Argentinos sonham em entrar no BRICS, mundo
unipolar não é vantajoso para eles, diz político
O prefeito de uma
cidade na Argentina se expressou contra a recente recusa por Buenos Aires de se
juntar ao BRICS, argumentando que o país precisa de mais, não menos comércio.
Os argentinos ainda
estão interessados em que seu país se junte ao BRICS, cuja participação, ao
contrário do mundo unipolar imposto, criaria grandes oportunidades para as
empresas do país, afirmou o prefeito da cidade argentina de Landeta em uma
entrevista à Sputnik.
"Sim, é claro,
[os argentinos] ainda estão interessados na entrada do país no BRICS [...] O
BRICS é uma oportunidade real que muitos países que estão entrando têm. Seria
muito bom para a Argentina e há muitas pessoas com intenções positivas que poderiam
fazer negócios, se possível", disse Juan Domingo Bravo à margem do Fórum
Municipal Internacional do BRICS, realizado esta semana em Moscou.
Javier Milei canta o
hino nacional da Argentina em cerimônia em Buenos Aires, Argentina, 5 de julho
de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 28.08.2024
Panorama internacional
Político argentino
afirma que é 'pouco provável' que Milei seja reeleito para um 2º mandato
Ontem, 23:38
Ele acrescentou que o
mundo unipolar promovido pelo Ocidente não se adequa à Argentina, que se
beneficia mais com uma variedade de oportunidades de negócio.
"A Argentina
produz muitas coisas, por isso precisamos de mercados, não de fechar nosso
acesso aos mercados", disse o político.
Após a cúpula do BRICS
de 2023 a Arábia Saudita, Argentina, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e o
Irã foram convidados a se juntar à África do Sul, Brasil, China, Índia e
Rússia. Todos eles, menos a Argentina, passaram a integrar o grupo em 2024, depois
que o governo pró-ocidental de Javier Milei substituiu em dezembro de 2023 o de
Alberto Fernández (2019-2023).
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Político argentino afirma que é 'pouco provável' que Milei seja reeleito para
um 2º mandato
Muitos argentinos
estão insatisfeitos com as políticas do presidente argentino Javier Milei e,
diante disso, é pouco provável que ele seja reeleito para um segundo mandato,
afirmou o prefeito da cidade argentina de Landeta, Juan Domingo Bravo, à
Sputnik.
O prefeito participou
do Fórum Municipal Internacional do BRICS, realizado nesta semana na capital
russa.
Em agosto, Milei
anunciou sua intenção de revitalizar a Argentina e buscar a reeleição em 2027,
segundo a mídia do país.
"É claro [que
Milei pode perder as próximas eleições]. Eu acredito que continuar com a
política que o atual presidente está conduzindo não terá muita aceitação nos
próximos tempos. De fato, ele venceu com uma porcentagem muito boa, mas hoje há
pessoas muito decepcionadas com as políticas que está implementando",
disse Juan Bravo à margem do Fórum Municipal Internacional do BRICS.
O prefeito de Landeta
comentou que Milei não produziu nenhuma mudança significativa na situação do
país e, ao contrário, está prejudicando a classe trabalhadora e a indústria
argentina. Em dezembro do ano passado, em uma das primeiras ações da nova gestão,
assinou um decreto com mais de 300 reformas para desregulamentar a economia.
O documento reflete a
visão do chefe de Estado para o desenvolvimento do país.
Várias disposições do
texto foram convertidas em um conjunto de leis, que sofreram importantes
ajustes na Câmara dos Deputados. O pacote de reformas de Milei foi aprovado
pelo Parlamento do país em junho.
As reformas incluem a
possibilidade de privatizar empresas estatais, a abolição da regulação de
preços, mudanças nas relações trabalhistas e na política fiscal, e um novo
regime para atrair investimentos estrangeiros.
¨ Fórum de Jovens Diplomatas do BRICS+ começa na Rússia
O Fórum de Jovens
Diplomatas do BRICS+ teve início na cidade russa de Ufa e vai acontecer até 31
de agosto. Após nove anos, a capital da república do Bascortostão mais uma vez
recebe cerca de cem delegados de aproximadamente 30 países do Sul e do Leste Global.
O Fórum anual de
Jovens Diplomatas do BRICS+, uma iniciativa lançada pelo Conselho de Jovens
Diplomatas do Ministério das Relações Exteriores da Rússia em 2015, está mais
uma vez chamando atenção, pois busca fortalecer os laços entre os jovens do Sul
e do Leste Global.
O fórum, que se alinha
com a presidência russa do BRICS neste ano, serve como uma plataforma para
promover a cooperação entre os jovens, fomentar amizades e criar confiança
entre as diversas populações dessas regiões.
O tema do fórum deste
ano é "O Papel da Diplomacia Jovem no Fortalecimento do Multilateralismo
para o Desenvolvimento e Segurança Globais Equitativos".
