sábado, 12 de outubro de 2024

Pastores derrotados nas urnas: Bancada evangélica fracassa e diminui no RJ

Um fato inesperado por muitos, diante dos últimos debates políticos, chamou a atenção nas eleições da capital fluminense: a cidade conhecida por geralmente ter uma bancada evangélica numerosa e potente viu esse número diminuir consideravelmente no pleito do último dia 06.

A Igreja Internacional da Graça de Deus, que já havia garantido três mandatos a Jorge Manaia, enfrentou a segunda derrota consecutiva nas urnas, tanto no Rio de Janeiro quanto em São Paulo. Na capital paulista, André Soares, quinto filho do fundador da denominação, R.R. Soares, foi derrotado pela segunda vez. No Rio, o estreante Pastor Josias Cruz também não conseguiu se eleger.

Durante a atual legislatura, a Igreja Mundial do Poder de Deus, liderada pelo apóstolo Valdemiro Santiago, só conquistou uma cadeira na Câmara com Matheus Gabriel, após a cassação de Gabriel Monteiro. Desta vez, no entanto, a denominação optou por não lançar Matheus à reeleição, apostando em Sandro Alves, ex-diretor de TV e atual responsável pelo braço político da igreja. Mesmo assim, o novo candidato não foi eleito.

O pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC), sofreu uma derrota significativa ao não conseguir eleger seu candidato nas últimas eleições. Além disso, focado na candidatura de Pablo Marçal em São Paulo, Malafaia não conseguiu manter um representante de sua denominação no legislativo carioca, encerrando uma sequência de três mandatos consecutivos de Alexandre Isquierdo.

Apesar de manter uma relação próxima com o prefeito Eduardo Paes (PSD), Malafaia concentrou seus esforços na campanha do ex-pagodeiro Waguinho Cantor (PL) para a vaga de vereador no Rio de Janeiro. O pastor, que adota uma estratégia recorrente de priorizar a eleição de vereadores no Rio e em outros estados, afirmou: "Nas últimas três ou quatro eleições para prefeito no Rio, sempre me dedico a eleger vereador. Não apoio nenhum candidato." Contudo, com apenas 9.523 votos, Waguinho terminou na quarta suplência do PL, frustrando os planos de Malafaia de conquistar uma cadeira na Câmara Municipal.

A Assembleia de Deus de Madureira, a maior denominação do Rio, apostou na reeleição de Eliseu Kessler pelo MDB, mas não obteve sucesso. O apoio de Otoni de Paula, deputado federal e cabo eleitoral de Kessler, não foi suficiente para garantir a vitória nem dele, nem do irmão do deputado, Renato de Paula, que também fracassou na tentativa de se eleger.

Na Igreja Universal do Reino de Deus, que já chegou a ter cinco vereadores durante a gestão do Bispo Rodrigues, a situação também foi desfavorável. Apesar de tentar ampliar sua bancada com Deangelis Percy, ex-coordenador do grupo Arimateia, a igreja só reelegeu dois nomes: Tânia Bastos e Inaldo Silva, ambos pelo Republicanos, com apoio da prefeitura. Percy, com 17.802 votos, ficou apenas como suplente pelo PSD.

O resultado geral foi uma expressiva redução da bancada evangélica no cenário político municipal. Denominações poderosas, como a Assembleia de Deus e a Igreja Universal, não conseguiram alcançar os resultados esperados, comprometendo a influência política que essas lideranças religiosas vinham mantendo na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

Essa mudança reflete uma queda no poder de transferência de votos dos líderes religiosos para seus candidatos, trazendo questionamentos sobre o futuro da presença evangélica nas instâncias legislativas.

<><> Bolsonaro reage duramente à exigência de Marçal por desculpas

Jair Bolsonaro (PL) reagiu duramente ao fato de Pablo Marçal (PRTB) ter condicionado o apoio ao prefeito Ricardo Nunes (MDB) no segundo turno em São Paulo a um pedido de desculpas.

Ao ser questionado pela coluna sobre a exigência de Marçal, Bolsonaro reagiu com xingamentos ao ex-coach, sinalizando serem remotas as chances de o ex-presidente se retratar com o candidato derrotado.

