Combate à obesidade é uma das principais
formas de prevenir doenças hepáticas
Entre as doenças
hepáticas, ou seja, as que acometem o fígado, as hepatites possuem a maior
incidência entre os brasileiros. Porém, outro problema vem crescendo
exponencialmente e preocupando os especialistas: a esteatose hepática,
conhecida popularmente como gordura no fígado. A América Latina registrou um
aumento de 39,2% no número de adolescentes com esteatose hepática, segundo a
Associação Americana para Estudo de Doenças do Fígado.
“Existem formas de
esteatose que são genéticas. Mas existe a questão do peso, dos fatores de risco
que são o diabetes, o álcool, o colesterol elevado. Algumas doenças genéticas e
até alguns medicamentos podem, como efeito colateral, levar ao acúmulo de gordura
no fígado”, afirma Farias.
De acordo com os
especialistas, o sedentarismo e, sobretudo, a epidemia da obesidade no mundo
tem levado a um aumento dos casos de esteatose hepática.
Se não descoberta e
tratada logo, a doença pode evoluir para uma fibrose no fígado, prejudicando as
funções do órgão e aumentando o risco de necessidade de transplante.
“O transplante de
fígado tem um lugar muito especial no país hoje. O Brasil é o maior serviço
público de transplantes e nós temos um avanço muito grande”, diz Carneiro. Para
ele, com os exames preventivos disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS), as
coberturas vacinais para as hepatites, ao lado do sistema de transplantes,
estão ajudando a formar uma cadeia completa para prevenção e tratamento de
doenças hepáticas na rede pública.
• Como funciona o sistema de transplante?
Ao longo do programa,
o cirurgião explica como funciona o sistema de transplantes de fígado. “Os
tipos sanguíneos mais comuns têm que esperar entre seis meses e um ano. Mas a
depender da doença, você ganha uma situação especial, que pode fazer com que esse
tempo diminua”, afirma.
No caso do transplante
de fígado, existe, ainda, a possibilidade de receber um pedaço do órgão de um
doador vivo. Isso porque o fígado possui capacidade de regeneração.
“Nós temos doadores
que doaram há mais de 25 anos, e têm uma vida absolutamente normal. O fígado
recupera 100%. Nós temos receptores vivos que receberam o fígado há quase 30
anos”, explica Carneiro.
• Prevenção de doenças hepáticas
Para prevenir doenças
hepáticas, uma série de medidas é importante. O combate à obesidade é uma das
formas de evitar complicações no fígado, já que a doença é o principal fator de
risco para a gordura no fígado.
Diante disso, medidas
para tratamento da obesidade são fundamentais. Canetas emagrecedoras e novos
medicamentos para perda de peso surgem como possibilidades para tratar, também,
casos de esteatose.
“As medicações são,
sem dúvida, um avanço, porque permitem a redução de peso e, com isso, o
controle da obesidade, que é o principal fator de risco. Mas o grande avanço é
que hoje temos medicamentos que também regridem à fibrose do fígado, que é o
processo que leva até a cirrose”, explica Farias.
Por outro lado, é
importante evitar a automedicação e o uso de remédios sem indicação médica, o
que também aumenta o risco para doenças hepáticas.
“E não são só os
medicamentos, a gente tem uma grande preocupação com o uso de chás medicinais.
Muitas vezes eles podem induzir a uma hepatite fulminante que destrói o
fígado”, afirma Carneiro.
“O grande problema é o
controle fitossanitário, a origem desses produtos. Muitas pessoas acreditam
que, por ser de origem natural, não faz mal. Mas o fato é que existem inúmeros
casos no Brasil de doença hepática que foram provocadas pelo consumo desses produtos
ditos naturais”, complementa Farias.
• Comprimidos com ovos de tênia para
emagrecer são risco à saúde; entenda
Um relato de caso
médico viralizou nas redes sociais e levantou um alerta sobre um novo método
muito perigoso de emagrecimento. O norte-americano Bernard Hsu, especialista em
câncer, revelou, em suas redes sociais, que uma paciente comprou e ingeriu ovos
de tênia para perder peso.
Segundo ele, a mulher
de 21 anos encontrou os ovos em forma de comprimido no mercado clandestino e
consumiu o material, desprezando os riscos que o parasita pode trazer ao corpo
humano. Ela até chegou a emagrecer, porque a tênia se alimenta justamente do
que o hospedeiro ingere, mas ignorou os primeiros sinais de que algo não estava
dando certo no método — as cólicas estomacais — e acabou tendo danos no
cérebro.
Uma noite, quando
estava usando o banheiro, ela viu pedaços bronzeados estranhos em suas fezes, e
pensou que isso pudesse ser efeito de alguma mudança na dieta. Depois, ela
encontrou um caroço no queixo, o pressionou e desmaiou. Dias mais tarde, a
jovem sentiu fortes dores de cabeça e foi ao hospital, onde os médicos
constataram que ela tinha também inchaço e dor no abdômen.
No fim, ela tinha duas
tênias diferentes: a taenia solium e a taenia saginata. A segunda causou lesões
no cérebro que fizeram a mulher ter crises de amnésia recente, que a fizeram
voltar ao hospital. Após o diagnóstico correto e três semanas de tratamento, a
jovem já não tinha mais ovos no cérebro e, seis meses depois, ela já vivia sem
sequelas.
<><> Quais
os perigos da ingestão de ovos de tênia?
Em entrevista à CNN,
Luis Pascuzzi, neurologista da Hapvida NotreDame Intermédica, afirmou que esse
método de emagrecimento é inadequado justamente por conta do alto risco
provocado pela tênia no corpo humano.
Os principais
problemas da jovem foram provocados pelo tipo mais perigoso desse parasita, a
Taenia solium. Segundo Pascuzzi, ela entra pela via digestiva e, se o paciente
tiver baixa imunidade, pode entrar na corrente sanguínea e chegar ao cérebro,
pulmão e fígado.
“Pode produzir cistos
infectados no cérebro, chamados de cisticercose. E, dependendo da localização
cerebral, pode desencadear em quadros gravíssimos resultando em distúrbios
epiléticos, comportamentais ou bem mais graves, gerando obstrução de vias de passagem
provocando sintomas semelhantes ao Acidente Vascular Cerebral (AVC), tumores
cerebrais e quadros psicóticos”, listou o neurologista.
Mesmo após o
tratamento, o paciente pode ficar com sequelas como epilepsia ou cefaleia.
O outro tipo de tênia,
a Taenia saginata, não vai para o cérebro, conforme explicou o médico à CNN. “É
a parasita do intestino. Elas ficam grudadas nas paredes do estômago e duodeno
e podem causar anemias, além de perda de peso e de apetite, mas não vão para o
cérebro.”
Fonte: CNN Brasil
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