segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Enviado dos EUA diz que ‘ainda é cedo’sobre plano de Trump para fim da guerra entre Ucrânia e Rússia

O enviado dos Estados Unidos para a Ucrânia, Keith Kellogg, disse neste sábado (15) que "ainda é cedo para dizer quando o plano do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para a Ucrânia estará pronto, já que a administração Trump está no poder há apenas 25 dias".

Kellogg, que participa da Conferência de Segurança de Munique, na Alemanha, acrescentou que, no entanto, "é vital envolver o presidente russo, Vladimir Putin, nas negociações para encerrar a guerra entre a Ucrânia e a Rússia".

"Goste você ou não, é preciso conversar com adversários", disse Kellogg.

"Como um grande secretário de Defesa, o general Mattis, certa vez disse: 'Posso não gostar desse filho da mãe, mas tenho que falar com ele'", acrescentou.

Kellogg também afirmou que os Estados Unidos desejam romper as alianças da Rússia com Coreia do Norte, China e Irã.

O enviado também afirmou que a Europa não terá um lugar à mesa nas negociações de paz para a Ucrânia. O comentário ocorreu após Washington enviar um questionário às capitais europeias, perguntando o que elas poderiam contribuir para garantias de segurança a Kiev.

Trump chocou os aliados europeus esta semana ao telefonar para o presidente russo, Vladimir Putin, sem consultá-los ou a Kyiv antecipadamente, e declarar o início imediato das negociações de paz para a Ucrânia.

Funcionários da administração Trump também deixaram claro nos últimos dias que esperam que os aliados europeus da OTAN assumam a responsabilidade primária pela região, já que os EUA agora têm outras prioridades, como segurança fronteiriça e o combate à China.

Questionado se poderia garantir ao público que ucranianos e europeus estariam à mesa nas negociações, Kellogg disse : "a resposta para essa última pergunta [sobre os europeus], da forma como você a formulou, é não."

Os ucranianos, no entanto, estarão, "obviamente," à mesa, disse ele, acrescentando que seria tolice sugerir o contrário.

O comentário provocou uma imediata repreensão de líderes europeus.

<><> Ucrânia pronta para falar com EUA

A Ucrânia está pronta para ter uma conversa "profunda" com os Estados Unidos sobre como avançar para encerrar a guerra com a Rússia, afirmou o ministro das Relações Exteriores ucraniano, Andrii Sybiha, no Conselho de Segurança de Munique, neste sábado (15).

Ele disse que a segurança transatlântica e a ucraniana são indissociáveis. Sybiha também destacou que existe uma "receita muito simples para acabar com a guerra: a liderança dos Estados Unidos".

Neste sábado, o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, disse ter vetado um acordo proposto pelo presidente americano, Donald Trump, para dar acesso aos Estados Unidos a recursos minerais estratégicos em terras raras do país do leste europeu.

Zelensky também pediu pela criação de um "exército da Europa" para se proteger contra a Rússia, sugerindo que os EUA talvez não venham mais em auxílio do continente.

O presidente ucraniano também afirmou que a Ucrânia "nunca aceitará acordos feitos às nossas costas sem a nossa participação", após o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, concordarem em iniciar negociações de paz.

<><> EUA não querem que muitas partes participem das negociações sobre Ucrânia

Os Estados Unidos não querem que um grande grupo de partes participe das negociações para a resolução do conflito ucraniano, disse o enviado especial dos EUA para a Ucrânia, Keith Kellogg, na Conferência de Segurança de Munique.

Citado pela CNBC, Kellogg disse que os interesses da Europa vão ser levados em conta, mas ela própria pode não estar presente na mesa de negociações.

"O que não queremos fazer é entrar em uma discussão de um grupo grande", disse ele.

O enviado especial também acrescentou que os EUA ainda não estão prontos para delinear os requisitos para fornecer garantias de segurança à Ucrânia dentro da estrutura das negociações.

Os políticos europeus têm exigido repetidamente que sejam incluídos nas negociações sobre a situação na Ucrânia:

A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, disse na quinta-feira (13) que uma solução pacífica para o conflito deve incluir os europeus;

O candidato a chefe do governo alemão, Friedrich Merz, classificou hoje (15) como inaceitáveis as negociações sobre a Ucrânia entre a Rússia e os EUA sem a participação da União Europeia e de Kiev;

O ministro das Relações Exteriores e vice-primeiro-ministro italiano, Antonio Tajani, também disse que a Europa não deve desempenhar um papel secundário em possíveis negociações.

¨      Sergei Lavrov e Marco Rubio conversam por telefone e concordam em 'manter contato regular'

"Lavrov e Rubio confirmaram sua prontidão para trabalhar juntos para restaurar o diálogo interestatal mutuamente respeitoso, de acordo com o tom definido pelos presidentes. Concordamos em manter contatos regulares, incluindo preparativos para uma reunião de cúpula russo-americana", diz o texto.

O anúncio veio após uma conversa telefônica entre os ministros, realizada por iniciativa dos Estados Unidos neste sábado (15). Anteriormente, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e seu homólogo norte-americano, Donald Trump, já haviam conversado ao telefone em 12 de fevereiro.

