PL de Bolsonaro entra em crise na Bahia e
se divide em dois grupos
Sigla do ex-presidente
Jair Bolsonaro, o PL vive uma crise interna na Bahia, quarto maior colégio
eleitoral do país. De acordo com apuração de A TARDE, a legenda de direita
conservadora se dividiu em dois blocos no estado, em meio a uma disputa de
poder que saiu dos bastidores e ganhou voz nas últimas semanas.
Fontes ouvidas pelo
Portal A TARDE afirmam que os dois principais players bolsonaristas, o
ex-ministro João Roma, que preside a sigla, e Dr. Raissa Soares, candidata ao
Senado em 2022, brigam pelo comando do partido nos últimos meses. Um importante
membro do partido, em condição de anonimato, afirmou que a médica se sente
isolada e sabotada pelo dirigente partidário, que usava 'armas' para limitar
sua atuação e influência.
A insatisfação de
Raissa, entretanto, saiu dos bastidores nos últimos dias. Em entrevista a uma
conhecida rádio voltada para o público bolsonarista, a ex-candidata ao Senado,
que obteve 1.057.085 votos na eleição de 2022, chegou a fazer um apelo a Bolsonaro
para que ele autorizasse a sua saída do PL e mudança para outro partido, no
intuito de concorrer à Câmara dos Deputados em 2026, usando como justificativa
as alianças eleitorais firmadas em algumas cidades baianas. Sua postura não foi
vista com bons olhos.
Do lado de Raissa,
estariam nomes mais fieis ao bolsonarismo. Com Roma, algumas lideranças
espalhadas pelo interior baiano, que teriam entendido os movimentos recentes do
ex-ministro da Cidadania para estruturar a sigla no estado, com ambições
futuras.
Questionado, na tarde
desta terça-feira, 27, sobre a declaração e a movimentação de Raissa, o
deputado estadual Leandro de Jesus repreendeu a postura da correligionária.
"Não se pode
tomar uma postura dessas, ainda mais de maneira pública. Se existe alguma
insatisfação da parte dela, seja ela justa, ou não, primeiro tem que ser
tratada na parte interna do partido. De repente, procurasse o próprio
presidente nacional para tratar do assunto”, disse o parlamentar.
Raissa chegou a
colocar seu nome à disposição na disputa pelo governo da Bahia, em 2022, mas
foi preterida por Roma na ocasião. A expectativa, de acordo com apuração de A
TARDE, é que ela anuncie sua próxima legenda nas próximas semanas.
• "Nunca se doou para o PL", diz
deputado baiano sobre Raíssa Soares
Os atritos entre a
ex-candidata ao Senado, Raíssa Soares, e o presidente do PL da Bahia, João
Roma, têm forçado a médica a trilhar outros caminhos longe da sigla do seu
maior aliado, o ex-presidente Jair Bolsonaro. O movimento de saída da doutora
foi comentado nesta terça-feira, 27, pelo deputado estadual Leandro de Jesus.
Em coletiva de
imprensa, o parlamentar criticou a decisão da ex-postulante e considerou a
atitude como “falta de comprometimento” com o partido, visto que o
ex-mandatário continua levantando a bandeira da legenda.
“Jair Messias
Bolsonaro a quem ela se referiu é do PL, continua no PL e representa o partido
da direita no Brasil. Ela está pedindo para sair do partido porque na verdade,
ela nunca esteve. Ela, de fato, nunca se doou para o partido”, afirmou o
legislador.
Nos bastidores,
ventila-se que doutora Raíssa abandonará o PL para se filiar ao Republicanos,
comandado na Bahia pelo deputado Márcio Marinho.
Para o liberal baiano,
as insatisfações dos seus correligionários devem ser tratadas diretamente
dentro da sigla e não em público, como segundo ele, Raíssa vem fazendo.
“Não se pode tomar uma
postura dessas, ainda mais de maneira pública. Se existe alguma insatisfação da
parte dela, seja ela justa, ou não, primeiro tem que ser tratada na parte
interna do partido. De repente, procurasse o próprio presidente nacional para
tratar do assunto”, disse.
O estopim para que a
médica comunicasse a sua decisão acontece em meio à permanência de políticos na
sigla que estão aliados ao PT da Bahia, a exemplo, dos deputados estaduais
Raimundinho da JR e Vitor Azevedo, que integra, a base governista na Assembleia
Legislativa da Bahia (Alba).
A continuidade destes
filiados fez Raíssa questionar a posição do PL no estado, a qual considerou
como “partido de esquerda”. A declaração, contudo, foi refutada por Leandro de
Jesus.
“Não é verdade. Se
assim fosse, eu não estaria no PL. A fala dela foi extremamente desrespeitosa
com todos nós, desagradou a todos e mostra que ela nunca, de fato, abraçou a
causa como deveria ser. A fala dela desrespeita o próprio Bolsonaro”, comentou.
