Escândalo de diploma falso faz aliados de
Bolsonaro avaliarem abandonar candidatura do PL em Goiânia
Integrantes da cúpula
do PL expressaram surpresa ao tomarem conhecimento da revelação sobre o diploma
falso do candidato da sigla à prefeitura de Goiânia, Fred Rodrigues. O episódio
levou a um movimento interno em defesa do desembarque do partido da candidatura
de Rodrigues, que se encontra no segundo turno contra Sandro Mabel (União
Brasil), porém atrás nas pesquisas.
Aliados de Jair
Bolsonaro (PL) avaliam que a confirmação da informação pelo próprio candidato
compromete a "retidão" esperada por eleitores conservadores. Dois
membros da Executiva do partido, ouvidos pelo jornal O Globo, afirmaram
que Rodrigues deve enfrentar um processo interno por conta da falsidade.
O incidente é
considerado uma violação do Código de Ética do PL e os aliados de Bolsonaro
acreditam que isso desgasta a imagem do ex-mandatário, que prometeu ir a
Goiânia no domingo (27), dia da votação, para apoiar Rodrigues. Além disso,
está previsto um ato ao lado da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro nesta
quinta-feira (24).
Rodrigues, por sua
vez, alega que sua equipe cometeu um erro ao registrar as informações e que
solicitará a correção à Justiça Eleitoral. Entretanto, segundo reportagem do
site Metrópoles, Rodrigues assumiu o cargo de diretor de Promoção de Mídias
Sociais da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) em 2023, posição que exigia
formação superior completa.
O estatuto do PL
menciona no artigo 10 as infrações éticas passíveis de punição, incluindo
"agir com improbidade ou má exação no exercício de cargo ou função
pública". Isso abre a possibilidade de que ele enfrente sanções por parte
da própria legenda.
Aliados de Bolsonaro
comparam o erro de Rodrigues a um episódio que desgastou a imagem do
ex-presidente em 2022, quando a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi
flagrada em uma perseguição armada a um homem negro em São Paulo. Com isso, já
há vozes entre seus apoiadores sugerindo que Bolsonaro não deve estar ao lado
de Rodrigues durante a votação de domingo.
Sandro Mabel tem
explorado amplamente o escândalo do diploma falso. Ele, que conta com o apoio
do governador Ronaldo Caiado, disputa o voto bolsonarista na capital goiana.
Durante um debate na TV Record, Rodrigues foi confrontado por Mabel sobre sua
formação em Direito, afirmando ser "formado". No entanto, o plano de
governo apresentado na Justiça Eleitoral o descreve como "bacharel em
Direito". Rodrigues até publicou um histórico escolar em suas redes
sociais para comprovar sua formação, mas a universidade na qual ele se
matriculou declarou que "nunca expediu diploma".
A universidade,
segundo a reportagem, informou que Rodrigues ingressou no curso de Direito em
2004, por meio de transferência de outra instituição, mas teve seu cadastro
desativado em 2013 por não ter concluído a graduação. "O estudante não
integralizou a matriz curricular do curso superior em Direito nesta
Universidade, faltando o cumprimento das 200 horas de atividades
complementares, componente curricular obrigatório", declarou a instituição
à Justiça Eleitoral.
Mabel continuou a
explorar o tema em um debate na manhã desta quarta-feira, organizado pela rádio
CBN de Goiânia e pelo jornal "O Popular", onde o candidato do União
Brasil acusou Rodrigues de ser uma "fraude completa".
Uma pesquisa do
instituto Quaest divulgada na última quinta-feira (17) mostra Mabel liderando
com 46% das intenções de voto, enquanto Rodrigues aparece com 39%, considerando
o recorte estimulado, quando os nomes dos candidatos são apresentados aos
eleitores.
¨ Vereador bolsonarista que já atirou em foto de Lula ameaça
candidato do PT em Fortaleza
O vereador de
Fortaleza Inspetor Alberto (PL), que já foi condenado a pagar uma multa de R$ 5
mil por atirar contra uma foto do presidente Lula (PT) em 2019, gerou nova
controvérsia ao publicar um vídeo nas redes sociais ameaçando o candidato do PT
à prefeitura da capital cearense, Evandro Leitão. Segundo a coluna do
jornalista Igor Gadelha, do Metrópoles. As ameaças foram feitas durante uma carreata em
apoio ao também candidato bolsonarista André Fernandes (PL), que disputa o
segundo turno contra Leitão.
