quinta-feira, 29 de agosto de 2024

Francisco Calmon: ‘Pablito, o perigoso agente do lumpem capitalista’

QUEM SABE AINDA SOU UMA GAROTINHA, rezando baixo pelos cantos, por ser uma menina má; Eu só peço a Deus um pouco de malandragem, pois sou criança e não conheço a verdade [...] (Cazuza/Roberto Frejat).

Eu sou apenas um garoto de 37 anos, primário na política, meio que infantilizado, inteiramente bagunceiro e agitador da extrema-direita, sou reacionário assumido, paladino do capital e do papel subserviente do trabalhador.

Tenho obsessão anticomunista, vejo esquerdista até em candidato poste, sou creptofascista, não tenho pudor e nem ética.

É evidente que o povo de SP não vai me eleger, pelo menos desta vez, mas eu vou ganhar dinheiro e ficarei conhecido para a próxima eleição.

É assim sempre: cacareco, mosquito, macaco tião, tiririca, vou surfar nos espaços que me derem e encher minhas burras de bitcoin.

Não me levem a sério, mas não me batam, senão esperneio, bato pé, e chamo para o MMA da incivilidade, ganharei todas.

Ninguém me segura, sou seguidor de Elon Musk, somos invencíveis, compramos tudo com dinheiro, temos a rede do submundo a nosso serviço.

Se for para debater programa, eu vou e deliro com ideias megalômanas e irrealizáveis, o eleitor gosta, embora não entenda, é crédulo, e disso me aproveito.

Não se preocupem comigo, não há motivo, podem ficar zombando, assim fizeram com o meu espelho Enéas, derrotado três vezes para presidente e uma para prefeito, conseguiu ser deputado.

O texto acima é uma tradução livre do que um candidato à prefeitura de SP tem declarado.

Collor, Bolsonaro, Jânio, foram candidatos plutônicos e antissistemas, e no que deu?

O estado de SP vota mal, mas nem sempre, já elegeu políticos sãos e progressistas.

O fascismo ronda o mundo, a América Latina é uma trincheira de resistência, apesar da Argentina e do estado de SP, cuja gestão é policialesca e laboratório do bolsonarismo. 

Acorda, São Paulo, desse pesadelo, se livre, na real, desse espantalho.

 

•        Triste eleição em São Paulo. Por Adilson Roberto Gonçalves

Nem mais lembrava da existência dos tucanos, autoescorraçados que foram do cenário político brasileiro, devido a lesivos membros internos do naipe de um João Dória e Aécio Neves. A unção, agora, de Datena como candidato a prefeito da capital paulista apenas reforça a dissociação da realidade incorporada ao partido. Lamentável.

No campo progressista a aposta está em Guilherme Boulos, mas que carrega uma inércia da esquerda em lidar com a comunicação digital moderna. Tábata Amaral ainda é tida e havida como cria do bilionário Lemann, então é difícil associá-la com a esquerda legítima, ainda que suas propostas são muito boas e sua assertividade está se destacando.

Já o candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, cujo nome me recuso a pronunciar ou escrever, quer apenas surfar na popularidade digital para manter seus ganhos com os cliques em postagens. Não possui o mínimo interesse em administrar a maior cidade do país. E está logrando êxito, pois mesmo falando mal dele, as visualizações e “curtidas” acontecem devido às “lacrações” que ele faz e posta. Além de todos os crimes que praticou, há o de falsidade ideológica em figurar como candidato, usar verba pública para a campanha e estar se aproveitando da condição apenas para ganhos pessoais.

Seria apenas intrigante não fosse trágica a preferência de parte significativa do eleitor paulistano por um criminoso e aquém de qualquer qualificativo de dignidade humana para ocupar a Prefeitura. A recente pesquisa DataFolha mostra que a disputa eleitoral está embolada, mas ainda os analistas têm dificuldade de entender o que os números significam. O candidato do PRTB foi o único que cresceu acima da margem de erro, em relação à pesquisa anterior. O conceito de “oscilação” não existe dentro da estatística dos resultados, uma vez que, com três pontos percentuais de margem de erro, 23% e 19% se equivalem.

 

•        Os coaches e os idiotas. Por Paulo Henrique Arantes

Pablo Marçal não tem conteúdo nem para ser  coach evangélico, muito menos prefeito de São Paulo. Palestrantes motivacionais, atuantes em carne e osso ou na internet, reproduzem-se como praga, aproveitando-se do vazio intelectual que parece predominar. Marçal candidato resulta disso e, no contexto coaching, é um dos piores, tanto pelo que diz quanto pelos esqueletos em seu armário.

