sábado, 26 de outubro de 2024

Combate à obesidade é uma das principais formas de prevenir doenças hepáticas

Entre as doenças hepáticas, ou seja, as que acometem o fígado, as hepatites possuem a maior incidência entre os brasileiros. Porém, outro problema vem crescendo exponencialmente e preocupando os especialistas: a esteatose hepática, conhecida popularmente como gordura no fígado. A América Latina registrou um aumento de 39,2% no número de adolescentes com esteatose hepática, segundo a Associação Americana para Estudo de Doenças do Fígado.

“Existem formas de esteatose que são genéticas. Mas existe a questão do peso, dos fatores de risco que são o diabetes, o álcool, o colesterol elevado. Algumas doenças genéticas e até alguns medicamentos podem, como efeito colateral, levar ao acúmulo de gordura no fígado”, afirma Farias.

De acordo com os especialistas, o sedentarismo e, sobretudo, a epidemia da obesidade no mundo tem levado a um aumento dos casos de esteatose hepática.

Se não descoberta e tratada logo, a doença pode evoluir para uma fibrose no fígado, prejudicando as funções do órgão e aumentando o risco de necessidade de transplante.

“O transplante de fígado tem um lugar muito especial no país hoje. O Brasil é o maior serviço público de transplantes e nós temos um avanço muito grande”, diz Carneiro. Para ele, com os exames preventivos disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS), as coberturas vacinais para as hepatites, ao lado do sistema de transplantes, estão ajudando a formar uma cadeia completa para prevenção e tratamento de doenças hepáticas na rede pública.

•        Como funciona o sistema de transplante?

Ao longo do programa, o cirurgião explica como funciona o sistema de transplantes de fígado. “Os tipos sanguíneos mais comuns têm que esperar entre seis meses e um ano. Mas a depender da doença, você ganha uma situação especial, que pode fazer com que esse tempo diminua”, afirma.

No caso do transplante de fígado, existe, ainda, a possibilidade de receber um pedaço do órgão de um doador vivo. Isso porque o fígado possui capacidade de regeneração.

“Nós temos doadores que doaram há mais de 25 anos, e têm uma vida absolutamente normal. O fígado recupera 100%. Nós temos receptores vivos que receberam o fígado há quase 30 anos”, explica Carneiro.

•        Prevenção de doenças hepáticas

Para prevenir doenças hepáticas, uma série de medidas é importante. O combate à obesidade é uma das formas de evitar complicações no fígado, já que a doença é o principal fator de risco para a gordura no fígado.

Diante disso, medidas para tratamento da obesidade são fundamentais. Canetas emagrecedoras e novos medicamentos para perda de peso surgem como possibilidades para tratar, também, casos de esteatose.

“As medicações são, sem dúvida, um avanço, porque permitem a redução de peso e, com isso, o controle da obesidade, que é o principal fator de risco. Mas o grande avanço é que hoje temos medicamentos que também regridem à fibrose do fígado, que é o processo que leva até a cirrose”, explica Farias.

Por outro lado, é importante evitar a automedicação e o uso de remédios sem indicação médica, o que também aumenta o risco para doenças hepáticas.

“E não são só os medicamentos, a gente tem uma grande preocupação com o uso de chás medicinais. Muitas vezes eles podem induzir a uma hepatite fulminante que destrói o fígado”, afirma Carneiro.

“O grande problema é o controle fitossanitário, a origem desses produtos. Muitas pessoas acreditam que, por ser de origem natural, não faz mal. Mas o fato é que existem inúmeros casos no Brasil de doença hepática que foram provocadas pelo consumo desses produtos ditos naturais”, complementa Farias.

 

•        Comprimidos com ovos de tênia para emagrecer são risco à saúde; entenda

Um relato de caso médico viralizou nas redes sociais e levantou um alerta sobre um novo método muito perigoso de emagrecimento. O norte-americano Bernard Hsu, especialista em câncer, revelou, em suas redes sociais, que uma paciente comprou e ingeriu ovos de tênia para perder peso.

Segundo ele, a mulher de 21 anos encontrou os ovos em forma de comprimido no mercado clandestino e consumiu o material, desprezando os riscos que o parasita pode trazer ao corpo humano. Ela até chegou a emagrecer, porque a tênia se alimenta justamente do que o hospedeiro ingere, mas ignorou os primeiros sinais de que algo não estava dando certo no método — as cólicas estomacais — e acabou tendo danos no cérebro.

Uma noite, quando estava usando o banheiro, ela viu pedaços bronzeados estranhos em suas fezes, e pensou que isso pudesse ser efeito de alguma mudança na dieta. Depois, ela encontrou um caroço no queixo, o pressionou e desmaiou. Dias mais tarde, a jovem sentiu fortes dores de cabeça e foi ao hospital, onde os médicos constataram que ela tinha também inchaço e dor no abdômen.

No fim, ela tinha duas tênias diferentes: a taenia solium e a taenia saginata. A segunda causou lesões no cérebro que fizeram a mulher ter crises de amnésia recente, que a fizeram voltar ao hospital. Após o diagnóstico correto e três semanas de tratamento, a jovem já não tinha mais ovos no cérebro e, seis meses depois, ela já vivia sem sequelas.

<><> Quais os perigos da ingestão de ovos de tênia?

Em entrevista à CNN, Luis Pascuzzi, neurologista da Hapvida NotreDame Intermédica, afirmou que esse método de emagrecimento é inadequado justamente por conta do alto risco provocado pela tênia no corpo humano.

Os principais problemas da jovem foram provocados pelo tipo mais perigoso desse parasita, a Taenia solium. Segundo Pascuzzi, ela entra pela via digestiva e, se o paciente tiver baixa imunidade, pode entrar na corrente sanguínea e chegar ao cérebro, pulmão e fígado.

“Pode produzir cistos infectados no cérebro, chamados de cisticercose. E, dependendo da localização cerebral, pode desencadear em quadros gravíssimos resultando em distúrbios epiléticos, comportamentais ou bem mais graves, gerando obstrução de vias de passagem provocando sintomas semelhantes ao Acidente Vascular Cerebral (AVC), tumores cerebrais e quadros psicóticos”, listou o neurologista.

Mesmo após o tratamento, o paciente pode ficar com sequelas como epilepsia ou cefaleia.

O outro tipo de tênia, a Taenia saginata, não vai para o cérebro, conforme explicou o médico à CNN. “É a parasita do intestino. Elas ficam grudadas nas paredes do estômago e duodeno e podem causar anemias, além de perda de peso e de apetite, mas não vão para o cérebro.”

 

Fonte: CNN Brasil

 

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