João
dos Reis Silva Júnior: Travessia sem roteiro
A
rejeição da PEC da Blindagem foi um sinal: o pacto de 1988 se esgotou. Agora, a
energia horizontal das ruas navega o dilema histórico entre ser absorvida pela
conciliação ou forjar uma ruptura inédita...
<><>
O ciclo encerrado
No
artigo “O Espelho da República”, postado no
site A Terra é Redonda, busquei mostrar-se que o pacto de 1988 entrou em
colapso. O 7 de setembro não foi apenas desfile cívico, mas espelho de um
arranjo que se desfazia. Quarenta mil pessoas em São Paulo e no Rio, clamando
por “anistia já” e desafiando o Supremo, mostraram que a extrema-direita ainda
mobiliza, enquanto a esquerda institucional revela limites.
A
geração de 1968, que estruturou mobilizações por sindicatos, partidos e
universidades, exauriu-se. Seu tripé organizativo foi corroído pela
precarização, pela financeirização e pela perda de confiança social. O
sindicalismo tornou-se gestor de conflitos, os partidos imobilizaram-se em
cálculos eleitorais e a universidade foi sitiada pela lógica dos rankings.
Quando as ruas voltaram em setembro de 2025, voltaram sem a marca de 1968. O
que emergiu foi indignação difusa, convocada por redes e articulada pela recusa
à conciliação.
A
comparação é inevitável. Em 1968, estudantes se organizavam pela UNE; em 1984,
milhões marchavam pelas Diretas Já, amparados por partidos e frentes amplas; em
2013, as jornadas de junho nasceram de movimentos estudantis organizados. Em
2025, nenhuma dessas mediações existia. Houve apenas redes, mensagens cifradas
e chamadas anônimas. Potência inédita, fragilidade extrema.
Esse
vazio é sintoma da dependência. Ruy Mauro Marini lembrava que países
periféricos vivem crises recorrentes porque não completam seus ciclos de
acumulação de forma autônoma. No campo político, algo análogo se repete: ciclos
de mobilização se abrem e se fecham sem consolidar transformações estruturais.
O colapso do pacto de 1988 marca o fim de um ciclo e abre travessia incerta.
<><>
O dual da dependência
É nesse
ponto que proponho, em diálogo com a Teoria Marxista da Dependência e com
a Crítica à Razão Dualista de Francisco de Oliveira, o
conceito de “dual da dependência”. Ele nomeia o mecanismo pelo qual elites
preservam privilégios ao mesmo tempo em que concedem direitos limitados, de
modo a manter intacta a condição estrutural da dependência.
Na Nova
República, o dual tomou forma no pacto de 1988: de um lado, cidadania inscrita
na Constituição; de outro, blindagem institucional que protegeu os de cima. O
arranjo só sobreviveu enquanto o fundo público pôde financiar políticas sociais
sem tocar nos privilégios do capital. Quando a financeirização sequestrou o
orçamento, o pacto implodiu.
As ruas
de 2025 são expressão da crise terminal desse dual: a recusa da conciliação
mostra que a fórmula que sustentava a Nova República não funciona mais. É
natural que parte da academia torça contra a formulação. A inveja, o
personalismo e o ressentimento fazem parte do nosso meio. Mas não se trata de
agradar: trata-se de nomear. E nomear é um gesto político.
Nesse
ponto, Antonio Candido ajuda a compreender o peso da crítica que nasce da
própria experiência social. Sua Dialética da malandragem mostrou
como formas aparentemente marginais revelam contradições estruturais da
sociedade brasileira. O que parece vazio ou desordem pode ser leitura aguda de
nossa formação. O mesmo ocorre com a rua sem liderança: sua irregularidade,
longe de simples fragilidade, denuncia os limites de uma democracia pactuada
entre senhores.
<><>
O tribunal e a pedagogia
No
artigo “Cinco dias de suspense”, também postado
em A Terra é Redonda, descrevi como o Supremo buscou mostrar-se pedagógico
ao condenar Jair Bolsonaro e Braga Netto a mais de duas décadas de prisão. A
transmissão ao vivo converteu-se em rito civilizatório. Mas a rua antecipou o
tribunal: antes da sentença, já se gritava “sem anistia”.
O
Judiciário tentou ensinar pela punição; a rua ensinou pela recusa. Hannah
Arendt lembrava que a política só se realiza quando homens e mulheres se reúnem
para agir em comum. Jacques Rancière advertiria que isso só ganha força quando
produz uma nova partilha do sensível. Foi o que aconteceu: a rua mostrou que a
condenação não era generosidade togada, mas resposta atrasada a uma exigência
popular.
O
problema é que o tribunal ensina seletivamente, enquanto a rua ensina sem
mediação. Uma democracia que aprende apenas pelos ritos institucionais anda
devagar; uma que aprende apenas pelo grito corre o risco de dispersar-se.
