Brics:
Um caminho para superar o desafio climático
A crise
ambiental não é um acidente da história, mas resultado direto da crise
estrutural do capital. Esta análise, apresentada por diversos especialistas e
presente no Curso de Formação dos BRICS, realizado na Escola Nacional Florestan
Fernandes, inaugura com as palavras do revolucionário Thomas Sankara uma
reflexão profunda sobre os desafios que os países emergentes enfrentam na
questão climática. O líder burkinabé já alertava que “a luta pela árvore e pela
floresta é sobretudo uma luta anti-imperialista”, conectando a destruição
ambiental às dinâmicas de dominação global.
O ponto
inicial para entender a conjuntura política, social e econômica diante dos
desafios do Sul Global frente aos desastres climáticos e seus impactos é
reconhecer que a crise ambiental não ocorre de forma casual, mas decorre
diretamente da própria crise estrutural do capital. Ela nasce da lógica de
sobreacumulação e da maneira como esse sistema organiza a relação entre
sociedade e natureza. Por isso, como enfatiza o material da formação, “não há
solução verdadeira dentro dos marcos do capitalismo.”
Os
números também escancaram a dimensão geopolítica da crise climática. Embora, em
termos absolutos, a China figure como a maior emissora de CO₂, seguida por
Estados Unidos, Índia, Rússia e Japão, é essencial observar as emissões em
proporção à população. Sob essa perspectiva, entre os dez maiores emissores do
mundo, os Estados Unidos lideram em emissões per capita, alcançando um índice
que equivale ao dobro do registrado pela China e que chega a ser oito vezes
superior ao da Índia.
Como
observa Esther Passos, do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM),
“Apesar de ter uma população muito menor, os EUA emitem o dobro da China e oito
vezes mais que a Índia, transferindo os custos socioambientais para o Sul
Global e transformando-o em zona de sacrifício.” Essa disparidade aparece
também no fato de que os mais impactados pelos desastres climáticos são
justamente os setores empobrecidos da população, que tanto nas cidades quanto
no campo vivem em áreas vulneráveis e em condições precárias.
Vale
também destacar o peso das guerras e da militarização, uma vez que o consumo
maciço de combustíveis fósseis em deslocamentos de tropas, veículos militares e
aviões de combate gera enormes volumes de gases de efeito estufa (GEE),
colocando o Pentágono como o maior consumidor institucional de energia no
mundo. O dado é ainda mais alarmante quando se observa que, apenas nos dois
primeiros meses da ofensiva de Israel contra a Palestina, as emissões liberadas
superaram, sozinhas, toda a soma anual dos 20 países mais vulneráveis às
mudanças climáticas.
A
verdade é que grandes produtores de petróleo estão presentes nos BRICS, onde a
combustão de combustíveis fósseis continua a ser a principal responsável pelas
emissões de gases de efeito estufa (GEE) globalmente. A maioria das economias
desse bloco ainda depende fortemente desse setor para equilibrar suas contas
comerciais e viabilizar projetos de crescimento.
É
especialmente importante notar que aproximadamente 16% do petróleo extraído no
mundo não é utilizado para a produção de combustíveis, mas sim como insumo na
indústria petroquímica, que fabrica fertilizantes, pesticidas, plásticos e
outros produtos. Essa atividade está intimamente relacionada ao modelo de
agronegócio intensivo, que é fortemente dependente de fertilizantes
nitrogenados e defensivos agrícolas derivados do petróleo.
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Falsas soluções e financeirização verde
Advogada
socioambiental e membro da equipe do Grain, organização internacional de
pesquisa e informação para pequenos agricultores e movimentos sociais nas suas
lutas por sistemas alimentares baseados na biodiversidade e sob controle
comunitário, Larissa Parker denuncia como hoje entendemos a questão ambiental
de maneira financeirizada, o que coincide com uma militarização da vida no
campo, numa espécie de ‘mexicanização’ dos Estados da América do Sul. Sua
crítica encontra respaldo na análise da formação dos BRICS, que aponta como as
“soluções climáticas” do Norte Global, especialmente as emissões “zero
líquido”, “permitem que os maiores poluidores continuem a poluir ao transferir
os custos socioambientais da descarbonização para o Sul”.
