Francisco Calmon: ‘Pablito, o perigoso
agente do lumpem capitalista’
QUEM SABE AINDA SOU
UMA GAROTINHA, rezando baixo pelos cantos, por ser uma menina má; Eu só peço a
Deus um pouco de malandragem, pois sou criança e não conheço a verdade [...]
(Cazuza/Roberto Frejat).
Eu sou apenas um
garoto de 37 anos, primário na política, meio que infantilizado, inteiramente
bagunceiro e agitador da extrema-direita, sou reacionário assumido, paladino do
capital e do papel subserviente do trabalhador.
Tenho obsessão
anticomunista, vejo esquerdista até em candidato poste, sou creptofascista, não
tenho pudor e nem ética.
É evidente que o povo
de SP não vai me eleger, pelo menos desta vez, mas eu vou ganhar dinheiro e
ficarei conhecido para a próxima eleição.
É assim sempre:
cacareco, mosquito, macaco tião, tiririca, vou surfar nos espaços que me derem
e encher minhas burras de bitcoin.
Não me levem a sério,
mas não me batam, senão esperneio, bato pé, e chamo para o MMA da incivilidade,
ganharei todas.
Ninguém me segura, sou
seguidor de Elon Musk, somos invencíveis, compramos tudo com dinheiro, temos a
rede do submundo a nosso serviço.
Se for para debater
programa, eu vou e deliro com ideias megalômanas e irrealizáveis, o eleitor
gosta, embora não entenda, é crédulo, e disso me aproveito.
Não se preocupem
comigo, não há motivo, podem ficar zombando, assim fizeram com o meu espelho
Enéas, derrotado três vezes para presidente e uma para prefeito, conseguiu ser
deputado.
O texto acima é uma
tradução livre do que um candidato à prefeitura de SP tem declarado.
Collor, Bolsonaro,
Jânio, foram candidatos plutônicos e antissistemas, e no que deu?
O estado de SP vota
mal, mas nem sempre, já elegeu políticos sãos e progressistas.
O fascismo ronda o
mundo, a América Latina é uma trincheira de resistência, apesar da Argentina e
do estado de SP, cuja gestão é policialesca e laboratório do bolsonarismo.
Acorda, São Paulo,
desse pesadelo, se livre, na real, desse espantalho.
• Triste eleição em São Paulo. Por Adilson
Roberto Gonçalves
Nem mais lembrava da
existência dos tucanos, autoescorraçados que foram do cenário político
brasileiro, devido a lesivos membros internos do naipe de um João Dória e Aécio
Neves. A unção, agora, de Datena como candidato a prefeito da capital paulista
apenas reforça a dissociação da realidade incorporada ao partido. Lamentável.
No campo progressista
a aposta está em Guilherme Boulos, mas que carrega uma inércia da esquerda em
lidar com a comunicação digital moderna. Tábata Amaral ainda é tida e havida
como cria do bilionário Lemann, então é difícil associá-la com a esquerda legítima,
ainda que suas propostas são muito boas e sua assertividade está se destacando.
Já o candidato do PRTB
à Prefeitura de São Paulo, cujo nome me recuso a pronunciar ou escrever, quer
apenas surfar na popularidade digital para manter seus ganhos com os cliques em
postagens. Não possui o mínimo interesse em administrar a maior cidade do país.
E está logrando êxito, pois mesmo falando mal dele, as visualizações e
“curtidas” acontecem devido às “lacrações” que ele faz e posta. Além de todos
os crimes que praticou, há o de falsidade ideológica em figurar como candidato,
usar verba pública para a campanha e estar se aproveitando da condição apenas
para ganhos pessoais.
Seria apenas
intrigante não fosse trágica a preferência de parte significativa do eleitor
paulistano por um criminoso e aquém de qualquer qualificativo de dignidade
humana para ocupar a Prefeitura. A recente pesquisa DataFolha mostra que a
disputa eleitoral está embolada, mas ainda os analistas têm dificuldade de
entender o que os números significam. O candidato do PRTB foi o único que
cresceu acima da margem de erro, em relação à pesquisa anterior. O conceito de
“oscilação” não existe dentro da estatística dos resultados, uma vez que, com
três pontos percentuais de margem de erro, 23% e 19% se equivalem.
• Os coaches e os idiotas. Por Paulo
Henrique Arantes
Pablo Marçal não tem
conteúdo nem para ser coach evangélico,
muito menos prefeito de São Paulo. Palestrantes motivacionais, atuantes em
carne e osso ou na internet, reproduzem-se como praga, aproveitando-se do vazio
intelectual que parece predominar. Marçal candidato resulta disso e, no
contexto coaching, é um dos piores, tanto pelo que diz quanto pelos esqueletos
em seu armário.
