Dudu
Bananinha acha que vai repetir Guaidó com apoio de Trump
Abalado
pela performance de Lula na abertura da Assembleia-Geral da ONU, Eduardo
Bolsonaro afirmou, em entrevista nessa terça-feira (23), que é candidato a
presidente em 2026. E mais: "Se for declarado inelegível, os Estados
Unidos não reconhecerão as eleições brasileiras". A mesma receita usada
por Trump contra Maduro em 2019, quando Washington tentou impor Juan Guaidó
como presidente paralelo da Venezuela.
O
deputado analisa que, se ele estiver inelegível no próximo pleito — eventual
consequência de uma condenação pelas articulações com o governo norte-americano
para chantagear autoridades brasileiras —, “provavelmente os EUA não
reconhecerão a legitimidade das eleições no Brasil”.
“Vamos
combinar que seria um tanto quanto humilhante para o presidente Trump permitir
que um brasileiro, por ir à Casa Branca, onde não se sabe sequer com quem ele
encontrou ou o conteúdo das suas conversas, seja tido inelegível numa eleição
do Brasil”, declarou Eduardo.
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O 'Guaidó brasileiro'
Não é
figura de linguagem, nem exagero retórico. Eduardo Bolsonaro assumiu
publicamente a função que, segundo ele, lhe foi reservada pelo trumpismo. Ao
afirmar que, caso seja declarado inelegível, os EUA não reconhecerão o
resultado das eleições de 2026, ele encarna o papel de “presidente paralelo”,
nos moldes de Juan Guaidó na Venezuela.
Em
2019, Donald Trump e seu secretário de Estado, Mike Pompeo, proclamaram Guaidó
como “presidente interino” e desencadearam uma ofensiva diplomática, midiática
e econômica contra o governo de Nicolás Maduro. Não se tratava de defender a
democracia, mas de fabricar um governante de laboratório, útil para justificar
sanções, bloqueios e tentativas de golpe.
O
paralelo que Eduardo ensaia agora é explícito. Se a Justiça brasileira não
permitir sua candidatura, ele tentará converter sua derrota judicial em
bandeira política internacional, apoiado diretamente por Washington e pela
extrema direita trumpista. Se vai conseguir ou não, só o tempo dirá.
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Inelegibilidade como gatilho de crise
A
declaração de Eduardo não deve ser lida como mera bravata. Trata-se de um
roteiro preparado, pelo menos na sua cabeça. Ele sabe que pesa sobre si a
possibilidade real de inelegibilidade, seja por seu envolvimento nas tramas
golpistas de 8 de janeiro, seja por lesa-pátria, seja pelo uso irregular de
recursos e pelas ligações com redes digitais internacionais de desinformação,
seja por outros crimes da longa lista que pesa sobre ele.
Nesse
cenário, a derrota jurídica é imediatamente convertida em narrativa: “não me
deixaram concorrer”, logo, “a eleição é ilegítima”. A operação é simples e
potencialmente devastadora. Prepara o terreno para o questionamento preventivo
do processo eleitoral de 2026. A inelegibilidade de Eduardo funcionaria, assim,
como gatilho para uma crise fabricada.
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O modelo importado da Venezuela
O que
Eduardo anuncia é a importação direta da receita, que já foi testada na
Venezuela. E não deu certo, mas fez muito barulho. Ao não reconhecer o
resultado das urnas, Trump - na época em primeiro mandato - não apenas criou um
“presidente paralelo” em Guaidó, como mobilizou aliados internacionais,
financiou operações clandestinas e estimulou até tentativas de invasão
mercenária do país.
Transportar
esse modelo para o Brasil seria abrir caminho para um novo ciclo de
desestabilização. Em vez de respeitar a soberania e a decisão do povo
brasileiro, o trumpismo — agora com Eduardo como ponta de lança — ameaça impor
sanções, deslegitimação diplomática e boicote internacional contra um governo
eleito.
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Trump, Eduardo e a eleição de 2026
É
preciso entender as declarações de Eduardo numa engrenagem mais ampla. Donald
Trump já opera, desde Washington, um plano agressivo contra a América Latina
progressista. As sanções contra o Brasil, aplicadas desde julho de 2025, são
parte dessa estratégia. Eduardo, por sua vez, se coloca como correia de
transmissão, anunciando e comemorando cada gesto de intimidação da Casa Branca.
Para a
eleição de 2026, essa posibilidade poderia estar na estratégia dos EUA. Se a
extrema direita trumpista e bolsonarista perder nas urnas novamente para Lula —
como indicam as pesquisas - tentará transformar a derrota em “fraude”. Se
perder antes, via inelegibilidade, não reconhecerá a provável reeleição de Lula
e usará o discurso de perseguição para tentar mobilizar aliados externos. Em
ambos os casos, o alvo não é apenas a eleição, mas a própria estabilidade
democrática.