Em “A
coreografia da farsa” [https://aterraeredonda.com.br/a-coreografia-da-farsa/],
mostrei a duplicidade: o Supremo punia alguns, mas o Congresso blindava muitos.
Era conciliação explícita: sacrificar peças para manter o tabuleiro.
Aqui
está a versão reescrita e completada: “Desde a Independência conduzida por um
príncipe europeu, passando pela Abolição sem reforma agrária e chegando à
transição pactuada de 1985, as elites brasileiras conservaram seus privilégios
ao custo de ceder apenas símbolos. Florestan Fernandes (1975) conceituou esse
movimento como modernização conservadora, um processo em que se alteram as
formas institucionais para garantir a permanência da estrutura social de
dominação. Francisco de Oliveira (2003), ao retomar essa formulação, mostrou
como a modernização conservadora se articula à dependência, revelando a
estratégia de “mudar para manter” que acompanha a trajetória histórica do
capitalismo brasileiro”.
As ruas
de 2025 reagiram. Em Brasília, São Paulo, Recife e Porto Alegre, multidões
nomearam os responsáveis. Não havia palanques, apenas cartazes improvisados. A
ausência de liderança buscou mostrar-se como força. Mas a história ensina que
elites esperam a energia difusa se dissipar.
<><>
O risco da captura
A
ausência de liderança é potência e perigo. Potência, porque rompe com mediações
domesticadoras. Perigo, porque pode ser capturada por quem sabe organizar
símbolos. O Brasil conhece esse risco. Em 1964, a insatisfação popular foi
usada para legitimar o golpe. Em 2013, as ruas começaram contra tarifas e
terminaram abrindo espaço ao antipetismo e ao bolsonarismo. A energia popular
não morreu: foi sequestrada.
Hoje, a
indignação contra a PEC da Blindagem pode seguir rota semelhante. Grupos
conservadores podem apresentar-se como tradutores da raiva. As Forças Armadas,
desonradas pelo julgamento do 8 de janeiro, podem buscar recuperar prestígio. O
risco maior é a tutela militar voltar disfarçada de nacionalismo.
O
Supremo expôs documentos que vincularam militares ao golpe. Saíram humilhados.
Instituições humilhadas raramente ficam quietas. Ainda que enfraquecidas, podem
agir indiretamente, apoiando discursos de “retorno à ordem”. O militarismo
brasileiro nunca desapareceu. De Deodoro a Castelo Branco, passando por 1930,
sempre voltou quando elites civis se sentiram incapazes de arbitrar conflitos.
Agora, com reputação arranhada, a tentação é reaparecer como fiador da ordem.
Guillermo
O’Donnell falava em autoritarismo de baixa intensidade: democracias que
convivem com enclaves militares. O Brasil cabe nessa definição. A ausência de
liderança popular clara só amplia o risco.
Nas
últimas cinquenta horas, a rua mostrou-se resistência e risco. Em Brasília, a
marcha pelo Eixo Monumental ocupou seis faixas, com cartazes que chamavam o
Congresso de “inimigo do povo” e a PEC de “PEC da Bandidagem” (AGÊNCIA
BRASIL, 2025). Pesquisas indicaram que 83% das menções à PEC nas redes
foram negativas (CNN BRASIL, 2025).
As
mobilizações foram espontâneas e eficazes: pressionaram o Senado, reforçaram a
rejeição da PEC, mostraram que a indignação difusa produz efeitos. No dia 24 de
setembro, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado rejeitou o parecer
favorável à PEC, acompanhando a pressão popular e a crítica do relator
Alessandro Vieira. Esse desfecho parcial mostra como a rua pode, mesmo sem
lideranças, influir na política institucional.
No dia
24 de setembro, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado rejeitou
porunanimidade o parecer favorável à PEC, acompanhando a pressão popular e a
crítica do relator Alessandro Vieira. No mesmo dia, o presidente do Senado,
Davi Alcolumbre, determinou o arquivamento da proposta, o que significa sua
derrota definitiva. Esse desfecho mostrou que, mesmo sem lideranças formais, a
mobilização social foi capaz de impor limite à conciliação protetora das elites
políticas. Se a Nova República foi marcada por pactos de blindagem, setembro de
2025 revelou que esse expediente já não encontra a mesma legitimidade.
Mas,
sem projeto, permanecem vulneráveis à captura. Judith Butler lembra que corpos
reunidos produzem materialidade de resistência. Mas, sem continuidade, essa
materialidade se dissipa. O Brasil conhece esse dilema: de Canudos a 2013, as
ruas sempre estiveram entre esperança e tragédia.
<><>
Conciliação ou guinada?
A
conciliação é a técnica recorrente das elites: blindar, adiar, anistiar. A
guinada é o horizonte que as ruas sugerem: recusar privilégios, afirmar que
ninguém está acima da lei.
