sexta-feira, 25 de outubro de 2024

Desembargadores do TJ de Mato Grosso do Sul são afastados por suspeita de venda de sentenças

Cinco desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul foram afastados nesta quinta-feira (24) em razão de uma investigação que apura corrupção e venda de sentenças. Entre os afastados, está o presidente do TJ-MS, Sérgio Fernandes Martins.

Os afastamentos foram determinados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que também autorizou a Polícia Federal a cumprir, com apoio da Receita Federal, 44 mandados de busca e apreensão contra eles, outros servidores públicos, 9 advogados, além de empresários suspeitos de se beneficiarem do esquema.

•        Desembargador comprou carros e imóvel com dinheiro vivo

Entre os indícios contra desembargadores suspeitos da venda de sentenças, a Polícia Federal reuniu relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que apontam movimentações financeiras atípicas de integrantes do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS).

Os documentos são algumas das provas mais robustas do suposto esquema. E implicam, além dos próprios desembargadores, outros funcionários do tribunal e advogados.

Em um dos casos, o Coaf identificou que o assessor de um desembargador sacou dinheiro vivo e pagou boletos do magistrado. A PF suspeita que o esquema envolvia até o pagamento de despesas pessoais dos desembargadores.

O cenário gerado pela operação desta quinta traduz a gravidade do caso: desembargadores usando tornozeleira eletrônica por, supostamente, atuar como os criminosos que eles deveriam julgar.

Cinco desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul foram afastados nesta quinta-feira (24) em razão de uma investigação que apura corrupção e venda de sentenças. Entre os afastados, está o presidente do tribunal, Sérgio Fernandes Martins.

·        Joias, imóvel e veículos

Os relatórios de inteligência financeira produzidos pelo Coaf alertam, ainda, sobre operações com dinheiro em espécie para comprar joias e um imóvel para um dos desembargadores.

Há, também, compras de veículos em concessionários – novamente, com dinheiro vivo. O uso de dinheiro, nesses casos, é sempre visto como uma forma de tentar dificultar o rastreio das operações.

·        Armas e 3 milhões aprendidas pela PF

Durante a operação, foram apreendidas diversas armas na casa de dois desembargadores. Além disso, foram encontrados mais de R$ 3 milhões em espécie. Somente na casa de um dos investigados, foram encontrados R$ 2,7 milhões.

·        Cinco afastados

Os afastamentos foram determinados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que também autorizou a Polícia Federal a cumprir, com apoio da Receita Federal, 44 mandados de busca e apreensão contra eles, outros servidores públicos, 9 advogados, além de empresários suspeitos de se beneficiarem do esquema.

<><> Foram afastados pelo STJ, pelo prazo inicial de 180 dias, os desembargadores:

  • Sérgio Fernandes Martins, presidente do TJ-MS;
  • Vladimir Abreu da Silva;
  • Alexandre Aguiar Bastos;
  • Sideni Soncini Pimentel;
  • Marco José de Brito Rodrigues.

Também foram afastados o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de MS Osmar Domingues Jeronymo e seu sobrinho, também servidor do TJ-MS, Danillo Moya Jeronymo.

Também são investigados um juiz de primeira instância, dois desembargadores aposentados e um procurador de Justiça.

As ordens são cumpridas em Campo Grande, Brasília, São Paulo e Cuiabá.

·        Uso de tornozeleira eletrônica

Os 5 magistrados terão que usar tornozeleira eletrônica e estão proibidos de acessarem as dependências dos órgãos públicos e de se comunicarem com outras pessoas investigadas.

<><> Segundo as investigações, entre os crimes cometidos pelo grupo estão:

  • lavagem de dinheiro;
  • extorsão;
  • falsificação;
  • organização criminosa.

A operação é fruto de três anos de investigação da Polícia Federal e foi batizada de "Ultima Ratio", um princípio do Direito segundo o qual a Justiça é o último recurso do Poder Público para parar a criminalidade.