Ademais, segundo o documento publicado os chefes da diplomacia de ambos os países concordaram em manter um canal de comunicação "para resolver os problemas acumulados nas relações russo-americanas".

A ideia seria "remover as barreiras unilaterais à cooperação comercial, econômica e de investimento mútuo herdadas do governo anterior".Sergei Lavrov e Marco Rubio também firmaram um "compromisso mútuo" para interação em questões internacionais, como o acordo em torno da Ucrânia, a situação da Palestino, do Oriente Médio como um todo, além de outras esferas regionais.

"Ocorreu uma troca de opiniões sobre maneiras de acabar rapidamente com a política, iniciada pelo governo Barack Obama em 2016, de apertar ao máximo as condições para o funcionamento das missões diplomáticas russas nos Estados Unidos, o que, é claro, implicou medidas retaliatórias", afirmou a chancelaria russa.

"Foi acordado organizar uma reunião de especialistas em um futuro muito próximo para concordar com etapas específicas para remover mutuamente os obstáculos ao trabalho das missões estrangeiras da Rússia e dos Estados Unidos", acrescentou.

¨         Zelensky anuncia ter recusado acordo com EUA sobre minerais ucranianos

O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, anunciou, neste sábado (15), ter vetado um acordo proposto pelo presidente americano, Donald Trump, para dar acesso aos Estados Unidos a recursos minerais estratégicos em terras raras do país do leste europeu.

"Não autorizei os ministros a assinarem o acordo porque não está pronto. Na minha opinião, não nos protege", declarou Zelensky à imprensa durante a Conferência de Segurança de Munique.

Para que a parceria seja concretizada, o líder ucraniano ressaltou que o entendimento precisa "estar atrelado a salvaguardas de segurança".

O acordo é visto por especialistas como central para os esforços ucranianos para obter o apoio do presidente de Trump, no momento em que o norte-americano tenta encerrar rapidamente a guerra contra a Rússia.

Na semana passada, Zelenskiy estabeleceu inclusive os contornos de um entendimento em uma entrevista à agência Reuters, revelando um mapa com vários depósitos minerais e dizendo que estava oferecendo uma parceria mutuamente benéfica para desenvolvê-los em conjunto, e não “entregá-los de graça”.

Os minerais em questão incluiriam variedades de terras raras, além de titânio, urânio, lítio e outros.

Trump, que não se comprometeu em manter a ajuda militar à Ucrânia, afirmou querer 500 bilhões de euros em minerais de terras raras da Ucrânia, e que o apoio de Washington precisa receber uma “garantia”.

¨         Zelensky admite que Ucrânia terá pouca chance de sobreviver sem ajuda norte-americana

Chances de sobreviver serão baixas para a Ucrânia se os EUA se recusarem a apoiar a Ucrânia, disse o atual líder da Ucrânia Vladimir Zelensky na sua entrevista ao canal de televisão norte-americano NBC News.

De acordo com o presidente ucraniano, há uma chance em todas as situações difíceis. Entretanto, destacou ele, para a Ucrânia será ''muito, muito, muito difícil'' sobreviver sem esse apoio ocidental.

''Teremos pouca chance, pouca chance de sobreviver sem o apoio dos Estados Unidos. Acho que é muito importante, fundamental'', acrescentou ele.

O presidente ucraniano também falou sobre sua preocupação com a possibilidade de que a Ucrânia ficar vulnerável a outro grande ataque da Rússia no futuro se os EUA não continuarem fornecendo apoio militar.

Anteriormente, Trump afirmou que Washington está pressionando para que os EUA e seus aliados da OTAN igualem sua ajuda a Kiev. O presidente russo Vladimir Putin, por sua vez, sublinhou que o fornecimento de armas novas à Ucrânia não mudará a situação no front, mas apenas prolongará o conflito.

¨         Zelensky pede a criação de um exército europeu e diz que antiga relação da Europa com os EUA está acabada

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pediu a criação de um "exército da Europa" para se proteger contra a Rússia, sugerindo que os EUA talvez não venham mais em auxílio do continente.

Participando da Conferência de Segurança de Munique, evento que ocorre entre os dias 14 e 16 de fevereiro, ele também disse que a Ucrânia "nunca aceitará acordos feitos às nossas costas sem a nossa participação", após o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, concordarem em iniciar negociações de paz.

Em um discurso na sexta-feira, no qual atacou as democracias europeias, o vice-presidente dos EUA, JD Vance, alertou que a Europa precisava "agir de forma significativa" na defesa.

"Eu realmente acredito que chegou o momento -- as forças armadas da Europa devem ser criadas."

Ele disse: "Ontem, aqui em Munique, o vice-presidente dos EUA deixou claro que décadas da antiga relação entre a Europa e a América estão terminando.

"A partir de agora, as coisas serão diferentes e a Europa precisa se ajustar a isso."

No início desta semana, o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, disse que a invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia foi um "reset de fábrica" para a Otan, o que sinalizou que a aliança precisava ser "robusta", "forte" e "real".