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Um alerta à soberania nacional
A fala
de Eduardo Bolsonaro pode ser sonho, fantasia, devaneio, ilusão do filho 03 de
Jair, perdido no meio dos últimos acontecimentos. Mas serve de alerta. Quando
um deputado federal, que se diz candidato à presidência da República — com
apoio da extrema direita de lá e de cá — afirma que o resultado das eleições
pode não ser reconhecido por uma potência estrangeira, não estamos diante de
uma simples opinião numa mesa de bar. Mas a uma ameaça aberta à soberania
brasileira.
Afinal,
chamar Eduardo Bolsonaro de “Guaidó brasileiro” não é apenas ironia,
brincadeira. É o reconhecimento de que ele se apresenta como figura de ruptura,
preparada para contestar a legitimidade das urnas e oferecer-se como fantoche
de Washington.
¨ Eduardo Bolsonaro costura alianças para
candidatura em 2026, em tentativa de manter bolsonarismo vivo
O
deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) está nos Estados Unidos desde o
início do ano costurando alianças junto ao governo de Donald Trump para impedir
a prisão do pai, Jair Bolsonaro. Embora esteja do outro lado da América, o
filho do ex-presidente também está em busca de apoio para lançar uma
candidatura independente nas eleições de 2026.
Conforme publicado pela Folha de
S.Paulo, Eduardo está reunindo um grupo de deputados estaduais e federais, a
quem ele é próximo, para formar uma parceria na corrida pelo Palácio do
Planalto. Parte desses parlamentares, inclusive, deve deixar o PL, atual
partido de Jair.
O
objetivo de Eduardo, a priori, não seria vencer as eleições, mas,
sim, manter viva a chama do bolsonarismo, em um pleito que não terá o pai
— que, além de inelegível até 2030, foi condenado a mais de
27 anos de prisão pelo STF por envolvimento em uma trama golpista.
Na
visão do deputado federal, uma candidatura do
governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com o apoio da
família, poderia colocar o bolsonarismo em segundo plano no campo da direta.
Com uma provável reeleição de Luiz Inácio Lula da
Silva em
2026, o alvo de Eduardo seria o Planalto em 2030.
Ainda
assim, o parlamentar já conversa com partidos de menor expressão em busca de um
lar para formalizar sua candidatura. Embora o filho 03 de Jair tenha pretensões
presidenciais, Eduardo teme ser preso ao voltar ao Brasil após meses
articulando sanções contra as
exportações brasileiras junto a aliados de Trump, em movimento que ficou
conhecido como tarifaço.
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"Não haverá chapa sem um Bolsonaro", avisa Flávio a Ciro Nogueira
A
corrida presidencial de 2026 segue agitada nos bastidores da direita. Segundo
a coluna de Lauro
Jardim, em O Globo, o senador Flávio Bolsonaro teve uma
conversa considerada duríssima com o presidente nacional do PP, Ciro Nogueira,
nos últimos dias. Aliados classificaram o diálogo como um verdadeiro “chega pra
lá” retórico.
O filho
de Jair Bolsonaro alertou que o clã acompanha cada movimento de Ciro, que
articula para se viabilizar como possível vice na chapa do governador de São
Paulo, Tarcísio de Freitas, ao Palácio do Planalto, com o suposto apoio do
ex-presidente. Flávio, porém, tratou de cortar o embalo: “não haverá chapa de
direita sem um Bolsonaro”.
Com
pouco mais de um ano para as eleições, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro é
hoje a aposta mais forte da família para ocupar a vaga — seja na cabeça de
chapa ou como vice. Após o encontro ríspido, Ciro Nogueira reduziu sua
exposição pública. Apesar do momento 'low profile', o senador do PP publicou um tweet
neste sábado (27) criticando “a falta de bom senso na Direita".
Em sua
publicação, que chamou a atenção inclusive do campo progressista pelo tom duro,
Ciro também afirmou que "ou nos unificamos ou vamos jogar fora uma eleição
ganha outra vez”.
"Já
está passando de todos os limites a falta de bom senso na Direita, digo aqui a
centro direita, a própria direita e seu extremo. Ou nos unificamos ou vamos
jogar fora uma eleição ganha outra vez. Por mais que tenhamos divergências, não
podemos ser cabo eleitoral de Lula, do PT e do PSOL. Não podemos fazer isso com
o Brasil", escreveu o senador.
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Flávio Bolsonaro diz não ter recebido pedido do pai para conter Eduardo
O
senador Flávio Bolsonaro afirmou em sua
conta do X, antigo Twitter, neste domingo (28), que não recebeu nenhum
pedido do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), para tentar conter
a atuação do seu irmão, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, nos EUA.
“Esse
pedido nunca chegou pra mim”, escreveu o senador em postagem acompanhada de
nota da jornalista Bela Megale, no Globo, que afirma:
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Elogios a Eduardo
Além
disso, o senador ainda elogiou o irmão: “Se hoje estamos na iminência de
aprovar uma anistia, Eduardo tem papel fundamental nisso.”
Ao
insistir na postura de vítima de Jair Bolsonaro, condenado pelo Supremo
Tribunal Federal (STF) a 27 anos e meio de cadeia por práticas golpistas,
Flávio Bolsonaro republicou frase de Cristiano Zanin, atual ministro da
Corte, na época em que era advogado de lula, em 2016:
“Não há
remédio eficaz no Brasil para cessar violações a Direitos Humanos.”
