segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Lula e Trump apostam na Paz contra a inflação

Para não dizer que não falei de política doméstica. Ainda estou envergonhado com as falcatruas que deputados e senadores fazem na manipulação das famigeradas emendas no Orçamento Geral da União (do qual já mordem R$ 60 bilhões por ano). Por isso, todos devem estar de alma lavada com a firme decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, de levar adiante as investigações contra um grupo de políticos que pagam até propina para intermediários que fazem “corretagem” das emendas. O caso da atuação do servidor do governo do Rio Grande do Sul, Cliver Fiegenbaum, que ficava com uma “comissão” das verbas indicadas pelo deputado federal Afonso Motta (PDT-RS), é exemplar. Numa verba de R$ 1 milhão a um hospital gaúcho, a corretagem teria sido de R$ 580 mil. Infelizmente, os casos de corrupção e desvio com origem no Congresso se multiplicam do Chuí ao Oiapoque.

A Polícia Federal já tem uma amostra de 20 desvios escandalosos em exame no STF. Mas os novos presidentes do Senado, David Alcolumbre (União-AP), e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), querem passar uma borracha nos assuntos passados e adotar a transparência e o rigor exigidos por Dino daqui para a frente. Os cidadãos de bem deste país, aqueles que cumprem com suas obrigações e pagam montanhas de impostos (sobretudo no consumo de bens e serviços), depositam suas esperanças na atuação exemplar do ministro Flávio Dino, o verdadeiro Paladino da Justiça. Pelo menos uma prática corrupta e deletéria da política brasileira pode ser saneada. E Dino se fortalece na cena política.

Tratemos da política global. Quando o Brasil presidiu o Conselho de Segurança da ONU, em 2023, o presidente Lula propôs o cessar fogo na guerra da Rússia contra a Ucrânia. A Paz, além de poupar vidas e destruição, seria benéfica para todo o mundo, pela redução dos preços do petróleo, combustíveis e alimentos. A proposta de Lula não foi levada a sério pelos Estados Unidos, do democrata Joe Biden. E Lula foi mais criticado no Brasil, sobretudo pela oposição bolsonarista (vale lembrar que Bolsonaro propôs, há três anos, em Moscou, a Paz a Putin; não adiantou: as tropas russas invadiram a Ucrânia na última semana de fevereiro de 2022). Lula também propôs, no ano passado, a Paz entre Israel e o Hamas, rejeitada pelo veto americano.

O mundo gira e a Lusitana roda. O republicano Donald Trump foi eleito nos Estados Unidos, com promessa de fazer uma guerra de tarifas contra as nações cujos produtos invadem os EUA, na verdade, uma ameaça retórica para encontrar termos de negociação de cotas – as ordens executivas foram substituídas por instruções para negociar com os países que trazem maior déficit comercial aos EUA (nesse aspecto, o Brasil garante superávit de US$ 50 bilhões em 10 anos para o “Tio Sam”). Trump já percebeu que uma guerra de tarifas seria inflacionária para a economia americana – o que levaria o Federal Reserve Bank a manter os juros elevados (prejudicando a economia e o mercado imobiliário, base do seu império).

Por isso, enquanto mantém o “porrete grande” para instigar negociações comerciais bilaterais, investiu pesado nas tratativas de Paz, atuando no cessar-fogo entre Israel e Hamas no fim da gestão Biden (mantido apesar da indecente proposta de evacuar os palestinos da Faixa de Gaza para criar um balneário e instalar novas empresas), e agora com a pressão sobre Putin para interromper as operações militares na Ucrânia, objeto de uma ampla negociação dos países filiados à OTAN em Munique (Alemanha). Ninguém mais do que os alemães sabem o quanto custou a guerra em termos de aumento dos combustíveis e da inflação dos alimentos. É na aposta da baixa de preços, trazida pelo ambiente de Paz, que Trump acredita ser possível esfriar a temperatura da inflação em todo o mundo e permitir uma baixa de juros, mesmo com eventuais aumentos de tarifas. No somatório final, os Estados Unidos sairiam ganhando. Imagina.

