sábado, 31 de agosto de 2024

Rosatom: contrainteligência soviética garantiu sigilo do 1º projeto nuclear da URSS

A contrainteligência soviética garantiu o completo sigilo do trabalho na primeira bomba atômica soviética, evitando o vazamento de informações que poderiam ter levado os EUA a lançar um ataque preventivo contra a URSS, disse Lev Ryabev, vice-diretor do Centro Nuclear Federal da Rússia, à Sputnik.

O anúncio foi feito por ocasião da comemoração do 75º aniversário do teste da primeira bomba nuclear soviética.

De acordo com especialistas, o teste bem-sucedido da primeira carga soviética para a bomba atômica RDS-1, em 29 de agosto de 1949, foi um dos principais eventos da história da Rússia, que garantiu sua existência como uma potência forte e independente.

Ryabev, consultor do diretor da empresa estatal russa Rosatom, disse que não só o fato de a bomba estar sendo desenvolvida, mas também seus testes não podiam ser divulgados, já que naquela época a URSS tinha plutônio para apenas duas bombas.

Segundo ele, em caso contrário, os bombardeiros norte-americanos teriam decolado de suas bases e teriam atacado o território soviético.

"Sem dúvida alguma, foi um momento muito significativo - o trabalho de nossa contrainteligência. [...] A ação da contrainteligência no projeto nuclear foi realizada no mais alto nível", enfatizou Ryabev, que chefiou o setor nuclear da URSS em 1986-1989.

Ryabev disse que não tem conhecimento de nenhum vazamento da cidade de Sarov, onde as armas nucleares soviéticas foram desenvolvidas. Até mesmo as pessoas que trabalhavam nas instalações de Sarov simplesmente não tinham conhecimento de muitas questões que não se aplicavam a elas e que eram tratadas por outras pessoas.

"Sim, as restrições eram enormes, nos primeiros anos não havia como viajar para fora da cidade. Todo o nosso sistema tinha restrições rigorosas. Mas as pessoas encaravam isso com compreensão", acrescentou Ryabev.

Em novembro de 1945, na estrutura das agências de segurança da URSS foi criado o chamado Departamento K. A principal tarefa atribuída à nova entidade era realizar o trabalho de contrainteligência nas instalações da indústria nuclear.

Todo um sistema de medidas foi desenvolvido para evitar o vazamento de informações que constituíssem segredos militares e de Estado. O regime de sigilo era observado não apenas nos laboratórios científicos ou nos locais de produção, mas em diversas outras áreas.

Para os EUA, como a própria Casa Branca admitiu, foi uma surpresa total saber do teste bem-sucedido da primeira bomba nuclear da URSS em agosto de 1949, muito antes do que esperavam.

<><> Tanque russo T-80BVM é quase invulnerável a drones com ogivas de carga moldada, diz produtor militar

Os tanques russos T-80BVM, ao contrário dos tanques de fabricação ocidental das Forças Armadas da Ucrânia, são praticamente invulneráveis a drones com munições de carga moldada graças à sua proteção adicional, disse a corporação russa Rostec em seu canal do Telegram.

A Rostec ressalta que agora os tanques da corporação têm uma estrutura adicional que protege o veículo praticamente por todos os lados.

Ela inclui a proteção contra ataques de drones: trata-se de uma plataforma de ferro em cima da torre do tanque e painéis laterais duplos com elementos de proteção ativos para proteger as trilhas das esteiras.

Devido à proteção dinâmica do chassi, a detonação do projétil acontece longe da estrutura principal do tanque, preservando assim o veículo.

Tradicionalmente, destaca a Rostec, a parte frontal do chassi e a torre são as partes mais fortes dos tanques.

Além disso, os tanques são usados com um sistema de camuflagem absorvente de três níveis Nakidka (manto ou capa, em português) que reduz a sua assinatura térmica, de radar e visual.

"Como resultado, os veículos domésticos quase não têm pontos fracos onde possam ser atingidos por drones carregando ogivas de carga moldada, o que não é o caso dos tanques das Forças Armadas ucranianas, especialmente os ocidentais", concluiu a Rostec.

Os tanques T-80BVM são fabricados pela empresa de engenharia Omsktransmash da empresa materna Uralvagonzavod.

Esses veículos são entregues às tropas russas equipados com uma estrutura especial de proteção contra várias munições. Ele consiste em painéis e redes que cobrem o compartimento do motor, a transmissão e a parte traseira da torre contra granadas, mísseis guiados e drones FPV.

 

¨      Rússia sempre buscou conclusão mais rápida possível do conflito na Ucrânia, diz chancelaria russa

Moscou sempre buscou a conclusão mais rápida possível do conflito na Ucrânia e favoreceu o início do processo de negociação, disse a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, à Sputnik.