“Leitão, filho da
p***, tu vai para churrasqueira. Prepara teu caixão, vagabundo”, disparou o
vereador em um tom agressivo, gerando repercussão imediata nas redes sociais e
na imprensa. Em resposta, a campanha de Evandro Leitão afirmou que registrará
um boletim de ocorrência contra o parlamentar por ameaça.
A disputa entre Leitão
e Fernandes é acirrada, com ambos empatados nas pesquisas eleitorais, o que
intensifica ainda mais a rivalidade entre os candidatos. Segundo pesquisa
Quaest, divulgada nesta quarta-feira (23) e contratada pela TV Verdes Mares,
mostra um cenário de disputa acirrada no segundo turno das eleições para a
prefeitura de Fortaleza. De acordo com os números, o candidato Evandro Leitão
(PT) lidera com 44% das intenções de voto, enquanto André Fernandes (PL) segue
logo atrás com 42%.
A pesquisa foi
realizada de forma presencial com 900 eleitores de Fortaleza e possui um nível
de confiança de 95%, o que significa que os resultados têm 95% de chance de
representar a realidade eleitoral. O levantamento está registrado no Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo CE-04417/2024.
¨ Câmara paga deslocamento em nome de Carlos Jordy a casa de
entretenimento adulto em SP
A Câmara dos Deputados
reembolsou o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ), atualmente candidato à
prefeitura de Niterói, por deslocamentos em São Paulo a uma "casa de
diversão adulta" na região central, no bairro da Aclimação, e outros
bares, informa o
jornal O Globo. Os valores totalizaram R$ 188, sendo R$ 91,54 destinados às
corridas para o estabelecimento noturno.
Os deslocamentos
ocorreram entre os dias 28 e 31 de março de 2019, pouco após Jordy assumir seu
primeiro mandato como deputado. As corridas reembolsadas incluem uma viagem, às
1h06 do dia 29 de março, para o local descrito como “a melhor casa de diversão
adulta de São Paulo”, e outra corrida no dia 31 de março, às 3h15, para a mesma
região.
Jordy alegou que as
viagens foram realizadas por um ex-assessor e que irá devolver os valores à
Câmara. O deputado destacou que, com um salário de R$ 40 mil, não teria
necessidade de solicitar o reembolso e que a inclusão de seu nome nos recibos
visava facilitar o processo de reembolso. Ele também afirmou que está
investigando o caso e tomará providências para evitar erros futuros.
Carlos Jordy, que
recentemente liderou a oposição ao governo Lula na Câmara, deixou o cargo de
liderança para se concentrar na disputa pela prefeitura de Niterói. No primeiro
turno das eleições, Jordy obteve 35,59% dos votos, enfrentando no segundo turno
o ex-prefeito Rodrigo Neves (PDT), que alcançou 48,47%.
¨ Alvo de operação nesta quinta, Complexo de Israel é reduto de
símbolos religiosos e poder bélico no RJ
O tiroteio que matou
uma pessoa e deixou outras cinco feridas na manhã desta quinta-feira (24) na
Avenida Brasil, no Rio de Janeiro, ocorreu após uma operação da Polícia Militar
no Complexo de Israel. O local é dominado pelo Terceiro Comando Puro (TCP) e,
por englobar várias comunidades, é cercado de vias importantes, informa O Globo.
O Complexo de Israel
foi criado em 2020 por Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, integrante da
cúpula do TCP, que diz ser evangélico e é conhecido por atuar com intolerância
contra religiões de matrizes africanas, proibindo o uso do branco em comunidades
dominadas e determinando a destruição de terreiros. Peixão gosta de ser chamado
por seus comparsas como Aarão, nome citado na Bíblia como irmão mais velho do
profeta Moisés.
Nos territórios sob o
seu domínio, o criminoso costuma usar símbolos como a bandeira de Israel e a
Estrela de Davi. Na Cidade Alta, uma caixa d'água ostenta a estrela que atrai
proteção divina. Em 2021, durante uma operação policial, os agentes encontraram
um grande painel com uma pintura que reproduzia parte da cidade de Jerusalém,
além de uma edição de luxo da Torá, o livro sagrado de escrituras religiosas
judaicas.