O preço da Paz é sempre mais vantajoso que os custos da guerra. Estes só beneficiam o complexo industrial-militar e os atravessadores na escalada de preços na anormalidade dos mercados.

·        Onde o calo das tarifas vai apertar

O “Financial Times”, de Londres, lembrou esta semana que, em junho de 2023, Trump prometeu que, se vencesse a eleição, aprovaria uma lei no Congresso permitindo a equiparação das tarifas de importação dos EUA às impostas a produtos americanos por outros países. A campanha anunciou isso como “olho por olho, tarifa por tarifa, exatamente a mesma quantia”. A abordagem adotada foi mais ampla. Autoridades disseram que imporiam as taxas em uma base “país por país”, retaliando também contra barreiras não tarifárias. Elas destacaram o imposto sobre valor agregado da União Europeia como um exemplo de prática comercial desleal, juntamente com os impostos sobre serviços digitais que foram explorados ou implementados por muitos países europeus. No futuro, a Reforma Tributária no Brasil prevê a adoção do IVA em substituição à atual parafernália de impostos sobre o consumo. Podemos estar em risco?

Everett Eissenstat, ex-funcionário comercial de Trump, agora na Squire Patton Boggs, disse que regulamentações que vão desde padrões agrícolas até restrições de peso em carros podem estar na mira. Um folheto informativo da Casa Branca descrevendo o plano disse que os EUA eram “uma das economias mais abertas do mundo”, mas argumentou que seus parceiros comerciais “mantêm seus mercados fechados para nossas exportações”. O plano dos EUA violaria as regras da Organização Mundial do Comércio, já que os membros devem oferecer as mesmas taxas entre si, a menos que concluam um acordo comercial bilateral ou regional — o chamado princípio da nação mais favorecida.

Embora os EUA tenham parado de seguir as regras da OMC há muito tempo, mudar para um sistema de reciprocidade marcaria um afastamento radical da política comercial de Washington. Também seria diferente da abordagem adotada por Trump para o comércio de metais, na qual os EUA impuseram uma tarifa geral de 25%. Em 2022, os EUA geralmente enfrentaram tarifas muito mais altas na exportação de ferro e aço do que cobravam nas importações... Se as tarifas tivessem sido recíprocas em 2022, elas teriam se parecido com isto... Mas a nova tarifa de 25% anunciada por Donald Trump muda significativamente o cenário. Sobretudo num cenário em que mandou o Acordo de Paris às favas. Os Estados Unidos se veem desobrigados a cumprir acordos que levavam em conta impactos ambientais (que eram favoráveis ao etanol de cana-de-açúcar do Brasil, comparado ao etanol de milho americano).

Um alto funcionário disse na quinta-feira que Japão, Índia e UE eram os maiores alvos das novas medidas, enquanto o informativo da Casa Branca adicionou o Brasil à lista. “O Japão tem tarifas relativamente baixas, mas barreiras estruturais altas”, disse o funcionário. “Enquanto a Índia... tem algumas das tarifas mais altas do mundo”. A Casa Branca disse na quinta-feira que a Índia aplicou uma tarifa de 100% sobre motocicletas dos EUA, enquanto os EUA cobraram apenas 2,4%. Também disse que a UE bloqueou importações de mariscos de 48 estados.

Com base nas tarifas, analistas do Morgan Stanley descobriram que Índia, Tailândia e Coreia do Sul estariam mais expostas à retaliação, calculando que correriam o risco de um aumento de quatro a seis pontos percentuais nas tarifas médias ponderadas. O Morgan Stanley apontou que Japão, Malásia e Filipinas poderiam ser alvos, com base em suas tarifas médias mais altas. Analistas do Barclays adicionaram Indonésia e Vietnã (o quarto déficit americano) nessa lista. A UE também pode sofrer. Ela cobra 10% sobre importações de carros, enquanto os EUA cobram apenas 2,5%. Os carros respondem por 8% das exportações da UE para os EUA. A tarifa média ponderada do comércio dos EUA é de 2,2%, de acordo com a OMC. Em contraste, a taxa média da Índia é de 12% e chega a 177% para sementes oleaginosas, gorduras e óleos.

