sábado, 31 de maio de 2025

Eyad Amawi: Vi a realidade da "ajuda" apoiada por Israel para Gaza. Não passa de um golpe mortal de relações públicas

Soldados israelenses atiraram contra uma enorme multidão de palestinos famintos que só queriam comer. Alguns deles caminharam mais de 10 km para chegar ao que era então o único ponto de distribuição de ajuda em Gaza. Eles buscavam ajuda da Fundação Humanitária de Gaza (GHF), um grupo de logística recém-formado, apoiado por Israel, que havia estabelecido um centro de distribuição em Rafah. Israel e a GHF perderam o controle da multidão ; palestinos foram baleados e mortos por buscarem comida, e dezenas ficaram feridos.

O que a GHF está fazendo nada mais é do que uma campanha de relações públicas: está promovendo a ilusão de que a ajuda começou a chegar à Faixa de Gaza de forma significativa. O que descobrimos é que a GHF distribuiu apenas o equivalente a oito caminhões de alimentos na quarta-feira. Além disso, uma instituição de caridade americana, a Rahma Worldwide, que tinha cestas básicas que não conseguiu levar para Gaza e, portanto, permitiu que fossem "tomadas sob custódia" pela GHF, acusou a organização de usar seu logotipo sem permissão na distribuição de ajuda. (A Rahma disse que se opõe a trabalhar com a GHF devido ao uso de seguranças armados.) Em última análise, há dezenas de milhares de pessoas em toda a Faixa de Gaza que não conseguirão chegar aos centros recém-criados. Mesmo que funcionem, não atenderão às crescentes necessidades diárias da população local.

Como trabalhador humanitário, ouvi as notícias esta semana em desespero. Isso não é sustentável. Não é uma resposta ao cerco total que Israel nos impôs. A entrada incondicional de ajuda supervisionada por agências da ONU é a única solução.

Dezenove meses atrás, a catástrofe que estamos vivenciando seria inimaginável. A escala de sofrimento e dor é incompreensível. As pessoas aqui andam pelas ruas sem comida ou água potável, e o padrão de vida atingiu o ponto mais baixo da história recente, com inflação debilitante e prateleiras vazias.

Por mais de 600 dias, trabalhadores humanitários como eu nos dedicamos a cuidar da população de Gaza sob a ocupação e os bombardeios brutais de Israel. Ministros do governo israelense declararam sua intenção de realizar uma limpeza étnica em todos os palestinos na Faixa de Gaza. Com a proibição total de todos os tipos de ajuda humanitária e médica – e a única passagem humanitária, Kerem Shalom, no sul, fechada desde março – a distribuição de ajuda tem enfrentado inúmeros desafios.

Nosso comitê local de distribuição de ajuda tem trabalhado em parceria com entidades locais e internacionais para tentar aliviar o sofrimento de civis, especialmente crianças, em meio às ondas de deslocamento. Dezenove meses de ordens de evacuação, forçando as pessoas a fugir sem aviso prévio, muitas vezes sob bombardeios e com medo, deixaram todos em pânico. As pessoas não sabem para onde ir ou quais itens essenciais – como comida, água ou cobertores – levar consigo.

Durante as primeiras ondas de deslocamento, agências de assistência montaram dezenas de acampamentos em cada região e estabeleceram infraestrutura temporária para drenagem de água e abastecimento de água potável, dependendo da nossa capacidade de fornecer poços ou coordenar com os municípios locais restantes em diferentes áreas da Faixa.

Mas, à medida que os bombardeios e as operações militares se intensificavam, nossos esforços humanitários eram constantemente ameaçados. Apesar dos repetidos contratempos, permanecemos determinados a continuar a alcançar as crianças, os feridos e os deslocados – muitos dos quais foram deslocados à força, uma média de cinco vezes o número de pessoas por família.

