sexta-feira, 30 de maio de 2025

A controversa fundação que atua em Gaza com aval de Israel

Tropas israelenses dispararam nesta terça-feira (27/05) tiros de advertência contra milhares de palestinos famintos que haviam se dirigido a um centro de distribuição de alimentos na Faixa de Gaza. O episódio escancarou não só a crescente situação de desespero no enclave acossado pela guerra, mas também falhas na atuação de uma misteriosa organização novata apoiada pelos EUA e Israel para liderar iniciativas de ajuda humanitária em Gaza, contornando ONGs e grupos com mais experiência na região.

Imagens distribuídas pela rede BBC e pelo jornal The New York Times mostraram milhares de pessoas se amontoando para tentar conseguir caixas de alimentos num centro de distribuição em Rafah, no sul de Gaza. O centro havia sido instalado pela chamada Gaza Humanitarian Foundation (GHF), um grupo criado em fevereiro e que até onde se sabe não tem histórico de atuação relevante em lidar com crises humanitárias, mas que mesmo assim recebeu sinal verde dos EUA e de Israel para controlar a distribuição de ajuda em Gaza.

Até mesmo as origens do grupo são opacas. Inicialmente, se falou que o grupo tinha registro na Suíça, mas jornalistas não encontraram nada no endereço indicado. Mais tarde, o The New York Times apontou que também há um registro no estado americano de Delaware.

Além disso, segundo informações do The New York Times e do jornal israelense Haaretz, a GHF mantém laços estreitos com duas empresas dos EUA que ficaram responsáveis por garantir a segurança nos centros de distribuição em Gaza.

Essas empresas são a Safe Reach Solutions (SRS) e UG Solutions. A primeira delas é ligada a um ex-agente da CIA. De acordo com o The New York Times, não está claro de onde vem o dinheiro da GHF, tanto para pagar as firmas de segurança quanto para distribuir os alimentos.

<><> Organização de fachada israelense?

Adicionando ainda mais confusão, o diretor da GHF, Jake Wood, ex-fuzileiro naval americano, anunciou publicamente no domingo sua renúncia como diretor da organização, afirmando que não podia cumprir sua missão "respeitando estritamente os princípios de humanidade, neutralidade, imparcialidade e independência".

Wood era o rosto da GHF desde que ela se tornou uma peça central no plano apoiado por Israel e Estados Unidos para distribuir ajuda em Gaza. Anteriormente, Wood comandou esforços de socorro em desastres realizados pela ONG Team Rubicon, da qual foi cofundador em 2010.

Apesar de ter perdido seu diretor, a fundação informou ter iniciado suas operações para entrega de alimentos em Gaza na segunda-feira (26/05). Outros grupos humanitários com experiência, além da própria rede de agências da ONU, continuam impedidos de entrar na região.

Na segunda-feira, o líder da oposição israelense, Yair Lapid, acusou o governo de Benjamin Netanyahude estar por trás da GHF e da empresa de segurança SRS. Segundo Lapid, tudo indica que se tratam de "empresas de fachada" e que na realidade Israel está secretamente financiando os esforços – uma afirmação rapidamente negada pelo gabinete do primeiro-ministro.

"Nosso trabalho é fazer perguntas difíceis ao governo e, com essa pergunta, eu subo ao pódio hoje. O Estado de Israel está por trás de duas empresas de fachada estabelecidas na Suíça e nos Estados Unidos, a GHF e a SRS, para organizar e financiar a ajuda humanitária em Gaza?" perguntou Lapid na tribuna do Knesset, o Parlamento israelense.

Uma reportagem do The New York Times parece endossar as suspeitas de Lapid. Citando funcionários israelenses que falaram sob condição de anonimato, o jornal apontou que esse plano de usar organizações pouco conhecidas foi "concebido e desenvolvido em grande parte por israelenses como uma forma de prejudicar o Hamas".

Por décadas, a Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA) foi responsável por distribuir assistência humanitária em Gaza, com a ajuda de outras organizações. Mas Israel acusou funcionários desta agência de estarem envolvidos no ataque do Hamas de 7 de outubro de 2023 e proibiu suas atividades em seu território.