O poder bélico do
traficante chama a atenção da polícia. Em 2023, foram apreendidos mais de R$1
milhão em armamentos na favela Parada de Lucas. Entre as armas apreendidas,
estavam uma metralhadora. 50 e outra.30. Elas podem fazer disparos que perfuram
a blindagem de veículos e podem até derrubar aeronaves. Na ocasião, além das
metralhadoras, foram apreendidos 15 fuzis, milhares de balas de vários
calibres, e 21 granadas.
Em uma operação no
último dia 10, a polícia encontrou um “resort” de Peixão, com direito a praia
artificial e coqueiros, no Complexo de Israel. A propriedade contava ainda com
academia, área de lazer, piscina, sauna e até pedalinhos, além de espaço dedicado
a festas.
Apesar de integrar a
cúpula do TCP, Peixão costuma ter autonomia para chefiar o tráfico nas
comunidades que controla, sem sofrer interferências da facção criminosa.
Segundo a polícia, o bandido já chegou a ficar escondido fora do Rio, em Santa
Catarina, usando documentos falsos.
¨ Bolsonaro acima de tudo, Caiado acima de todos. Por Frederico
Assis Brasil
A capital goianiense
nunca esteve tão dividida e polarizado, mesmo que o seu conservadorismo
político seja tão grande ao ponto de expelir a esquerda da disputa municipal.
Oficialmente, a batalha pela prefeitura coloca no segundo turno o ex-deputado
estadual Fred Rodrigues (PL) e o ex-deputado federal Sandro Mabel (UB). Na
verdade, trata-se de uma rodada do tabuleiro, em que será decidido se Bolsonaro
ou Caiado é que vai manter ou assumir, respectivamente, a liderança hegemônica
na direita no Brasil.
Primeiramente, é
preciso desconstruir a imagem de que o neofisiocrata Caiado é um estadista
moderno. A percepção de que Bolsonaro é extrema-direita em relação ao Caiado,
apontado como centro-direita, é uma falácia que se escora em fatos pontuais, em
que o governador de Goiás, por ser médico, foi obrigado a defender sua
profissão diante do negacionismo científico invertebrado de Bolsonaro. Mas, é
claro que esse diferencial competitivo não apaga de sua biografia, o karma
familiar marcada pelo monarquismo escravocrata e o republicanismo coronelista,
que, volta e meia, ressurge do inconsciente coletivo para as manchetes de
jornal, como no caso do suposto envolvimento do clã na chacina e queima de
arquivo, envolvendo policiais goiana, em torno da morte do dissidente político
Fábio Escobar em Anápolis. Para além disso, enquanto governador, seja no âmbito
da micro ou macropolítica, o ronaldismo é implantando, aproveitando do resíduo
inercial do caiadismo autoritário e maquiavélico em Goiás, mais temido do que
amado, ou seja, artimanhas prático-discursivas ostensivas e subliminares de
intimidação. Esse Estado de terror tem silenciado e (auto)censurado toda e
qualquer oposição política nos demais poderes: legislativo, judiciário, MP e
Imprensa. Além disso, tem sido responsável pelo aumento da letalidade
policial para, pela explosão da violência no meio rural contra o
movimento dos sem terra (MST) e incremento da violação de direitos humanos no
sistema carcerário, conforme dados do Relatório de Violações dos Direitos Humanos
do ano de 2023 do Comitê Goiano de Direitos Humanos Dom Tomás Balduíno.