Gaza está sob fogo há quase 20 meses, mas o capítulo mais terrível se desenrolou nos últimos 90 dias, com foguetes e fome devastando os corpos de crianças. Conheço pessoalmente muitas pessoas que foram mortas ou feridas. Organizações humanitárias têm continuado seu trabalho em meio a essa complexidade incompreensível, mas, neste momento, mesmo as propostas mais básicas são irrealistas – tentar alimentar e cuidar de milhares de pessoas que mal conseguem encontrar o sustento diário.

Como afirmou o diretor do Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU: os caminhões de ajuda que chegaram são "uma gota no oceano". Não podemos realizar nosso trabalho a menos que a comunidade internacional exerça pressão genuína sobre Israel. Até as estradas estão fechadas e os prédios reduzidos a escombros, impossibilitando a entrega da ajuda. Não poderia ser mais claro: precisamos de acesso incondicional à ajuda alimentar para evitar uma catástrofe ainda mais devastadora.

Gaza precisa de pelo menos 500 a 600 caminhões por dia para atender às suas necessidades humanitárias. Um punhado de centros operando no sul da Faixa de Gaza não substitui as centenas de centros de distribuição vinculados a programas e instituições da ONU que foram forçados a interromper suas operações devido ao bloqueio. O que deve ser dito claramente é que há uma necessidade urgente de deter o genocídio e permitir a entrada incondicional de ajuda. Somente por meio da distribuição por agências da ONU e pela comunidade internacional – não por Israel – começaremos a aliviar esta crise.

¨      Israel e EUA exploram a fome dos palestinos e usam ajuda humanitária para expulsá-los de Gaza. Por Jonah Valdez

Quando o governo Trump revelou seus planos de colocar uma ONG recém-criada, sem nenhuma experiência humanitária, no encargo da distribuição de ajuda humanitária aos palestinos em Gaza, no começo do mês, a indignação entre as organizações humanitárias foi generalizada.

Segundo o plano, que tem apoio dos governos dos EUA e de Israel, os civis seriam levados a se concentrarem no sul de Gaza, nas chamadas “zonas estéreis”, controladas pelos militares israelenses. A nova ONG, liderada por um ex-fuzileiro naval dos EUA, seria a única distribuidora de ajuda humanitária, em alguns poucos locais. A segurança seria feita por contratados dos EUA, incluindo um grupo dirigido por um ex-dirigente da CIA.

A comunidade humanitária receava que o governo israelense fosse instrumentalizar o novo plano de ajuda como arma contra os palestinos, que atualmente enfrentam fome em massa, em razão do bloqueio de 11 semanas realizado por Israel. Alguns especialistas no assunto compararam as zonas com um “campo de concentração”, dizendo que o plano só serviria para desalojar ainda mais palestinos. Algumas autoridades israelenses disseram ter esperança de que o plano vá expulsar permanentemente os palestinos de Gaza.

Esses receios se mostraram premonitórios na terça-feira (26), quando o plano de ajuda, liderado pela Fundação Humanitária de Gaza, ou GHF, foi colocado em prática no bairro de Tel Al-Sultan, em Al-Mawasi, Rafah. Milhares de palestinos foram obrigado a andar quilômetros até o local, onde as grandes multidões se espremiam em corredores cercados, enquanto seguranças particulares dos EUA, contratados, armados com fuzis de assalto, tomavam conta das caixas de ajuda.

Durante a distribuição, os guardas inicialmente submeteram os as pessoas a revistas intensas, mas depois afrouxaram a segurança, segundo contaram ao Intercept dos EUA duas fontes que monitoravam o processo.

Nesse ponto, a multidão começou a invadir o local de distribuição, tentando receber os mantimentos. Tiros foram ouvidos, levando a multidão a fugir. Pelo menos três pessoas foram mortas e outras 47 ficaram feridas em meio aos tiros e à superlotação, segundo notícias que citam autoridades de Gaza. Outras seis pessoas foram mortas e 15 ficaram feridas a tiros na quarta-feira, na região de Qizan Rashwan, perto de Khan Younis, enquanto se encaminhavam para receber a ajuda em um local ao norte de Rafah, segundo autoridades e organizações humanitárias.