Apesar da reação dura, Bolsonaro pretende ignorar o ex-coach derrotado daqui para frente. A aposta do ex-presidente da República é de que Marçal deve acabar se tornando inelegível em breve.

O motivo seria o laudo médico falso divulgado pelo ex-coach na véspera do primeiro turno para tentar emplacar a narrativa de que Guilherme Boulos (PSol) seria usuário de cocaína.

# Marçal exigiu desculpas de Bolsonaro, Tarcísio e Nunes

Em entrevista na terça-feira (8/10), Marçal condicionou um eventual apoio a Nunes no segundo turno a pedidos de desculpas de Bolsonaro por ofensas proferidas durante a campanha para o primeiro turno.

A exigência de desculpas do ex-coach se estende a outras quatro personalidades: o governador Tarcísio de Freitas, o pastor Silas Malafaia, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o próprio Nunes.

“A consideração (de um apoio a Nunes) está condicionada a (uma retratação de) Malafaia, Bolsonaro, Eduardo, Tarcísio e ele (Nunes)”, afirmou o candidato derrotado do PRTB.

# Bolsonaro não temeu Marçal, diz Flávio

Em entrevista ao Metrópoles, na coluna Guilherme Amado, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que seu pai não temeu perder o protagonismo político no campo da direita para Marçal.

Embora diga que Jair Bolsonaro não temia perder protagonismo para Marçal, o senador citou pesquisas eleitorais internas que apontariam que, em 2026, Bolsonaro enfrentaria Marçal com sucesso.

•        Flávio admite plano de anistiar Jair Bolsonaro e cassar decisão do TSE

O senador Flávio Bolsonaro admitiu que o bolsonarismo trabalha para anistiar Jair Bolsonaro no Congresso e derrubar sua inelegibilidade, decretada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no ano passado. Em entrevista à coluna na quarta-feira (9/10), Flávio disse ainda acreditar que os parlamentares vão anistiar os condenados pelos atos golpistas do 8 de Janeiro.

“Há uma influência política nos julgamentos sobre Bolsonaro. Essa conjuntura política pode mudar até 2026. Esse é um ponto. O outro ponto que eu vejo que pode reposicioná-lo é, sem dúvida alguma, a anistia que está sendo costurada, eu tenho certeza que vai ser aprovada ainda este ano, tanto no Congresso quanto no Senado, que pode vir também, e não só fazer justiça com quem foi absurdamente injustiçado em função do que aconteceu em Brasília no 8 de janeiro”, disse o senador.

Até então, bolsonaristas defendiam a anistia só para os condenados no 8 de Janeiro. O ex-presidente pediu isso durante o 7 de Setembro em São Paulo neste ano. “Essas condenações do 8 de Janeiro, nós temos que, através de uma anistia, beneficiar essas pessoas que foram injustamente condenadas. […] Nós seremos vitoriosos, daremos uma anistia”, disse Bolsonaro.

Questionado se a anistia pode alcançar o ex-presidente, Flávio Bolsonaro respondeu:

“Eu acredito, sim, que, em algum momento, antes de aprovar essa anistia para as pessoas que foram injustiçadas e presas no 8 de Janeiro, isso vai, direta ou indiretamente, refletir no presidente Bolsonaro”.

Em junho do ano passado, o TSE tornou Bolsonaro inelegível até 2030. Por cinco votos a dois, o tribunal condenou o ex-presidente por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação por causa de uma reunião que o então presidente fez com embaixadores na pré-campanha de 2022, com o objetivo de atacar, sem provas, o sistema eleitoral.

A defesa do ex-presidente recorreu ao Supremo, que ainda não julgou o caso. Na última movimentação processual, o relator do processo, ministro Luiz Fux, pediu um parecer da Procuradoria-Geral da República.

 

•        Deputado faz audiência contra doutrinação religiosa nas escolas do Rio de Janeiro

Nesta sexta-feira (11), o deputado estadual do Rio de Janeiro, Carlos Minc (PSB), promoveu uma audiência pública na Assembleia Legislativa para discutir o projeto de lei de sua autoria que visa garantir um ensino religioso sem caráter proselitista nas escolas públicas do estado. A proposta busca abordar temas como história das religiões, ética e o diálogo entre diferentes crenças.