Na manhã deste sábado, Zelensky disse: "Vamos ser honestos. Agora não podemos descartar a possibilidade de que a América possa dizer não à Europa em uma questão que a ameaça. Muitos, muitos líderes falaram sobre a Europa precisar de um exército próprio".

O conceito de um exército europeu é algo que foi proposto por outros líderes, incluindo o presidente da França, Emmanuel Macron, que sempre apoiou a criação de um exército próprio da União Europeia para reduzir sua dependência dos EUA.

"Os velhos tempos acabaram, quando a América apoiava a Europa apenas porque sempre fez isso.

À medida que a invasão em grande escala da Rússia à Ucrânia se aproxima de seu terceiro aniversário, Trump e Hegseth disseram que é improvável que a Ucrânia se junte à Otan.

O secretário de Defesa dos EUA também disse que um retorno às fronteiras da Ucrânia anteriores a 2014 era irrealista.

Zelensky disse que "não retiraria a adesão à Otan para a Ucrânia da mesa".

¨         Orbán diz que 'cedo ou tarde' Ocidente deixará a Ucrânia sem apoio: 'Foi um erro Kiev confiar'

Para o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, a administração Zelensky cometeu ao confiar nos países do Ocidente e no apoio contínuo mesmo após o conflito na Ucrânia, que já custou mais de US$ 1 trilhão (R$ 6 trilhões) aos cofres públicos de Kiev.

O líder húngaro declarou nesta sexta-feira (14) estar certo de que, cedo ou tarde, o Ocidente deixará a Ucrânia sem apoio, aos mesmos moldes do que tem agido nos últimos 70 anos. Segundo Orbán, Kiev cometeu um erro ao confiar nos "aliados".

"Acredito que houve um equívoco por parte deles sobre as verdadeiras intenções do Ocidente. Eles pensaram que seriam apoiados para sempre, mas se você conhece bem a história da política ocidental, sabe que isso é um engano. Não é isso que o Ocidente tem feito nos últimos 70 anos. Por isso, tenho certeza de que, mais cedo ou mais tarde, eles serão deixados sozinhos. E então ouvirão: pessoal, a conflito acabou, o apoio financeiro acabou, o apoio militar acabou, vamos negociar um acordo", disse Orbán em entrevista ao jornalista norte-americano Tucker Carlson.

Segundo Orbán, o Ocidente explicará à Ucrânia que "não quer correr o risco de uma Terceira Guerra Mundial e de um conflito militar direto com a Rússia".

O premiê húngaro também expressou preocupação com o destino das grandes quantidades de armamento ocidental fornecidas ao país, destacando que, após o fim do conflito, o Ocidente enfrentará "um problema chamado Ucrânia".

Quando questionado por Carlson sobre o motivo pelo qual um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia foi interrompido em março de 2022 pela administração do então presidente dos EUA, Joe Biden, e pelo ex-primeiro-ministro britânico Boris Johnson, Orbán respondeu que só revelará essa informação "quando se aposentar".

Anteriormente, Orbán afirmou que Europa e Estados Unidos gastaram um total de 310 bilhões de euros (R$ 1,8 trilhão) na Ucrânia. O primeiro-ministro classificou a cifra como "assustadora" e argumentou que, se esse dinheiro tivesse sido investido na economia europeia, a população viveria muito melhor hoje e poderia ter alcançado "milagres", mas, em vez disso, esses recursos "foram desperdiçados".

Segundo o premiê, o Ocidente comete um erro grave ao não reconhecer a nova realidade do conflito na Ucrânia e acabará pagando um preço alto por isso. Por fim, Orbán reiterou que a economia ucraniana colapsou e só sobrevive graças ao financiamento da Europa e dos EUA.

¨         Zelensky sugere que ucranianos que esperam por eleições 'escolham outra cidadania'

O atual líder ucraniano, Vladimir Zelensky, afirmou que "os ucranianos não querem eleições", e sugeriu àqueles que esperam por elas que "escolham outra cidadania".

O mandato de Zelensky expirou ainda em 20 de maio de 2024. A eleição presidencial na Ucrânia em 2024 foi cancelada, sob o pretexto da lei marcial e da mobilização.

"Estou pronto para falar sobre as eleições, se quiserem, os ucranianos não querem [as eleições], totalmente não querem", disse hoje Zelensky na Conferência de Segurança de Munique.

Ele justificou sua declaração porque, no caso de haver eleições, Kiev "vai perder a lei marcial" e assim o país também vai perder "a unidade".

"Se alguém não gosta [disso], eles podem escolher outra cidadania", afirmou.

Anteriormente, o presidente russo, Vladimir Putin, apontou para o fato de que o mandato do atual líder ucraniano já expirou, por isso, do ponto de vista legal, ele não tem autoridade para assinar documentos estatais, como um acordo de paz.

Uma questão separada é a proibição legislativa de a Ucrânia efetuar negociações com Putin, emitida ainda em 2022 por Zelensky.

O presidente russo explicou que se, de acordo com a lei, as negociações estão proibidas, então no futuro o seu resultado, se eventualmente tiverem lugar, pode ser declarado ilegítimo.

 

Fonte: g1/Sputnik Brasil

 

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