Anistia
a golpistas emperra com resistência de Alcolumbre
O
presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União-AP), evitou marcar uma
nova reunião com o relator do projeto de anistia, deputado Paulinho da Força
(Solidariedade-SP). A expectativa era de que o encontro acontecesse nesta
semana, mas a reunião não foi confirmada e segue sem previsão de data.
Segundo
a CNN Brasil, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta
(Republicanos-PB), atua nos bastidores para garantir uma reunião conjunta já na
próxima semana. A iniciativa busca reduzir tensões entre as duas Casas,
acirradas desde o episódio da chamada PEC da Blindagem, quando a Câmara aprovou
a proposta e a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado a rejeitou,
gerando desgaste para os deputados.
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Resistência do Senado ao projeto
A
posição de Alcolumbre é de cautela. Ele sinalizou que só aceitará dar andamento
ao projeto caso o texto seja aprovado antes pela Câmara, evitando assumir
protagonismo em uma pauta considerada delicada.
Um dos
principais receios do senador é que a proposta possa abrir espaço para
beneficiar Jair Bolsonaro (PL). Nos bastidores, Alcolumbre já teria manifestado
ser contrário a essa possibilidade.
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Debate sobre diferentes versões da anistia
A ideia
de uma nova versão do projeto surgiu a partir de conversas entre Hugo Motta e
Alcolumbre. A versão mais restrita, que beneficiaria apenas os envolvidos nos
atos de vandalismo de 8 de janeiro, encontra menos resistência. Já uma redação
mais ampla, que poderia alcançar também os articuladores da tentativa de golpe,
enfrenta forte oposição no Senado.
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Pressão e desgaste
Hugo
Motta já declarou que só levará a proposta a votação caso receba sinal verde de
Alcolumbre, justamente para evitar novo desgaste político semelhante ao da PEC
da Blindagem
• Crise entre Motta e Alcolumbre ameaça
travar votações no Congresso
A
rejeição da PEC da Blindagem pelo Senado abriu uma crise no Congresso e expôs
um afastamento entre os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e
do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). O episódio, que revelou a falta de
sintonia entre os dois, coloca em risco votações de projetos considerados
estratégicos para parlamentares e para o governo Lula (PT).
De
acordo com o jornal O Globo, a divergência não apenas enfraqueceu a articulação
política, mas também levantou a possibilidade de retaliações mútuas entre as
Casas. A tensão cresceu a partir do desgaste sofrido por Motta, que vinha
defendendo a proposta e agora enfrenta críticas internas por sua condução.
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Prioridades em risco
O
atrito já compromete o andamento de projetos prioritários. Entre eles estão a
isenção do Imposto de Renda (IR) para quem recebe até R$ 5 mil. Deputados
avaliam que a votação da isenção pode ficar inviabilizada pela “contaminação”
da pauta, enquanto senadores avançaram em um projeto alternativo relatado por
Renan Calheiros (MDB-AL), aprofundando a disputa com a Câmara.
A falta
de coordenação não é recente. Antes mesmo da PEC da Blindagem, Motta e
Alcolumbre já acumulavam desentendimentos sobre medidas provisórias, o novo
Código Eleitoral e a regulação da inteligência artificial.
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Tentativas de apaziguamento
Motta
buscou reduzir a temperatura da crise ao afirmar que divergências fazem parte
do sistema bicameral: "O Senado se posicionou e bola para frente. Temos um
sistema bicameral, cabe aceitar. Não tem sentimento de traição nenhum. Já houve
vários episódios em que a Câmara discordou do Senado. Isso é natural da
democracia", declarou o presidente da Câmara.
Apesar
do discurso conciliador, os sinais de distanciamento ficaram claros. Em jantar
promovido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto
Barroso, os dois até compartilharam rodas de conversa, mas quase não
interagiram. Motta resumiu: “Eu o vi, mas não tratamos sobre isso
(Blindagem)".
