quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

4 em cada 5 terras indígenas de Roraima estão cercadas por soja, diz estudo

“NÃO TINHA ESSA ZOADA de avião ou de trator trabalhando. Era tranquilo.” É o que vem à memória do líder indígena do povo Macuxi Jabson Silva, de 38 anos, quando pensa em como era a vida na comunidade Morcego, em Roraima, antes da chegada da produção de soja na vizinhança. Formada por 73 famílias dos povos Macuxi e Wapichana — cerca de 285 pessoas —, a comunidade fica dentro da (TI) Terra Indígena Serra de Moça, a 60 km da capital Boa Vista. Jabson conta que logo quando teve início o cultivo do grão nas proximidades, em 2018, os produtores começaram a pulverizar agrotóxicos usando aeronaves.  “O avião jogava lá na fazenda, só que fazia o retorno aqui por cima da comunidade, que também recebia veneno. Teve criança que desenvolveu coceira no corpo e no olho, pessoa com falta de ar. Isso agravou mais a saúde dos idosos, como a do meu avô e minha avó, que já são bem de idade”, relembra o líder Macuxi, que cursa Gestão Territorial na UFRR (Universidade Federal de Roraima).

Morcego, no entanto, não é exceção no estado. Segundo um estudo dos cientistas Barbara Lima-Silva e Carson Silveira, do Programa de Formação em Ecologia Quantitativa do Instituto Serrapilheira, obtido com exclusividade pela Repórter Brasil, há plantações de soja no entorno de 26 das 33 terras indígenas de Roraima — quase 80% do total, ou quatro em cada cinco.  Das 26 afetadas, 24 são demarcadas em “ilhas”, como são qualificadas as terras indígenas menores, fragmentadas e desconectadas de outros territórios semelhantes — a TI Serra de Moça, onde fica a comunidade do líder do povo Macuxi, é uma delas.

<><> Avanço da soja em Roraima

Esse “cercamento” não acontece por acaso. Na esteira de incentivos públicos estaduais e da crescente demanda internacional, a área destinada para o cultivo do grão no estado cresceu mais de seis vezes (526%) em sete anos. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a área plantada saltou de 18.725 hectares em 2017 para 117.215 hectares em 2024. No mesmo período, a produção aumentou em mais de nove vezes: de 45.077 toneladas para 416.650 toneladas. Na safra de 2024, a Secretaria Estadual de Agricultura e Desenvolvimento e Inovação mapeou 199 propriedades produtoras. Em 2024, a soja foi o produto mais exportado do estado. Os principais destinos foram China, Guiana, Venezuela e países da União Europeia, como Alemanha, Itália e Grécia, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, divulgados por meio do Portal Comex Stat.

Segundo o CIR (Conselho Indígena de Roraima), que representa 58 mil indígenas, a maneira como as terras indígenas no estado foram demarcadas no passado — a maioria, em “ilhas” — também contribui para a expansão da soja. A organização defende que as demarcações sejam revisadas de forma que os territórios sejam maiores e contínuos. O crescimento da produção da soja em Roraima acontece em um contexto de avanço da fronteira agrícola do cultivo do grão em direção ao coração da Amazônia nos últimos anos, que tem causado preocupações em relação ao desmatamento.  A expansão no bioma é puxada pelo aumento da demanda e é acompanhado por investimentos significativos em obras de infraestrutura destinadas ao escoamento da produção. A tendência é que as exportações para a China, por exemplo, deem um salto como consequência da guerra comercial entre o país asiático e os Estados Unidos, acentuada pelo tarifaço do presidente Donald Trump.

<><> Os impactos na biodiversidade

O estudo do Instituto Serrapilheira investigou também quais fatores influenciam — positiva ou negativamente — a biodiversidade nas TIs. A análise identificou 1.930 espécies em 20 desses territórios, entre anfíbios, répteis, mamíferos, aves e árvores.