O evento apresenta um
programa cultural e de negócios abrangente, com discussões focadas em uma ampla
gama de questões, incluindo a cooperação cultural e humanitária no âmbito do
BRICS, a influência do bloco na economia global e seu papel na arquitetura política
e de segurança global.
Em seu discurso em
vídeo para os participantes do fórum, o ministro das Relações Exteriores da
Rússia, Sergei Lavrov, destacou a importância de realizar o evento em Ufa.
Lavrov observou que
Ufa, uma cidade na "encruzilhada de civilizações", simboliza uma
paisagem étnico-confessional e cultural diversificada que pode servir como base
para o desenvolvimento de longo prazo e o entendimento mútuo sustentável.
O diplomata traçou
paralelos entre a harmonia histórica de Ufa e os princípios subjacentes às
relações do BRICS, enfatizando o crescente interesse global na busca da
associação por uma ordem internacional mais equitativa.
Lavrov ressaltou a
importância da inovação e do pensamento flexível inerentes aos jovens
diplomatas, sugerindo que essas qualidades vão ser cruciais para enfrentar os
desafios da política, da segurança, da economia e da cooperação humanitária.
No primeiro dia do
fórum, os participantes foram recebidos por Rady Khabirov, chefe da República
do Bascortostão, que elogiou o papel dos jovens diplomatas do BRICS na formação
de uma ordem mundial mais justa.
Khabirov enfatizou que
a próxima geração de diplomatas teria cada vez mais responsabilidade pelos
rumos da política externa de suas nações.
Ele observou que as
discussões do fórum, as avaliações de especialistas e as propostas construtivas
desempenhariam um papel vital no fortalecimento da cooperação internacional, no
estabelecimento de novas conexões profissionais e no desenvolvimento colaborativo
de decisões críticas.
A Rússia assumiu a
presidência do BRICS em 1º de janeiro deste ano. Nessa data, além da Rússia,
Brasil, Índia, China e África do Sul, entraram no bloco os novos
países-membros: o Egito, a Etiópia, o Irã, os Emirados Árabes Unidos e a Arábia
Saudita. No dia 20 de agosto, o Azerbaijão solicitou oficialmente sua adesão ao
BRICS.
¨ Estimulado pelas sanções, uso do yuan em transações com a China
atinge recorde, diz mídia britânica
O uso do yuan pela
China em transações internacionais atingiu níveis recordes neste ano, à medida
que laços mais estreitos com a Rússia reforçam os esforços de Pequim para
internacionalizar sua moeda e reduzir a dependência do dólar americano, escreve
o Financial Times (FT).
Em julho, 53% das
transações de entrada e saída da China usaram a moeda chinesa, de acordo com
dados da Administração Estatal de Câmbio, citados pela mídia, indicando um
aumento em relação aos cerca de 40% do mesmo mês em 2021.
Os dados seguros
mostram transferências internacionais feitas por bancos em nome de clientes não
bancários e representam principalmente liquidações comerciais, embora também
capturem fluxos de investimentos e pagamentos de dívidas.
O crescimento do
comércio liquidado em yuan também foi ajudado pelas linhas de swap cambial que
Pequim abriu ou renovou ao longo de 2023 com a Argentina, Arábia Saudita e
Mongólia — todos produtores de commodities com produtos que a China deseja.
O uso da moeda chinesa
também recebeu impulso depois que as sanções dos Estados Unidos limitaram a
capacidade da Rússia de fazer transações em dólares. Em fevereiro deste ano, a
governadora do Banco Central da Rússia, Elvira Nabiullina, disse que o uso do
yuan para liquidações, transações financeiras e depósitos havia
"aumentado".
"A situação das
sanções criou um enorme estímulo para a China desenvolver seu sistema
[financeiro] e desenvolver soluções para vincular o sistema chinês ao
russo", disse Aleksandra Prokopenko, pesquisadora do Instituto Carnegie em
Berlim.
Desde 2022, novos
bancos de compensação para o yuan também foram estabelecidos em Laos,
Cazaquistão, Paquistão, Brasil e Sérvia, de acordo com o Banco Popular da
China.
De acordo com alguns
analistas, uma razão pela qual a China manteve sua taxa de câmbio com o dólar
americano estável este ano, apesar da pressão de venda sobre o yuan, é
encorajar os parceiros comerciais a transacionar mais na moeda chinesa. O
presidente da China, Xi Jinping, repetidamente pediu uma moeda forte nos
últimos anos.
"Você não pode ir
para a Indonésia, Tailândia, Coreia do Sul e dizer, 'Ei, vamos negociar em yuan
em vez de dólar' se você tem uma moeda fraca. Para que isso aconteça, você
precisa ter uma moeda estável", disse Louis-Vincent Gave, da Gavekal, uma
empresa de serviços financeiros, citada pela mídia.
Globalmente, o yuan
ainda está em um distante segundo lugar para o dólar em financiamento
comercial.
