Anemia falciforme: veja sintomas,
tratamentos e como ter qualidade de vida
A anemia falciforme é
um quadro genético hereditário caracterizado pela alteração no formato dos
glóbulos vermelhos em determinadas situações, principalmente quando há
diminuição da oferta de oxigênio. Ao invés de apresentar o padrão de discos, os
glóbulos passam a ter a forma de foices.
Para que uma pessoa
manifeste a doença, é preciso que o gene com traço falciforme seja transmitido
por ambos os genitores, algo que ocorre em um quarto dos filhos de portadores
do gene e, mais frequentemente, em casos onde há um ancestral em comum, como primos
ou pessoas com origens genéticas comuns.
Um dos principais
indicadores do quadro é a anemia por quebra dos glóbulos vermelhos, que provoca
sintomas como fraqueza, palidez, pele e olhos amarelados. Os que apenas portam
um gene (isto é chamado traço falciforme) são, geralmente, absolutamente assintomáticos.
Entre as formas de
diagnosticar a anemia falciforme estão o exame eletroforese de hemoglobina,
responsável por identificar a presença de hemoglobinas normais ou irregulares,
e pela Triagem Neonatal Ampliada, popularmente conhecido como teste do pezinho.
Os únicos tratamentos
curativos são o transplante de medula óssea e a terapia gênica, nem sempre
disponíveis ou indicadas para todos os casos.
Mas existem
tratamentos para diminuir as crises e amenizar os sintomas como a Hidroxiureia,
além de ser essencial o acompanhamento constante por um médico especialista.
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Impacto no dia a dia varia, mas pode ser resumido:
• Dor Crônica e Episódica: A dor intensa e
súbita, conhecida como crise falciforme, é uma das principais complicações.
Essas crises podem ocorrer sem aviso e requerer hospitalização, afetando a
capacidade do paciente de manter uma rotina regular de trabalho ou estudos.
• Fadiga e Cansaço: Devido à diminuição da
capacidade de oxigenação do sangue, pacientes com anemia falciforme
frequentemente sentem cansaço e fadiga extremos, o que pode limitar suas
atividades diárias. – Infecções Frequentes: Pacientes com anemia falciforme têm
maior risco de infecções, como pneumonia, o que exige cuidados médicos
frequentes e pode levar a ausências na escola ou no trabalho.
• Problemas de Crescimento e
Desenvolvimento: Crianças com anemia falciforme podem apresentar atraso no
crescimento e no desenvolvimento físico, o que pode impactar sua qualidade de
vida e bem-estar emocional.
• Impacto Psicológico e Social: Conviver
com uma doença crônica pode levar ao estresse emocional e à ansiedade. Além
disso, a necessidade de visitas médicas frequentes e internações pode afetar a
vida social do paciente, levando ao isolamento
• Limitações Físicas: A prática de
exercícios e atividades físicas pode ser limitada devido à fadiga, dor e risco
de crises, impactando o estilo de vida ativo.
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Gerenciar crises de anemia falciforme
Gerenciar crises de
dor na anemia falciforme requer uma abordagem multidisciplinar que inclui
prevenção, manejo da dor e cuidados de suporte.
Essas estratégias
devem ser adaptadas a cada paciente, com o suporte de uma equipe médica
especializada para assegurar o controle eficaz das crises de dor.
O apoio psicológico e
emocional a pacientes e familiares com anemia falciforme é fundamental para
ajudar a lidar com os desafios físicos e emocionais da doença.
A anemia falciforme é
uma condição crônica que pode causar dor intensa, complicações médicas e
impacto na qualidade de vida, o que pode afetar o bem-estar emocional tanto dos
pacientes quanto de seus familiares.
Algumas estratégias de
apoio psicológico e emocional, como a psicoterapia individual e familiar, podem
ajudar os pacientes a desenvolver estratégias de enfrentamento, lidar com a dor
crônica e as limitações físicas, e gerenciar a ansiedade e a depressão que
podem surgir.
Para os familiares, a
terapia familiar pode ajudar no melhor entendimento da doença, a lidar com o
estresse de cuidar de um familiar querido com uma condição crônica e a manter a
comunicação e o apoio dentro da família.
Os grupos de suporte
proporcionam que pacientes e familiares possam compartilhar experiências e
aprender uns com os outros, reduzindo o sentimento de isolamento e aumentando o
sentimento de pertencimento e apoio mútuo.
A utilização de
técnicas como meditação, respiração profunda e exercícios de relaxamento
muscular podem também ser úteis para o controle do estresse e da dor.
Fundamental é a
educação e informação sobre a doença e suas complicações, tratamentos
disponíveis, empoderando o paciente a tomar decisões informadas e reduzir a
ansiedade relacionada ao desconhecido.
Além disso, o apoio no
ambiente escolar é essencial para lidar com faltas escolares e dificuldades de
aprendizagem associadas à doença. No ambiente de trabalho, o apoio profissional
pode ajudar a gerenciar a doença de forma que ela interfira o mínimo possível
na carreira.
O suporte de
assistentes sociais pode ajudar as famílias a acessar recursos financeiros,
jurídicos e sociais necessários para o tratamento adequado e para lidar com as
dificuldades econômicas que podem surgir.
O suporte psicológico
e emocional não deve ser visto como uma solução isolada, mas como parte de uma
abordagem multidisciplinar para o tratamento da anemia falciforme, em conjunto
com o manejo médico e os cuidados físicos.
<><> 10 dicas
para gerenciar crises de dor na anemia falciforme
1. Hidratação
• Manter-se bem hidratado pode ajudar a
prevenir crises de dor, pois a desidratação pode causar a formação de hemácias
falciformes.
• Consumir água regularmente ao longo do
dia e evitar bebidas com cafeína ou álcool, que podem causar desidratação.
2. Medicamentos
• Analgésicos: Para crises leves, pode-se
usar analgésicos de venda livre, como paracetamol ou ibuprofeno.
• Opioides: Em casos de dor intensa,
opioides como a morfina podem ser necessários. Esses medicamentos devem ser
administrados sob supervisão médica.
• Hidroxiureia: Um medicamento que pode
ajudar a reduzir a frequência das crises de dor e outras complicações graves.
Também sob supervisão, ele funciona aumentando a produção de hemoglobina fetal,
que ajuda a prevenir a formação de células falciformes.
3. Cuidados térmicos
• Aplicar calor local (como bolsas de água
quente) pode aliviar a dor em áreas específicas. Evite o uso de gelo, pois o
frio pode causar vasoconstrição e piorar a dor.
4. Técnicas de
relaxamento
• Técnicas de relaxamento, como respiração
profunda, meditação e visualização, podem ajudar a reduzir a percepção da dor.
• A terapia cognitivo-comportamental (TCC)
também pode ser útil para aprender a lidar melhor com a dor crônica.
5. Exercício físico
moderado
• Exercícios leves e alongamentos podem
ajudar a manter a circulação sanguínea, mas deve-se evitar atividades
extenuantes que possam desencadear crises.
6. Prevenção de
infecções
• Infecções podem desencadear crises de
dor. Portanto, é importante manter as vacinas em dia e tomar precauções para
evitar infecções, como lavar as mãos regularmente e evitar contato com pessoas
doentes.
7. Acompanhamento
médico regular
• Visitas regulares ao hematologista são
essenciais para monitorar a saúde geral e ajustar o tratamento conforme
necessário.
• O acompanhamento de outros
especialistas, como psicólogos e fisioterapeutas, também pode ser benéfico.
8. Suporte social e
emocional
• Participar de grupos de apoio ou
conversar com familiares e amigos pode ajudar no manejo do estresse emocional
associado à condição.
• A dor crônica pode levar a ansiedade e
depressão, por isso o suporte psicológico é importante.
9. Transfusão de
sangue
• Em alguns casos, transfusões de sangue
regulares podem ser recomendadas para prevenir complicações graves, como o
acidente vascular cerebral (AVC).
10. Evitar
desencadeadores
• É importante identificar e evitar
fatores que possam desencadear crises de dor, como temperaturas extremas,
estresse físico ou emocional, e desidratação.
Fonte: CNN Brasil
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