Alex Solnik: Marçal é candidato do PRTB ou
do PCC?
O presidente nacional
do PRTB chama-se Leonardo Avalanche. Claro, Avalanche é apelido. E todo apelido
só pega quando é a cara da pessoa.
No dia 19 de junho
último, o secretário-geral do partido, Marcos Andrade e a ex-vice-presidente,
Rachel de Carvalho entraram com uma denúncia contra Avalanche no TSE, segundo a
qual ele estaria vendendo cargos no partido para, dessa maneira, obter maioria
para indicar candidatos às prefeituras que ele quisesse.
Rachel de Carvalho
afirma ter renunciado ao cargo sob ameaças de morte do próprio Avalanche. Aos
repórteres Matheus Teixeira e Cézar Feitoza, da Folha, ela deu detalhes:
“Ele me chamou na mesa
e falou para mim: no dia em que eu falar para você pegar sua vara e ir pescar,
é porque eu vou te matar”.
A viúva de Levy
Fidelix, fundador do PRTB, Aldinéia Fidelix, também acusa Avalanche de ter dado
um golpe para se tornar na prática em dono do partido, alijando-a da
presidência em São Paulo, e essa acusação foi destravada, anteontem, pela
presidente do TSE, Cármen Lúcia. Ela intimou Avalanche a se explicar.
No mês passado, a
Folha publicou uma conversa de Avalanche, na qual admite que seu motorista tem
ligações com “Piauí”, um ex-chefe do PCC na favela de Paraisópolis e que ele,
Avalanche, foi o responsável pela libertação de André do Rap (chefão do PCC agraciado
com habeas corpus do então ministro do STF Marco Aurélio Mello) e que isso era
seu “dia a dia”.
Investigação da
polícia paulista descobriu que o chefe do PCC na Zona Leste, o “Coringa”,
permutou cocaína com uma BMW com Tarcísio Escobar e Júlio César Pereira, o
“Gordão”, ambos aliados de Avalanche. Escobar foi até presidente do PRTB em São
Paulo, indicado por Avalanche, mas teve de sair três dias depois, pois nem
título eleitoral tinha.
Na entrevista à
GloboNews, o próprio Pablo Marçal admitiu não ter certeza se Avalanche, que o
indicou candidato, tem ou não ligações com o PCC. Por ele, “pode investigar
todo mundo”.
Se nem ele sabe se o
seu partido foi infiltrado por essa facção do crime organizado, como o eleitor
vai saber? Como ter certeza se o voto em Pablo Marçal é um voto para o PRTB ou
para o PCC?
Enquanto essa dúvida
não for esclarecida, nem o partido nem o candidato deveriam continuar na
disputa.
Muito menos pode valer
o registro de uma candidatura escolhida por um presidente envolvido em tantas
denúncias cabeludas. Uma árvore envenenada dá frutos envenenados.
Marçal é candidato do
PRTB ou do PCC?
• Todas as ligações de Pablo Marçal com o
PCC. Por Augusto de Sousa
O influenciador Pablo
Marçal (PRTB), que encabeça as pesquisas eleitorais na disputa pela Prefeitura
de São Paulo, ao lado de Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB), está
cercado por figuras suspeitas de terem ligações com o Primeiro Comando da Capital
(PCC), a maior facção criminosa do Brasil.
No início de agosto, a
Folha de S.Paulo trouxe à tona um áudio no qual Leonardo Alves de Araújo,
conhecido como Leonardo Avalanche, presidente do partido de Marçal, admitia ter
vínculos com membros do PCC. No áudio, o dirigente do PRTB afirma ser o responsável
pela soltura de André do Rap, apontado como chefe do tráfico internacional de
drogas dentro do PCC.
“Eu sou o cara que
soltou o André [do Rap]. A turma não sei se vai te contar isso. Esse é o meu
trabalho, entendeu? A próxima, agora, a gente vai botar um lugar acima dele.
Esse é o meu dia a dia […] Eu faço um trabalho bem discreto”, disse Avalanche.
Além disso, o
presidente do partido afirmou que seu motorista é aliado de Francisco Antonio
Cesário da Silva, o Piauí, ex-líder da facção criminosa na favela de
Paraisópolis, zona sul de São Paulo. Essa conexão se tornou ainda mais evidente
quando o portal Metrópoles reportou que Marçal esteve com Valquito Soares da
Silva, irmão de Piauí, e uma foto dos dois juntos foi publicada nas redes
sociais.
O círculo de aliados
de Avalanche está sob investigação da polícia. Tarcísio Escobar de Almeida e
Júlio César Pereira, conhecido como Gordão, ambos antigos aliados do presidente
do PRTB, são suspeitos de trocar carros de luxo por cocaína para o PCC, conforme
revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Escobar chegou a ser
presidente estadual do PRTB em São Paulo por três dias, no início da gestão de
Avalanche, e Gordão, que era sócio de Escobar, também esteve envolvido com a
legenda. No entanto, nenhum dos dois foi visto em eventos recentes da campanha
de Marçal.
Edílson Ricardo da
Silva, um ex-policial militar condenado por fornecer informações a criminosos e
que mantinha contato com o PCC, também pertence ao grupo de Escobar e Gordão. O
Metrópoles divulgou que Avalanche embarcou em um voo particular com Escobar e
Edílson.
Outra figura ligada ao
PRTB municipal é Maiquel Santos de Assis, que esteve no palco ao lado do coach
durante a convenção do partido neste ano. Maiquel, que tem passagens pelo
sistema penitenciário e já foi condenado por extorsão mediante sequestro,
aparece como vice-presidente do diretório municipal da legenda em documentos
prestados à Justiça Eleitoral. Ele possui fotos com Marçal e é seguido nas
redes sociais pela vice na chapa do empresário, a policial Antônia de Jesus.
O candidato
bolsonarista também é amigo do influenciador Renato Cariani, réu em um processo
por envolvimento em um esquema de desvio de produtos químicos para a fabricação
de cocaína e crack. A Polícia Federal suspeita que esses produtos abasteciam a
rede do PCC.
Juntos, Marçal e
Cariani ministram palestras e, nas redes sociais, protagonizaram uma série de
vídeos que acompanham um processo de recondicionamento físico do coach.
Na última quinta-feira
(22), a deputada Tabata Amaral (PSB), também candidata à Prefeitura de São
Paulo, divulgou um vídeo nas redes sociais em que destaca as ligações de
aliados dele com o tráfico de drogas e o PCC, intensificando a pressão sobre o
candidato.
Além disso, o
histórico criminal de Marçal também levanta preocupações para eleitores
paulistanos. Em 2010, ele foi condenado pela Justiça Federal de Goiás a quatro
anos e cinco meses de prisão em regime semiaberto por furto qualificado. Mas a
pena nunca foi aplicada, pois o caso prescreveu após inúmeros recursos
apresentados por sua defesa.
Na época, Marçal, que
trabalhava com manutenção de computadores, foi vinculado a uma quadrilha de
fraude bancária, sendo acusado de captar emails para enviar spams que permitiam
ao grupo obter dados das contas bancárias das vítimas.
Mesmo diante dessas
revelações, Marçal continua na disputa pela prefeitura, aparecendo com 21% das
intenções de voto na última pesquisa Datafolha, empatado tecnicamente com
Guilherme Boulos (23%) e Ricardo Nunes (19%).
• Suspeitas de laços com PCC cercam
campanha de Pablo Marçal
Na corrida acirrada
pela Prefeitura de São Paulo, o ex-coach Pablo Marçal, candidato pelo PRTB, tem
enfrentado uma série de acusações que envolvem membros de seu círculo político
e possíveis conexões com o Primeiro Comando da Capital (PCC), a maior facção
criminosa do Brasil, destaca a Folha de S. Paulo nesta terça-feira (27). As
revelações têm colocado em xeque a campanha do candidato, que disputa a
liderança com Guilherme Boulos (Psol) e o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB).