·        Os Estados Unidos são confiáveis?

Trump ameaça com o porrete geral do aumento das tarifas para forçar negociações e acordos bilaterais que resultem na redução da entrada de produtos estrangeiros nos Estados Unidos, o que abriria espaço para a retomada da produção doméstica, gerando empregos e riquezas. Na teoria parece lógico. Na prática, há enormes empecilhos. Desde a primeira crise do petróleo, em 1983, quando os países árabes, que já tinham sido passados para trás com a decisão de Richard Nixon de abandonar, em agosto de 1971, o lastro ouro (a paridade decidida no Acordo de Bretton Woods, em 1994, era de que os EUA manteriam em Fort Knox lastro em ouro na base de US$ 35 por onça troy (28,34 gramas). Vendo que o petróleo valia bem menos que outras mercadorias (a começar pelo ouro), os árabes, reunidos na OPEP, do qual fazia parte a Venezuela, triplicaram os preços. A economia mundial virou de cabeça para baixo. Uma das decisões das grandes matrizes americanas e europeias, ante o súbito aumento da energia, foi transferir a países periféricos a produção de uso intensivo de energia, como aço e alumínio.

O segundo efeito disso foi o declínio da indústria naval dos Estados Unidos. No Brasil, empinava-se “papagaios” junto a bancos estrangeiros levantando-se empréstimos para construir hidrelétricas (na indústria houve a introdução de fornos elétricos no lugar dos de óleo diesel ou combustível). E uma das indústrias que prosperaram foram as de alumínio, a partir da transformação da bauxita. Cerca de 70% dos custos do alumínio. A usina hidroelétrica de Tucuruí (PA), inaugurada no começo dos anos 80, atendia fábrica de alumínio em São Luís (MA) e em Barcarena (PA). Num segundo momento, quando Kissinger conseguiu atrair a China para participar da globalização, as matrizes dos EUA, Japão e Europa transferiram para o território chinês fábricas de toda a sorte de manufaturas, buscando ganhar escala com custos de mão de obra, impostos, juros e infraestruturas incrivelmente baixos da China.

Mas a esperteza engoliu o gato. No velho conceito do comércio exterior circunscrito no Gatt (Acordo Geral de Tarifas e Comercio), criado em 1947 para disciplinar o comércio mundial, evitando guerras comerciais, e completar o tripé de Bretton Woods, quando sugiram o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento. Repetindo os termos da ONU, do qual são subprodutos, como a OIT, a OMS e a Unesco, os Estados Unidos têm a maior participação e poder de veto (como as outras quatro potências nucleares no Conselho de Segurança). O Bird (Banco Mundial) financiava a modernização da infraestrutura dos países afetados na 2ª guerra e depois pelos abalos da economia mundial. Os Estados Unidos se valeram das regras do Gatt (que impediam bruscas desvalorizações de moedas) até que o comércio exterior norte-americano deixou de ser superavitário com o resto do mundo. Natural, pois as matrizes americanas produziam mais fora do que nos EUA.

Mas os EUA eram hegemônicos no conceito mais amplo de serviços (financeiros, de royalties, patentes - farmacêuticas, sobretudo – e remessas de lucros e dividendos). Daí, os americanos criaram a Organização Mundial de Comércio em janeiro de 1995, abarcando uma série de direitos que tentam impingir contra os países mais fracos. Mas não pensem que os americanos jogam limpo e seguem as regras. Em painéis levantados pelo Brasil na OMC, os EUA foram condenados por praticarem “dumping” contra o algodão brasileiro. Assim, desde as últimas barreiras do 1º governo Trump (2016-2020) contra o aço e o alumínio brasileiros, estão em vigor clausulas das negociações bilaterais que fixaram cotas anuais para as duas mercadorias – as siderúrgicas americanas precisam do ferro-gusa brasileiro que lhes poupam energia.

