terça-feira, 13 de maio de 2025

Putin propõe iniciar 'negociações sérias' para tratar das 'raízes' da guerra e Zelensky diz estar pronto para se reunir

Vladimir Putin manifestou o desejo de discutir "as raízes" do conflito com a Ucrânia, com o objetivo de alcançar "uma paz sólida e duradoura". Para isso, o presidente russo propôs aos líderes ucranianos a realização de "conversas sérias" — uma proposta que foi aceita por Kiev.

Em um raro pronunciamento televisionado, feito já tarde da noite de sábado a partir do Kremlin, Putin declarou que a Rússia está disposta a retomar as negociações diretas com as autoridades ucranianas.

"Esse seria o primeiro passo rumo a uma paz firme e sustentável, e não apenas o prelúdio para novas hostilidades armadas após o reabastecimento do Exército ucraniano com armas e pessoal, e a intensa escavação de trincheiras", afirmou.

Segundo o presidente russo, as conversações devem ocorrer no dia 15 de maio, na Turquia.

Horas mais tarde, a Ucrânia aceitou a oferta, com a condição de que todas as hostilidades cessem a partir do dia 12 de maio.

"É um sinal positivo que os russos finalmente comecem a considerar o fim da guerra", declarou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acrescentando estar "pronto" para se reunir com seu homólogo russo.

·        Guerra de propostas

O anúncio de Vladimir Putin ocorreu apenas algumas horas depois de que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e quatro de seus aliados europeus mais próximos — Reino Unido, França, Alemanha e Polônia — voltassem a exigir que o líder russo aceitasse uma trégua de 30 dias, sob ameaça de novas sanções contra Moscou.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, reagiu ao ultimato afirmando que "qualquer tentativa de nos pressionar é completamente inútil".

Ainda assim, em seu discurso, Putin não descartou a possibilidade de que as negociações levem a um acordo com a Ucrânia sobre uma nova trégua.

"Estamos determinados a conduzir negociações sérias com a Ucrânia, com o objetivo de eliminar as causas profundas do conflito e estabelecer uma paz duradoura com perspectiva histórica", declarou.

"Não podemos excluir que, durante essas conversas, seja possível chegar a um novo acordo de cessar-fogo", acrescentou.

No entanto, o presidente russo não respondeu diretamente aos apelos por um cessar-fogo de 30 dias.

No sábado, estiveram em Kiev o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, o presidente francês Emmanuel Macron, o novo chanceler alemão Friedrich Merz e o primeiro-ministro polonês Donald Tusk — líderes da chamada "coalizão dos dispostos", grupo de países comprometidos com o apoio militar e financeiro à Ucrânia.

Durante a visita, os líderes advertiram que, caso Putin não aceitasse um cessar-fogo incondicional de 30 dias "por ar, mar e terra", seriam impostas novas sanções maciças aos setores energético e bancário da Rússia.

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<><> As condições em Kiev

Zelensky, por sua vez, saudou o anúncio de seu homólogo russo.

"O mundo inteiro esperava por isso há muito tempo (…) Não faz sentido continuar com a matança nem por mais um dia", escreveu o presidente ucraniano em sua conta na rede social X (antigo Twitter).

No entanto, de Kiev, foi deixado claro que um cessar-fogo imediato é condição indispensável para o início de qualquer negociação.

"Primeiro um cessar-fogo de 30 dias, depois o resto", afirmou Andriy Yermak, chefe do gabinete presidencial da Ucrânia, em suas redes sociais.

"Rússia não pode disfarçar seu desejo de prolongar a guerra com malabarismos verbais. O cessar-fogo é o primeiro passo para encerrar o conflito e confirmará a disposição da Rússia em pôr fim aos assassinatos", acrescentou.

As reações à proposta de Putin não demoraram a surgir. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, classificou o anúncio do líder russo como "um dia potencialmente grandioso para a Rússia e a Ucrânia".

"Pensem nas centenas, milhares de vidas que poderão ser salvas quando esse banho de sangue interminável, com sorte, chegar ao fim", publicou em sua conta na Truth Social, onde também previu o surgimento de "um mundo completamente novo e muito melhor".

Mais cauteloso, o presidente francês Emmanuel Macron declarou que se trata de "um primeiro passo", mas que "não é suficiente".