O anúncio é a resposta à pergunta sobre se as propostas de paz da Rússia para a Ucrânia ainda estão sendo atuais.

"A Rússia sempre buscou uma conclusão rápida para o conflito ucraniano e defendeu o início de um processo negocial. Propusemos repetidamente resolver a situação atual por meios políticos e diplomáticos, inclusive em junho deste ano, quando o presidente russo Vladimir Putin apresentou uma iniciativa de paz", afirmou.

Segundo ela, a iniciativa de paz do presidente russo continua sendo uma receita universal e de longo prazo para resolver o conflito na Ucrânia, uma vez que não se trata de um congelamento do conflito, mas de seu término.

"Sua essência era a retirada das formações armadas ucranianas das novas regiões russas: República Popular de Donetsk, Republica Popular de Lugansk, regiões de Zaporozhie e de Kherson, a rejeição por Kiev do pedido de adesão à OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte], o cancelamento de todas as sanções ocidentais contra a Rússia e a garantia dos direitos dos cidadãos ucranianos russófonos", lembrou ela.

Contudo, Zakharova disse que, nas condições das atrocidades cometidas pelas Forças Armadas ucranianas nas regiões russas, as negociações de paz com Kiev, independentemente de quem as propõe, estão fora de questão.

"Está claro que, enquanto decorrem verdadeiras atrocidades, em particular, são efetuados ataques indiscriminados contra civis que não têm qualquer relação com as operações militares, contra a infraestrutura civil, são criadas ameaças a instalações de energia nuclear, não se pode falar de quaisquer negociações de paz com o regime terrorista de Kiev, independentemente de quem as propôs", concluiu Zakharova.

No dia 6 de agosto, as tropas ucranianas lançaram um ataque à região de Kursk, na Rússia. A ação marcou a agressão mais significativa da Ucrânia contra a Rússia desde fevereiro de 2022.

Comentando o ataque, o presidente russo Vladimir Putin disse que a Ucrânia havia realizado outra provocação em larga escala, atirando indiscriminadamente em alvos civis. O inimigo terá uma resposta adequada, acrescentou Putin.

 

¨      Vice-diretor da CIA diz que Ucrânia pretende manter parte do território capturado em Kursk

O vice-diretor da Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA, na sigla em inglês), David Cohen, afirmou durante a Conferência de Inteligência e Segurança do órgão norte-americano que a Ucrânia pretende manter o controle de parte do território russo capturado por suas tropas na região de Kursk por algum tempo.

"Eles [os ucranianos] estão permanecendo na Rússia, estão construindo defesas e, pelo que podemos perceber e pelas nossas conversas, parecem determinados a reter parte desse território por um período de tempo", disse Cohen nesta quarta-feira (28).

Ao mesmo tempo, Cohen reconheceu que a Rússia continua a fazer avanços territoriais na região de Donbass. No entanto, segundo o dirigente, isso não mudará a situação estratégica no campo de batalha.

Em 6 de agosto, as forças ucranianas cruzaram a fronteira com a Rússia e lançaram uma ofensiva na região de Kursk. Em relação ao ataque, o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que a Ucrânia havia realizado outra grande provocação, disparando indiscriminadamente contra alvos civis. Putin acrescentou que não poderia haver negociações de paz após o episódio.

Uma das principais preocupações na região, para além dos riscos aos civis, é com relação às ofensivas de Kiev contra a usina nuclear de Kursk, que pode provocar um acidente nuclear. "Estive na central nuclear russa de Kursk hoje [27], onde a situação é séria", declarou o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, acrescentando que prevenir um acidente nuclear é "vital".

Uma delegação liderada por Grossi visitou a usina nuclear de Kursk e a cidade de Kurchatov na terça-feira (27). Durante a visita, as consequências de uso da atividade militar perto da usina puderam ser observadas.

<><> Militares ucranianos sequestram civis em Kursk, denuncia autoridade russa 

Informações recebidas pela Rússia apontam que militares ucranianos estão sequestrando civis na região de Kursk, afirmou à Sputnik Rodion Miroshnik, embaixador do Ministério das Relações Exteriores russo para os crimes do regime de Kiev.

"Há relatos de que militares ucranianos sequestram pessoas. Eles capturam civis e os levam em direção desconhecida. Frequentemente, as informações ou o contato com essas pessoas se perdem", disse Miroshnik.