Os resultados sugerem que a riqueza ambiental é mais favorecida quanto maior forem as TIs, quanto mais isoladas estiverem em relação a áreas não indígenas e quanto mais próximas se situarem de outras áreas protegidas. O avanço da soja, por outro lado, destaca-se como um fator de impacto negativo, afetando especialmente anfíbios e aves. “O que encontramos reforça a ideia de que, quando o entorno das terras indígenas está mais preservado e quando essas áreas estão mais próximas umas das outras, há uma maior biodiversidade”, explica Carson Silveira, mestre em Ecologia pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e um dos autores do estudo. Para Barbara Lima-Silva, mestranda em Ecologia Aplicada pela USP (Universidade de São Paulo) e a outra autora da pesquisa, as autoridades responsáveis pelas demarcações de terras indígenas deveriam olhar com mais atenção para a necessidade de isolamento desses territórios, medida que, segundo ela, pode beneficiar até mesmo os não indígenas. “Já está comprovada a importância das terras indígenas na oferta de diversos serviços ecossistêmicos que influenciam positivamente o país inteiro”, pontua.

<><> Atravessados pela soja

Para chegar à comunidade Morcego, é necessária uma viagem de uma hora a partir de Boa Vista. O trajeto é feito por estradas de chão que atravessam paisagens típicas de Roraima: formações de serra e o lavrado, vegetação semelhante à savana.  Ao longo do percurso, o cenário de vegetação original vai sendo substituído por extensas plantações de soja. É preciso passar por pelo menos quatro fazendas produtoras do grão, que foram sufocando a comunidade nos últimos sete anos. À medida que as lavouras se aproximam, é possível sentir o aumento da temperatura e o cheiro de produtos químicos.  A propriedade mais próxima dos limites da comunidade fica a 250 metros de distância, nos fundos da casa do avô de Jabson, seu Jaime Silva, de 77 anos. Apenas uma cerca de madeira separa o quintal onde crescem os pés de caimbé e de caju do terreno onde o solo é preparado para o plantio de soja. Moradores de Morcego relatam o incômodo com o barulho alto e constante das máquinas agrícolas usadas para a produção do grão, que afugenta os animais e, assim, prejudica a caça.

Outros problemas são a poeira que se espalha quando elas fazem a colheita da soja e o forte cheiro dos agrotóxicos que chega até as casas. “É horrível respirar aquela poeira. Quem mora para dentro daquela serra, é bem complicado. Para cá, pega um pouco”, conta a merendeira e ex-agente territorial Nayandre Nagelo da Silva, de 29 anos, irmã do líder do povo Macuxi.  Em 2021, a família de Jabson foi uma das atingidas pela pulverização aérea de agrotóxicos feita por um avião agrícola despejado numa plantação de soja. Foi Leirejane Macuxi, outra de suas irmãs e então tuxaua (chefe) da comunidade, quem articulou a denúncia junto ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). “Teve um momento que eu estava visitando a minha casa e andando muito fora”, brinca. “A gente nasceu já com isso no sangue, esse espírito de defender nosso território”, conta.

<><> Doenças e desaparecimento de plantas tradicionais

A partir dos esforços de Leirejane e do movimento indígena, o Ibama multou os proprietários da fazenda em R$103 mil e determinou a proibição da aplicação por aeronaves. O órgão constatou que os produtores contrariaram uma norma do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento que estabelece que a pulverização de agrotóxicos por aviões não pode ocorrer a menos de 500 metros de povoados, cidades ou vilas, nem a menos de 250 metros de qualquer moradia. Aeronaves tampouco podem sobrevoar áreas habitadas. Além disso, o MPF (Ministério Público Federal) moveu uma Ação Civil Pública em que pede uma indenização de R$1 milhão à comunidade. Em 2022, o Ibama retornou à fazenda e comprovou que os réus tinham feito um novo despejo de agrotóxicos, contrariando a proibição.  Como resultado, foram aplicadas novas multas, que, somadas, chegaram ao valor  total de R$307,5 mil. Em 2023, uma decisão da Justiça federal determinou a suspensão da pulverização agrícola com aeronaves pelos réus.