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Mediação em andamento
Uma
reunião para recompor a relação, que envolveria também o relator da proposta de
anistia aos golpistas, Paulinho da Força (Solidariedade-SP), foi cancelada.
Agora, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) tenta intermediar novo encontro, mas
aliados reconhecem que a desconfiança entre os presidentes prevalece.
Na
avaliação de deputados próximos a Motta, o desgaste poderia ter sido evitado se
a PEC tivesse sido votada simultaneamente nas duas Casas, evitando o que
classificam como “fritura política”. Críticas internas também apontam que o
presidente da Câmara cedeu demais às pressões do Centrão, abrindo espaço para
questionamentos sobre sua liderança.
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Reações no Senado e no Planalto
Entre
senadores, a versão é diferente: aliados de Alcolumbre argumentam que o texto
aprovado na Câmara destoava das negociações, principalmente nos pontos que
retomavam o voto secreto em ações criminais contra parlamentares e ampliavam o
foro privilegiado para presidentes de partidos.
O
Planalto aproveitou a rejeição para se distanciar da proposta. Em viagem a Nova
York, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou a PEC como “vergonha
nacional” e disse que sua derrubada era “previsível”.
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Perspectivas
Com o
Centrão irritado, líderes já falam em endurecer a posição, colocando em pauta a
PEC da Segurança e o calendário do IR para forçar um realinhamento. Apesar da
tensão, há quem defenda que manter o clima de confronto permanente prejudica a
todos.
Como
gesto de distensão, o Senado pode acelerar a análise da PEC que limita decisões
monocráticas do Supremo Tribunal Federal, vista como um possível ponto de
convergência para retomar a cooperação mínima necessária entre as duas Casas.
• Motta diz que Lula se prepara ser
reeleito: 'foi presidente três vezes e caminha para a quarta eleição'
O
presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), declarou
nesta sexta-feira (26) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já se
encontra em processo de reeleição e se prepara para disputar sua quarta eleição
presidencial desde a redemocratização.
“Nós
temos pela primeira vez o presidente da República três vezes eleito desde a
redemocratização do país, já caminhando para a sua quarta eleição, já em
processo de reeleição”, disse Motta durante um evento promovido pela Comunitas
sobre segurança pública, segundo a CNN Brasil.
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Ambiente político polarizado
O
parlamentar avaliou que a atual conjuntura é marcada por forte polarização, o
que representa um obstáculo para o avanço de pautas relevantes no Congresso. Em
sua análise, debates essenciais acabam sufocados por disputas ideológicas.
“Tudo que se discute acaba nesse debate da radicalização, da polarização,
tomando espaço de momentos para estar discutindo outras pautas importantes”,
disse.
Entre
os exemplos citados por Motta estão a repercussão do julgamento do
ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal e as sanções impostas
pelos Estados Unidos a um ministro da Corte, fatores que, segundo ele, têm
travado o andamento de matérias legislativas.
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Sistema Único de Segurança Pública
No
mesmo evento, o presidente da Câmara destacou a importância da Proposta de
Emenda Constitucional (PEC) que cria o Sistema Único de Segurança Pública. O
texto, de acordo com Motta, busca ampliar a integração e o financiamento de
ações voltadas ao enfrentamento da criminalidade organizada.
“A PEC
traz isso: cria o sistema único de segurança pública, permitindo maior
integração no financiamento daquilo que o Brasil pode projetar para o futuro
nesse enfrentamento contra o crime organizado”, explicou.
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Relatoria técnica
Para
garantir um debate mais técnico e menos ideológico, a relatoria da proposta foi
entregue ao deputado Mendonça Filho (União Brasil-PE). Motta defendeu a
escolha, afirmando que a decisão teve como objetivo afastar a discussão das
disputas político-partidárias.
“O
intuito da Câmara, ao escolher o deputado Mendonça Filho como relator, foi
primeiro fazer um debate distante da polarização política tão presente no país
e, claro, dentro da Câmara — a casa com maior representação e,
consequentemente, onde a radicalização grita mais forte”, completou.