No início de agosto, a
Folha de S. Paulo divulgou um áudio comprometedor atribuído a Leonardo Alves de
Araújo, conhecido como Leonardo Avalanche, presidente do PRTB e figura central
na campanha de Marçal. Na gravação, Avalanche afirma ter relações diretas com
integrantes do PCC, incluindo a participação na soltura de André do Rap, um dos
principais chefes do tráfico internacional de drogas vinculado à facção. André
do Rap foi libertado após uma controversa decisão do Supremo Tribunal Federal
(STF) e atualmente está foragido. "Eu sou o cara que soltou o André [do
Rap]. Esse é o meu trabalho, entendeu? A próxima, agora, a gente vai botar um
lugar acima dele", declarou Avalanche no áudio.
Além disso, reportagem
do portal Metrópoles revelou que Marçal foi fotografado ao lado de Valquito
Soares da Silva, irmão de Francisco Antonio Cesário da Silva, o
"Piauí", ex-líder do PCC na favela de Paraisópolis, em São Paulo. A
imagem foi publicada nas redes sociais e gerou uma onda de críticas e
questionamentos sobre as associações do candidato.
O entorno de Avalanche
também tem sido alvo de investigações policiais. Tarcísio Escobar de Almeida e
Júlio César Pereira, conhecidos como "Gordão", antigos aliados do
presidente do PRTB, são suspeitos de trocar carros de luxo por cocaína em operações
que beneficiariam o PCC, conforme apurou O Estado de S. Paulo. Escobar chegou a
ocupar brevemente o cargo de presidente estadual do partido sob a gestão de
Avalanche, enquanto Gordão, seu sócio, participou de eventos da legenda.
Outro nome que
desperta atenção é Edílson Ricardo da Silva, ex-policial militar condenado por
colaborar com o PCC, que também foi vinculado ao grupo de Escobar e Gordão. De
acordo com o Metrópoles, Avalanche chegou a embarcar em um voo particular
acompanhado por Escobar e Edilson, intensificando as suspeitas de envolvimento
com atividades ilícitas.
Em entrevista ao UOL,
Marçal admitiu ser amigo do influenciador Renato Cariani, que enfrenta
acusações de envolvimento em um esquema de desvio de produtos químicos para a
produção de drogas como cocaína e crack. A Polícia Federal suspeita que esses
produtos estavam destinados à rede de distribuição do PCC.
Em meio às
controvérsias, Pablo Marçal tenta se distanciar das acusações de ligação com o
PCC, mas, além destes recentes escândalos, o ex-coach também carrega em seu
histórico uma condenação de 2010 pela Justiça Federal de Goiás, que o
sentenciou a quatro anos e cinco meses de reclusão por furto qualificado. No
entanto, a pena nunca foi cumprida devido à prescrição do caso. Na época, ele
foi acusado de integrar uma quadrilha de fraude bancária, responsável pela
captação de dados bancários de vítimas por meio de spams.
• Marçal reconhece ter sido preso sob
acusação de envolvimento em quadrilha: ‘Todo mundo erra’
Pablo Marçal (PRTB),
candidato à prefeitura de São Paulo nas eleições municipais deste ano,
reconheceu que foi preso em 2010, acusado de integrar uma quadrilha envolvida
em um esquema de desvio de dinheiro de contas bancárias.
Em entrevista à
GloboNews, Marçal afirmou que foi "injustiçado" e disse que passou
quatro dias detido na Superintendência da Polícia Federal. Ele foi condenado
por furto qualificado pela Justiça Federal de Goiás, mas não cumpriu pena, já
que o processo prescreveu em 2018 após recursos apresentados pela defesa do
ex-coach.
“Queria ser uma pessoa
que nunca foi processada, um menino que nem peida. Mas não foi assim.
Infelizmente, fui injustiçado. Muitas coisas na minha vida foi bobeira mesmo
que eu fiz, todo mundo erra”, afirmou.
Questionado sobre o
suposto envolvimento do partido ao qual é filiado com a facção criminosa PCC,
Marçal afirmou estar aberto à possibilidade de deixar a legenda caso seja
eleito. “Tem esse tipo de gente lá, o que posso fazer?”, disse.
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Pedindo orações, Marçal publica vídeo com música que exalta o Diabo e ofende a
Deus
O coach e candidato de
extrema direita à prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) publicou, em suas
redes sociais, um vídeo utilizando uma música que exalta o Diabo e prega
mensagens de ódio a Deus. A informação foi publicada primeiramente pela coluna
do jornalista Paulo Cappelli no portal Metrópoles.