Essa
dinâmica resulta na criação de “zonas de sacrifício” no Sul Global, onde
comunidades e ecossistemas são sacrificados em prol do crescimento econômico e
das transições energéticas do Norte.
Há
uma hegemonia cultural estabelecida por think tanks e agentes do mercado
financeiro, que concentra a narrativa na crise climática e esconde a
intersecção de outras crises — alimentar, ecológica e socioeconômica —
gerenciando o meio ambiente a partir dos mercados.”— Larissa Packer, GRAIN
Além
disso, como visto na reportagem sobre a origem econômica e social do bloco, os países que
compõem o BRICS não são homogêneos, uma vez que os recursos e a influência da
China superam os demais membros e o país frequentemente busca negociar
separadamente com potências ocidentais, como os Estados Unidos e a União
Europeia. Essa dinâmica cria um cenário em que os entendimentos entre Brasil,
Rússia e Índia atuam como um contrapeso à tendência da China de operar de forma
autônoma, evidenciando a complexidade das relações dentro do bloco.
As
contradições internas do bloco se manifestam também de maneira dramática na
questão ambiental. No Brasil, por exemplo, a exportação de produtos
agropecuários alcançou US$ 165 bilhões em 2024, com 41% desse total destinado a
países membros do BRICS, sendo a maior parte voltada para a China. Essa
realidade ressalta a tensão entre o crescimento econômico e as preocupações
ambientais, evidenciando que, embora os BRICS compartilhem interesses
econômicos, suas abordagens em relação a questões cruciais, como a sustentabilidade,
permanecem profundamente divergentes.
Os
números revelam a devastação causada por esse modelo: “segundo o MapBiomas, 97%
do desmatamento no Brasil é causado pelo agronegócio, que é também o maior
emissor de GEE (75% das emissões)”, denuncia Bárbara Loureiro, do Plano Nacional Plantar Árvores
Produzir Alimentos Saudáveis, do MST: “No Brasil, 97% do desmatamento é
causado pelo agronegócio, responsável também por 75% das emissões de gases de
efeito estufa.”
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O BRICS+ Grain Exchange e suas contradições
Mas
apesar das contradições, os BRICS possuem o potencial de se transformar em um
polo alternativo de cooperação ecológica e climática, que questione os limites
do capitalismo verde e proponha transições justas, populares e soberanas. A
criação da BRICS+ Grain Exchange (em português, uma bolsa de troca de grãos dos
BRICS) representa um avanço significativo na integração econômica e comercial
do bloco, para fortalecer o comércio agrícola entre os países membros e reduzir
a dependência das plataformas de negociação ocidentais.
Proposta
pela Rússia e apoiada na Cúpula dos BRICS em Kazan, em 2024, essa bolsa
pretende estabelecer preços independentes para grãos dentro da associação,
promovendo uma avaliação mais objetiva dos produtos agrícolas no mercado global
e aumentando a eficiência operacional do setor. Além de impulsionar as trocas
comerciais entre as nações do bloco, que respondem por quase metade da produção
e do consumo mundial de grãos, a bolsa tem potencial para criar um ecossistema
de mercado autossustentável menos vulnerável a sanções e instabilidades
financeiras externas. No entanto, especialistas alertam que sua implementação
poderá levar vários anos, dadas as complexidades políticas, a necessidade de
alinhamento interno dos países BRICS e desafios relacionados à adoção de moedas
locais para negociação e liquidação dos contratos
Entretanto,
o BRICS+ Grain Exchange ilustra as contradições do bloco. Embora busque
promover uma autonomia financeira, essa iniciativa impõe contradições e reforça
o modelo agroexportador extrativista. Sem uma regulação democrática e popular,
a bolsa pode favorecer grandes intermediários e traders agrícolas, como Cargill
e Bunge, consolidando o poder das corporações sobre os circuitos alimentares.
Isso
implica que uma dependência (do Norte) é substituída por outra (de elites e
multinacionais do Sul), perpetuando a lógica da divisão internacional do
trabalho, na qual os países do Sul Global continuam a ser produtores de
matérias-primas para exportação. Como observa Esther Passos: “A expansão do
agronegócio brasileiro, responsável pela maior parte do desmatamento, ocupa
terras, consome água em larga escala e tem metade de suas exportações
destinadas aos países do BRICS.”
Neste
sentido, Parker alerta também que “a Climate Watch, formada por
grandes emissores como petroleiras, se tornou referência para governos e
sociedades, o que levanta a necessidade de uma contabilidade justa e eficiente
sobre as emissões de carbono.”
Um
exemplo é o lítio, mineral considerado essencial para as baterias de carros
elétricos e para o armazenamento de energia. A exploração desse recurso tem se
concentrado em países latino-americanos como Bolívia, Chile e Argentina,
intensificando a lógica de um novo extrativismo periférico, agora disfarçado
pelo discurso ‘verde’. Nota-se que a chamada transição energética, em vez de
reduzir o uso de combustíveis fósseis, tem atuado como um catalisador para a
própria indústria fóssil.
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A proposta agroecológica do MST
Em
contraposição a esse modelo destrutivo, o MST apresenta alternativas concretas
através da agroecologia. Como afirma Bárbara Loureiro, “Para o movimento, as
falsas soluções do Norte Global, como o ‘zero líquido’, transferem os custos da
descarbonização para o Sul, criando zonas de sacrifício e aprofundando
desigualdades.”
A
experiência prática do MST demonstra que é possível produzir de forma
sustentável. Como destacam estudos sobre o Movimento, a agroecologia praticada
nos assentamentos vai além da substituição de insumos, promovendo sistemas
integrados que regeneram os ecossistemas. Atualmente, o MST mantém mais de 2
mil espaços educativos e 300 viveiros de mudas como parte de sua estratégia de
transição ecológica.
A
agroecologia é ciência, prática e está em constante evolução. Trata-se de uma
proposta concreta para enfrentar desafios como mudanças climáticas,
desigualdade social e fome, promovindo novas relações humanizadas no campo”.—
Bárbara Loureiro, MST
A troca
de combustíveis fósseis por minerais, ou de um tipo de monocultura energética
por outro, sem abordar as desigualdades estruturais e os impactos
socioambientais, representa apenas uma falsa transição. Como sintetiza Esther
Passos: “Que nunca saia da nossa cabeça: a crise ambiental é gerada pelo
sistema capitalista, e só será superada com a superação desse modelo econômico
e político.”
A
questão que se coloca é: onde estão os povos nesse novo modelo de
desenvolvimento? A análise indica que os movimentos populares, os povos
indígenas, camponeses e quilombolas devem desempenhar um papel central, não
apenas como ‘beneficiários’, mas como protagonistas políticos da transição
ecológica, como observa Loureiro: “Os BRICS têm potencial para formar um polo
alternativo de cooperação ecológica e climática, mas só se colocarem os povos —
indígenas, camponeses e quilombolas — no centro das decisões e não como meros
beneficiários.”
A
cooperação Sul-Sul promove caminhos alternativos por meio da cooperação e
tecnologias que priorizam a justiça socioambiental, incluindo o financiamento
climático Sul-Sul, com a criação de fundos próprios que enfatizam ações como a
conservação da biodiversidade, a restauração de ecossistemas e o combate à
desertificação. Além disso, propõem a cooperação técnica e a transferência de
tecnologias voltadas para práticas como agroecologia, reflorestamento, uso de
bioinsumos e energias renováveis.
Não
podemos nos limitar a negociar melhores condições dentro do sistema desigual
atual: é preciso romper com a lógica da economia verde e do extrativismo que
também se reproduz nos BRICS. Não é possível que o bloco dos BRICS apenas
replique uma nova agenda de extrativismo verde”.— Bárbara Loureiro, MST
Em
outras palavras, não basta exigir melhores condições dentro desse sistema
imposto: é preciso repensar o modelo de desenvolvimento, construir agendas de
cooperação e colocar os povos no centro das decisões, sempre mantendo a
pergunta: onde estão os povos nesse novo modelo de desenvolvimento?
Parker
destaca que “o debate climático precisa ser feito a partir da contradição de
classe, apontando quem de fato provoca a crise ambiental. Por isso a
necessidade de alertar para a urgência de politizar a crise ambiental como uma
questão de classe, especialmente considerando que mais de 30% da população
desconhece o que são as mudanças climáticas — número que sobe para mais de 50%
nas camadas de renda mais baixa.
O
desafio central está em construir caminhos que combinem desenvolvimento com
justiça socioambiental, sem cair em soluções de mercado travestidas de
‘ecológicas’. O debate dentro dos BRICS não deve se restringir apenas a blocos
geopolíticos, mas também abranger projetos de sociedade. De um lado, há um
‘desenvolvimentismo sustentável/verde’ vinculado ao capital; do outro, surgem
propostas de transição ecológica popular, que emergem da base, dos territórios,
dos saberes tradicionais e dos bens comuns.
Em uma
declaração histórica divulgada durante a 17ª Cúpula do BRICS no Rio de Janeiro,
os líderes dos países emergentes fizeram um apelo sem precedentes por
financiamento climático justo, exigindo que as nações desenvolvidas mobilizem
US$ 1,3 trilhão até 2030 para apoiar a transição climática no Sul Global. A
iniciativa, batizada de “Roteiro de Baku a Belém”, surge em um momento crítico
para o enfrentamento da crise ambiental mundial e coincide com os esforços do
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) para demonstrar que
alternativas agroecológicas são viáveis e necessárias.
A
declaração dos líderes do BRICS enfatiza que “os países em desenvolvimento
serão os mais impactados por perdas e danos” causados pelas mudanças
climáticas, mas “possuem os menores meios para financiar mitigação e
adaptação”. O documento ressalta que, embora exista capital global suficiente
para enfrentar os desafios climáticos, ele permanece “distribuído de forma
desigual”, exigindo uma reforma fundamental do sistema financeiro
internacional.
Com o
Brasil assumindo a presidência da COP30 em Belém, a convergência entre a agenda
dos BRICS e as experiências concretas do MST pode representar uma oportunidade
histórica para demonstrar alternativas reais ao modelo dominante. A declaração
dos líderes dos BRICS sobre financiamento climático, combinada com as práticas
agroecológicas já consolidadas nos territórios da Reforma Agrária Popular,
oferece um caminho concreto para a transição necessária.
Existe
capital global suficiente para enfrentar os desafios climáticos, segundo os
próprios líderes do BRICS, mas ele permanece distribuído de forma desigual. A
experiência do MST demonstra que, para além da redistribuição do financiamento,
é necessária uma redistribuição do poder sobre as decisões produtivas,
colocando as comunidades rurais no centro da construção de um novo modelo de
desenvolvimento que seja simultaneamente socialmente justo e ambientalmente
sustentável.
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Inabilidade diplomática fez os EUA perderem o poder de
pressionar a América Latina, diz analista
A
administração do presidente estadunidense, Donald Trump, adotou uma postura
ofensiva em
relação à América Latina sob a alegação de combate ao narcotráfico, enviando
contingente militar para a região, bombardeando embarcações venezuelanas e
anunciando o cancelamento da certificação da Colômbia como "aliada na
luta contra as drogas".
Em
paralelo, Trump pressionou o Brasil impondo tarifas de 50% aos
produtos brasileiros, acusando o país de não ser mais uma nação democrática e
ordenando o fim do julgamento dos envolvidos no 8 de Janeiro.
Nenhuma
das medidas, no entanto, trouxe o efeito de encurralamento esperado: em meio às
provocações dos EUA,
a Venezuela firmou um acordo de cooperação com a Rússia, que abrange, entre
outras áreas, parceria tecnológica, energética e militar; o presidente
colombiano, Gustavo Petro, reagiu à retirada da certificação sinalizando uma
mudança na relação com Washington, inclusive na parceria militar; e o Brasil
não se curvou às exigências norte-americanas, concluindo o julgamento e abrindo
novos mercados para compensar o tarifaço.