• Silvio Costa Filho rejeita anistia, mas
defende reduzir penas dos condenados pelo 8/1
O
ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, deputado licenciado pelo
Republicanos, afirmou ser contrário à anistia aos condenados pelos atos
golpistas de 8 de janeiro. Em sua visão, o Congresso pode construir um caminho
alternativo, com a redução das penas impostas. “Sou contra a anistia, mas acho
que poderia haver uma redução na tipificação das penas. Morreria o debate da
anistia, e o Congresso faria uma discussão mais serena, despida de ideologia”,
disse o ministro ao jornal O Globo.
Ele
frisou que não acompanha diretamente a tramitação da proposta, mas considera
importante que o Legislativo promova uma discussão equilibrada sobre o tema. Na
entrevista, o ministro também analisou o posicionamento de seu partido no
cenário eleitoral e reforçou que o Republicanos dificilmente apoiará
oficialmente a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2026.
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Republicanos e o governo Lula
Apesar
de integrar a Esplanada, o ministro reconheceu a posição mais conservadora de
seu partido. “O Republicanos foi um dos partidos que mais votou com o governo
na Câmara, apoiando as pautas econômicas e sociais. Entretanto, do ponto de
vista ideológico, a bancada é mais à direita”, destacou. Ele afirmou ainda que
mantém uma relação histórica com Lula e que estará ao lado do presidente em
2026, mesmo que seu partido adote outra postura.
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O cenário político para 2026
Na
avaliação de Silvio Costa Filho, o Republicanos dificilmente estará
oficialmente no palanque de Lula. Ao mesmo tempo, ele considera improvável que
o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, entre na disputa presidencial.
“Todas
as vezes em que estivemos juntos, ele me disse que o projeto é ser candidato à
reeleição em São Paulo. Acho pouco provável que o governador Tarcísio venha a
disputar a Presidência, sobretudo com o crescimento da aprovação do presidente
Lula, mostrado pelas pesquisas”, afirmou.
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Jair Bolsonaro
O
ministro também avaliou o papel político de Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos
e três meses de prisão por planejar um golpe de Estado após sua derrota
eleitoral no pleito presidencial de 2022. “O apoio de Bolsonaro a Zema,
Tarcísio, Caiado ou Ratinho Junior é o arquivamento do bolsonarismo no Brasil.
Não sei se a família Bolsonaro tem o desprendimento de entregar esse patrimônio
eleitoral a uma candidatura de centro”, disse.
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Futuro político em Pernambuco
Silvio
Costa Filho também projetou seus próximos passos na política. Ele confirmou o
desejo de apoiar João Campos na disputa pelo governo de Pernambuco em 2026 e
admitiu que trabalha para viabilizar sua candidatura ao Senado. “O projeto é
votar em João Campos para governador de Pernambuco, e estou trabalhando para
poder sonhar em disputar o Senado em 2026”, concluiu.
• Ciro Nogueira abre o jogo sobre a
direita sem rumo no País
O
senador Ciro Nogueira (PP-PI) fez duras críticas à desarticulação da direita
brasileira em postagem nesta sexta-feira (26) no X, antigo Twitter. “Já está
passando de todos os limites a falta de bom senso na Direita, digo aqui a
centro direita, a própria direita e seu extremo. Ou nos unificamos ou vamos
jogar fora uma eleição ganha outra vez”, escreveu. Segundo ele, a fragmentação
só beneficia o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Por mais que
tenhamos divergências, não podemos ser cabo eleitoral de Lula, do PT e do Psol.
Não podemos fazer isso com o Brasil”.
As
declarações de Ciro ocorrem em meio a um cenário de incertezas dentro do campo
conservador. De acordo com reportagem de Gerson Camarotti, do g1, o governador
de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), já comunicou a aliados que
não pretende disputar a Presidência em 2026, reforçando a percepção de falta de
liderança e coesão entre os partidos de direita.
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Tarcísio fora da corrida nacional
Em
conversas reservadas, Tarcísio afirmou que está convicto de que ficará fora da
corrida presidencial. O principal motivo, segundo interlocutores, é a falta de
unidade entre as forças conservadoras. Ele avalia que a atuação do deputado
Eduardo Bolsonaro (PL-SP) agravou as divisões internas ao estimular
articulações que levaram os Estados Unidos a aplicar sanções ao Brasil, medida
que acabou fortalecendo Lula no cenário político.
Além
disso, Tarcísio tem concentrado sua estratégia em buscar a reeleição ao governo
paulista. O governador considera arriscado depender do apoio da família
Bolsonaro e teme os custos de renunciar ao cargo até abril de 2026 para
concorrer ao Planalto. Pessoas próximas revelam que ele também leva em conta a
segurança da família e a estabilidade pessoal diante da instabilidade política.
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Sucessão na direita em aberto
Com a
saída de Tarcísio do tabuleiro nacional e Jair Bolsonaro (PL) inelegível,
cresce a movimentação em torno do governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD). Ele
vem ampliando sua articulação política, aproximando-se do presidente do PSD,
Gilberto Kassab, e construindo alianças para se consolidar como alternativa da
direita ao Palácio do Planalto em 2026.
Enquanto
isso, a fala de Ciro Nogueira evidencia a dificuldade do campo conservador em
encontrar um nome de consenso. A fragmentação ameaça produzir uma dispersão de
votos, o que deve favorecer Lula.
• PSD já tem substitutos para Tarcísio na
corrida presidencial de 2026, afirma Kassab
O
presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, afirmou que a legenda já definiu
os rumos para as eleições presidenciais de 2026. A prioridade é o governador de
São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), mas caso ele opte por não
disputar, os nomes do governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), e do governador
do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), estão no radar. Segundo o g1,
Kassab destacou que o partido está pronto para qualquer cenário e com portas
abertas a alianças.
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Decisão de Tarcísio pode redefinir a disputa
“O PSD
tem o seu rumo. Ou é com o governador Tarcísio, o governador Ratinho Júnior ou
o Eduardo Leite. Isso é algo que está pacificado dentro do partido”, disse
Kassab.
Ele
ressaltou que o governador paulista ainda avalia se entrará na disputa
presidencial ou se focará em sua reeleição em São Paulo em 2026. A legislação
eleitoral exige que Tarcísio renuncie ao cargo até abril caso queira concorrer
ao Planalto.
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Fragmentação da direita e conflitos internos
Segundo
interlocutores, Tarcísio demonstra desânimo em relação à candidatura nacional
diante da divisão da direita. O governador atribui parte dessa fragmentação à
atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que articulou sanções dos
Estados Unidos contra o Brasil e acabou, na visão de Tarcísio, fortalecendo a
popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Além
disso, Tarcísio enfrenta conflitos com Eduardo Bolsonaro, que insiste em se
lançar candidato à presidência em 2026, mesmo sob risco de condenação no
Supremo Tribunal Federal.
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Lealdade ao Republicanos e aproximação com Bolsonaro
Apesar
das pressões, Tarcísio reafirma que não pretende migrar para o PL, mantendo
fidelidade ao Republicanos. Ele também planeja visitar Jair Bolsonaro, em
prisão domiciliar, mas aliados afirmam que o encontro não tratará de eleições.
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Kassab defende debate sobre anistia
No
mesmo evento, Kassab defendeu que o Congresso Nacional discuta a possibilidade
de anistia aos condenados pela tentativa de golpe de janeiro de 2023. “Sou um
democrata e entendo que o Judiciário, o Executivo e o Legislativo estão
precisando de uma concertação aqui no Brasil. A anistia precisa ser discutida
sim”, declarou.
Fonte:
Brasil 247

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