Uma série de investigações detectou alguns "problemas relacionados à neutralidade" dentro da UNRWA, mas destacou que Israel não apresentou provas conclusivas para apoiar sua principal acusação. Desde então, Israel passou a trabalhar em outro esquema para contornar ONGs e outros grupos tradicionais. Dessa forma, segundo o The New York Times, nasceu a GHF.

<><> Riscos e críticas

Grupos humanitários afirmam que as ligações da GHF com os israelenses minam o princípio de que a ajuda deve ser supervisionada por uma parte neutra. Ou seja, que países diretamente envolvidos no conflito, como Israel e seu aliado EUA, não são partes neutras.

"A ajuda deve ser fornecida por partes neutras que não estejam envolvidas em conflitos", aponta Thea Hilhorst, pesquisadora de ajuda humanitária da Universidade Erasmus de Roterdã, na Holanda. "Nesse caso, Israel assume o controle, Israel não é neutro, [é] uma força de ocupação e uma parte em guerra."

Jan Egeland, Secretário Geral do Conselho Norueguês de Refugiados, disse à rede BBC que a GHF é "militarizada, privatizada, politizada" e "não está em conformidade com a neutralidade". "As pessoas por trás dele são militares – são ex-CIA e ex-militares... Devíamos voltar ao sistema que funcionava", disse ele.

Outra crítica contra a GHF é seu método de designar "lugares de distribuição seguros", que muitas organizações afirmam ir contra os princípios da ajuda humanitária, pois obriga a população a se deslocar em meio a um conflito. Normalmente, ONGs mais tradicionais dão preferência por levar diretamente os alimentos para pessoas em necessidade, e não as obrigar a se deslocar por grandes distâncias.

Segundo funcionários de outras organizações humanitárias, para acessar esses locais de distribuição, espera-se que os palestinos tenham que se submeter a verificações de identidade e a uma triagem para verificar potencial envolvimento com o Hamas.

Além disso, todos esses centros estão sendo montados no sul de Gaza, onde vivem relativamente poucos palestinos, mas que é justamente a área na qual os israelenses pretendem concentrar a população de Gaza em meio ao plano de "conquista" da região. Israel está em guerra contra o Hamas desde o ataque terrorista em 7 de outubro de 2023 organizado pelo grupo, que deixou 1.200 mortos e levou à captura de cerca de 250 reféns.

<><> Plano de três etapas

Na semana passada, o primeiro-ministro de Israel delineou um plano de três etapas, que incluía "criar uma zona no sul da Faixa [de Gaza], para onde a população civil será evacuada". Netanyahu afirmou ainda que, em seu plano, os palestinos que entrarem nessa zona no sul não necessariamente retornariam para o norte.

Hilhorst disse à DW que a medida equivaleria a uma limpeza étnica e que os centros de distribuição podem ser uma ferramenta para atrair a população para o sul. "Ele [Netanyahu] está usando isso como uma espécie de ferramenta para remover pessoas da Faixa de Gaza, o que é a instrumentalização da ajuda para fins de guerra", destacou.

Além disso, mesmo que as ligações com os israelenses e objetivos militares obscuros fossem descontados, especialistas apontam que não há sinais que a GHF e sua dupla de empresas de segurança vão conseguir de fato alimentar os 2 milhões de palestinos que vivem no enclave devastado pela guerra.

"Esse exercício vergonhoso de militarização da ajuda não vai funcionar", afirmou Bushra Khalidi, diretor da ONG Oxfam no território palestino ocupado, ao jornal britânico The Guardian. "Mesmo nas condições mais ideais, não há empresa de logística que possa alimentar 2,1 milhões de pessoas da noite para o dia. O humanitarismo não se trata apenas de distribuir pacotes de alimentos para alimentar famintos; trata-se de garantir que as pessoas tenham os meios para sobreviver."

<><> Distribuição de alimentos segue afetada

Após o início das operações da GHF, outras agências internacionais voltaram a pedir a retomada completa do serviço humanitário. "Há um sistema humanitário internacional testado e comprovado que respeita o direito internacional humanitário em todo o mundo. Isso não precisa ser reinventado. Poderia funcionar em sua capacidade máxima para trazer ajuda, se fosse permitido, mas não está sendo", afirmou Jonathan Fowler, porta-voz da UNRWA.

