sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Empresa chinesa inaugura fábrica na Bahia

Maior fabricante de aerogeradores para energia eólica do mundo, a Goldwind inaugurou, nesta terça-feira (27), a sua primeira unidade fora da China, com a presença de autoridades nacionais e internacionais, além de clientes e parceiros. Com a nova unidade, a empresa chinesa projeta uma participação consistente no mercado nacional e deve distribuir suas turbinas eólicas para todas as Américas a partir da Bahia.

Com investimentos de mais de R$100 milhões, incluindo a aquisição da fábrica e o desenvolvimento da cadeia de suprimentos, a unidade, localizada em Camaçari, tem a capacidade de produzir cerca de 150 turbinas por ano, com potencial para dobrar este número em dois a três anos, sempre seguindo padrões de qualidade internacional. Além disso, criará mais de 100 empregos diretos e, aproximadamente, 5.000 empregos indiretos em toda a cadeia de fornecimento no Brasil, impactando o desenvolvimento econômico e social na região.

Para o CEO da Goldwind no Brasil, Liang Xuan, o país está bastante engajado no desenvolvimento verde, com o objetivo de atingir emissões líquidas zero até 2050. “A Goldwind contou com forte apoio do governo federal, do governo do estado da Bahia e da prefeitura de Camaçari para trazer esta unidade fabril para o estado. Por isso, estamos certos de que seremos um parceiro estratégico e player relevante no mercado brasileiro de fornecimento de turbinas eólicas, auxiliando na transição energética do país”, destaca Liang.

A fábrica brasileira começará a montar turbinas eólicas a partir de setembro de 2024. Será uma família da plataforma GWH 182, que vai de 5.3 MW a 7.5 MW.

CRIAÇÃO DE UM CLUSTER INDUSTRIAL DE TECNOLOGIA DE PONTA

Mais que a instalação de uma unidade fabril, a Goldwind projeta criar um hub de empresas que completem a cadeia de produção dos componentes para as torres de energia eólica, com padrões de sustentabilidade que confiram competitividade ao setor de energia eólica brasileiro.

Além disso, a Goldwind credenciou os seus equipamentos no BNDES FINAME, permitindo aos seus clientes a possibilidade de financiar seus investimentos junto ao banco.

INAUGURAÇÃO

O início das atividades na planta foi marcado por um evento para cerca de 150 convidados, incluindo visita às instalações da unidade. A cerimônia contou com a presença do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, e do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

 

•        Sudene aprova liberação de R$ 267 milhões do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste para projetos de infraestrutura

A Diretoria Colegiada da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) autorizou a liberação de R$ 264 milhões em recursos do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste para quatro projetos de geração de energia eólica e solar localizados nos estados de Pernambuco e do Rio Grande do Norte. O montante constitui parcelas de financiamento contratados junto à autarquia para viabilizar a instalação dos empreendimentos. A decisão foi anunciada na última sexta-feira (23).

Na ocasião, o superintendente Danilo Cabral destacou o papel do fundo regional administrado pela Sudene como instrumento estratégico para a agenda da sustentabilidade ambiental. “O FDNE já apoiou a instalação de vários empreendimentos do setor de energia e saneamento básico. São agendas importantes para melhorar o ambiente de negócios na região e, principalmente, gerar mais qualidade de vida para o povo nordestino”, afirmou o gestor.

A Elawan Eólica Passagem S/A, empresa de divisão de energias da Elawan Energy que integra a ORIX Corporation, receberá R$ 50,4 milhões referentes à terceira parcela da contratação de crédito. O investimento total da empresa é de quase R$ 367 milhões, dos quais R$ 220 milhões são financiados com recursos do FDNE. A empresa é titular de projeto instalado em Santana dos Matos, no Seridó potiguar. O empreendimento ocupa uma área de 8,5 hectares e possui capacidade instalada de 52 MW. Durante a implantação, o projeto gera 100 empregos diretos.

Também estão localizados no Rio Grande do Norte outros dois projetos que terão os primeiros aportes do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste. Ambos os empreendimentos são de controle da EDP Renováveis do Brasil. A Central Geradora Fotovoltaica Monte Verde Solar II S.A. - presente nos municípios de Lajes, Pedro Avelino e Jandaíra – receberá R$ 75,4 milhões de um total de R$ 102,7 milhões. O empreendimento está dimensionado para 41,8 MW de potência e produção anual estimada em 116.000 MWH. A empresa investiu, no total, R$ 228,6 milhões na instalação do empreendimento.