O anúncio da audiência provocou a reação de líderes religiosos, que estão organizando um protesto no mesmo horário do evento. Em um comunicado que circula em aplicativos de mensagens, há um chamado para que professores de ensino religioso, diretores de escolas estaduais, pais e alunos participem da manifestação em defesa de um ensino religioso confessional.

"Convoco todos a se mobilizarem, especialmente professores e diretores, para defender o ensino religioso confessional, que respeita o Estado laico, combate a intolerância e promove a cultura de paz", diz a nota.

Minc argumenta que, em muitos casos, líderes religiosos têm usado a obrigatoriedade do ensino religioso nas escolas para realizar pregações em sala de aula. Ele destaca que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) estabelece que o ensino religioso nas escolas públicas deve ser inter-religioso e não doutrinário. No entanto, o deputado ressalta que apenas dois estados, entre eles o Rio de Janeiro, possuem legislação que permite a educação confessional.

“A lei do Rio é muito ruim porque diz que ainda que o professor passe em concurso, ele terá que ser credenciado pela autoridade religiosa correspondente. Ou seja, se perder o credenciamento, perde o emprego. Isso é inconcebível.” Diz o deputado, que continua:

“Não somos contra a que escolas particulares, filiadas a determinadas tradições religiosas, ensinem as doutrinas de suas respectivas religiões, de um ponto de vista confessional. Mas nas escolas públicas, o que deve prevalecer é um ensino não confessional, voltado para a história das religiões, dentro de uma perspectiva socioantropológica.”

A audiência pública promete ser um espaço de intensas discussões sobre o futuro do ensino religioso no estado.

<><> O que diz a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB)

O artigo 33 da Lei nº 9475, de 22 de julho de 1997, atribuiu aos diferentes sistemas de ensino a regulamentação dos procedimentos para a definição dos conteúdos do ensino religioso.

Art. 33. O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo.

 

•        “Malafaia já é comunista na Austrália”: briga envolvendo empresário da fé e Bolsonaro vira meme nas redes

A briga envolvendo o empresário da fé Silas Malafaia e Jair Bolsonaro tem dado o que falar nas redes e é um dos assuntos mais comentados nos trends topics.

Tudo começou nesta segunda-feira quando Malafaia soltou o verbo em entrevista concedida à jornalista Mônica Bergamo: ele criticou Jair Bolsonaro por sua omissão durante as eleições municipais em São Paulo, apontando que ele se preocupou mais com a possibilidade de ser derrotado por Pablo Marçal do que em defender seus aliados. "Que porcaria de líder é esse?", indagou Malafaia, ressaltando que a liderança não deve ser guiada apenas pelas redes sociais e ainda declarou apoio a candidatura de Tarcísio de Freitas para presidência, em 2026.

Em contrapartida, Flávio Bolsonaro saiu em defesa do pai e disse que “roupa suja se lava em casa” repreendendo a postura do empresário.

<><> Valdemiro dá novo calote e agora até microfones e televisores de igreja são penhorados pela justiça

A Justiça de São Paulo determinou a penhora de diversos bens da sede da Igreja Mundial do Poder de Deus, comandada por Valdemiro Santiago. A decisão foi tomada pela juíza Fernanda Soares Fialdini, da 2ª Vara Cível do Foro Regional do Butantã. Entre os itens penhorados estão televisores, microfones, câmeras, instrumentos musicais e outros equipamentos de som, localizados na sede da igreja na rua Carneiro Leão, 439, no Brás, São Paulo. A informação foi publicada originalmente pela coluna de Rogério Gentile, no jornal Folha de S.Paulo.

A penhora foi determinada devido a uma dívida de aproximadamente R$ 103 mil, referente ao contrato de aluguel de um apartamento no Morumbi, destinado à moradia da família de um pastor. O empresário responsável pelo imóvel acionou a Justiça para receber o valor, após tentativas frustradas de acordo.

Apesar de um acordo prévio ter sido firmado para o pagamento parcelado da dívida, ele não foi cumprido, o que levou à determinação da penhora. 

 

Fonte: Fórum/Metrópoles/Brasil 247

 

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