O fim
da geração de 1968 não produziu vazio, mas uma gramática nova: horizontal,
fragmentada, incisiva. Michael Hardt e Antonio Negri a chamariam de multidão.
Resta saber se pode virar projeto. Uma guinada democrática precisa mais que
punir. Precisa reformar estruturas, desfazer blindagens, devolver dignidade,
refazer pactos. Se não, a conciliação seguirá como norma. Francisco de Oliveira
dizia: o pacto é entre senhores, nunca entre povo. As ruas de 2025 querem
romper isso.
Aqui
novamente Antonio Candido é iluminador. Em Formação da literatura
brasileira, mostrou que a vida cultural só se explica em tensão com as
estruturas sociais. Não há literatura sem sociedade, nem sociedade sem seus
modos de expressão. Aplicado ao presente, não há rua sem projeto: a fúria
coletiva precisa ser transfigurada em construção política, ou se perderá como
tantas vezes na história.
Setembro
de 2025 é travessia. O meu artigo “O Espelho da República” mostrou o colapso do
pacto. As ruas mostraram indignação sem líderes. O sertão rosiano lembra que
cada vereda é risco e promessa. O sertão, em Guimarães Rosa, é lugar de
escolhas incertas. Assim também as ruas: podem reinventar a democracia, ou
abrir espaço a regressões. A travessia está em curso. Não há garantias. Só a
urgência de aprender com a história para não repeti-la como farsa ou tragédia.
A
chamada PEC 3/2021, conhecida popularmente como PEC da Blindagem, foi derrotada
no Senado após forte mobilização social. Desde sua tramitação, o projeto foi
percebido como um mecanismo de autoproteção das elites políticas, alimentando a
crítica de que se tratava de mais um episódio de conciliação destinado a
preservar privilégios. Nas ruas, a reação foi imediata: em setembro de 2025,
milhares de pessoas ocuparam o Eixo Monumental em Brasília e avenidas de
capitais como São Paulo, Recife e Porto Alegre. Cartazes improvisados nomeavam
o Congresso como “inimigo do povo” e denunciavam a proposta como “PEC da
Bandidagem”. O repúdio ganhou força nas redes sociais, onde levantamentos
apontaram que 83% das menções eram negativas, revelando o isolamento político da
medida.
A
pressão popular incidiu diretamente sobre o processo legislativo. No dia 24 de
setembro de 2025, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado rejeitou o
parecer favorável à PEC, acompanhando o posicionamento crítico de parlamentares
como Alessandro Vieira e ecoando a insatisfação das ruas. O episódio demonstrou
que, mesmo sem lideranças formais, a mobilização social foi capaz de interferir
no andamento de uma proposta institucional. Trata-se de uma vitória parcial, já
que a rejeição na CCJ não equivale a arquivamento definitivo, mas representa a
primeira derrota substantiva do texto no Congresso.
Esse
desfecho confirma a tendência de enfraquecimento das fórmulas de conciliação
que marcaram a Nova República. Se antes a blindagem institucional encontrava
respaldo na inércia social, agora a recusa coletiva mostrou-se mais forte. A
derrota da PEC 3 expôs a distância entre elites políticas e sociedade, ao mesmo
tempo em que reafirmou a capacidade das ruas de tensionar os limites da
democracia pactuada. Mas a história brasileira parece negar a completude
democrática. Vejamos.
>>>
1930: Revolução pelo alto
O
movimento de 1930 é muitas vezes lembrado como ruptura, mas no fundo foi uma
conciliação entre frações das elites regionais. Getúlio Vargas chegou ao poder
com apoio de setores médios e militares, mas a promessa de transformação
estrutural ficou aquém. Houve centralização do Estado, início da
industrialização e algumas reformas trabalhistas, mas sempre como concessões
calculadas para evitar uma democratização real.
O
campesinato, as massas urbanas e os trabalhadores entraram como força de
pressão, mas não como sujeitos constituintes da nova ordem. Foi, como disse
Florestan Fernandes, “uma revolução dentro da ordem”, que instaurou a
modernização conservadora: mudança de forma para manter o fundo social da
desigualdade.
>>>
1985: A transição pactuada
O fim
da ditadura militar também poderia ter sido uma ruptura. As Diretas Já
mostraram o poder das ruas, mobilizando milhões em todo o país. No entanto, o
processo foi canalizado para uma transição pactuada. A eleição indireta de
Tancredo Neves e José Sarney simbolizou essa conciliação: militares garantiram
sua saída sem julgamento, elites econômicas mantiveram o controle, e a
Constituição de 1988, ainda que avançada em direitos sociais, preservou a
estrutura de privilégios. A democracia retornou, mas já marcada pela
incompletude, incapaz de romper com a lógica de conciliação que, no fundo,
blindava o núcleo de poder.