No início de agosto, as forças ucranianas cruzaram a fronteira com a Rússia e lançaram uma ofensiva na região de Kursk. Sobre o ataque, o presidente Vladimir Putin afirmou que a Ucrânia havia realizado outra grande provocação, ao disparar indiscriminadamente contra alvos civis. Putin ainda prometeu que o inimigo receberá uma resposta adequada.

O Ministério da Defesa da Rússia informou que, até a última quarta-feira (28), as tropas ucranianas haviam perdido até 7 mil soldados e 74 tanques durante a ofensiva em território russo.

O vice-diretor da Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA, na sigla em inglês), David Cohen, revelou durante a Conferência de Inteligência e Segurança do órgão norte-americano que a Ucrânia pretende manter o controle de parte do território russo capturado por suas tropas na região de Kursk por algum tempo.

"Eles [os ucranianos] estão permanecendo na Rússia, estão construindo defesas e, pelo que podemos perceber e pelas nossas conversas, parecem determinados a reter parte desse território por um período de tempo", disse.

<><>  EUA eleva a produção de projéteis de artilharia para a Ucrânia, diz mídia

A Fábrica de Munição do Exército de Scranton da Pensilvânia e outras duas nas proximidades teriam aumentado a produção em 50%, e a expectativa é que ela cresça ainda mais.

Uma fábrica de munição da Pensilvânia, EUA, conseguiu aumentar em 50% a produção de projéteis de artilharia para atender à demanda crescente da Ucrânia, escreveu na quarta-feira (28) a agência norte-americana Associated Press (AP).

Segundo reza a mídia, a Fábrica de Munição do Exército de Scranton (SAAP, na sigla em inglês) corta e forja barras de aço de 907 kg em projéteis para obuseiros de 155 mm, que são enviados a Iowa para serem recheados com explosivos e equipados com espoletas. De lá, muitos deles seguem para as mãos de Kiev.

A SAAP, juntamente com duas outras fábricas de munição nas proximidades de Wilkes-Barre, aumentou recentemente a produção de 24.000 projéteis por mês para 36.000. Três novas linhas de produção estão em desenvolvimento, o que permitirá que a fábrica produza ainda mais munições essenciais, disse o gerente principal da fábrica.

"No momento, estamos nos concentrando no 155 [mm]. Isso é praticamente tudo em que estamos nos concentrando", contou na terça-feira (27) Richard Hansen, representante do comandante do Exército na fábrica.

A fábrica de Scranton está passando por uma modernização de US$ 400 milhões (R$ 2,23 bilhões).

Os EUA enviaram mais de três milhões de projéteis de artilharia de 155 mm para a Ucrânia desde o começo da operação militar especial da Rússia em fevereiro de 2022, de acordo com dados do governo americano. A Casa Branca anunciou no início de agosto outros US$ 125 milhões (R$ 695,39 milhões) em armas para ajudar a Ucrânia em suas operações militares contra a Rússia, incluindo projéteis de 155 mm.

<><> Pentágono busca informações sobre novos obuseiros em desenvolvimento, inclusive para a Ucrânia

O Departamento de Defesa dos EUA está buscando informações sobre novos obuseiros autopropulsados em desenvolvimento que podem ser entregues em serviço até 2026 e potencialmente colocados em campo na Ucrânia, de acordo com um aviso de solicitação de informações (RFI, na sigla em inglês) publicado nesta quarta-feira (28).

"O objetivo principal deste RFI é que o governo dos Estados Unidos [USG, na sigla em inglês] identifique e analise preliminarmente a maturidade dos sistemas de obuseiros autopropulsados potencialmente oferecidos", diz o aviso. "Ao responder, o USG incentiva a indústria a apresentar sistemas maduros que estejam em serviço, bem como sistemas que possam estar em serviço até 2026."

O governo de Joe Biden está buscando novos modelos de obuseiros autopropulsados, cujo desenvolvimento já está em estágios finais e que não exigirão investimento adicional do governo dos EUA, diz o aviso.

O documento também informa que o Departamento de Defesa revisaria as informações sobre o envio desses obuseiros para a Ucrânia, embora este não seja um ponto-chave da solicitação.

Ainda de acordo com o aviso, o governo dos EUA não espera assinar nenhum contrato de concessão com as empresas que optarem por fornecer as informações. Em vez disso, os dados vão alimentar a análise do governo e o futuro processo de aquisição.

Os Estados Unidos são o principal fornecedor de obuseiros e projéteis de artilharia para a Ucrânia, incluindo a versão de 155 mm que tem sido mais demandada por Kiev. Desde que a Rússia iniciou sua operação militar especial em fevereiro de 2022, os Estados Unidos forneceram à Ucrânia quase 300 obuseiros e mais de 4,5 milhões de projéteis de artilharia de diferentes tamanhos.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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