Hoje, a plantação continua recebendo defensivos agrícolas, agora com máquinas pulverizadoras, dizem os moradores de Morcego,  que temem os efeitos invisíveis e contínuos dos agrotóxicos. “A gente sabe que, para produzir, a cada ano que passa eles vão usando mais veneno, mais agrotóxico, e isso vai prejudicando bastante o bem viver nosso aqui”, lamenta Jabson. “As doenças não aparecem logo, elas vêm com o tempo. A gente vai consumindo a água, o ar e os animais e vai se contaminando”, completa. Além dos efeitos no dia a dia, a comunidade indígena se preocupa com o desaparecimento das plantas tradicionais e medicinais, entre elas o caimbé e o mirixi — conhecido como murici em outras regiões do Brasil. Nayandre conta que eles já notam uma diminuição na incidência, além da dificuldade de produzir dentro da própria comunidade devido ao uso do agrotóxico.  “A gente sempre juntava mirixi, mas hoje já não vê tantas coisas assim. As nossas plantas nativas já não existem tantas, já derrubaram. As pessoas já não plantam mais. A gente está comprando farinha porque aqui não estamos mais produzindo”, alerta.

<><> Crescimento com incentivo público

Para o pesquisador Bruno Sarkis, do Laboratório de Hidrografia e Climatologia da Amazônia, da Ufam (Universidade Federal do Amazonas), o avanço da monocultura de soja em Roraima é resultado de uma série de políticas estaduais de incentivo público de ocupação de terras por produtores privados, iniciada ainda nos anos 2000, mas que se intensificou nos últimos seis anos.  “A expansão da soja em Roraima não é um fenômeno isolado. Está ligada a um processo de apropriação da natureza, principalmente, por pessoas de poder aquisitivo muito alto. São grandes produtores, especialmente do Mato Grosso e do Paraná, que chegam e compram porções de terras mais baratas se comparadas às do Sul e Centro-Oeste”, analisa Sarkis. “Esses fatores alteram toda uma ordem biofísica, impactando a natureza e a sociedade.” Ele explica que a soja chegou ao estado a partir da década de 1990, através de políticas estaduais de experimento, e se consolidou como monocultura a partir de 2010, quando ocorreu uma expansão de empreendimentos familiares com origem no Mato Grosso.

Segundo o pesquisador, o crescimento da produção do grão se acentuou a partir do governo do atual governador Antonio Denarium (PP), no cargo desde dezembro de 2018 e ele próprio produtor de soja. Sua gestão apoiou medidas que facilitaram a expansão do agronegócio, pontua Bruno Sarkis. Entre os exemplos, ele cita a Lei de Terras, de 2019. A legislação ampliou o limite de compra de propriedades de 1,5 mil para 2,5 mil hectares e flexibilizou a comprovação de posse, oferecendo descontos de até 85% para áreas públicas invadidas e desmatadas. Outra medida apontada pelo pesquisador é a Lei  1.704/2022, que reduziu a reserva legal — área de vegetação nativa obrigatória em propriedades rurais — de 80% para 50%.

O Zoneamento Ecológico-Econômico, de 2022, teria completado esse quadro, segundo Sarkis, ao liberar  cerca de 1,6 milhão de hectares para desmatamento em propriedades privadas. “Essas mudanças na legislação vêm favorecendo a implementação de grandes produtores. Do ponto de vista socioeconômico, o aumento da produção de soja faz crescer o PIB do estado, mas, do ponto de vista social, aumenta a renda somente de poucos produtores”, explica.