<><>
O retorno das ruas
Hoje,
diante da crise de 2013 em diante, da ascensão da extrema direita e do desgaste
dos arranjos institucionais, a rua volta a ser protagonista. Mas há novidade:
setores populares e identitários (mulheres, negros, indígenas, juventudes
periféricas, movimentos ambientais) ocupam a cena de modo mais autônomo, sem
depender apenas da mediação sindical ou partidária. Isso abre a possibilidade
de uma ruptura qualitativa com a tradição conciliatória.
O fato
de que parte da esquerda institucional se encontra imobilizada em cálculos
eleitorais reforça o contraste: a rua emerge como espaço de reinvenção da
política, em busca da completude da democracia que nunca se realizou.
O
dilema é claro: ou as ruas abrem um processo de transformação radical,
tensionando os limites institucionais, ou o país verá novamente a energia
popular ser absorvida em acordos por cima, reproduzindo a fórmula histórica de
“mudar para manter”. A diferença em relação a 1930 e 1985 é que a combinação de
crise econômica, financeirização e colapso ambiental dificulta a estabilização
via conciliação. A rua pode ser, desta vez, não apenas o espaço da pressão, mas
o lugar da ruptura necessária para que a democracia brasileira deixe de ser
promessa e se torne experiência plena.
As ruas
de setembro de 2025 revelaram tanto a potência quanto a vulnerabilidade da ação
coletiva no Brasil. A rejeição da chamada PEC da Blindagem mostrou que, mesmo
sem lideranças formais, a mobilização popular pode alterar o curso da política
institucional, impondo limites à conciliação histórica entre elites. O episódio
não apenas expôs o esgotamento do pacto de 1988, mas também sinalizou a
emergência de novas gramáticas de contestação, mais horizontais e fragmentadas,
capazes de desafiar a lógica da blindagem que sustentou a Nova República.
O
desafio, no entanto, permanece. Sem projeto articulado, a energia das ruas
corre o risco de repetir trajetórias anteriores em que insatisfações foram
capturadas e desviadas para manter intacta a estrutura da dependência. A
travessia aberta em setembro de 2025 não oferece garantias, apenas a urgência
de transformar indignação em construção política.
A
história brasileira ensinou que conciliação e regressão sempre rondam os
momentos de ruptura; cabe agora às ruas, em sua pluralidade, decidir se essa
experiência se dissipará como tantas outras ou se abrirá espaço para uma
democracia enfim completa.
A
rejeição da PEC 3/2021 no Senado, após intensa mobilização social, simboliza o
esgotamento de uma fórmula histórica de conciliação que atravessa o Brasil
desde a Independência. De 1930 a 1985, e mesmo após a Constituição de 1988, a
política brasileira seguiu pautada pela lógica de concessões seletivas,
blindagens institucionais e pactos entre elites. Setembro de 2025, entretanto,
trouxe sinais de ruptura: corpos anônimos nas ruas, articulados por redes
horizontais e sem mediações tradicionais, forçaram a derrota de uma proposta
que pretendia institucionalizar a impunidade. O episódio revela que a
democracia brasileira, ainda incompleta, pode ser tensionada por formas novas
de ação coletiva que escapam da gramática de partidos, sindicatos e lideranças
personalizadas.
Esse
processo, contudo, está longe de encerrar-se. A história nacional ensina que
momentos de insurgência popular frequentemente foram capturados ou desviados em
nome da estabilidade, reforçando a dependência estrutural diagnosticada por Ruy
Mauro Marini (2000), Vânia Bambirra (2015) e Theotonio dos Santos (2000). O
desafio atual é impedir que a energia difusa das ruas se dissipe como tantas
vezes antes. A categoria de “dual da dependência” (SILVA JÚNIOR, 2025) ajuda a
compreender a armadilha: elites abrem concessões aparentes enquanto preservam
seus privilégios, renovando a incompletude democrática. A recusa da
conciliação, expressa nos cartazes que nomearam o Congresso como inimigo do
povo, evidencia que parte da sociedade já não aceita a farsa do pacto.
O
desfecho da PEC da Blindagem não garante uma democracia plena, mas abre
possibilidade de travessia. Guimarães Rosa lembrava que o sertão é lugar de
veredas incertas, risco e promessa. Do mesmo modo, as ruas de 2025 anunciam um
futuro aberto: podem constituir a base de uma guinada efetivamente democrática,
ou recair em mais um ciclo de conciliação. O que está em jogo é a capacidade de
transfigurar indignação em projeto político, recusar blindagens e instituir uma
democracia que, pela primeira vez, não se limite a ser promessa adiada. O tempo
presente exige coragem para não repetir a história como farsa ou tragédia, mas
para reinventá-la como possibilidade concreta de emancipação.
Fonte: A
Terra é Redonda