No entanto, sistemas
de pagamento alternativos, como o CIPS da China e outras redes privadas, fazem
com que confiar no sistema SWIFT – usado especialmente por países do Ocidente –
para fornecer uma imagem completa das transações monetárias globais seja menos
confiável, analisou Lucy Ingham, editora-chefe da FXC Intelligence, uma
consultoria que monitora pagamentos digitais.
¨ Filipinas sinalizam compra de mísseis de médio alcance e 40
caças; China cita 'perda de paciência
Manila quer adquirir
mísseis de médio alcance e caças avançados, disseram duas altas autoridades de
segurança do país. Ao mesmo tempo, o porta-voz do Ministério da Defesa chinês
afirmou que a China está comprometida em administrar suas diferenças com as
Filipinas, mas que sua paciência é "limitada".
Os militares filipinos
querem adquirir mais armamento de ponta, disse o chefe das Forças Armadas Romeo
Brawner a repórteres, horas depois de o secretário de Defesa, Gilberto Teodoro,
anunciar que as Filipinas estavam analisando ofertas para comprar mais armas e
pretendendo gastar, pelo menos, US$ 33 bilhões (R$ 185 bilhões). A compra
também pode incluir 40 caças, afirmou Teodoro.
"Queremos obter
mais dos sistemas de armas mais recentes. Isso inclui a capacidade de médio
alcance", disse Brawner em uma coletiva de imprensa conjunta com o chefe
do Comando do Indo-Pacífico dos Estados Unidos, Samuel Paparo, na cidade de Baguio,
segundo a Reuters.
Gilberto Teodoro não
quis revelar o nome dos países que apresentaram propostas ou o modelo de caça
que Manila planeja adquirir, acrescentando que "a licitação é um processo
secreto no momento, mas continuamos analisando as propostas que são aceitáveis".
Tanto as Filipinas
quanto o aliado Estados Unidos estão se preparando para o que pode ser o maior
exercício militar conjunto do ano que vem, disse Samuel Paparo, à medida que os
compromissos de segurança entre as duas nações aumentaram para combater o que
elas percebem como uma crescente assertividade da China.
As tensões entre China
e Filipinas aumentaram nas últimas semanas após uma série de conflitos e
incidentes no ar e no mar no disputado Sabina Shoal, no mar do Sul da China.
Pequim reivindica soberania na região, incluindo áreas reivindicadas pelas
Filipinas.
Wu Qian, porta-voz do
Ministério da Defesa da China disse que Pequim está comprometida em administrar
suas diferenças com as Filipinas, mas que sua paciência é "limitada",
acrescentando que o apoio dos EUA encorajou as Filipinas a fazerem "provocações
imprudentes", disse Wu em uma coletiva regular nesta quinta-feira (29).
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Defesa suíça divulga relatório sugerindo ao país que 'redefina neutralidade' e
'se aproxime da OTAN'
A Suíça deve
aprofundar a cooperação militar com a Organização do Tratado do Atlântico Norte
(OTAN) e a União Europeia (UE), aumentar os gastos com armas e repensar seu
status de país não alinhado, recomendou o relatório de um comitê comissionado
pelo Ministério da Defesa suíço.
O comitê, comissionado
pela pasta e composto por especialistas científicos, políticos e econômicos,
apresentou 100 recomendações em sete áreas temáticas, publicadas pelo governo
nesta quinta-feira (29), segundo a Bloomberg.
O documento informa
que a Suíça, que ainda tem serviço militar e pode convocar um grande Exército
de reservistas, deve aumentar os gastos militares para 1% do produto interno
bruto (PIB) até 2030, de cerca de 0,8%.
A indústria de armas
também deve ser reforçada, levantando proibições de reexportação em casos
específicos e reforçando a cooperação em projetos de segurança da OTAN e da UE,
disse o painel.
De acordo com o painel
de especialistas do comitê, a definição estrita de neutralidade deve ser
revisada para que seja mais focada na segurança da Suíça e "aplicada de
forma mais flexível".
Também foi recomendado
que a neutralidade deve se alinhar mais de perto com a Carta das Nações Unidas
e que "maior consideração seja dada à distinção entre agressor e
vítima".
"A cooperação
deve ser consolidada não apenas no nível militar, mas também no nível
diplomático, particularmente no contexto das atividades internacionais de
controle de armas e da regulamentação de novas tecnologias", afirmou.
Segundo a Bloomberg, o
documento imediatamente provocou a reação do Partido Popular Suíço (SVP, na
sigla em inglês), o maior no Parlamento. O SVP afirmou que rejeita tentativas
de minar a soberania da defesa e "destruir a neutralidade suíça".
Ademais, o SVP está
apoiando um plano para fazer uma votação popular, a fim de consagrar a posição
de neutralidade permanente e armada na Constituição.
Fonte: Sputnik Brasil
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