O movimento da
extrema-direita global para emparedar pensadores legítimos já conseguiu
importantes vitórias mundo afora, e teve em Olavo de Carvalho seu mais
estridente porta-voz. O filósofo Luiz Felipe Pondé, um acadêmico, esmera-se em
esculachar a academia por considerá-la palco exclusivo a esquerdistas. Claro
que o pensamento considerado “de esquerda” predomina nas universidades, mas por
que não predominaria, já que o próprio livre-pensar foi historicamente
combatido pela direita? Sim, Stalin e Fidel nunca permitiram pensamento
divergente algum, e eram de esquerda - bingo! Daí a necessidade de se ressaltar
o quão próximos situam-se os extremos que escapam à régua democrática.
O louvor à ignorância
ganha corpo e não é de hoje. Valorizar a falta de conhecimento virou moda sob o
falso argumento de que pensar não enche barriga. Um bolsonarista, olavista,
marçalista ou coisa que o valha acha que andar com arma na cinta e mandar o filho
criança trabalhar em vez de ir para a escola são virtudes. A virtude maior,
para essa gente, é a capacidade de enriquecer, comprar segurança (leia-se um
revólver e uma casa num condomínio blindado) e dar uma banana para os
fracassados.
O discurso desse povo,
em síntese, é o da famigerada meritocracia, algo absoluta e gritantemente
distante de qualquer senso de justiça social. E dá-lhe negacionismo. Os
louva-coaches não hesitam em acreditar em qualquer bobagem dita numa palestra
proferida por um espertalhão para um amontoado de incautos. Abestalhado, o
louva-coaches é a presa ideal, pois desde sempre um consumidor de
“conhecimento” por orelhadas, jamais um questionador, muito menos um leitor.
A orelhada é a atitude
intelectual mais profunda do louva-coaches. Mente vazia, ele escuta a bobagem
dita pelo coach, gosta porque lhe é compreensível e lhe parece aplicável na
vida cotidiana. O discurso do coach, nada mais que um mentiroso, faz com que um
portal de esperança surja diante dos seus olhos, fazendo-o sentir-se não como o
idiota que é, mas como um futuro self-made man. A sagrada orelhada irá
transformar a vida do idiota, que logo nem saberá mais a qual coach louvar. Ou
em qual coach votar.
• Justiça mantém candidatura de Marçal,
mas cobra explicações sobre impulsionamento ilegal
O Tribunal Regional
Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) negou o pedido de liminar do Ministério Público
Eleitoral (MPE) para suspender a candidatura de Pablo Marçal (PRTB) à
Prefeitura de São Paulo. A decisão, proferida pelo juiz Antonio Maria Patiño
Zorz, da 1ª Zona Eleitoral, garante que a campanha do coach bolsonarista
continue normalmente, embora o processo ainda possa ser contestado.
O processo, porém, não
foi descartado. O juiz determinou que Marçal e sua vice, Antonia de Jesus
Barbosa Fernandes, apresentem suas defesas no prazo de cinco dias.
O MPE alega que Marçal
utilizou estratégias ilegais de financiamento de campanha, recrutando
colaboradores para divulgar seu conteúdo online em troca de ganhos financeiros,
prática que ele assumiu fazer antes do período eleitoral. Segundo a acusação,
essa prática configura uma forma de impulsionamento de conteúdo, proibida pela
legislação eleitoral.
Apesar das acusações,
o juiz Patiño Zorz decidiu não suspender a candidatura de Marçal neste momento,
argumentando que ainda não houve condenação pelos atos mencionados. O
magistrado destacou que a suspensão imediata poderia prejudicar o andamento do
processo eleitoral, uma vez que o julgamento da ação ainda está em curso.
A denúncia do MPE tem
como base uma investigação do jornal O Globo, que aponta que Marçal teria
driblado a proibição de impulsionamento pago nas redes sociais ao incentivar
seus seguidores harem o conteúdo de seus perfis mediante “promessas de
pagamentos”.
Essa prática, segundo
o procurador Fabiano Augusto Petean, responsável pelo pedido de impugnação,
configura uma violação das regras eleitorais.
O MPE também solicitou
que o PRTB fosse incluído como réu no processo. No entanto, o juiz indeferiu
essa solicitação, afirmando que pessoas jurídicas não podem ser penalizadas com
cassação de candidatura ou inelegibilidade. Assim, a ação segue apenas contra
Marçal e sua vice.
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Google e X recorrem à Justiça Eleitoral contra decisão que determina suspensão
de perfis de Marçal
O Google e o X, antigo
Twitter, recorreram ao Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) contra
a decisão que determinou a suspensão dos perfis de Pablo Marçal (PRTB),
candidato à prefeitura de São Paulo nas eleições municipais deste ano. Conforme
relatou o blog de Caio Junqueira na CNN, a ação foi movida pelo PSB, partido da
candidata Tabata Amaral, que busca impugnar a candidatura do empresário.