Macron também defendeu um cessar-fogo imediato:

"Não pode haver negociações enquanto as armas continuam a falar", afirmou.

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<><> Motivos para desconfiar

Em seu discurso, Vladimir Putin anunciou que conversaria neste domingo com seu homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, para que a Turquia volte a sediar as negociações bilaterais entre Rússia e Ucrânia.

Entre março e abril de 2022, apenas algumas semanas após o início da invasão em larga escala por parte de Moscou, delegações dos dois países chegaram a se reunir em Istambul com o objetivo de encerrar o conflito.

No entanto, as conversas foram interrompidas após a descoberta do massacre cometido por tropas russas na cidade ucraniana de Bucha, o que acabou inviabilizando qualquer avanço diplomático na ocasião.

A possibilidade de que o novo anúncio leve, de fato, ao fim das hostilidades ainda parece distante, segundo o correspondente de segurança da BBC, Frank Gardner. E os motivos são vários.

Primeiramente, Putin não aceitou a proposta de trégua de 30 dias apresentada por Ucrânia e seus aliados. Em vez disso, quer discutir o que chama de "as causas profundas do conflito".

"Na visão dele, isso inclui a inadmissível ambição da Ucrânia de integrar uma Europa próspera e democrática, em vez de retornar à órbita de Moscou e tornar-se um Estado satélite maleável, como Belarus. Putin também deve exigir um compromisso firme de que a Ucrânia jamais ingressará na OTAN", escreveu Gardner.

O jornalista também destacou que Moscou espera que, antes de qualquer cessar-fogo, o Ocidente se comprometa a interromper o fornecimento de armas à Ucrânia.

"Isso, evidentemente, deixaria o país muito menos capaz de se defender dos avanços graduais da Rússia na linha de frente — ou, pior, de uma nova ofensiva em larga escala para conquistar mais território", alertou.

Enquanto Putin fazia sua nova oferta, os combates continuavam em várias regiões da Ucrânia.

Durante a madrugada, segundo as Forças Aéreas ucranianas, a Rússia lançou 108 drones contra o país, informou Vitaliy Shevchenko, editor de assuntos russos da BBC.

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¨      Zelensky diz querer cessar fogo imediato

Presidente ucraniano pede um cessar-fogo a partir desta segunda (12) para iniciar negociações de paz. Trump pressiona Zelensky para aceitar oferta russa.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou neste domingo (11), em um post na rede social X, que está disposto a se reunir com Vladimir Putin para iniciar negociações diretas de paz.

O encontro pode ocorrer na Turquia, na próxima quinta-feira (15), como foi sugerido pelo presidente russo.

Putin propôs retomar conversas diretas com a Ucrânia para encerrar o conflito que já se estende por mais de 3 anos.

A oferta do presidente russo veio após líderes europeus ameaçarem impor novas sanções ao país caso não haja uma trégua na Ucrânia de 30 dias a partir desta segunda-feira (12).

Zelensky considerou a proposta de Putin "um sinal positivo", mas exigiu um cessar-fogo imediato. Para ele, interromper o conflito armado é necessário para criar "bases diplomáticas necessárias" para as negociações.

"Não há razão para prolongar as mortes", disse.

Zelensky afirmou que "o mundo inteiro está aguardando" por uma paz duradoura entre os países, mas que o "primeiro passo" é o cessar-fogo.

Enquanto militares russos ainda avançam sobre o território vizinho, Putin indicou Istambul, na Turquia, como cenário para o início de novas negociações. "Estamos propondo que Kiev retome as negociações diretas sem quaisquer pré-

<><> Turquia oferece mediação para possível acordo entre Rússia e Ucrânia

Em resposta a Putin, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan, afirmou que Istambul "está pronta para sediar negociações que levariam a uma solução permanente".

A Turquia integra a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e já sediou outras reuniões entre os dois países.

<><> Trump pressiona Zelensky a aceitar diálogo com Putin

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou mensagens na rede Truth Social em que pressionou Zelensky a aceitar o diálogo oferecido por Putin mesmo que não haja cessar-fogo.