A organização Euro-Med Human Rights Monitor, com sede em Genebra, confirmou na terça-feira a morte de sete pessoas, e disse que 47 ficaram feridas por tiros disparados, tanto pelos militares israelenses, quanto pelas empresas privadas de segurança dos EUA. A organização disse que os soldados israelenses haviam entrado no local para tirar contra a multidão na terça-feira. E que, na quarta-feira, os militares enviaram mensagens de texto aos palestinos, com instruções para irem receber os mantimentos na área do corredor Morag, ao norte de Rafah. Quando chegaram, as multidões em busca de ajuda foram novamente recebidas a tiros, que mataram seis pessoas, incluindo uma mulher idosa. A organização citou seus pesquisadores de campo, que confirmaram que os feridos foram vistos no Hospital Al-Najjar e em um hospital da Cruz Vermelha. A organização também recebeu relatos de sete pessoas que foram buscar ajuda no centro de distribuição, mas nunca voltaram.

‘A ajuda está sendo usada como arma, não como tábua de salvação.’

Vídeos publicados nas redes sociais mostravam milhares de pessoas avançando para o local de distribuição. As imagens mostram que, quando os tiros foram ouvidos, a multidão se dispersou em busca de segurança ao longo de trincheiras de terra e cercas derrubadas. Em um dos vídeos, um homem arrastando uma caixa de ajuda humanitária diz que havia andado mais de 10 quilômetros até o local de distribuição, onde viu um jovem ser morto na sua frente.

“É isso que acontece quando você tenta substituir o sistema humanitário por uma agenda política”, diz Abdalwahab Hamad, gerente do escritório em Gaza da organização humanitária paestina Juhoud. “Aqueles milhares de palestinos, famintos e desesperados, invadiram o centro de distribuição, não porque são violentos, não porque as pessoas estão com fome, mas porque a ajuda está sendo usada como arma, não como tábua de salvação.”

Em um comunicado ao Intercept dos EUA, os militares israelenses contestaram os relatos de campo e minimizaram qualquer menção à violência, dizendo que os soldados havia “disparado tiros de alerta na área fora do complexo” antes de conseguirem controlar o local.

A Fundação Humanitária de Gaza negou os relatos de vítimas em seus locais de distribuição, e disse em um comunicado ao Intercept que nenhuma das pessoas que estavam recebendo os mantimentos foi morta ou ferida. A GHF também disse que nenhum tiro foi disparado contra a multidão, e refutou os relatos de violência como “desinformação”. No total, 14.550 caixas foram entregues nos dois locais de distribuição, com o objetivo de abrir outros dois, segundo a fundação.

“De acordo com o protocolo estabelecido, por um breve momento a equipe da GHF intencionalmente afroxou os protocolos de segurança para se proteger contra as reações da multidão ao finalmente receber alimentos”, diz o comunicado da fundação. “A ordem foi restaurada sem incidentes.”

Oren Marmorstein, porta-voz do ministério das Relações Exteriores de Israel, minimizou o caos da terça-feira, alegando que a fundação havia entregado 8 mil caixas de mantimentos aos palestinos, e publicando imagens de caixas de papelão repletas de farinha, macarrão e óleo. “Ajuda humanitária para o povo de Gaza, não para o Hamas”, dizia a legenda da foto que ele publicou nas redes sociais.

O pretexto para esse novo regime de distribuição é a teoria, defendida por Israel e pelo governo dos EUA, de que o Hamas vem roubando esses mantimentos para enriquecer e controlar o povo de Gaza.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, repetiu na terça-feira a acusação infundada, durante a Conferência da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto, dizendo que precisava transferir a população de Gaza para o sul, “para sua própria proteção” contra o Hamas.

Nem Israel, nem os EUA forneceram provas dessas acusações.

Israel, no entanto, vem instrumentalizando o acesso à ajuda humanitária ao longo da atual guerra em Gaza. A prática remonta pelo menos à década de 1990, mas se intensificou em 2007, depois que o Hamas foi eleito para controlar Gaza. A prática continua ao longo da mais recente invasão de Israel na Faixa de Gaza, após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023.