Individualmente
falando, Caiado não pode se furtar do papel com o qual se forjou legislador,
justamente, na esteira da defesa dos terratenentes brasileiros, desde os tempos
em que cofundou a UDR, sempre contrariando os direitos e as identidades
quilombolas e indígenas, em seus anseios por reconhecimento de suas terras
tradicionalmente ocupadas. Maior algoz da presidenta Dilma no Senado, Caiado só
se tornou governador após ter se projetado como uma espécie de promotor do
impedimento da petista, envolvimento afetado e grandiloquente, pois que,
parecia projetar nela a imagem da também petista Thelma Gomez, com quem foi
casado e se divorciou ainda no milênio passado. Essa relação
contraditória, mas de suposta complementaridade contrastiva, que a luta
pela redemocratização uniu, de certa forma, permite falar em uma espécie de
caiado-petismo em Goiás, que tem anulado a consolidação do PT no interior do
Estado, jamais tendo conseguido eleger um senador ou governador, o que reforça
a tese da campanha de Fred, de que Mabel seria um falso direitista, por ter
sido aliado e defensor de Dilma -, mas também de Temer, quando prestou
irrelevantes serviços ao gabinete presidencial, só abandonando o barco após o
aparecimento das gravações de Joesley Batista, naquele dia em que as
“estruturas” do Palácio do Planalto foram abaladas. Ademais, a aliança com
Caiado e Mabel tenta disfarçar um antagonismo que parecia irreconciliável, já
que há 3 anos atrás, na condição de membro do MDB e presidente do sindicato
patronal SESI, ele costumava andar com o adesivo "Caiado Nunca Mais",
parodiando o movimento de direitos humanos contra os crimes de violência
estatal cometidos pela Ditadura militar no Brasil, o que demonstra que
Bolsonaro e Caiado, de certa forma, são farinha do mesmo saco, muito mais do
que Lula e FHC também o erram, apesar das desavenças de irmãos filhos de Dom
Paulo Arns.
Em segundo lugar, é
preciso considerar que o ex-deputado ter sido cassado pelo STE, logo após ter
homenageado Bolsonaro com título de cidadão goiano, sofrendo, segundo ele,
possível perseguição política -, foi um evento que o fortaleceu politicamente,
dando atenção midiática de deputado federal pra.um estadual, o que catalisou
sua carreira em 8 anos pelo menos. Mesmo tendo sido contratado por lealdade
corporativista para ser o mídia influencer da Assembleia pelo presidente da
casa, Bruno Peixoto (UB), que é pressionado por Caiado para denegrir a
capacidade administrativa de Fred, ele se apresenta como candidato
antissistema, a maneira Bolsonaro. De fato, representa uma renovação relativa,
pelo menos, geracional, tecnológica e metodológica (“o meio é a mensagem”) -,
sua campanha não teve tempo de TV, dependendo, exclusivamente, de sua
habilidade hipertextual em criar vídeos virais. Movido pelo velho
neoliberalismo olavista da direita defensor da família, pátria e propriedade,
com sua picardia ácida de stand up comedy tem mobilizado
cidadãos, não somente nativos digitais, refratários ao loteamento de cargos da
prefeitura para os vereadores, sempre em prejuízo da eficiência do serviço
público, a reconhecer nele a figura de um Davi lutando bravamente contra o Golias.
Também neoprotestante, apela para arquétipos bíblicos para camuflar não ter
expertise comprovada de gestão como o milionário candidato Mabel, que de fato
foi um empresário de sucesso no ramo das copiadas rosquinhas de coco, podendo
até reivindicar o título de reinventor da roda. O comunicador ou agitador
social Fred, por outro lado, como afirma seu conteúdo de sua “campanha
ofensiva” -, ofensivo em um tom ridicularizante, desde o primeiro turno, contra
todos os candidatos localizados acima dele nas pesquisas -, não tem
envolvimento ainda em escândalos de corrupção como seu concorrente veterano,
que, supostamente, tinha apelido (“biscoito”) na lista de propina via caixa 2
da Odebrecht, conforme observado em delação premiada da Lava Jato. Porém, não
ter conseguido nem prestar contas para o TSE-GO no prazo de sua candidatura
para vereador, torna necessário apelar para Paulo Guedes, assim como o fez Jair
após o mico de não saber qual era o tripé da economia de mercado. Talvez, por
isso, o ex-Ministro e alguns de seus ex-colaboradores estejam atuando como
coaching do filho tido como prodígio (ou será pródigo?), mas que até a
documentação dessa atual candidatura apresenta dúvidas sobre estado civil e
escolaridade, sugerindo suspeita de falsidade ideológica.
Com uma proposta de
ter um secretariado técnico, apesar de ainda não apresentar os possíveis nomes,
Rodrigues parece ter um trunfo contra seus pontos fracos, capaz de neutralizar
os pontos fortes de Mabel, que, certamente, existem. Isso apesar da sua topeirice
no debate em procurar em hm labirinto de papéis com propostas quilométricas,
contrapondo aos 11 mandamentos da pauta de Fred, na qual o relativa à
militarização de escolas e maior poder letalidade e ostensividade da Guarda
Muncipal, mostra realmente que seu "V" da vitória será um
"L" deitado, para infelicidade do povo pobre, preto e periférico. O
excesso de polidez forçada e pegajosa de Mabel em parecer do povo por um
empresário que nunca pegou ônibus para saber como a comparação com camburão não
é sensacionalismo, acaba tornando Rodrigues um candidato mais latino e sensual,
sangue nos olhos, mesmo que seu charme bufanesco seja de galã canastrão de
novela mexicana.
