se uma ameaça significativa à
democracia.
Em entrevista ao jornal
argentino Clarín, em agosto
de 2023, Fleury destacou que o ressentimento, quando utilizado como força
motriz na política, resulta em violência e destruição, em vez de justiça.
"O
ressentimento como motor da história nunca produziu justiça, apenas violência e
destruição", disse.
Fleury também observa
que o ressentimento é uma força sombria que pode afetar tanto indivíduos quanto
o Estado de Direito, sendo crucial resistir à tentação de transformá-lo no
propulsor de nossas histórias individuais e coletivas.
A filósofa alerta que,
em tempos de intensa fanatismo político, o ressentimento pode levar à
desumanização do outro, comprometendo a possibilidade de diálogo e construção
coletiva, elementos essenciais para a saúde das democracias modernas.
Para Fleury, é
imperativo que tanto indivíduos quanto sociedades identifiquem e diagnostiquem
o ressentimento, resistindo à tentação de torná-lo o motor de suas narrativas
pessoais e políticas. Ela propõe caminhos de sublimação, criação e cura para
enfrentar esse desafio.
<><> Celebração da fragilidade alheia
A psicóloga social
Miriam Abramovay, coordenadora do Programa de Estudos e Políticas sobre
Juventude, Educação e Gênero da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais
(FLACSO), avalia que a celebração da fragilidade alheia, especialmente em
contextos políticos como o brasileiro, pode ser interpretada como uma projeção
de angústias internas.
Ela fez essa análise
durante uma entrevista concedida ao Centro de Referências em Educação Integral,
em março de 2023, no contexto do violento ataque contra a Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, em São
Paulo (SP).
Abramovay destacou que
a escola muitas vezes se torna palco de violências devido à falta de programas
nacionais de convivência escolar, o que evidencia a necessidade de políticas
públicas voltadas para a melhoria do ambiente educacional.
Essa análise pode ser
estendida ao cenário político, onde a ausência de espaços de diálogo e
compreensão mútua facilita a projeção de inseguranças internas nos adversários,
resultando em desumanização e celebração do sofrimento alheio.
"A celebração
da fragilidade do outro reflete uma projeção de angústias internas. É a
manifestação de um desejo inconsciente de controle sobre aquilo que parece
ameaçador ou diferente", explica Abramovay.
<><> Redes sociais: amplificadoras da
pulsão de morte
A internação de Lula
expôs mais uma vez o uso das redes sociais como palco para disseminação de
discursos de ódio por bolsonaristas.
Após a divulgação do
procedimento médico, grupos de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro
celebraram o ocorrido, disseminando mensagens agressivas e desinformação sobre
o estado de saúde do presidente.
Mensagens que
celebravam a internação de Lula, algumas sugerindo "justiça divina"
ou ridicularizando sua condição, rapidamente ganharam espaço no X (antigo Twitter)
e outras plataformas.
Esse deplorável
comportamento digital representa um perigo ao normalizar a desumanização de
adversários políticos e reforçar a polarização.
Os discursos de ódio
associados à polarização extrema não afetam apenas o ambiente digital, mas
também ameaçam o tecido democrático. Essas manifestações enfraquecem o diálogo
e criam um ambiente hostil à construção de consensos.
<><> Ódio gera lucro para plataformas
Durante entrevista
ao Jornal da USP, em março
de 2023, o chefe da área de Liberdade de Expressão e Segurança de Jornalistas
da Unesco, Guilherme Canela, destacou o caráter mercantil do discursos de ódio.
"O ódio e a
desinformação geram reações emocionais intensas, o que é rentável para as redes
sociais, mas custa caro para a sociedade ao enfraquecer o diálogo e fortalecer
a hostilidade coletiva", afirmou.
<><> Respostas institucionais e
regulação
A internação de Lula
ocorre em meio a discussões sobre a regulação das redes sociais no Brasil.
Neste ano, o tema ganhou tração sob a liderança do presidente.
A proposta do governo é
estabelecer regras claras para combater desinformação, discurso
de ódio e outros conteúdos prejudiciais que circulam no ambiente digital.
O presidente Lula
enfatizou, em diversos momentos, que a falta de regulamentação adequada
contribui para o enfraquecimento da democracia e para a disseminação de
informações falsas, como evidenciado durante a pandemia de Covid-19 e nos
atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
Engrossa a lista de
exemplos da urgência do debate o fenômeno horrendo de bolsonaristas que
celebram e distorcem a internação do presidente Lula.
Em eventos recentes,
Lula defendeu a criação de diretrizes globais, alinhadas aos princípios dos
direitos humanos, como parte de uma agenda internacional liderada por
instituições como a Unesco.
<><> Propostas em
discussão
O governo brasileiro
propõe medidas como:
·
Transparência nas plataformas: Exigir que redes sociais revelem como algoritmos funcionam e como
influenciam o consumo de informações.
·
Responsabilização das empresas: Plataformas poderiam ser responsabilizadas por conteúdos ilícitos
caso não atuem para removê-los após notificação.
·
Proteção à liberdade de expressão: Medidas preventivas para evitar censura e garantir um
equilíbrio entre controle de conteúdo e liberdade de opinião.
<><> Reações
bolsonaristas
A proposta enfrenta
resistência de setores políticos, incluindo a oposição bolsonarista, que alega
riscos de censura e interferência na liberdade de expressão (na verdade, de
agressão). Empresas de tecnologia, como Meta e Google, têm mostrado preocupação
com o impacto econômico e operacional de uma eventual regulação.
<><> Próximos passos
O governo pretende
enviar ao Congresso um projeto de lei consolidado até o início de 2025,
buscando apoio para aprová-lo em um contexto de pressão internacional e
discussões intensas sobre a regulação digital.
A questão reflete um
debate global, no qual o Brasil busca protagonismo ao propor um modelo
regulatório que possa servir como referência para outros países, equilibrando
os direitos individuais e a proteção das democracias frente aos desafios
impostos pelas redes sociais.
Fonte: Fórum
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