<><> Leia abaixo a nota divulgada pelo tribunal:

"O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) informa ciência sobre operação deflagrada na manhã de hoje, 24 de outubro, nas dependências desta Corte.

Até o presente momento, o TJMS não teve acesso aos autos e ao inteiro teor da decisão que motivou a ação. Em virtude disso, não dispomos de subsídios suficientes para emitir qualquer declaração ou posicionamento sobre os fatos.

Reiteramos nosso compromisso com a transparência e a legalidade, e assim que tivermos mais informações, estaremos à disposição para atualizações."

¨       Quem são os cinco desembargadores afastados

Os desembargadores Sérgio Fernandes Martins, Vladimir Abreu da Silva, Alexandre Aguiar Bastos, Sideni Soncini Pimentel e Marcos José de Brito Rodrigues foram afastados do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) na manhã desta quinta-feira (24) por suspeita de corrupção e venda de sentenças.

Dos cinco desembargadores alvos da operação, dois ocupam vaga do Quinto Constitucional - vagas preenchidas por advogados e membros do Ministério Público, e não por juízes de carreira.

<><> Veja quem são os 5 desembargadores:

# O primeiro nome alvo da operação deflagrada, foi do presidente eleito para comandar o TJMS a partir de 2025, Sideni Soncini Pimentel é juiz de carreira e chegou ao cargo de desembargador por antiguidade - valorização da longevidade profissional do magistrado - em 2008.

# Sérgio Fernandes Martins é o atual presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), ingressou na magistratura como desembargador em 2007, em vaga do Quinto Constitucional. O magistrado é formado em Ciências Jurídicas e Sociais na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 1982.

# Vladimir Abreu também compõe a lista dos desembargadores envolvidos no esquema de venda de sentenças, juiz de carreira, ele ingressou na magistratura como juiz substituto na comarca de Campo Grande, em 1986 e foi promovido por merecimento ao cargo de desembargador, em 2008.

# Pós-graduado em Direito Constitucional pela Pontifícia Universidade Católica/Escola Superior de Advocacia (PUC/ESA), Alexandre Aguiar Bastos foi juiz substituto do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul no biênio (2010/2012) e empossado a desembargador em 2016 em vaga proveniente da OAB.

# Nascido em Campo Grande, Marcos José de Brito Rodrigues é juiz de carreira e iniciou na magistratura como juiz substituto, em 1988. Assumiu como desembargador em 2012, promovido por merecimento.

 

¨       Chefe da PM de RR e deputado vendiam armas a garimpeiros, diz PF

Investigações apontam que um esquema de venda ilegal de arma, operado por policiais penais em Roraima, tinha garimpeiros como principais compradores. A Polícia Federal deflagrou, nessa quarta-feira (23), duas operações para investigar o caso e uma delas teve como alvo o comandante da Polícia Militar do estado, Miramintol Goiano, e o deputado estadual e policial penal Rarison Barbosa (PMB).

Os desdobramentos são decorrentes de investigação iniciada na Operação Alésia, deflagrada em 2020 pela PF para investigar agentes penitenciários suspeitos favorecer uma facção criminosa nas unidades prisionais do estado.

Durante as investigações da Operaçao Alésia, a PF descobriu um esquema de venda ilegal de armas liderado por policias penais e com participação de um policial civil. As negociações de armas aconteciam principalmente através do WhatsApp, segundo as investigações, e miravam garimpeiros, visando maior lucro.

👉 A operação que mirou o comandante Miramilton Goiano e o deputado Rarison Barbosa, também foi resultado da análise de documentos apreendidos na Operação Alésia. No entanto, são operações diferentes, ambas da PF. Não houve menção a venda de armas e munições para garimpeiros nas investigações que miram o comandante.

👉 No total, foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão no âmbito das duas operações. Nove no esquema que envolve os policias civis e sete no âmbito da operação que investiga Miramilton.

Procurado, o governo de Roraima informou que deve abrir processo administrativo disciplinar contra todos os envolvidos nas investigações, e permanece à disposição dos órgãos de fiscalização e controle.

"O Governo de Roraima destaca ainda que não compactua com qualquer comportamento que fira os princípios éticos das forças de Segurança Pública ou quaisquer outros órgãos da esfera estadual", disse em nota.

Já a Polícia Civil disse que não foi oficialmente notificada sobre as operações, mas que acionou a Corregedoria-Geral da Polícia para acompanhar o caso e adotar as providências necessárias. A instituição detalhou ainda que o policial investigado é do quadro da União e lotado em uma unidade da Polícia Civil.

"A Polícia Civil ressalta que não compactua com qualquer tipo de conduta ilícita por parte de seus servidores e, por isso, o funcionário em questão será devidamente investigado pela Corregedoria. Embora ele pertença ao quadro da União, em razão de sua lotação em uma unidade da Polícia Civil de Roraima, a investigação será conduzida pela Corregedoria da instituição."

Ao menos 11 pessoas participam do grupo criminoso, sendo nove da segurança penal, segundo as investigações. Um policial civil também é suspeito de integrar o esquema e um garimpeiro é investigado por comprar armas e munições.

"Após a análise do material arrecadado na Operação Alésia, descobriu-se uma nova possível ORCRIM [Organização Criminosa] voltada, em tese, ao comércio ilegal de armas de fogo e munições de diversos calibres, sendo que uma parcela desse grupo é composta por Policiais Militares, Policiais Civis e Policiais Penais. Inclusive, os principais clientes desse consórcio criminoso são garimpeiros", destaca a investigação.

Nas investigações, a PF apontou que o grupo dos policiais penais atuava da seguinte forma:

  • Dois policiais penais lideravam o esquema;
  • Outros envolvidos adquiriam munições de forma regular junto a lojas autorizadas;
  • O material era repassado a um dos líderes do grupo;
  • Outros membros ficavam encarregados de buscar os compradores, "preferencialmente, garimpeiros, pois pagam mais", cita as investigações;
  • As negociações aconteciam principalmente através do WhatsApp.

A PF chegou pedir a prisão preventiva dos investigados, porém a juíza Daniel Schirato, do Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR), deferiu em parte os pedidos. Apenas os mandados de busca e apreensão foram autorizados pela Justiça.

<><> Operações da PF

O deputado estadual e o comandante-geral da Polícia Militar de Roraima são alvos da Polícia Federal em duas operações que investigam a venda ilegal de armas de fogo e munições no estado. Os agentes cumpriram 16 mandados de busca e apreensão.

Dois filhos do coronel Miramilton, que são policiais penais, também foram alvos de buscas da PF. Eles cursam medicina na cidade de Fernandópolis, interior de São Paulo, onde agentes federais cumpriram duas ordens de apreensão.

Investigações da PF identificaram "uma intensa negociação de munições e armamentos pelos suspeitos", que ocorriam de forma ilegal. A operação foi deflagrada em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Roraima.

¨       Suspeitos de tráfico de armas de longo alcance do Paraguai para o Triângulo Mineiro ostentavam rifles em filmagens

grupo criminoso alvo, nesta quarta-feira (23), da ‘Operação Scutum’ da Polícia Federal (PF) responsável por traficar e comercializar armas de fogo de alta potência e longo alcance do Paraguai para o Triângulo Mineiro ostentava o arsenal em vídeos compartilhados com outros criminosos.

'As investigações começaram no início do ano quando dois homens foram presos com fuzis, munições, anabolizantes e materiais do tráfico de drogas. Durante as buscas nos celulares apreendidos de um dos suspeitos foi possível identificar o possível esquema de tráfico internacional de armas', explicou o delegado da Polícia Federal, Felipe Garcia.

Em imagens divulgadas pela PF, é possível ver que além de ostentar as armas, o grupo aproveitava para testar o armamento. Em um deles, os suspeitos aparecem atirando com uma das armas apreendidas durante a operação.