Em Pedro Avelino também está localizado o empreendimento Monte Verde Solar III S.A., com 40,2 MW de capacidade instalada e produção anual semelhante ao projeto anterior. A liberação para este parque é um pouco maior: R$ 76,9 milhões, correspondente à primeira parcela do financiamento total de R$ 102,7 milhões. Nesta central de geração de energia, o orçamento total do investimento supera os R$ 228 milhões.

Outro empreendimento que foi objeto de aprovação para o recebimento de recursos do FDNE foi o UFV Serrita II, que integrará o complexo Solar Serrita. Instalado em Salgueiro, no sertão central pernambucano, o empreendimento tem capacidade instalada de 30 MW. Foram liberados R$ 64,5 milhões, correspondente à primeira parcela do crédito de R$ 114 milhões com recursos do FDNE. O grupo Elecnor, responsável pelo parque, informou R$ 191 milhões em investimentos totais.

Diretor-substituto de Fundos, Incentivos e de Atração de Investimentos da Sudene, o economista Wandemberg Almeida destacou que os projetos avaliados mostram a confiança do mercado no papel do FDNE, consolidando-o como vetor de atração de empreendimentos para o Nordeste. “Isso colabora para que tenhamos uma região mais atrativa para novos investimentos, gerando sustentabilidade e bons resultados para a população”, comentou.

¨      Superintendente defende integração de ações para fortalecer competitividade econômica dos estados nordestinos

É preciso construir uma política de integração para consolidar os estados do Nordeste como protagonistas do novo processo de industrialização em curso no país. A estratégia foi defendida pelo superintendente Danilo Cabral durante entrevista concedida nesta quarta-feira (28) sobre a Nova Indústria Brasil (NIB), proposta pelo Governo Federal para estimular setores estratégicos do setor, aprimorando o ambiente de negócios e promovendo a inovação.

“Territorializar a política industrial é o nosso maior desafio. Este é uma das ações da Sudene, que volta a exercer este papel de integrar os estados e mobilizar parceiros que conhecem o cenário e podem nos ajudar a criar este cenário de oportunidades para a região”, afirmou o superintendente.  Incentivar o desenvolvimento do Complexo Industrial da Saúde foi uma das frentes destacas pelo gestor que poderão consolidar o Nordeste como protagonista na redução da dependência brasileira de insumos externos na produção de fármacos.

A Sudene é uma das instituições nomeadas pelo Governo para propor atividades de territorialização e desenvolvimento regional considerando as estratégias propostas pela Nova Indústria Brasil. Neste sentido, Danilo Cabral destacou algumas das ações já em execução pela autarquia para reposicionar o Nordeste no debate da neoindustrialização. Entre as medidas lideradas pela autarquia vinculada ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, está a formação da rede de instituições de ciência e tecnologia, que irá alinhar pesquisas e iniciativas dessas instituições às missões da Nova Indústria Brasil (NIB) e às cadeias produtivas da nossa região. “São elas que conhecem o território”, afirmou.

O grupo está em fase final de consolidação e deve apresentar, como primeiro trabalho conjunto, um mapeamento das pesquisas em curso nas instituições de ciência e tecnologia da região alinhadas com as missões da NIB.

<><> Fontes de financiamento

Aumentar a participação do Nordeste nos programas de financiamento oferecido pelas instituições de fomento também foi uma das ações tidas como cruciais pelo superintendente da Sudene. “Tem avanços do governo Lula. Embora sejamos quase 30% da população do Brasil, ainda representamos uma participação de 12%, 13% do PIB do país. Para diminuir as desigualdades regionais, precisamos integrar e adotar novas estratégias de alocação de recursos, que considerem, por exemplo, o fator populacional e não a representatividade do PIB. Precisamos construir uma unidade política para a região”, comentou o superintendente.

O restabelecimento do comitê de instituições financeiras vinculado ao Conselho Deliberativo da Sudene foi mencionado por Danilo Cabral como exemplo de avanço da autarquia na construção de uma maior unidade de diálogo para atrair investidores e apoiar a instalação de projetos em sintonia com as missões estabelecidas pela NIB. “É um ambiente para integrar os instrumentos de financiamento em favor da região”, disse o superintendente.

Retomado durante a 34ª reunião do Conselho Deliberativo da Sudene, o grupo de agentes financeiros, que já conta com a participação dos bancos federais, ganhou novos integrantes: o Consórcio Nordeste, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e os bancos estaduais de Sergipe (Banese) e Minas Gerais (BDMG).

O debate ocorrido na rádio CBN Recife contou com a participação do ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Armando Monteiro Neto e do professor Otto Benar, titular da Universidade de Pernambuco (UPE) e especialista em administração.

 

Fonte: Tribuna da Bahia/Ascom Sudene

 

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