• Novata na Alba, Lucinha fala sobre
renovação da bancada petista
Novata na Assembleia
Legislativa da Bahia (Alba), a deputada estadual Lucinha do MST (PT) afirmou,
nesta terça-feira, 27, acreditar que sua chegada e a do deputado Radiovaldo é
fruto de processo de renovação promovido pelo PT, já pensando nas eleições de
2026.
Lucinha e Radiovaldo
'subiram' da suplência após os licenciamentos de Neusa Cadore, agora secretária
estadual de Política de Mulheres, e Maria del Carmen, que precisou se afastar
do mandato por conta de problemas de saúde. Nos bastidores, entretanto, integrantes
da base governista afirmam que os movimentos foram feitos para 'antecipar' as
mudanças dos quadros.
Para a petista, a
renovação começou com a eleição do governador Jerônimo Rodrigues (PT), em 2022.
"Eu acho que as
últimas movimentações que a gente está fazendo é sinal disso. A eleição do
governador Jerônimo é uma sinalização muito importante sobre renovação. Poderia
muito bem ser Wagner como governador daqui, mas estamos com Jerônimo, uma figura
que pela primeira vez sai candidato ao executivo, e acho que é o maior emblema
nosso da renovação", afirmou Lucinha, questionada por A TARDE.
"Essas alterações
também são parte disso. Renovação não só na idade, mas nas pautas. Quando
Lucinha chega na Alba, é um reforço da luta do campo, da pequena agricultura,
da defesa dos territórios, mas também um reforço dos povos de terreiro", reforçou
a parlamentar.
• ACM Neto defende “emendas Pix”, mas
critica falta de transparência
Vice-presidente do
União Brasil, ACM Neto criticou duramente o governo de Jerônimo Rodrigues (PT).
O ex-prefeito de Salvador comparou a gestão de Jerônimo com as dos
ex-governadores Jaques Wagner e Rui Costa, ambos também do PT, que governam a
Bahia desde 2007. Segundo ele, o atual chefe do Executivo baiano apresenta o
pior desempenho entre todos.
“O que é que o
governador fez de impactante no seu período de governo? Que grande mudança, que
grande novidade, que grande plano de governo ele trouxe para a Bahia nesse
período? Quais foram as medidas que ele adotou para enfrentar os mais sérios e
mais graves problemas do nosso Estado nas áreas essenciais à vida das pessoas,
como educação, saúde, segurança, geração de emprego? Não tem nada”, questionou
ACM Neto, durante entrevista à rádio Antena1 concedida ontem (27).
Durante a entrevista,
Neto destacou que, enquanto outras regiões do país observam um crescimento na
popularidade de seus governadores e prefeitos, a situação na Bahia é diferente,
com a aprovação de Jerônimo Rodrigues em queda. Segundo ele, isso se deve às
"decisões equivocadas" do governador, que começam a impactar a
população.
O ex-prefeito
soteropolitano também recordou o momento em que desejou sucesso ao então
recém-eleito Jerônimo Rodrigues, mas lamentou o desempenho do governo estadual
até o momento. "Infelizmente, o governo dele está muito abaixo do que é a
expectativa dos baianos e aí eu não posso deixar de criticar", afirmou
Neto.
Em meio às recentes
tensões entre o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional sobre as
chamadas "emendas Pix", Neto declarou ser "radicalmente
favorável" à prática. Ex-deputado federal, Neto defende, porém, que as
transferências especiais sejam submetidas a critérios claros e transparência.
"Eu sou
favorável, radicalmente favorável às emendas. Mas é preciso acontecer com
critério e com transparência. Uma coisa é pegar a emenda Pix. Você tinha
situações agora que o parlamentar passava o recurso diretamente para a
prefeitura, para a conta do prefeito, sem sequer apontar para onde aquele
recurso seria aplicado. A emenda parlamentar não é para isso", pontuou.
"Você tem a
arrecadação própria do princípio para isso, você tem o FPM [Fundo de
Participação dos Municípios] para isso. A emenda parlamentar é para garantir a
aplicação de políticas públicas com recursos federais", acrescentou.
"A gente vai para
o critério. Pode definir que a emenda tem que ser aplicada para, por exemplo,
construção de escolas, implantação de escolas em tempo integral, ampliação da
rede de Upas, implantação de novas unidades de saúde da família ou programas de
esporte", citou.
"Nas mais
diversas áreas, você pode definir todos os programas onde o parlamentar vai lá
com o direito dele. E ele vai dizer: 'eu vou colocar ali naquela cidade, porque
eu sei que aquela cidade precisa', mas para uma destinação objetiva e
específica, não uma emenda que é um cheque em branco, para você colocar no que
quiser, porque aí gera essas distorções", completou Neto.
Fonte: A Tarde/Tribuna
da Bahia
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