•        ‘Ilhados’, indígenas de Roraima pedem terras maiores para frear impacto da soja

UM DOS SONHOS de Leirejane Macuxi, liderança da comunidade indígena Morcego, em Roraima, é a retomada de uma área próxima, rica em bens naturais, como igarapés, usados tradicionalmente por seu povo. Conhecido como Lago da Praia, em 2009 o local foi invadido por posseiros — pessoas que ocupam e cultivam a terra sem ter o título de propriedade. Na época, seu pai, Jairo Macuxi, falecido em 2017, foi linha de frente na luta pela permanência no território. Mas a família teve de deixar a região em razão das ameaças e após verem sua casa ser incendiada. “É um sonho que a gente não deixa para trás. A gente não quer que ele morra, porque sabe que é a única garantia de vida para as futuras gerações”, diz Leirejane.

Formada por 73 famílias dos povos Macuxi e Wapichana — cerca de 285 pessoas —, a comunidade Morcego fica a 60 km da capital Boa Vista, dentro da TI (Terra Indígena) Serra de Moça, uma das 28 do estado demarcadas em “ilhas”. Ou seja, TIs pequenas, fragmentadas e desconectadas de outros territórios semelhantes. Roraima tem, ainda, cinco terras indígenas demarcadas em áreas contínuas,  quando o território tem uma faixa de terra maior e sem interrupções. Foi por causa desse modelo de demarcação — em ilha — que Morcego perdeu o Lago da Praia e, consequentemente, o acesso a bens naturais essenciais para seu modo de vida. Como agravante, a comunidade sofre com o avanço da monocultura de soja em seu entorno, que vem causando transtornos como o forte barulho das máquinas agrícolas, poeira nas casas e contaminação por agrotóxicos.

<><> ‘Ilhas’ pressionadas

No entanto, a comunidade de Leirejane não é exceção no estado. Segundo um estudo dos cientistas Barbara Lima-Silva e Carson Silveira, do Programa de Formação em Ecologia Quantitativa do Instituto Serrapilheira, obtido com exclusividade pela Repórter Brasil, há plantações de soja no entorno de 26 das 33 TIs de Roraima —, quase 80% do total, ou quatro em cada cinco. Destas, 24 são demarcadas em “ilhas”.

Entre 2017 e 2024, a área destinada para o cultivo do grão no estado cresceu mais de seis vezes, na esteira de incentivos públicos estaduais e no aumento da demanda.

De acordo com o levantamento, as lavouras de soja estão proporcionalmente mais concentradas em torno das TIs demarcadas em ilha do que nas estabelecidas em territórios contínuos. Os autores do estudo calcularam um índice de expansão da soja baseado na proporção da área ocupada pelo grão em relação às áreas totais da TI e do entorno. A maior proporção encontrada foi na TI Sucuba, no município de Alto Alegre, com 32,1% de soja em relação à sua área total, seguida por Bom Jesus (15,3%) e Jaboti (14,3%), ambas no município do Bonfim e demarcadas em ilha. Na TI Serra de Moça, a relação é de 1,53%. Como comparação, as TIs Raposa Serra do Sol e São Marcos, ambas demarcadas em área contínua, tem 0,1% e 0,4% de soja no entorno, respectivamente.  A Repórter Brasil questionou o governo de Roraima sobre quais medidas estão sendo tomadas  para diminuir os impactos da soja no entorno das TIs em ilhas, mas não recebeu uma resposta até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para futuras manifestações.

Terras indígenas fragmentadas obrigam as comunidades a atravessar áreas não indígenas para acessar recursos naturais ou outras terras, e tem efeitos significativos na biodiversidade, segundo a pesquisa do Programa de Ecologia Quantitativa do Instituto Serrapilheira. A discussão sobre o tipo de demarcação dominou o processo de homologação da TI Raposa Serra do Sol, no nordeste de Roraima. Sua demarcação contínua foi confirmada em 2009 pelo plenário do STF (Supremo Tribunal Federal), por 10 votos a 1. 