Desde que Israel impôs o bloqueio total contra Gaza, em 2 de março deste ano, a insegurança alimentar se espalhou por toda a região, e 1 em cada 5 palestinos em Gaza enfrenta a fome. Mais de 9 mil crianças já foram tratadas por desnutrição aguda este ano. Na semana passada, 29 crianças e idosos sofreram mortes relacionadas à fome, segundo as autoridades de saúde de Gaza.

Durante a primeira semana da atual ofensiva de Israel, de codinome Operação Carruagens de Gideão, mais de 180 mil palestinos foram desalojados, segundo a ONU. Mais de 600 palestinos também foram mortos nos ataques aéreos israelenses sem curso. Logo que o novo ataque foi lançado, Netanyahu anunciou que o governo autorizaria a entrada de uma ajuda “mínima” ou em “quantidade básica” em Gaza, para evitar mais reações internacionais. Depois que grupos coordenados pela ONU conseguiram entregar pequenas quantidades de mantimentos para os palestinos, algumas das padarias do Programa Mundial de Alimentos, no sul de Gaza, reabriram na semana passada, mas precisaram fechar novamente depois de três dias, por falta de farinha.

Ramy Abdu, presidente da organização Euro-Med Human Rights Monitor, que vem acompanhando os ataques contra civis por Israel em Gaza, diz que as atuais restrições contra a ajuda humanitária evocam um estudo militar israelense de 2008, que calculou com precisão o número mínimo de calorias de que um palestino precisava para evitar a desnutrição. Para eles, isso comprova que o governo está limitando ilegalmente a entrada de alimentos no território.

“Estamos falando sobre gestão da fome e/ou engenharia da fome”, diz Ablu, “que no final serve à agenda e aos propósitos israelenses”.

O plano de ajuda humanitária de Israel deixa de lado a ONU, que tem uma equipe de mais de 13 mil trabalhadores em Gaza e vem sendo em grande parte responsável pela entrega de mantimentos aos palestinos durante a guerra de Israel em Gaza. As organizações humanitárias criticaram o plano, dizendo que não querem ser cúmplices no deslocamento de milhares de palestinos.

A GHF era liderada por um ex-atirador de elite dos Fuzileiros Navais dos EUA, Jake Wood, que comandou missões humanitárias para o Haiti e outros locais de desastre pelo mundo com sua organização, Team Rubicon. Wood pediu demissão no começo da semana, antes da entrada em vigor do novo plano, dizendo que a fundação não teria condições de seguir “os princípios humanitários de humanidade, neutralidade, imparcialidade e independência, que não pretendo abandonar”.

A GHF, que opera com 100 milhões de dólares (560 milhões de reais) de financiamento, seguiu adiante na segunda-feira sem Wood, e abasteceu seus centros para fazer a distribuição na terça-feira. Seguranças armados das empresas privadas Safe Reach Solutions, com sede no estado de Wyoming, nos EUA, e UG Solutions, com sede na Carolina do Norte, faziam a guarda dos locais. A Safe Reach Solutions é comandada por Philip F. Reilly, ex-agente da CIA que treinou os Contras de direita na Nicarágua na década de 1980, e foi um dos primeiros a serem destacados para o Afeganistão em 2001, vindo a se tornar chefe da estação em Cabul antes de migrar para o setor privado, segundo uma investigação do New York Times.

‘Não é possível substituir um sistema humanitário por um posto de controle e esperar paz.’

Hamad chamou o incidente de terça-feira de “punição disfarçada de caridade”, e pediu ao governo israelense que permita à ONu retomar o controle do processo de distribuição de ajuda humanitária.

“A ajuda em Gaza não deveria ser política, não deveria ser condicional. Ela só funciona quando é protegida, quando é neutra, e coordenada por organizações como a ONU”, diz Hamad. Ele acrescenta que os palestinos em Gaza têm confiança nos grupos apoiados pela ONU, e a ONU já tem a infraestrutura necessária para identificar claramente as necessidades e atendê-las.

“Não é possível substituir um sistema humanitário por um posto de controle e esperar paz”, ele diz, “porque é uma caridade controlada pelos militares, e as pessoas estavam lá apenas por desespero.”