Apesar do início do retorno da distribuição de ajuda, veículos de organizações humanitárias independentes ainda estão sendo impedidos de entrar em Gaza. Nesta quarta-feira (28/05), autoridades do enclave controlado pelo Hamas anunciaram que quatro palestinos morreram após uma multidão desesperada invadir um armazém de comida das Nações Unidas – reprise das cenas de caos do dia anterior descritas na abertura deste texto.

"Um cerco está isolando o território do exterior, e é isso que estamos vendo aqui em termos de abastecimento", avaliou Sarah Schiffling, vice-diretora do Instituto de Pesquisa em Logística Humanitária e Cadeias de Suprimentos, com sede na Finlândia. Ela destacou ainda que a situação em Gaza requer que mais caminhões carregados com itens essenciais possam entrar no território.

Além dos caminhões que já estão em Israel, a UNRWA informou que outros 3 mil veículos carregados com suprimentos, incluindo medicamentos com risco de vencimento, aguardam autorização para cruzar a fronteira na Jordânia e no Egito.

¨      Situação em Gaza faz Alemanha endurecer críticas a Israel

O chanceler federal alemão, Friedrich Merz, foi claro ao se manifestar sobre a situação na Faixa de Gaza nesta segunda-feira (26/05), durante um evento em Berlim. "O que as Forças Armadas israelenses estão fazendo agora na Faixa de Gaza, eu, francamente, não entendo mais qual é o objetivo", disse.

Merz acrescentou que uma linha foi ultrapassada e que considera haver violação do direito internacional humanitário. Infligir tal sofrimento à população civil "não pode mais ser justificado com a luta contra o terrorismo do Hamas".

Declarações de representantes do governo alemão sobre a guerra em Gaza costumam começar com a afirmação de que Israel tem o direito de se defender e de que o Hamas questiona o direito de existência de Israel. Foi assim com o ex-chanceler federal Olaf Scholz (do partido social-democrata SPD) e a ex-ministra do Exterior, Annalena Baerbock (Partido Verde).

Também as primeiras declarações de Merz e de seu ministro do Exterior, Johann Wadephul (ambos do partido conservador CDU), mantiveram essa linha. Sempre é enfatizado que, devido à responsabilidade pelo assassinato de milhões de judeus europeus pelos nazistas, a segurança de Israel é razão de Estado da Alemanha.

Merz abordou o conflito no Oriente Médio várias vezes nos últimos dias, inclusive durante uma visita à Finlândia. Lá, ele exortou o governo israelense a permitir a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza e a garantir a segurança alimentar da população. Merz acrescentou que o governo alemão debate se deve mudar sua política para Israel.

"Quando Friedrich Merz faz essas críticas a Israel, nós ouvimos com muita atenção, porque ele é um amigo", comentou o embaixador de Israel em Berlim, Ron Prosor, em entrevista à emissora alemã ZDF.

<><> Críticas duras da França e Reino Unido

Na Europa, a Alemanha estava sozinha com o seu tom brando em relação a Israel. Críticas bem mais duras vinham da França, por exemplo, onde o presidente Emmanuel Macron falou que "o que o governo de Benjamin Netanyahu está fazendo é inaceitável e uma vergonha", em declarações à emissora TF1 uma semana atrás. "Não há água, não há remédios, os feridos não podem ser resgatados", disse Macron.

A França, o Reino Unido e o Canadá ameaçaram tomar "medidas concretas" contra Israel se o governo do premiê Benjamin Netanyahu não interromper suas "ações ultrajantes" na Faixa de Gaza e permitir a entrada de ajuda humanitária. 

"Não ficaremos de braços cruzados", disseram os premiês Macron, Keir Starmer e Mark Carney numa declaração conjunta, que também classificou o sofrimento da população civil em Gaza como intolerável.