¨ Carlos Bolsonaro
garante que o pai segue apoiando ofensiva de Eduardo nos EUA
Carlos
Bolsonaro (PL-RJ) foi as redes sociais na noite deste sábado (27) para informar
e deixar claro que seu pai, o ex-presidente criminoso e condenado Jair
Bolsonaro (PL), está totalmente de acordo com as ações extremistas de seu irmão
Eduardo (PL-SP) nos EUA, de onde articula tarifas agressivas contra o Brasil e
sanções econômicas e diplomáticas contra autoridades do Judiciário e do governo
federal.
A
postagem vem após uma série de notícias nos últimos dias apontando que o líder
máximo da extrema direita tem tentado usar todo tipo de emissário para
convencer o rebento “03” de que ele deve dar fim a essas iniciativas. Até
Sóstenes Cavalcante, o líder do PL na Câmara, que foi ao território
norte-americano recentemente e posou para foto com Eduardo e o extremista Paulo
Figueiredo, bem como o primogênito Flávio, seriam desses “embaixadores” de
Bolsonaro com a missão de dissuadir a onda de ataques promovidas por seu filho.
“Estou
sempre com meu pai e Flávio como há poucas horas. Se eu repetir o que o velho
nos fala quando vemos essas notícias serão 30 semanas de JN e Fantástico”,
escreveu Carlos.
A
mensagem de Carlos foi endossada e compartilhada pelo próprio Eduardo
Bolsonaro, que abertamente nega qualquer tentativa de freá-lo em sua empreitada
lesa-pátria no exterior.
A
ousadia do filho mais descompensado de Jair Bolsonaro pode render problemas ao
golpista condenado, uma vez que tal afirmação jamais seria feita por seu
interlocutor mais próximo se não fosse verdade. Em meio às tentativas de
anistia, praticamente impossível, e de redução de sua pena, algo difícil, porém
ainda no horizonte, o ex-presidente certamente estará agora numa posição ainda
mais complicada, uma vez que está abertamente desafiando o STF e até os setores
políticos que tentam ajudá-lo de alguma maneira.
¨ Eduardo Bolsonaro só
não atacou ainda o PCC. Por Moisés Mendes
Eduardo
briga com inimigos e com aliados por ser um apostador sem saída. O filho
apostou tudo o que tinha na bet da eleição do ano que vem. Jogou todas as suas
poupanças políticas num candidato: ele mesmo.
Não deu
certo. Sabemos agora que Eduardo não defende a anistia ampla porque a
prioridade seria salvar o pai. Defende para se habilitar a ser o seu herdeiro
político e disputar a eleição de 2026 contra Lula.
O filho
tinha certeza de que, ao fugir para os Estados Unidos e de lá atacar o Supremo,
o governo e o Brasil, estaria credenciado, por hereditariedade, arrogância e
destemor, a ser o líder não só da extrema direita no lugar do pai.
Líder
de toda a direita e principalmente da base fiel do fascismo, para impedir que
Tarcísio de Freitas e outros que vinham atrás, como falsos bolsonaristas e
pangarés para 2026, prosperassem como alternativas, como Zema, Ratinho e
Caiado.
Eduardo
é o mais barulhento, o mais ameaçador e o mais inescrupuloso de todos, até
porque conseguiu mobilizar Trump contra o Brasil, mas internamente não tem a
força que achou que teria. Eduardo queria, já agora, estar no trono que era do
pai.
Planejou
tirar Tarcísio do jogo para ter os lastros parlamentar e religioso do
bolsonarismo e depois os donos do centrão e da velha direita falando por ele no
Brasil. A direita antiga viria a reboque do novo fascismo, porque ele seria o
candidato natural anti-Lula.
O que
aconteceu é que Eduardo brigou com Tarcísio e com o pai, que chamou de ingrato,
e agora briga com Valdemar Costa Neto e com Paulinho da Força. E não ganhou
nada.
Briga
porque não tem a relevância que achou que teria e porque, segundo Valdemar, sem
o pai ele não seria nada. O dono do PL fez a declaração definitiva e sem volta
a respeito de Eduardo: um nada, que seria um cabo sem jipe se não fosse o
suporte do pai.
Mas
Eduardo expõe a ingratidão do pai, acusa Paulinho da Força de participar de
acordo infame pela redução das penas dos golpistas e diz que Valdemar comete
uma canalhice ao dizer que ele não é nada. Eduardo é um desatinado sem apoio,
sem liderados e sem perspectiva.
Mesmo
que a anistia viesse a prosperar no Senado, isso não significaria que ele seria
vitorioso e o escolhido, porque a direita quer Tarcísio e não um extremista
desgovernado.
Eduardo
só não atacou ainda o PCC, porque o PCC é parte orgânica da Faria Lima e estará
dentro do Congresso, se a PEC da Bandidagem avançar. O filho sabe que com a
Faria Lima e o PCC não se brinca.
Fonte:
Fórum/Sputnik Brasil/JB

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