Trump quer voltar a roda da história e retomar a força americana em áreas que há muito as suas próprias matrizes abandonaram (razão do declínio americano). A questão básica é: os países que serão forçados a fazer acordos comerciais com os representantes da Casa Branca podem confiar no governo Trump, que passa por cima até das leis básicas reconhecidas pela Justiça doméstica e pela Suprema Corte?

·        E o dólar, hein?

Caro leitor, você é testemunha de que sempre critiquei, aqui e na coluna “O Outro Lado da Moeda”, a versão de muitos economistas e operadores de que a alta do dólar, desde setembro, tinha como pano de fundo a desconfiança da situação fiscal. Eu dizia que era a ameaça tarifária de Trump que fortalecia o dólar contra a maior parte das moedas. Pois bem, Trump baixou a bola ao assumir em 20 de janeiro, preferindo dar prazo para negociações bilaterais, e o dólar caiu. Na sexta-feira, o dólar fechou a R$ 5,7042, uma queda de 1,02%, que remete ao nível da última semana de outubro. Quem não lembra do alarde quando o dólar rompeu os R$ 6,30, em dezembro? Serviu como salvo conduto para remarcações em geral no comércio. E o dólar ainda atingiu o pico de R$ 6,3144, em 17 de dezembro.

Com a cotação de sexta-feira, 14 de fevereiro, já acumula baixa de 9,66% desde o pico. A escalada empurrou os preços para cima (sobretudo os alimentos) e a popularidade do governo para baixo. Mas a mídia, em vez de destacar a baixa do dólar e cobrar que os preços desçam do pedestal, faz o jogo dos especuladores.

 

¨      A que tipo de barbárie pretende nos levar Trump? Por Adhemar Bahadian

Esses últimos dias tenho rido muito. Um riso, uma gargalhada meio sem jeito, descabida.

Lembra dos tempos em que os parques de diversões nos ofereciam além da Roda-Gigante o trem-fantasma? Aos oito, dez anos era preciso ter estômago para aguentar aquele circuito em túneis escuros, onde surgiam pessoas decapitadas, monstros com machados nas curvas de um trem que nos parecia sempre a ponto de descarrilhar.

Os momentos finais eram particularmente aflitivos, pois aparecia o esqueleto-morte com um sino a tocar como se nos viesse buscar.

Saíamos da brincadeira rindo para não mijar nas calças e agradecidos por estarmos de volta aos braços de nossas mães a nos apoiar com o sorriso que só mães sabem dar diante de nossos medos e fracassos.

Tive experiência semelhante outro dia ao assistir ao patético encontro entre Bibi e Donald, após as conversações entre o Presidente dos Estados Unidos da América e o Primeiro-Ministro de Israel.

Chamo-os de Bibi e Donald, porque a cena me parecia uma das mais hilariantes que teria sido jamais produzida pelo conhecido programa Saturday Night Live, talvez um dos mais assistidos por uma audiência de milhões, há décadas.

Donald superou em muito Baldwin, frequentemente o ator de cinema que melhor o “interpreta" no programa. Já Bibi, inimitável, deixou fluir rios de pavonice bajulatória diante do Chefe, que agradecia, quase às lágrimas, tanta veneração.

Porém, era de massacre do povo palestino que se falava.

Trump propunha criar na faixa de Gaza uma nova Riviera, cujas terras e espaços pertenceriam aos Estados Unidos e onde se poderia gozar dos maiores prazeres da hotelaria e da cassinagem modernas.

Não escapa a ninguém o conflito de interesses entre Trump e seu passado de agente imobiliário com refregas na justiça americana. Apenas os arquivistas de emendas parlamentares no Brasil imaginam como foram devidamente empurradas para debaixo do tapetão. Crime também é tecnologia: transfere-se, estatiza-se, privatiza-se, monopoliza-se e, obviamente, se recicla. Trump o quer patentear e assim dele tirar “royalties”. Novo capitalismo feudal.

Só que a limpeza étnica era tão evidente, que os próprios senhores do autoritarismo moderno logo anunciaram sua oposição à desgraça criativa de Washington. Arábia Saudita à frente.