"Putin não quer um acordo de cessar-fogo, quer se encontrar na quinta-feira, na Turquia, para negociar um possível fim ao BANHO DE SANGUE. A Ucrânia deve concordar com isso IMEDIATAMENTE. Estou começando a duvidar que a Ucrânia fará um acordo com Putin. FAÇAM A REUNIÃO, AGORA", escreveu Trump.

¨      'Guerra nunca mais': papa pede paz duradoura na Ucrânia e cessar-fogo em Gaza ao celebrar 1ª oração de domingo

O novo líder da Igreja Católica recitou a oração Regina Caeli, em homenagem à Virgem Maria, a uma multidão na Praça São Pedro. Durante a fala, que durou cerca de 12 minutos, Leão XIV repetiu a palavra 'paz' por dez vezes.

Neste domingo (11), o papa Leão XIV fez um apelo à paz duradoura na Ucrânia e ao cessar-fogo imediato e libertação dos reféns israelenses na Faixa de Gaza, durante sua primeira oração dominical a uma multidão de fiéis na Praça São Pedro, no Vaticano. Ele também celebrou o cessar-fogo no conflito entre Índia e Paquistão.

Ao apelar pela paz, Leão XIV lembrou que a Segunda Guerra Mundial terminou há 80 anos, depois de causar 60 milhões de mortes.

"No cenário dramático de uma Terceira Guerra Mundial fragmentada, como várias vezes afirmou o papa Francisco, eu também gostaria de me dirigir às autoridades do mundo, repetindo um apelo sempre atual: guerra nunca mais."

Às 7h deste domingo (meio-dia no horário local), ele apareceu no Balcão das Bênçãos, onde recitou a oração Regina Caeli (Rainha do Céu), em homenagem à Virgem Maria. Esta oração substitui o Angelus durante o período pascal. Durante a fala, que durou cerca de 12 minutos, Leão XIV repetiu a palavra "paz" por dez vezes.

Sobre a guerra na Europa, o novo papa disse que carrega no coração o "sofrimento do amado povo ucraniano". Ele apelou por negociações para alcançar uma "paz autêntica, justa e duradoura". "Que todos os prisioneiros sejam libertados e que as crianças sejam devolvidas às suas famílias."

Ao falar sobre Gaza, Leão XIV lembrou que, 5 horas antes, um ataque israelense havia matado dez pessoas, incluindo quatro menores em Khan Yunis. "Estou profundamente triste com o que acontece na Faixa de Gaza", afirmou. "Que haja cessar-fogo imediato, que seja oferecida ajuda humanitária à sofrida população civil e que sejam libertados todos os reféns", disse, fazendo referência aos israelenses que ainda estão sob poder do grupo terrorista Hamas.

Leão XIV mencionou a pausa no conflito na Caxemira e disse esperar que Índia e Paquistão cheguem a um acordo duradouro de paz. "Quantos outros conflitos existem no mundo? Confio à Rainha da Paz esse meu apelo, para que ela o apresente ao senhor Jesus para obter o milagre da paz", rezou o papa.

<><> Dia das Mães

O novo papa também citou o Dia das Mães. "Mando uma querida saudação a todas as mães por elas e por aquelas que já estão no céu: feliz Dia das Mães a todas as mães".

<><> Primeiros atos no papado

Na sexta-feira (9), Leão XIV celebrou a primeira missa em uma cerimônia privada na Capela Sistina para os cardeais que o elegeram. Ele fez homenagens ao apóstolo São Pedro, considerado o primeiro papa e discípulo de Jesus, e pediu bênção a Pedro para seu papado. Também fez uma homenagem a seu antecessor Francisco e disse esperar "trazer luz às noites escuras deste mundo"

No sábado, o papa Leão XIV visitou um santuário nos arredores de Roma e depois rezou diante do túmulo de Francisco, dentro da basílica de Santa Maria Maggiore.

¨      Trump diz que Ucrânia deve aceitar imediatamente proposta de Putin para negociações de paz em Istambul

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste domingo (11) que a Ucrânia deve aceitar imediatamente a proposta do presidente da Rússia, Vladimir Putin, para realizar negociações em Istambul com o objetivo de encerrar o derramamento de sangue.

Mais cedo, Putin propôs negociações diretas com Ucrânia, sem condições prévias, em Istambul, em 15 de maio.

“O presidente Putin, da Rússia, não quer um Acordo de Cessar-Fogo com a Ucrânia, mas deseja se encontrar na quinta-feira, na Turquia, para negociar um possível fim ao BANHO DE SANGUE. A Ucrânia deve aceitar isso, IMEDIATAMENTE”, escreveu Trump na plataforma Truth Social.

Segundo Trump, dessa forma, Moscou e Kiev poderiam ao menos verificar se há possibilidade de um acordo e, caso não haja, “os líderes europeus e os EUA saberão exatamente onde tudo está e poderão agir de acordo”.

“Estou começando a duvidar que a Ucrânia fará um acordo com Putin, que está ocupado demais comemorando a Vitória da Segunda Guerra Mundial... FAÇAM O ACORDO, AGORA!!!”, finalizou. 

EUROPA FAZ RESSALVAS

No sábado (10), o chanceler alemão, o presidente francês, o primeiro-ministro do Reino Unido e o primeiro-ministro polonês chegaram a Kiev para participar de uma reunião da chamada "coalizão dos dispostos". 

Após o encontro, autoridades ucranianas afirmaram que Kiev e seus aliados desejam um cessar-fogo completo e incondicional de 30 dias a partir de segunda-feira.

A proposta de Putin foi elogiada em certa medida por algumas lideranças. O francês Emmanuel Macron disse que as conversas de paz seriam um "primeiro passo", mas não são suficientes.

¨      Celso Amorim defende “paz possível” entre Rússia e Ucrânia e alerta para limites do apoio europeu

O assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, afirmou que o governo brasileiro considera essencial buscar a “paz possível” para encerrar a guerra na Ucrânia, ainda que isso envolva concessões territoriais e limites ao apoio internacional a Kiev. As declarações foram dadas pouco antes de Amorim embarcar de Moscou para Pequim com a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As informações são da CNN.

“Não adianta você pensar só na paz ideal se ela não ocorrer nunca. Essa é uma paz possível que leva em conta naturalmente os interesses. E depois evoluções que podem prever um plebiscito daqui a dez anos, cinco”, disse Amorim, sinalizando que uma solução definitiva sobre os territórios em disputa, como a Crimeia, poderá vir apenas no longo prazo.

Ao comentar a posição brasileira, Amorim reconheceu que ela se aproxima da linha geral defendida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mas destacou que isso não significa afinidade ideológica entre os dois governos. “É porque é a paz possível”, justificou.

Para o diplomata, um acordo de paz inevitavelmente exigirá algum tipo de concessão territorial nas regiões atualmente sob controle russo. “A paz só será alcançada com uma barganha pelos territórios”, avaliou, citando como exemplo a Crimeia, anexada por Moscou em 2014 sem o reconhecimento da comunidade internacional.

Outro ponto considerado crucial por Amorim é a posição do Kremlin quanto à possível adesão da Ucrânia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Segundo ele, o presidente Vladimir Putin deverá impor um veto à entrada de Kiev na aliança militar ocidental como condição para encerrar o conflito.

Amorim também chamou atenção para o papel da União Europeia, alertando que o apoio incondicional a Volodymyr Zelensky pode não se sustentar diante das dificuldades internas enfrentadas pelo bloco. “Eu acho que a grande responsabilidade são dos europeus. Os europeus dão a impressão de que vão dar um apoio sem limites. E eu não creio que isso ocorrerá. Eu não tô dizendo nem que é certo, nem que é errado, mas eu não creio que isso ocorrerá”, disse, mencionando desafios como a crise migratória e os custos sociais.

As falas do assessor especial ocorreram dias depois do encontro entre Lula e Putin, realizado em Moscou, onde o presidente brasileiro reiterou a disposição do Brasil em contribuir com os esforços diplomáticos para pôr fim à guerra. Durante a reunião, foram discutidas propostas conjuntas com a China voltadas à mediação do conflito.

Amorim reafirmou a posição do Brasil de atuar como facilitador de diálogo e alertou para os riscos de uma insistência em soluções ideais e inatingíveis. Para ele, é preciso realismo diplomático: “Essa é uma paz possível”, repetiu.

 

Fonte: BBC News Mundo/g1/Brasil 247

 

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