Israel bloqueia a entrega de ajuda humanitária para cerca de 2,2 milhões de pessoas na estreita faixa costeira do Mediterrâneo desde março, e esse bloqueio só foi aliviado uma semana atrás. Mas, mais ou menos então, os militares israelenses iniciaram uma nova ofensiva militar em Gaza, com consequências catastróficas para a população local. Além disso, alguns integrantes de extrema direita do governo israelense defenderam a expulsão dos palestinos da Faixa de Gaza.

<><> Embargo às exportações de armas

Essa situação, aliada aos relatos de pessoas passando fome e de assistência médica precária na Faixa de Gaza, também desencadeou reações de políticos alemães. Vários, incluindo alguns do partido governista SPD, se manifestaram a favor da interrupção das exportações de armas para Israel.

"As exportações de armas para Israel devem ser suspensas porque a Alemanha não deve participar dos crimes de guerra do governo israelense", afirmou a parlamentar Isabel Cademartori, do SPD. Ela alertou que, do contrário, a própria Alemanha pode ser processada em tribunais internacionais.

Esse temor era expresso já há algum tempo por políticos em Berlim, mas não em público. Segundo estimativas, empresas alemãs venderam armas no valor de 161 milhões de euros a Israel no ano passado.

<><> "Isso não pode ser razão de Estado alemã"

O encarregado de antissemitismo do governo alemão, Felix Klein, foi ainda mais longe em suas críticas ao governo Netanyahu. "Matar os palestinos de fome e piorar deliberadamente a situação humanitária não tem nada a ver com garantir o direito de existência de Israel. E isso não pode ser razão de Estado alemã", declarou ao jornal Frankfurter Allgemeine Sonntagszeitung.

Na semana passada, os ministros do Exterior da UE debateram acaloradamente em Bruxelas se o bloco deveria alterar ou mesmo rescindir seu acordo de associação com Israel. A Alemanha é contra qualquer mudança.

Para a eurodeputada da CDU Hildegard Bentele, a União Europeia não deve cortar seus laços com Israel. "Devemos usar nossas conexões para influenciar o governo israelense. Portanto, não devemos encerrar nossa cooperação, mas cooperar ainda mais estreitamente, especialmente para levar ajuda humanitária de volta à Faixa de Gaza."

<><> Choque de posições na Espanha

O ministro alemão do Exterior, Johann Wadephul, foi confrontado nesta segunda-feira com um possível embargo de armas a Israel durante uma visita à Espanha. O governo espanhol defende o fim das vendas de armas para Israel. Para Wadephul, isso seria ir longe demais. "Ninguém está dizendo que a situação atual é aceitável e pode continuar sendo tolerada. Nem a Alemanha", declarou, após o encontro com seu colega espanhol, José Manuel Albares.

O Partido Verde tem a mesma posição. Seu copresidente Felix Banaszak também é contra a interrupção total das vendas de armas a Israel. "Esse país está sob ameaça existencial desde a sua fundação. E ao seu redor há países que não têm os melhores interesses para com ele. Israel não pode ficar indefeso diante de tal ameaça. E isso inclui ter que se defender", disse à emissora RTL, mencionando o Irã como exemplo de país hostil a Israel.

Mesmo com o tom mais duro em relação ao governo de Netanyahu, parece que essa vai continuar sendo a posição do governo alemão.

Antes de ser eleito chanceler, Merz convidou Netanyahu para visitar a Alemanha, mesmo sabendo que o Tribunal Penal Internacional (TPI) havia emitido um mandado de prisão contra Netanyahu no outono de 2024. Depois de assumir o cargo, Merz não repetiu mais o convite.

¨      Alemanha vai produzir armas de longo alcance com a Ucrânia

A Alemanha e a Ucrânia pretendem produzir armas de longo alcance em conjunto, anunciou nesta quarta-feira (28/05) o chanceler federal alemão, Friedrich Merz, em coletiva de imprensa ao lado do presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, em Berlim.

Segundo Merz, os ministros da Defesa dos dois países assinam nesta tarde uma carta de intenções que, além de permitir a fabricação conjunta, também facilita a "aquisição de sistemas de armas de longo alcance de produção ucraniana".

A medida representa "o início de uma nova forma de cooperação militar-industrial" entre os países, disse o chanceler alemão. Zelenski acrescentou que a carta de intenções envolveria inicialmente o financiamento de projetos de produção de armamentos que já estão em andamento na Ucrânia.