Não há como não rir o "fou-rire” dos franceses, o riso à bandeiras despregadas de nossa própria língua, sem o imediato impacto do pavor da morte a nos tocar sininhos ao mesmo tempo.

Funções mais subalternas, Trump delega a seu escudeiro-betacoin, Musk, a tarefa de acabar com agências de assistência ao desenvolvimento e de cassar funcionários públicos. No estilo autocrático de desvario atual, demite-se por email, com o óbulo de oito meses de salário, funcionários com mais de 20, 30 anos de serviço. A alternativa: não aceitar a esmola de oito meses e sair sem qualquer “AU REVOIR”.

Na Geopolítica que a Casa Grande dedica à Senzala, aparentemente o canal do Panamá virou pântano americano. A Groenlândia, na mesma linha da faixa de Gaza, vira centro de ski de inverno do exército americano, e por aí vai.

Enquanto isso, há quem ainda veja neste senhor peripatético, um novo Messias, um pacificador e o diabo a quatro, categoria em que melhor se enquadra.

Embora sejam crescentes as reações internas americanas ao cotidiano abuso da lei e da própria Constituição, Trump tem criatividade destruidora e fiéis seguidores a nos colocar a todos em perigo.

E quando falo a todos, sequer excluo a patotinha superenriquecida que se juntou a Trump nesta mais do que óbvia destruição do Estado de Direito não só no Estados Unidos, mas no resto do Mundo. Estamos rigorosamente no mesmo Titanic. E a menos que queiramos imitar a orquestra que com ele afundou, me parece que uma reação civil se impõe.

Claro, não estou aqui a defender movimentos quixotescos e muito menos atitudes Kamicases.

Parece-me porém mais do que chegada a hora de se botar os pingos nos “is" e recordar que somos intrinsicamente vinculados ao respeito à lei e à ordem. Bem sei que os americanos já nos deram inúmeros exemplos de não aceitar qualquer lei, mesmo as que se comprometeram a honrar. Perguntem aos países em desenvolvimento que ganharam causas contra ele no âmbito da OMC. Não estou sequer mencionando a Corte Internacional de Justiça. Ou a própria ONU. Qualquer dia desses, Trump vai criar caso com o fato de ela ter sua sede à margem do East River. Podem escrever. Vai implicar também com o Secretariado da ONU “abrigar" tantos migrantes inúteis.

A que tipo de barbárie nos pretende levar Trump? Voltar à idade da pedra lascada, quando só ele terá o monopólio dos martelos? Ou nos roubar ate mesmo a capacidade de amar sob qualquer outra forma que não seja a pautada na temível ficção da canadense Margareth Atwood, em ‘Handmaid's Tale”? Hillary Clinton, quando foi candidata a Presidente, deu um “pitaco" sobre o assunto. Mas, “patriots”, como idiotas, não leem ficção.

A loucura, já nos avisara a própria Associação Psiquiátrica Americana, tem formas e desvios a fazer com que a patologia pareça apenas excentricidade.

Não ouvimos a advertência da Associação: Trump não está capacitado para ser presidente dos Estados Unidos. Et maintenant? Lembram ?

Qualquer hora dessas, os Estados Unidos de Trump recriarão, no modelo da Alemanha nazista, fogueiras de livros. E a obra de Freud será certamente novamente queimada.

Sei que pareço um pregador de ventos. Que seja. Corro o risco do ridículo, sempre menor que o risco de vida. Ou será que também estou a correr?

Não defendo o que em bom português carioca se chama de “porralouquice”. Mas, apoiar políticos, pensadores e sobretudo presidentes de República que se manifestem contra a subversão do Estado de Direito e a ordem internacional baseada na carta das Nações Unidas é o que se impõe. Sem fanatismos,
E, sobretudo sem cinismo. Ninguém aceita e ninguém é trouxa. Às vezes, convém ser desligado. "Pero non tropo", como diria Maquiavel.

 

Fonte: Por Gilberto Menezes Côrtes, no JB

 

Nenhum comentário: