sábado, 27 de setembro de 2025


 

Anistia a golpistas emperra com resistência de Alcolumbre

O presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União-AP), evitou marcar uma nova reunião com o relator do projeto de anistia, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP). A expectativa era de que o encontro acontecesse nesta semana, mas a reunião não foi confirmada e segue sem previsão de data.

Segundo a CNN Brasil, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), atua nos bastidores para garantir uma reunião conjunta já na próxima semana. A iniciativa busca reduzir tensões entre as duas Casas, acirradas desde o episódio da chamada PEC da Blindagem, quando a Câmara aprovou a proposta e a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado a rejeitou, gerando desgaste para os deputados.

<><> Resistência do Senado ao projeto

A posição de Alcolumbre é de cautela. Ele sinalizou que só aceitará dar andamento ao projeto caso o texto seja aprovado antes pela Câmara, evitando assumir protagonismo em uma pauta considerada delicada.

Um dos principais receios do senador é que a proposta possa abrir espaço para beneficiar Jair Bolsonaro (PL). Nos bastidores, Alcolumbre já teria manifestado ser contrário a essa possibilidade.

<><> Debate sobre diferentes versões da anistia

A ideia de uma nova versão do projeto surgiu a partir de conversas entre Hugo Motta e Alcolumbre. A versão mais restrita, que beneficiaria apenas os envolvidos nos atos de vandalismo de 8 de janeiro, encontra menos resistência. Já uma redação mais ampla, que poderia alcançar também os articuladores da tentativa de golpe, enfrenta forte oposição no Senado.

<><> Pressão e desgaste

Hugo Motta já declarou que só levará a proposta a votação caso receba sinal verde de Alcolumbre, justamente para evitar novo desgaste político semelhante ao da PEC da Blindagem

        Crise entre Motta e Alcolumbre ameaça travar votações no Congresso

A rejeição da PEC da Blindagem pelo Senado abriu uma crise no Congresso e expôs um afastamento entre os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). O episódio, que revelou a falta de sintonia entre os dois, coloca em risco votações de projetos considerados estratégicos para parlamentares e para o governo Lula (PT).

De acordo com o jornal O Globo, a divergência não apenas enfraqueceu a articulação política, mas também levantou a possibilidade de retaliações mútuas entre as Casas. A tensão cresceu a partir do desgaste sofrido por Motta, que vinha defendendo a proposta e agora enfrenta críticas internas por sua condução.

<><> Prioridades em risco

O atrito já compromete o andamento de projetos prioritários. Entre eles estão a isenção do Imposto de Renda (IR) para quem recebe até R$ 5 mil. Deputados avaliam que a votação da isenção pode ficar inviabilizada pela “contaminação” da pauta, enquanto senadores avançaram em um projeto alternativo relatado por Renan Calheiros (MDB-AL), aprofundando a disputa com a Câmara.

A falta de coordenação não é recente. Antes mesmo da PEC da Blindagem, Motta e Alcolumbre já acumulavam desentendimentos sobre medidas provisórias, o novo Código Eleitoral e a regulação da inteligência artificial.

<><> Tentativas de apaziguamento

Motta buscou reduzir a temperatura da crise ao afirmar que divergências fazem parte do sistema bicameral: "O Senado se posicionou e bola para frente. Temos um sistema bicameral, cabe aceitar. Não tem sentimento de traição nenhum. Já houve vários episódios em que a Câmara discordou do Senado. Isso é natural da democracia", declarou o presidente da Câmara.

Apesar do discurso conciliador, os sinais de distanciamento ficaram claros. Em jantar promovido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, os dois até compartilharam rodas de conversa, mas quase não interagiram. Motta resumiu: “Eu o vi, mas não tratamos sobre isso (Blindagem)".

<><> Mediação em andamento

Uma reunião para recompor a relação, que envolveria também o relator da proposta de anistia aos golpistas, Paulinho da Força (Solidariedade-SP), foi cancelada. Agora, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) tenta intermediar novo encontro, mas aliados reconhecem que a desconfiança entre os presidentes prevalece.

Na avaliação de deputados próximos a Motta, o desgaste poderia ter sido evitado se a PEC tivesse sido votada simultaneamente nas duas Casas, evitando o que classificam como “fritura política”. Críticas internas também apontam que o presidente da Câmara cedeu demais às pressões do Centrão, abrindo espaço para questionamentos sobre sua liderança.

<><> Reações no Senado e no Planalto

Entre senadores, a versão é diferente: aliados de Alcolumbre argumentam que o texto aprovado na Câmara destoava das negociações, principalmente nos pontos que retomavam o voto secreto em ações criminais contra parlamentares e ampliavam o foro privilegiado para presidentes de partidos.

O Planalto aproveitou a rejeição para se distanciar da proposta. Em viagem a Nova York, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou a PEC como “vergonha nacional” e disse que sua derrubada era “previsível”.

<><> Perspectivas

Com o Centrão irritado, líderes já falam em endurecer a posição, colocando em pauta a PEC da Segurança e o calendário do IR para forçar um realinhamento. Apesar da tensão, há quem defenda que manter o clima de confronto permanente prejudica a todos.

Como gesto de distensão, o Senado pode acelerar a análise da PEC que limita decisões monocráticas do Supremo Tribunal Federal, vista como um possível ponto de convergência para retomar a cooperação mínima necessária entre as duas Casas.

        Motta diz que Lula se prepara ser reeleito: 'foi presidente três vezes e caminha para a quarta eleição'

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), declarou nesta sexta-feira (26) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já se encontra em processo de reeleição e se prepara para disputar sua quarta eleição presidencial desde a redemocratização.

“Nós temos pela primeira vez o presidente da República três vezes eleito desde a redemocratização do país, já caminhando para a sua quarta eleição, já em processo de reeleição”, disse Motta durante um evento promovido pela Comunitas sobre segurança pública, segundo a CNN Brasil.

<><> Ambiente político polarizado

O parlamentar avaliou que a atual conjuntura é marcada por forte polarização, o que representa um obstáculo para o avanço de pautas relevantes no Congresso. Em sua análise, debates essenciais acabam sufocados por disputas ideológicas. “Tudo que se discute acaba nesse debate da radicalização, da polarização, tomando espaço de momentos para estar discutindo outras pautas importantes”, disse.

Entre os exemplos citados por Motta estão a repercussão do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal e as sanções impostas pelos Estados Unidos a um ministro da Corte, fatores que, segundo ele, têm travado o andamento de matérias legislativas.

<><> Sistema Único de Segurança Pública

No mesmo evento, o presidente da Câmara destacou a importância da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que cria o Sistema Único de Segurança Pública. O texto, de acordo com Motta, busca ampliar a integração e o financiamento de ações voltadas ao enfrentamento da criminalidade organizada.

“A PEC traz isso: cria o sistema único de segurança pública, permitindo maior integração no financiamento daquilo que o Brasil pode projetar para o futuro nesse enfrentamento contra o crime organizado”, explicou.

<><> Relatoria técnica

Para garantir um debate mais técnico e menos ideológico, a relatoria da proposta foi entregue ao deputado Mendonça Filho (União Brasil-PE). Motta defendeu a escolha, afirmando que a decisão teve como objetivo afastar a discussão das disputas político-partidárias.

“O intuito da Câmara, ao escolher o deputado Mendonça Filho como relator, foi primeiro fazer um debate distante da polarização política tão presente no país e, claro, dentro da Câmara — a casa com maior representação e, consequentemente, onde a radicalização grita mais forte”, completou.

        Silvio Costa Filho rejeita anistia, mas defende reduzir penas dos condenados pelo 8/1

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, deputado licenciado pelo Republicanos, afirmou ser contrário à anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro. Em sua visão, o Congresso pode construir um caminho alternativo, com a redução das penas impostas. “Sou contra a anistia, mas acho que poderia haver uma redução na tipificação das penas. Morreria o debate da anistia, e o Congresso faria uma discussão mais serena, despida de ideologia”, disse o ministro ao jornal O Globo.

Ele frisou que não acompanha diretamente a tramitação da proposta, mas considera importante que o Legislativo promova uma discussão equilibrada sobre o tema. Na entrevista, o ministro também analisou o posicionamento de seu partido no cenário eleitoral e reforçou que o Republicanos dificilmente apoiará oficialmente a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2026.

<><> Republicanos e o governo Lula

Apesar de integrar a Esplanada, o ministro reconheceu a posição mais conservadora de seu partido. “O Republicanos foi um dos partidos que mais votou com o governo na Câmara, apoiando as pautas econômicas e sociais. Entretanto, do ponto de vista ideológico, a bancada é mais à direita”, destacou. Ele afirmou ainda que mantém uma relação histórica com Lula e que estará ao lado do presidente em 2026, mesmo que seu partido adote outra postura.

<><> O cenário político para 2026

Na avaliação de Silvio Costa Filho, o Republicanos dificilmente estará oficialmente no palanque de Lula. Ao mesmo tempo, ele considera improvável que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, entre na disputa presidencial.

“Todas as vezes em que estivemos juntos, ele me disse que o projeto é ser candidato à reeleição em São Paulo. Acho pouco provável que o governador Tarcísio venha a disputar a Presidência, sobretudo com o crescimento da aprovação do presidente Lula, mostrado pelas pesquisas”, afirmou.

<><> Jair Bolsonaro

O ministro também avaliou o papel político de Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos e três meses de prisão por planejar um golpe de Estado após sua derrota eleitoral no pleito presidencial de 2022. “O apoio de Bolsonaro a Zema, Tarcísio, Caiado ou Ratinho Junior é o arquivamento do bolsonarismo no Brasil. Não sei se a família Bolsonaro tem o desprendimento de entregar esse patrimônio eleitoral a uma candidatura de centro”, disse.

<><> Futuro político em Pernambuco

Silvio Costa Filho também projetou seus próximos passos na política. Ele confirmou o desejo de apoiar João Campos na disputa pelo governo de Pernambuco em 2026 e admitiu que trabalha para viabilizar sua candidatura ao Senado. “O projeto é votar em João Campos para governador de Pernambuco, e estou trabalhando para poder sonhar em disputar o Senado em 2026”, concluiu.

        Ciro Nogueira abre o jogo sobre a direita sem rumo no País

O senador Ciro Nogueira (PP-PI) fez duras críticas à desarticulação da direita brasileira em postagem nesta sexta-feira (26) no X, antigo Twitter. “Já está passando de todos os limites a falta de bom senso na Direita, digo aqui a centro direita, a própria direita e seu extremo. Ou nos unificamos ou vamos jogar fora uma eleição ganha outra vez”, escreveu. Segundo ele, a fragmentação só beneficia o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Por mais que tenhamos divergências, não podemos ser cabo eleitoral de Lula, do PT e do Psol. Não podemos fazer isso com o Brasil”.

As declarações de Ciro ocorrem em meio a um cenário de incertezas dentro do campo conservador. De acordo com reportagem de Gerson Camarotti, do g1, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), já comunicou a aliados que não pretende disputar a Presidência em 2026, reforçando a percepção de falta de liderança e coesão entre os partidos de direita.

<><> Tarcísio fora da corrida nacional

Em conversas reservadas, Tarcísio afirmou que está convicto de que ficará fora da corrida presidencial. O principal motivo, segundo interlocutores, é a falta de unidade entre as forças conservadoras. Ele avalia que a atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) agravou as divisões internas ao estimular articulações que levaram os Estados Unidos a aplicar sanções ao Brasil, medida que acabou fortalecendo Lula no cenário político.

Além disso, Tarcísio tem concentrado sua estratégia em buscar a reeleição ao governo paulista. O governador considera arriscado depender do apoio da família Bolsonaro e teme os custos de renunciar ao cargo até abril de 2026 para concorrer ao Planalto. Pessoas próximas revelam que ele também leva em conta a segurança da família e a estabilidade pessoal diante da instabilidade política.

<><> Sucessão na direita em aberto

Com a saída de Tarcísio do tabuleiro nacional e Jair Bolsonaro (PL) inelegível, cresce a movimentação em torno do governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD). Ele vem ampliando sua articulação política, aproximando-se do presidente do PSD, Gilberto Kassab, e construindo alianças para se consolidar como alternativa da direita ao Palácio do Planalto em 2026.

Enquanto isso, a fala de Ciro Nogueira evidencia a dificuldade do campo conservador em encontrar um nome de consenso. A fragmentação ameaça produzir uma dispersão de votos, o que deve favorecer Lula.

        PSD já tem substitutos para Tarcísio na corrida presidencial de 2026, afirma Kassab

O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, afirmou que a legenda já definiu os rumos para as eleições presidenciais de 2026. A prioridade é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), mas caso ele opte por não disputar, os nomes do governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), e do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), estão no radar. Segundo o g1, Kassab destacou que o partido está pronto para qualquer cenário e com portas abertas a alianças.

<><> Decisão de Tarcísio pode redefinir a disputa

“O PSD tem o seu rumo. Ou é com o governador Tarcísio, o governador Ratinho Júnior ou o Eduardo Leite. Isso é algo que está pacificado dentro do partido”, disse Kassab.

Ele ressaltou que o governador paulista ainda avalia se entrará na disputa presidencial ou se focará em sua reeleição em São Paulo em 2026. A legislação eleitoral exige que Tarcísio renuncie ao cargo até abril caso queira concorrer ao Planalto.

<><> Fragmentação da direita e conflitos internos

Segundo interlocutores, Tarcísio demonstra desânimo em relação à candidatura nacional diante da divisão da direita. O governador atribui parte dessa fragmentação à atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que articulou sanções dos Estados Unidos contra o Brasil e acabou, na visão de Tarcísio, fortalecendo a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Além disso, Tarcísio enfrenta conflitos com Eduardo Bolsonaro, que insiste em se lançar candidato à presidência em 2026, mesmo sob risco de condenação no Supremo Tribunal Federal.

<><> Lealdade ao Republicanos e aproximação com Bolsonaro

Apesar das pressões, Tarcísio reafirma que não pretende migrar para o PL, mantendo fidelidade ao Republicanos. Ele também planeja visitar Jair Bolsonaro, em prisão domiciliar, mas aliados afirmam que o encontro não tratará de eleições.

<><> Kassab defende debate sobre anistia

No mesmo evento, Kassab defendeu que o Congresso Nacional discuta a possibilidade de anistia aos condenados pela tentativa de golpe de janeiro de 2023. “Sou um democrata e entendo que o Judiciário, o Executivo e o Legislativo estão precisando de uma concertação aqui no Brasil. A anistia precisa ser discutida sim”, declarou.

 

Fonte: Brasil 247


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