À Sputnik
Brasil, Héctor Saint-Pierre, especialista em segurança internacional da
Universidade Estadual Paulista (Unesp), explica que os EUA perderam a
capacidade de pressionar a América Latina porque perderam a habilidade
diplomática na região.
"A
diplomacia norte-americana nunca foi brilhante, sempre foi uma diplomacia de
canhoneira, de imposição. Mas, neste momento, o gap entre os países do Sul
Global e os EUA é menor do que na época em que se falava do Terceiro Mundo e do
Primeiro Mundo", explica.
Ele
acrescenta que novas tecnologias e fluxos econômicos e comerciais
internacionais conferiram aos países latino-americanos "certa
possibilidade de mobilização, de liberdade e ação estratégica".
Saint-Pierre
afirma que os EUA decidiram concentrar sua
atenção na
América Latina para conter a expansão da influência chinesa e porque
"Trump compreendeu a situação real das tensões internacionais", com a
negação da Rússia à expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte
(OTAN) por meio da Ucrânia e o preparo militar de China, Irã e Coreia do Norte
- quatro países que ele aponta formarem
o "quadrilátero" que os EUA consideram o inimigo da próxima
guerra.
"Ele
[Trump] decide se retirar das frentes, concentrar seu esforço nos EUA e se
preparar para aquela guerra que supõe que atualmente não tem condições de
vencer. [...] Nesse recolhimento, o círculo estratégico imediato é a América
Latina, que ele precisa controlar."
O
especialista enfatiza que o objetivo de Washington é manter "sua
fortaleza no que considera seu quintal, que seria o continente americano",
que também é rico em recursos naturais e em terras raras. E o meio mais
utilizado há séculos pelos EUA para intervenções na região foram invasões e,
nas décadas mais recentes, golpes de Estado, que "inundaram países
latino-americanos nos anos 1950, 1960 e 1970".
"E
aí está a principal debilidade da América Latina, que é a autonomia militar. Os
militares têm autonomia, não há um controle político da defesa, nem do seu
instrumento específico que são os militares. Então os militares são os que
decidem seu alinhamento estratégico global."
Segundo
Saint-Pierre, os militares latino-americanos não apenas fazem uso do
treinamento e do arsenal bélico norte-americano, como são alinhados à
doutrina militar dos EUA.
"Então,
uma das formas que os EUA têm de pressionar é ameaçando com essa autonomia
militar. O que teria acontecido no Brasil se no 8 de Janeiro, em lugar de Biden
estivesse o Trump [na Casa Branca]? Possivelmente o golpe teria acontecido.
Isso é um expediente que está sendo usado em várias partes do mundo e que pode
ser utilizado aqui. No caso da Colômbia, eu acho que o risco de Petro é
justamente isso. Até que ponto ele tem o controle de suas Forças Armadas?"
Entretanto,
ele afirma que o momento atual, no qual os EUA têm conferido um tratamento
cruel a seus aliados, diminui o valor que Washington pode ter como um ator
político regional e abre a oportunidade para os países da região ampliarem
sua liberdade estratégica e cooperação.
"Os
países da região, os Estados nacionais da América Latina, neste momento têm
condições de procurar rearticular a cooperação de países sul-americanos para
fortalecer-se quanto a uma posição política comum."
Para o
analista, México, Colômbia, Chile, Brasil poderiam formar um eixo
gravitacional para atrair outros países da região, "não para um
enfrentamento aos EUA, mas em busca de sua autonomia e liberdade de ação
estratégica".
"Não
é colocar-se contra os EUA ou a favor da China, não é operar nessa polaridade
que está se formando [no mundo], e sim aproveitar essa tensão internacional
para procurar a posição da América Latina com autonomia, a criação de um novo
fórum em que se unam a multipolaridade e a multilateralidade que está emergindo
como uma nova alternativa para o mundo."
Fonte: Por
Fernanda Alcântara, na Página do MST/Sputnik Brasil

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