O movimento da extrema-direita global para emparedar pensadores legítimos já conseguiu importantes vitórias mundo afora, e teve em Olavo de Carvalho seu mais estridente porta-voz. O filósofo Luiz Felipe Pondé, um acadêmico, esmera-se em esculachar a academia por considerá-la palco exclusivo a esquerdistas. Claro que o pensamento considerado “de esquerda” predomina nas universidades, mas por que não predominaria, já que o próprio livre-pensar foi historicamente combatido pela direita? Sim, Stalin e Fidel nunca permitiram pensamento divergente algum, e eram de esquerda - bingo! Daí a necessidade de se ressaltar o quão próximos situam-se os extremos que escapam à régua democrática.

O louvor à ignorância ganha corpo e não é de hoje. Valorizar a falta de conhecimento virou moda sob o falso argumento de que pensar não enche barriga. Um bolsonarista, olavista, marçalista ou coisa que o valha acha que andar com arma na cinta e mandar o filho criança trabalhar em vez de ir para a escola são virtudes. A virtude maior, para essa gente, é a capacidade de enriquecer, comprar segurança (leia-se um revólver e uma casa num condomínio blindado) e dar uma banana para os fracassados.

O discurso desse povo, em síntese, é o da famigerada meritocracia, algo absoluta e gritantemente distante de qualquer senso de justiça social. E dá-lhe negacionismo. Os louva-coaches não hesitam em acreditar em qualquer bobagem dita numa palestra proferida por um espertalhão para um amontoado de incautos. Abestalhado, o louva-coaches é a presa ideal, pois desde sempre um consumidor de “conhecimento” por orelhadas, jamais um questionador, muito menos um leitor.

A orelhada é a atitude intelectual mais profunda do louva-coaches. Mente vazia, ele escuta a bobagem dita pelo coach, gosta porque lhe é compreensível e lhe parece aplicável na vida cotidiana. O discurso do coach, nada mais que um mentiroso, faz com que um portal de esperança surja diante dos seus olhos, fazendo-o sentir-se não como o idiota que é, mas como um futuro self-made man. A sagrada orelhada irá transformar a vida do idiota, que logo nem saberá mais a qual coach louvar. Ou em qual coach votar.

 

•        Justiça mantém candidatura de Marçal, mas cobra explicações sobre impulsionamento ilegal

O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) negou o pedido de liminar do Ministério Público Eleitoral (MPE) para suspender a candidatura de Pablo Marçal (PRTB) à Prefeitura de São Paulo. A decisão, proferida pelo juiz Antonio Maria Patiño Zorz, da 1ª Zona Eleitoral, garante que a campanha do coach bolsonarista continue normalmente, embora o processo ainda possa ser contestado.

O processo, porém, não foi descartado. O juiz determinou que Marçal e sua vice, Antonia de Jesus Barbosa Fernandes, apresentem suas defesas no prazo de cinco dias.

O MPE alega que Marçal utilizou estratégias ilegais de financiamento de campanha, recrutando colaboradores para divulgar seu conteúdo online em troca de ganhos financeiros, prática que ele assumiu fazer antes do período eleitoral. Segundo a acusação, essa prática configura uma forma de impulsionamento de conteúdo, proibida pela legislação eleitoral.

Apesar das acusações, o juiz Patiño Zorz decidiu não suspender a candidatura de Marçal neste momento, argumentando que ainda não houve condenação pelos atos mencionados. O magistrado destacou que a suspensão imediata poderia prejudicar o andamento do processo eleitoral, uma vez que o julgamento da ação ainda está em curso.

A denúncia do MPE tem como base uma investigação do jornal O Globo, que aponta que Marçal teria driblado a proibição de impulsionamento pago nas redes sociais ao incentivar seus seguidores harem o conteúdo de seus perfis mediante “promessas de pagamentos”.

Essa prática, segundo o procurador Fabiano Augusto Petean, responsável pelo pedido de impugnação, configura uma violação das regras eleitorais.

O MPE também solicitou que o PRTB fosse incluído como réu no processo. No entanto, o juiz indeferiu essa solicitação, afirmando que pessoas jurídicas não podem ser penalizadas com cassação de candidatura ou inelegibilidade. Assim, a ação segue apenas contra Marçal e sua vice.

<><> Google e X recorrem à Justiça Eleitoral contra decisão que determina suspensão de perfis de Marçal

O Google e o X, antigo Twitter, recorreram ao Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) contra a decisão que determinou a suspensão dos perfis de Pablo Marçal (PRTB), candidato à prefeitura de São Paulo nas eleições municipais deste ano. Conforme relatou o blog de Caio Junqueira na CNN, a ação foi movida pelo PSB, partido da candidata Tabata Amaral, que busca impugnar a candidatura do empresário.