O antropólogo Eduardo Tarragó, doutor pela UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), explica que esse modelo é mais compatível com o modo de vida tradicional dos povos indígenas. No formato em ilha, o efeito é o oposto, dificultando até o contato com as comunidades vizinhas. “Para terem esse contato com outra terra indígena próxima, os moradores de uma comunidade têm que sair da terra indígena e percorrer um espaço não indígena para chegar à outra terra indígena. Além disso, muitas vezes, os recursos naturais que precisam estão nas propriedades ao redor”, pontua. Terras indígenas representam 46% da área total de Roraima, e as demarcadas em ilha ocupam somente 5%. Proporcionalmente, o estado tem a maior população indígena do país (13,6%). Em números absolutos, é a quinta maior população indígena entre os estados brasileiros, com  97.320 pessoas.

<><> ‘Não é ampliação, é retomada’

Uma das saídas reivindicadas pelos povos indígenas de Roraima é a revisão das demarcações. Das 28 TIs em ilhas do estado, 23 têm protocolos abertos na Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) com pedido de ampliação de terras, segundo o advogado do CIR (Conselho Indígena de Roraima), Júnior Nicácio.  A maior parte das demarcações desses territórios teve início antes da Constituição de 1988, e não considerou a posse tradicional dos povos indígenas. “Muitas comunidades foram obrigadas a sair do seu território. Não porque elas queriam sair, mas por medo de fazendeiros ou como autoproteção, para garantir a sobrevivência”, explica.  “O espaço tradicional também é onde você trabalha, onde você caça, onde você pesca. As demarcações ficaram limitadas a um espaço muito físico, daquela área específica de moradia”, continua o advogado.

Júnior Nicácio é do povo Wapichana e também vive em uma comunidade demarcada em ilha — a Pium, localizada em Alto Alegre, o segundo município que mais produz soja em Roraima, segundo o governo. Para ele, a revisão requerida não se trata apenas de uma ampliação dos territórios, mas de um processo de retomada. “As comunidades não costumam falar em revisão ou ampliação do território, porque o território já era deles. Então, não é uma ampliação, é uma retomada”, diz. Segundo o advogado do CIR, as comunidades trabalham em relatórios que vão incluir relatos de lideranças mais velhas que comprovariam a ocupação tradicional de áreas que ficaram de fora das demarcações. Em seguida, os documentos devem ser protocolados junto ao MPF (Ministério Público Federal).

A comunidade Morcego é uma das que reivindicam a ampliação da área demarcada — no caso, da TI Serra da Moça, da qual faz parte. Caso seja atendida, o desafio passará a ser a recuperação do solo do entorno. “Eu venho comentando que a gente vai ter prejuízo a partir do momento em que a terra for ampliada e homologada, porque estamos rodeados de soja. É desafiador, mas, se não fizermos isso, daqui a pouco eu acho que nem vida mais vai existir”, diz Leirejane Macuxi.

Em nota enviada à Repórter Brasil, o MPF afirmou acompanhar os pedidos de revisão e verificar “caso a caso qual a medida adequada”. “Dentre esses casos, o MPF já atua judicialmente em situações nas quais há conflito fundiário, como nas comunidades Manoá/Pium e Pium, para garantir que o bem-estar das populações nesses territórios não seja impactado pelas atividades fora do território”, disse o órgão

<><> Estratégia de resistência

Enquanto a revisão das demarcações não acontece, as comunidades indígenas buscam alternativas para continuar vivendo em seus territórios. Uma delas é o PGTA (Plano de Gestão Territorial e Ambiental). Criado pelo Conselho Indígena de Roraima, é uma espécie de plano de governo das terras indígenas para implementar projetos de sustentabilidade. Na comunidade Morcego, por exemplo, uma das iniciativas adotadas por meio do PGTA é um tanque para produção de peixe. Anteriormente,  o plano havia dado origem a uma roça grande de macaxeira, que, no entanto, não resistiu à seca histórica que atingiu a Amazônia em 2023. “A gente escreveu no plano como a gente pensa em um futuro para nós. A gente já colocou que a dificuldade é pescar, então a gente vai criar. De que maneira? Uma maneira sustentável. Tem como fazer? Tem”, detalha Jabson Silva, líder indígena do povo Macuxi.

 

Fonte: Repórter Brasil

 

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