Para o Google, a
suspensão total do canal do candidato, em vez de apenas remover os conteúdos
considerados irregulares pela Justiça, está em desacordo com a Resolução/TSE nº
23.610/2019. A empresa ainda afirmou que “o suposto ilícito indicado na decisão não seria praticado pelo canal do representado, mas nos cortes veiculados por outros usuários”.
O X seguiu uma linha
de argumentação semelhante, afirmando que não houve análise de conteúdos
publicados pela conta de Marçal que justificasse a suspensão integral. Os
advogados da plataforma também consideraram a medida desproporcional,
destacando que ela fere a liberdade de expressão ao impedir a publicação de
qualquer tipo de conteúdo, inclusive aqueles que estão em conformidade com a
legislação eleitoral.
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Tarcísio sugere anular voto em 2º turno entre Marçal e Boulos
Em entrevista ao
programa ‘Direto ao Ponto’, da Jovem Pan, nesta segunda-feira (26), o
governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, sugeriu que seria “um bom
caminho” anular seu voto nas eleições para prefeito da capital, em um eventual
segundo turno entre o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) e o
influenciador digital Pablo Marçal (PRTB).
O bolsonarista afirmou
que não confia na capacidade de nenhum dos dois candidatos para administrar a
cidade.
“Um [Marçal] eu não
sinto confiança nenhuma, nenhuma condição de fazer um bom trabalho de gestão.
Não apresentou nada até agora, só lacração. E o outro [Boulos] pensa
diametralmente de maneira oposta ao que eu penso”, afirmou.
O governador afirmou
que a candidatura de Marçal poderia pavimentar o caminho para a vitória de
Boulos na eleição para a Prefeitura de São Paulo.
“Eu não queria que a
esquerda ganhasse”, declarou Tarcísio, destacando que o coach poderia ser um
fator decisivo para uma possível vitória de Boulos no segundo turno. Segundo
ele, “o Marçal hoje é a porta de entrada para o Boulos. Marçal hoje é o cara que
pode fazer com que o Boulos vença a eleição no segundo turno.”
Tarcísio também
comparou os dois candidatos em um possível confronto direto no segundo turno:
“O Boulos perde para o Ricardo [Nunes, atual prefeito]. Em um segundo turno com
o Marçal, a coisa já fica embolada.” Ele ainda criticou o apoio da direita ao
coach, sugerindo que essa escolha poderia entregar a Prefeitura de São Paulo
para a esquerda: “Se a direita quer entregar a Prefeitura de SP nas mãos do
Boulos, está fazendo um grande serviço apoiando o Marçal.”
<><> Quem
é a ex-global que comanda a comunicação de Pablo Marçal
A atriz Luma Vidal,
que fez participações em novelas da Globo, Band e Record, é a responsável pela
comunicação de Pablo Marçal, candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo,
revela o jornalista Guilherme Amado, em sua coluna no Metrópoles.
Vidal foi notada pelos
comentários que fazia nos vídeos de Marçal. Muitos viravam posts do coach.
Presença constante nas lives, Vidal enviou uma mensagem ao perfil de Marçal no
Instagram. “Se você gostou das frases, tem muito mais. Me contrata”, afirmou Vidal,
que logo foi contratada e passou a comandar as redes de Marçal.
“Marçal tem histórias
do passado dele, mas acredito que ele justificou e ressignificou. Não temos
como conhecer as pessoas na totalidade. Dentro do que eu conheço dele, coloco a
mão no fogo. Se eu soubesse de qualquer coisa que o descredibilizasse, eu teria
saído”, disse ela ao jornalista.
O atual candidato do
PRTB à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, que chegou a ser preso em 2010
por fraudes bancárias, foi solto da prisão após passar informações sobre
supostos comparsas à Polícia Federal. De acordo com as investigações, o
influenciador sabia do esquema e atuava selecionando endereços de emails de
possíveis vítimas, de acordo com o jornal Folha de S.Paulo.
O esquema era
conhecido como phishing, um método de atrair pessoas na internet para que elas
links de sites responsáveis por instalar vírus em computadores e celulares. No
processo, um agente da PF afirmou que o influenciador sabia do esquema e teria
passeado em carros da quadrilha.
Em depoimento, Marçal
afirmou que recebia R$ 350 (cerca de R$ 1.000, em valores corrigidos) para
serviços de informática para Danilo de Oliveira, acusado de chefiar a
quadrilha.
Fonte: Brasil 247/DCM
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