No entanto, Merz não disse se pretende atender ao pedido de Kiev para transferir os mísseis alemães de longo alcance Taurus para serem usados contra a Rússia.

O uso deste tipo de armamento, que permite atacar pontos mais profundos do território russo, gerou embates entre Moscou e os EUA durante a administração de Joe Biden, por exemplo. Moscou já advertiu Berlim a não transferir os foguetes a Kiev. 

Na última segunda-feira, Merz reacendeu o debate ao dizer que Berlim não vai impor limites no emprego de sistemas de longo alcance aos ucranianos, sem citar quais armas seriam essas.

O Taurus alemão, com um alcance de mais de 500 quilômetros, poderia permitir que Kiev atingisse centros logísticos russos bem atrás das linhas inimigas com alta precisão.

Questionado se o exército ucraniano ainda conta com os mísses Taurus mesmo com o novo acordo, Zelenski reforçou seu interesse no armamento alemão. "É claro que precisamos deles, é claro que discutiremos essa questão".

<><> Ucrânia e Alemanha ampliam cooperação

O presidente ucraniano se reúne com Merz no momento em que a Ucrânia busca mais apoio militar em meio a uma nova escalada na campanha militar russa, apesar dos esforços liderados pelos EUA para acabar com a guerra.

Nos últimos dias, a Rússia capturou novas cidades ao leste da Ucrânia e, segundo Zelenski, estacionou 50 mil homens em sua fronteira nordeste.

Merz prometeu responder com uma pressão ainda maior sobre Vladimir Putin. Ele criticou a demora russa de enviar um posicionamento sobre o cessar-fogo após a última rodada de negociações com oficiais ucranianos. "A Ucrânia está pronta para negociações técnicas, independentemente da localização, e os europeus apoiarão isso", disse Merz. A Alemanha é o segundo maior fornecedor de ajuda militar à Ucrânia.

Já Zelenski aproveitou o encontro em Berlim para pedir à Otan que convide seu país à cúpula da aliança em junho. "Se a Ucrânia não estiver presente na cúpula da Otan, será uma vitória para Putin, mas não sobre a Ucrânia, e sim sobre a Otan. Portanto, a decisão cabe aos nossos parceiros", disse ele.

Esta é a terceira visita do ucraniano à Alemanha desde o início da guerra, em 2022. Ele também esteve em Berlim em junho e outubro de 2024.

Os dois países devem estreitar laços ainda mais sob o governo de Merz. O chanceler federal alemão prometeu estabelecer consultas governamentais conjuntas com a Ucrânia ainda este ano.

O modelo de reunião aproxima não apenas os chefes de governo mas também os respectivos gabinetes para rápidas decisões conjuntas. A última aconteceu no final de 2023.

<><> A operação do Nord Stream 2

Merz descartou a possibilidade de a Alemanha voltar a usar o gasoduto Nord Stream 2, que cruza o Mar Báltico, para receber gás russo. Em março, membros do seu partido, a União Democrata Cristã,provocaram críticas ao apoiarem a possibilidade de reabrir a rede de transporte de gás, considerada vital pela Rússia para financiar sua campanha militar.

"Faremos de tudo para garantir que o Nord Stream 2 não possa ser recolocado em operação", disse Merz.

<><> Rússia chama plano alemão de "irresponsável"

A Rússia reagiu ao plano de produção de armas anunciado por Merz. O Kremlin afirmou que o projeto é "irresponsável", mas sugeriu que uma nova rodada de negociações por um cessar-fogo seja marcada novamente na Turquia.

"Esse é um caminho muito perigoso, uma posição irresponsável que a Alemanha está assumindo", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

Horas antes do anúncio de Merz, o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, já havia expressado preocupação com os planos do governo alemão de aumentar seus gastos em Defesa.

As declarações de Merz de que "a Alemanha, em suas palavras, quer se tornar a principal potência militar da Europa, são muito preocupantes", disse Lavrov a jornalistas em Moscou. Segundo ele, os alemães desencadearam duas guerras mundiais quando assumiram este papel na Europa.

 

Fonte: DW Brasil

 

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