No vídeo em questão,
Marçal faz uma mensagem de apelo ao povo cristão, pedindo orações por sua
campanha. No entanto, a música utilizada no fundo do vídeo se trata de "Ur
Final Message", do artista Slick Killa, que contém frases como "venha
ficar cara a cara com o Diabo", "Foda-se seu Deus" e
"Pendure sua mãe na porra da cruz".
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Tarcísio diz que seria "desastre" eleição de nome ligado ao crime
organizado, em alusão a Marçal
Sem citar nominalmente
o ex-coach e candidato a prefeito de São Paulo Pablo Marçal (PRTB), o
governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), fez uma
advertência nesta segunda-feira (26), segundo o Estado de S. Paulo, sobre os
riscos de um candidato que tenha possíveis conexões com o crime organizado.
Durante uma entrevista
coletiva no Palácio dos Bandeirantes, Tarcísio afirmou que “seria um desastre”
para a cidade ter um prefeito com tais vínculos.
A declaração de
Tarcísio ocorre em meio a acusações de que aliados de Marçal estão envolvidos
com atividades criminosas. A fala do governador foi amplamente compartilhada,
inclusive pelo atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), que busca a reeleição com o
apoio de Tarcísio e Jair Bolsonaro (PL).
• Marçal usa as mesmas estratégias de
influencer que está preso; entenda
O candidato à
Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB), está empatado na liderança das
pesquisas de intenção de voto com uma campanha centrada exclusivamente em redes
sociais. Sua abordagem é inspirada em Andrew Tate, influenciador
britânico-americano controverso conhecido por suas táticas de marketing
digital.
Emory Andrew Tate III,
de 37 anos, é ex-atleta de kickboxing e ex-participante do reality show “Big
Brother” no Reino Unido. Após sua saída do programa devido a vídeos polêmicos e
agressões, ele se tornou uma figura proeminente no movimento “red pill”, promovendo
ideais de masculinidade através de conteúdo controverso e muitas vezes
ofensivo.
Atualmente, o
influenciador enfrenta acusações de tráfico humano, estupro e formação de
organização criminosa na Romênia, acusações que ele nega. Em 2022, ele foi o
nome mais buscado no Google, superando figuras como Justin Bieber e o
presidente Joe Biden, apesar de ter sido banido de várias plataformas de redes
sociais por comentários machistas e homofóbicos, exceto o YouTube.
Marçal, que declarou
ter modelado sua estratégia nas técnicas de Tate, utiliza um método semelhante
para impulsionar sua campanha. Ele contratou e paga adolescentes e
trabalhadores temporários para criar e divulgar seus conteúdos em redes
sociais, uma estratégia que Tate popularizou para maximizar seu alcance.
O coach afirmou ter “4
mil pessoas no seu campeonato de corte” e investe em pagamentos significativos
para promover vídeos polêmicos que, segundo ele, atraem mais visualizações.
Ícaro de Carvalho,
especialista em redes sociais, explica que a estratégia de Marçal inclui
mudanças frequentes de imagem e provocações para manter o engajamento. Segundo
ele, a suspensão temporária das redes de do candidato por abuso de poder
econômico não afetou sua estratégia, pois o tráfego e o conteúdo ainda circulam
fora das principais plataformas, funcionando como uma vitrine.
O professor João Cezar
de Castro, da UERJ, compara a abordagem do coach com a utilizada por Jair
Bolsonaro em 2018. Enquanto a campanha do ex-presidente se baseava em
microdirecionamento e disparos em massa em grupos de WhatsApp, Marçal e Tate
utilizam um método mais direto e financeiro, que ele considera mais eficiente,
embora fora da lei.
De acordo com Castro,
a prática de pagar seguidores para produzir e distribuir conteúdo é ilegal sob
a legislação eleitoral atual, e ações legais contra Marçal estão em andamento.
Contudo, ele acredita que essa abordagem será amplamente adotada nas próximas
eleições, prevendo que em 2026 a maioria dos candidatos usará métodos
semelhantes.
Fonte: Brasil 247/DCM
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