A inusitada virada de
um candidato de extra direita que estava nos últimos lugares da pesquisa no
primeiro turno é resultado da possibilidade democrática de inclusão e
expressão, concedida pela internet, para o bem e para o mal (fake news,
negacionismo e desinformação e antidemocracia), que permite nomes novos da
classe popular ou não surgirem na arena pública sem apadrinhamentos políticos.
Cabe aqui ressalvar que Fred não teria conseguido se impulsionar para o cargo
de deputado estadual em 2022 só com o auxílio dos algoritmos. Se não fosse o
prestígio conferido pelo canal estatal TBC -, que, passou por uma reformulação
editorial no governo Caiado, o que levou a ser acusado de fazer apologia ao
bolsonarismo explícito -, o ainda não deputado, mas desde sempre eterno
convidado do picaresco programa TBC Debate, não teria se tornado o candidato ao
legislativo goiano, como o mais votado na capital. Em igual medida, sua
popularidade nas redes, assim como a do polesmista Gustavo Gayer -, que cedeu a
primazia da vaga para ser o postulante à prefeitura -, também contribuíram para
elevar a audiência desse veículo do governo na internet. Nesse sentido, pode se
dizer que Caiado, que participou da homenagem na Alego de Rodrigues ao Jair em
2023, quando aquele entregou, ao famigerado e mítico ex-presidente, o título de
cidadão goiano, por inércia, ainda é, na verdade, o grande fiador da ascensão
meteórica desse jovem político. Se Bolsonaro tem seu avatar na campanha de
Fred, Trump também o tem, o que incrementa com ares internacionais de banda
cover a campanha do PL. Isso porque, o vice de Rodrigues é o empresário do ramo
da construção civil Leonardo Rizzo (Novo), cujo posicionamento de imagem como
político gestor nacionalista, remete ao ex-presidente norte-americano. Essa liderança
tem também sua Trump Tower, que, no caso, de Leo, é o Rizzo Plaza, um prédio,
onde seu proprietário, um dos incorporadores do capital rentista de Goiás, não
economizou no quesito óculos de sol e que desde da década de 90 tinha uma
grande e pululante bandeira do Brasil no seu terraço.
Carregando as
externalidades positivas e negativas, o ativo e o passivo das biografias e dos
legados de seus padrinhos políticos, Fred e Sandro, na verdade, sabem que estão
prestes a iniciar uma disputa que vai se desdobrar em outras, em novas
proporções e entre aliados maiores, na esfera estadual e presidencial em 2026
e, que suas vitórias ou derrotas, representarão um eco e reflexo do que poderá
ocorrer no cenário nacional. No entanto, essa, pelo menos, momentânea cisão
precoce entre correntes tão próximas (monarquismo coronelista x republicanismo
golpista?), apesar de ter prejudicado o PT em Goiás, que ficou sem palanque
para o segundo turno, se consolidada, pode favorecer o projeto de continuidade
de Lula (lulopsdbismo ou psbismo, a partir de sua aliança com o ex-tucano
Alckmin), já que essa conjuntura, certamente, criará empecilhos para que esses
grupos de nova e velha direita possam ter clima político para seguirem
uníssonos em seu antipetismo, num futuro eventual e, quase inevitável, segundo
turno entre direita e esquerda pela presidência. É claro, que há a
possibilidade de que passado o furor das eleições, a percepção dos
denominadores comuns voltem a ser maiores, do que as divergências, mas por
enquanto, Goiânia segue mostrado para o Brasil, que é a capital do sertanejo e
da direita e seus 50 tons de cinzas. Afinal, seja o capitalismo do agronegócio,
da indústria, do rentismo e da internet, com seus ganhos passivos com
monetizações de cortes, o que unifica a direita e extrema direita, acima de
todos e de tudo, é o uso populista (autoritário) da política para defesa do
capital.
Fonte: Brasil 247/Fórum
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