Para o Google, a suspensão total do canal do candidato, em vez de apenas remover os conteúdos considerados irregulares pela Justiça, está em desacordo com a Resolução/TSE nº 23.610/2019. A empresa ainda afirmou que “o suposto ilícito indicado na decisão não seria praticado pelo canal do representado, mas nos cortes veiculados por outros usuários.

O X seguiu uma linha de argumentação semelhante, afirmando que não houve análise de conteúdos publicados pela conta de Marçal que justificasse a suspensão integral. Os advogados da plataforma também consideraram a medida desproporcional, destacando que ela fere a liberdade de expressão ao impedir a publicação de qualquer tipo de conteúdo, inclusive aqueles que estão em conformidade com a legislação eleitoral.

<><> Tarcísio sugere anular voto em 2º turno entre Marçal e Boulos

Em entrevista ao programa ‘Direto ao Ponto’, da Jovem Pan, nesta segunda-feira (26), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, sugeriu que seria “um bom caminho” anular seu voto nas eleições para prefeito da capital, em um eventual segundo turno entre o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) e o influenciador digital Pablo Marçal (PRTB).

O bolsonarista afirmou que não confia na capacidade de nenhum dos dois candidatos para administrar a cidade.

“Um [Marçal] eu não sinto confiança nenhuma, nenhuma condição de fazer um bom trabalho de gestão. Não apresentou nada até agora, só lacração. E o outro [Boulos] pensa diametralmente de maneira oposta ao que eu penso”, afirmou.

O governador afirmou que a candidatura de Marçal poderia pavimentar o caminho para a vitória de Boulos na eleição para a Prefeitura de São Paulo.

“Eu não queria que a esquerda ganhasse”, declarou Tarcísio, destacando que o coach poderia ser um fator decisivo para uma possível vitória de Boulos no segundo turno. Segundo ele, “o Marçal hoje é a porta de entrada para o Boulos. Marçal hoje é o cara que pode fazer com que o Boulos vença a eleição no segundo turno.”

Tarcísio também comparou os dois candidatos em um possível confronto direto no segundo turno: “O Boulos perde para o Ricardo [Nunes, atual prefeito]. Em um segundo turno com o Marçal, a coisa já fica embolada.” Ele ainda criticou o apoio da direita ao coach, sugerindo que essa escolha poderia entregar a Prefeitura de São Paulo para a esquerda: “Se a direita quer entregar a Prefeitura de SP nas mãos do Boulos, está fazendo um grande serviço apoiando o Marçal.”

<><> Quem é a ex-global que comanda a comunicação de Pablo Marçal

A atriz Luma Vidal, que fez participações em novelas da Globo, Band e Record, é a responsável pela comunicação de Pablo Marçal, candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, revela o jornalista Guilherme Amado, em sua coluna no Metrópoles.

Vidal foi notada pelos comentários que fazia nos vídeos de Marçal. Muitos viravam posts do coach. Presença constante nas lives, Vidal enviou uma mensagem ao perfil de Marçal no Instagram. “Se você gostou das frases, tem muito mais. Me contrata”, afirmou Vidal, que logo foi contratada e passou a comandar as redes de Marçal.

“Marçal tem histórias do passado dele, mas acredito que ele justificou e ressignificou. Não temos como conhecer as pessoas na totalidade. Dentro do que eu conheço dele, coloco a mão no fogo. Se eu soubesse de qualquer coisa que o descredibilizasse, eu teria saído”, disse ela ao jornalista.

O atual candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, que chegou a ser preso em 2010 por fraudes bancárias, foi solto da prisão após passar informações sobre supostos comparsas à Polícia Federal. De acordo com as investigações, o influenciador sabia do esquema e atuava selecionando endereços de emails de possíveis vítimas, de acordo com o jornal Folha de S.Paulo.

O esquema era conhecido como phishing, um método de atrair pessoas na internet para que elas links de sites responsáveis por instalar vírus em computadores e celulares. No processo, um agente da PF afirmou que o influenciador sabia do esquema e teria passeado em carros da quadrilha.

Em depoimento, Marçal afirmou que recebia R$ 350 (cerca de R$ 1.000, em valores corrigidos) para serviços de informática para Danilo de Oliveira, acusado de chefiar a quadrilha.

 

Fonte: Brasil 247/DCM

 

Nenhum comentário: