Crime
organizado: 15 investigados por desvio milionário de recursos públicos na BA, SP
e em GO, são presos pela PF
Quinze pessoas foram presas pela Polícia Federal,
na manhã desta terça-feira (10), na Bahia, São Paulo e Goiás, durante uma operação contra uma organização criminosa suspeita de
atuar em fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem
de dinheiro.
A “Operação Overclean” faz parte de uma
força-tarefa da Polícia Federal, Ministério Público Federal (MPF), Receita
Federal e a Controladoria-Geral da União. A organização criminosa é suspeita de ter movimentado cerca de R$ 1,4 bilhão,
incluindo R$ 825 milhões em contratos firmados
com órgãos públicos apenas em 2024.
Segundo a Receita Federal, a organização criminosa
usava um esquema estruturado para direcionar recursos públicos de emendas
parlamentares e convênios para empresas e indivíduos ligados
a administrações municipais.
Segundo a Polícia Federal, foram expedidos 17 mandados de prisão preventiva (duas pessoas
estão foragidas), além de 43 mandados de busca e apreensão e
ordens de sequestro de bens, na Bahia, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais e
Goiás.
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Veja as cidades da operação:
·
Jequié (BA);
·
Wagner (BA);
·
São Paulo (SP);
·
Goiânia (GO);
·
Palmas (TO).
A reportagem da TV Globo apurou que 26 dos 59
mandados judiciais foram cumpridos em Salvador. Entre os presos estão:
·
José Marcos Moura, empresário
conhecido como "Rei do Lixo". Policiais federais fizeram buscas na
empresa dele, chamada MM Limpeza Urbana;
·
Lucas Maciel Lobão Vieira, ex-coordenador
estadual do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) na Bahia;
·
Flávio Henrique de Lacerda Pimenta,
servidor da Secretaria de Educação da capital baiana (Smed);
·
Os irmãos e empresários Alex Rezende Parente e Fábio Rezende Parente.
·
Francisco Nascimento, vereador e
primo do deputado Elmar Nascimento (União-BA). Antes de ser preso, Francisco tentou se
livrar de dinheiro em espécie que mantinha em casa.
Os policiais federais apreenderam dinheiro em
espécie na casa em que Flávio Henrique foi preso, em Salvador. Não há
informações sobre o valor.
O g1 entrou em
contato com o DNOCS e com a Smed e aguarda posicionamentos sobre o caso. A
reportagem também tenta contato com as defesas dos investigados.
A PF informou que foi determinado o sequestro de R$
162.379.373,30, referentes ao valor obtido pela organização criminosa por meio
dos crimes investigados, três aeronaves, imóveis de alto padrão (casas, lotes e
apartamentos), três barcos e dezenas veículos de luxo. Também foi ordenado o
afastamento de oito servidores públicos.
As investigações, que contaram com cooperação
policial internacional por intermédio da Agência Americana de Investigações de
Segurança Interna (HSI), apontam que a organização criminosa teria desviado recursos públicos
federais, originalmente destinados a emendas parlamentares e convênios, para
empresas e indivíduos ligados a administrações municipais.
O desvio ocorria por meio de contratos
superfaturados firmados com o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas.
Os crimes apurados incluem corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em
licitações e contratos e lavagem de dinheiro.
<><> Modus operandi
Os investigadores da Receita Federal descobriram
que uma organização criminosa estava utilizando um esquema estruturado para
desviar recursos públicos. Esses recursos, provenientes de emendas
parlamentares e convênios, eram direcionados para empresas e indivíduos ligados
a administrações municipais.
As investigações constataram a
prática de superfaturamento em obras e desvios de recursos com o apoio de
interlocutores que facilitavam a liberação de verbas destinadas a projetos
previamente selecionados pela organização criminosa.
<<<< Veja abaixo como o grupo atuava:
·
Por meio de operadores centrais e regionais, que
cooptavam servidores públicos para obter vantagens indevidas, tanto no
direcionamento quanto na execução de contratos;
·
Após garantir a celebração dos contratos
fraudulentos, as empresas envolvidas superfaturavam valores e aplicavam preços
acima dos preços referenciais de mercado;
·
Os pagamentos de propinas eram realizados por meio
de empresas de fachada ou métodos que dificultavam a identificação da origem
dos valores.
A Receita Federal informou ainda que as
investigações apontaram também que a lavagem de dinheiro era realizada de forma
"altamente sofisticada", incluindo o uso de:
·
Empresas de fachada controladas por “laranjas”, que
movimentavam os recursos ilícitos;
·
Empresas com grande fluxo financeiro em espécie,
utilizadas para dissimular a origem dos valores desviados.
Relatórios elaborados pela Receita Federal, em
cumprimento à ordem judicial, apontaram inconsistências fiscais, movimentações financeiras incompatíveis,
omissão de receitas, utilização de interpostas pessoas e indícios de variação
patrimonial a descoberto.
Os crimes apurados incluem corrupção ativa e
passiva, com penas de 2 a 12 anos de reclusão, peculato, fraude em licitações e
contratos e lavagem de dinheiro. As penas somadas podem ultrapassar 50 anos de
reclusão, além das multas previstas na legislação.
¨
Vereador joga sacola de dinheiro pela janela antes de
ser preso pela PF
Um dos alvos da Operação Overdean, deflagrada pela
PF, é o vereador Francisco Nascimento, primo do deputado Elmar Nascimento
(União-BA). Ele é um dos 17 presos na operação.
O vereador Francisco Nascimento, antes de ser
preso, tentou se livrar de dinheiro em espécie que mantinha em casa. E jogou
uma sacola de dinheiro pela janela, antes de ser preso. De nada adiantou.
Ele foi preso preventivamente e o dinheiro,
apreendido. O valor ainda está sendo contato e o vereador terá que explicar a
origem dele e porque mantinha tanto dinheiro em casa e não optou por deixar no
banco , de forma rastreável.
Além do montante encontrado com Nascimento, a PF
localizou com outro alvo, Flavio Henrique Lacerda Pimenta, R$ 700 mil
em espécie.
¨
Ex-deputado Natalino é preso em operação do MPRJ contra
grilagem de terra em Búzios
O ex-deputado estadual Natalino José Guimarães foi
preso, na manhã desta terça-feira (10), em Campo Grande, Zona Oeste do Rio, em
uma operação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) contra prática de
grilagem em Búzios, na Região dos Lagos do estado.
Em 2008, Natalino já havia cumprido pena por
porte ilegal de armas e formação de quadrilha. Na
época, foi apontado pela polícia
e pelo MPRJ como um dos chefes de uma milícia que atua na Zona Oeste do Rio.
Além do ex-deputado, outros 6 mandados de prisão
preventiva e 12 de busca e apreensão foram cumpridos em diversos endereços nos
municípios de Búzios, Cabo Frio, Rio das Ostras, além da capital fluminense.
A investigações tiveram início a partir de
denúncias de invasões de terras por grupos armados em diversos terrenos na
região da Estrada da Fazendinha.
Segundo a denúncia do MPRJ, o grupo estaria em
atividade desde 2020, utilizando práticas violentas e fraudulentas para ocupar
e comercializar terrenos na região.
Ainda de acordo com as investigações, a quadrilha
usava seguranças armados para intimidar moradores e proprietários, e ainda
desmatava áreas protegidas e promovia queimadas.
A Estrada da Fazendinha fica no bairro Baía
Formosa, em Búzios, próximo à divisa com Cabo Frio.
A operação conta com o apoio da 127ª DP (Búzios) e
do 14° BPM (Bangu).
Quando chegou na Cidade da Polícia, no Jacarezinho,
na Zona Norte, para onde foi levado preso para prestar depoimento, o
ex-deputado afirmou que era inocente das acusações.
"Sou inocente de tudo. Esses fatos não são
verdadeiros. Eu quero viver a minha vida ao lado da minha família. Eu não tenho
nada a ver com isso. Vou procurar a Justiça. Espero que a Justiça faça a justiça
que não fizeram comigo no passado", contou.
Natalino ainda completou: "Nego completamente
[qualquer crime]. Não tem empresa nenhuma em Campo Grande".
Irmão morto em 2020
Natalino era irmão do ex-vereador Jerônimo
Guimarães Filho, o Jerominho, que morreu em
2022 após ser baleado na Estrada Guandu do Sapé, em Campo Grande,
na Zona Oeste do Rio. Jerominho era apontado como um dos fundadores da milícia Liga
da Justiça.
Jerominho, foi vereador do Rio de Janeiro, pelo
PMDB, por dois mandatos, entre 2000 e 2008. Contudo, um ano antes de terminar
seu segundo mandato na Câmara Municipal do Rio, ele foi preso e permaneceu em
penitenciárias federais por 11 anos.
Em 1998, ele tentou uma vaga de deputado estadual,
mas com 18.152 votos não conseguiu ser eleito. Ele concorreu pelo PSC.
¨ Mesmo preso,
Beira-Mar é alvo de operação contra roubo de cargas no RJ
Policiais civis da 60ª DP (Campos Elíseos) e
promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ),
com apoio da Polícia Militar, iniciaram, nesta terça-feira (10), uma operação
contra uma quadrilha que atua em roubos de cargas na Baixada Fluminense. O prejuízo estimado é de cerca de R$ 4 milhões.
Um dos alvos é Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, apontado pelo MP como o chefe da organização criminosa. Um mandado de
busca e apreensão está sendo cumprido no Presídio Federal de Catanduvas, onde o
traficante está preso desde março desse ano. Essa é a 5ª passagem dele
pelo presídio de segurança máxima.
“O denunciado Luiz Fernando da Costa, vulgo
‘Fernandinho Beira-Mar’, encontra-se preso há décadas, como uma verdadeira
enciclopédia criminal, contendo 89 (oitenta e nove) anotações criminais no
Portal de Segurança e ainda assim, exerce soberania sobre os criminosos que
lhes são subordinados, mantendo seus redutos, através do império do medo, sendo
a principal liderança nas Comunidades Parque das Missões e Jardim Ana Clara, em
Duque de Caxias”, diz a denúncia do MP.
Até a última atualização desta reportagem, dois
homens foram presos. Um estava com uma moto roubada e drogas. O outro estava
com uma pistola, rádios de comunicação, maconha e cartões de crédito roubados,
segundo a polícia.
A ação faz parte da 2ª fase da Operação Torniquete,
que tem como objetivo reprimir roubos, furtos e receptação de cargas e de
veículos.
Os delitos financiam as atividades das facções
criminosas, disputas territoriais e garantem pagamentos a familiares dos
integrantes da quadrilha, estejam eles detidos ou em liberdade. Desde setembro,
já são mais de 240 presos,
além de veículos e cargas recuperados.
As investigações comprovaram que integrantes de uma
organização criminosa, aliados a ladrões de carga, foram responsáveis por
cometer dezenas de roubos de carga em vias expressas. O grupo — oriundo das
comunidades Cangulo, Rua Sete, Jardim Ana Clara e Parque das Missões — atua na
Avenida Brasil, na Rodovia Washington Luis e na Rio-Magé.
Os agentes conseguiram delimitar toda a estrutura
hierárquica do bando, que utiliza armamento e aparelho bloqueador de sinais
fornecidos pela facção. Em troca, 50% da renda obtida com os roubos eram
repassadas à organização criminosa.
Ao todo, são 28 alvos de busca e apreensão — 11
deles estão presos. Os mandados são cumpridos em 6 presídios, sendo 5 no Rio de
Janeiro e 1 na unidade federal no Paraná.
<><> Confira:
1. Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar: Presídio Federal de
Catanduvas, no Paraná;
2. Cristiano Gregório de Lucena, o Zé Galinha: Penitenciária Moniz Sodré;
3. Marcus Vinicius Gomes dos Santos, o TBR ou Tubarão: Penitenciária Moniz
Sodré;
4. Hugo da Cunha Carvalho, o Cesar ou Abraão: Cadeia Pública Jorge Santana;
5. Lucas de Oliveira Silva, o LC ou Paraíba: Presídio Pedro Mello da Silva;
6. Marcos Vinícius dos Santos Silva, o Chocolate: Cadeia Pública Paulo
Roberto Rocha.
¨ CACs são
presos por rastrear suspeito de roubo e matá-lo a tiros
Um grupo de cinco homens foi preso em
flagrante após rastrear um suspeito de roubar carros, matá-lo a tiros e
transportar o corpo na carroceria de uma caminhonete nesta
segunda-feira (9), no Butantã, na Zona Oeste de São Paulo. Entre os presos, dois têm o registro CAC (Colecionador, Atirador
Desportivo e Caçador). A ação foi registrada por câmeras de segurança.
Horas antes, dois criminosos tinham roubado um
carro no Jaguaré, também na Zona Oeste da cidade. Por meio de um dispositivo de
rastreador, o proprietário do veículo, que é CAC, conseguiu localizá-los na
região do Rio Pequeno.
Em seguida, o homem reuniu dois vizinhos — sendo um
deles CAC e armado — e seus dois filhos para ir atrás do carro roubado, que
estava sendo usado em outro assalto.
Conforme os vídeos, obtidos pela TV Globo, os
criminosos haviam acabado de abordar um entregador de mercadorias de uma
plataforma digital, que dirigia uma van, quando o grupo chegou.
Pelas imagens, Renato Gomes Figueiras desceu da
picape atirando em direção aos assaltantes. O ladrão que dirigia o carro
roubado conseguiu fugir, enquanto o outro foi baleado. O atirador não tinha
registro CAC.
O grupo ainda arrastou o corpo do criminoso para a
caçamba da picape e fugiu do local. Momentos depois, o quinteto foi parado por
uma equipe da Guarda Civil Metropolitana (GCM) no Butantã, que descobriu que
eles estavam transportando um corpo.
Eles foram presos em flagrante e levados para o 14°
Distrito Policial de Pinheiros, que investiga o caso.
Segundo o advogado dos atiradores, José Daldete de
Lima, os assaltantes teriam atirado e, por isso o grupo revidou os tiros. A
defesa ainda alegou que eles iriam levar o homem baleado a um hospital da
região.
"O caso foi registrado como homicídio, roubo
de veículo, fraude processual e tentativa de homicídio no 14° DP (Pinheiros).
As diligências prosseguem visando o total esclarecimento dos fatos",
informou a Secretaria da Segurança Pública em nota.
Fonte: g1
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