No áudio, ainda é possível ouvir que um dos criminosos pede cuidado para quem filma não registrar os rostos dos envolvidos. Em outro vídeo, um dos criminosos mostra uma pistola e ressalta que ela também está à venda.

De acordo com a PF, na manhã desta quarta-feira (23) foram cumpridos seis mandados de prisão preventiva. Outros 5 mandados de busca e apreensão também foram cumpridos, sendo três em Uberlândia, um em Goiânia e um em Campo Alegre de Goiás.

Em Uberlândia, durante o cumprimento de um dos mandados de busca e apreensão, foram encontrados diversos cigarros eletrônicos na casa de um dos suspeitos e ele também foi preso.

O nome da operação é a tradução em latim da palavra escudo, fazendo referência à proteção da sociedade dos atos praticados pelos criminosos em questão.

<><> Investigação

Depois que chegava no Triângulo Mineiro, o armamento trazido pelos criminosos era revendido para outros estados, como o Rio de Janeiro e Bahia.

De acordo com a PF, as diversas rotas que Uberlândia permitem para outras regiões tornam a cidade um ponto bastante escolhido para traficantes.

Os investigados poderão responder pelos crimes de associação criminosa, comércio ilegal de arma de fogo e tráfico internacional de arma de fogo de uso restrito ou proibido.

¨       Homem que matou familiares no RS era CAC: veja o que se sabe

 Um homem acabou morto depois de assassinar a tiros três pessoas e ferir nove em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul.

Na noite de terça-feira (22), policiais militares atenderam ao chamado de um casal de idosos que denunciou maus-tratos praticados pelo filho. O homem, identificado como Edson Crippa, de 45 anos, abriu fogo contra os policiais e contra os próprios parentes que estavam em frente à casa.

"De forma inesperada e totalmente agressiva, ele aparece e começa a atirar, efetuando vários disparos em todas as pessoas, em todos os policiais que tentavam se aproximar. A todo momento tentamos negociar com ele”, conta o tenente-coronel Alexandro Famoso, comandante do 3º BPM de Novo Hamburgo.

O atirador matou o pai, Eugênio Crippa, o irmão, Everton Crippa, e um policial militar, Everton Kirsch Junior, de 31 anos. Everton deixa a esposa e um filho de um mês.

"Essa situação, para nós, é bem complicada porque o soldado Kirsch era um soldado excepcional, um exemplo de policial militar”, diz o tenente-coronel Alexandro Famoso.

O assassino se refugiou dentro da casa e reagiu com tiros às tentativas de contato da polícia. O Batalhão de Operações Policiais Especiais socorreu os feridos sob fogo cruzado.

"Foram três incursões do Bope. Na primeira, socorreram os policiais militares. Na segunda, a retirada, então, já do soldado Kirsch morto. E, nas seguintes, os familiares”, conta o comandante-geral da Brigada Militar de RS, coronel Cláudio dos Santos Feoli.

Depois de nove horas de confronto, a polícia invadiu a casa e encontrou o atirador morto.

"Ele tinha farta munição, duas pistolas – uma calibre 9 mm e uma calibre 380 – e mais duas carabinas, e efetuou disparos em cima dos policiais durante todo o tempo”, diz o delegado Fernando Sodré, chefe da Polícia Civil de RS.

Na fachada da casa, as marcas de um dia de terror. Segundo as investigações, as armas estavam em situação legal. A polícia diz que o homem tinha histórico de transtornos mentais e quer apurar como ele conseguiu o certificado de CAC – Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador.

O Exército declarou que o atirador conseguiu o certificado de CAC em 2020 e apresentou o laudo de aptidão psicológica para o manuseio de arma de fogo e todos os documentos exigidos pela legislação.

Seis pessoas estão no hospital, entre elas, dois policiais militares em estado grave. A mãe e a cunhada do atirador têm quadro clínico estável.

 

Fonte: G1

 

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