¨      Organização beneficente acusa grupo de alimentos de Gaza apoiado por Israel de uso não autorizado de logotipo

Uma instituição de caridade dos EUA acusou a Fundação Humanitária de Gaza (GHF), o controverso grupo apoiado por Israel que começou a distribuir alimentos em Gaza esta semana , de enviar fotos de entregas contendo seu logotipo sem permissão.

Imagens distribuídas pela GHF esta semana mostraram remessas com uma etiqueta da Rahma Worldwide, sediada em Michigan, como parte de sua primeira distribuição de alimentos para locais dentro de Gaza. A distribuição foi marcada por cenas de caos na terça-feira, depois que multidões invadiram um centro de distribuição administrado pela GHF e as forças israelenses disseram ter disparado "tiros de advertência". Autoridades de saúde de Gaza disseram que pelo menos um civil foi morto e 48 ficaram feridos no incidente.

A ajuda com o logotipo da Rahma, exibida com destaque em um pacote de imprensa distribuído pela GHF, sugeriu a alguns veículos de comunicação que os grupos eram parceiros oficiais. Isso seria um endosso importante, visto que aumentaram as dúvidas sobre o financiamento da GHF e a falta de parceiros ou experiência na distribuição de ajuda.

Jatos israelenses continuaram a bombardear áreas de Gaza na quinta-feira, matando pelo menos 45 pessoas, incluindo 23 em um ataque ao acampamento de Bureij, no centro da Faixa de Gaza, disseram profissionais de saúde palestinos.

A mídia israelense noticiou que o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, havia informado às famílias dos reféns mantidos no território que havia aceitado uma nova proposta de cessar-fogo apresentada pelo enviado de Donald Trump para o Oriente Médio, Steve Witkoff. Não houve mais detalhes imediatos. O Hamas havia informado anteriormente que havia recebido a nova proposta de mediadores e que a estava estudando.

As especulações em torno de um possível cessar-fogo aumentaram depois que Witkoff disse que a Casa Branca estava preparando um rascunho de documento que poderia fornecer a base para um acordo.

A ONU e grupos humanitários se opuseram ao novo sistema liderado pelo GHF . Eles afirmam que Israel está tentando usar alimentos como arma e que um novo sistema não será eficaz.

Em um comunicado, a Rahma disse que já havia "obtido todas as autorizações necessárias" para que 4.000 caixas de alimentos cruzassem para Gaza, mas nenhuma havia entrado.

Israel impediu que a ONU e outras organizações humanitárias enviassem alimentos para Gaza, onde as pessoas estão morrendo de fome.

Incapaz de levar a comida, Rahma permitiu que os contêineres fossem "tomados sob custódia" pela GHF. Rahma acrescentou, no entanto, que se recusou a permitir que seu pessoal participasse da distribuição devido ao uso de seguranças armados pela GHF.

“Notamos imagens de nossas caixas de alimentos com logotipo sendo distribuídas sem o envolvimento direto de Rahma”, disse o grupo em um comunicado. “Rahma não autorizou tal distribuição, e nenhum membro de nossa equipe foi autorizado a participar desse processo.”

Em uma declaração separada, o diretor executivo e fundador da Rahma disse que a empresa permitiu que a GHF transportasse a ajuda, que estava retida na fronteira, devido à "grave necessidade em Gaza", mas exigiu uma explicação formal sobre o motivo pelo qual a ajuda foi distribuída em seu nome.

“Estipulamos que o logotipo da Rahma fosse removido dos pacotes de ajuda”, disse o Dr. Shadi Omar Zaza, chefe da Rahma. “Para nossa surpresa, o logotipo da organização não foi removido, e a empresa de segurança distribuiu esses pacotes com o logotipo da Rahma Worldwide.”

Palestinos descreveram mais cenas de caos na quinta-feira em um centro do GHF, enquanto seguranças lutavam para controlar a multidão. As pessoas se dispersaram ao som de tiros, embora não tenha ficado claro quem atirou ou se houve vítimas.

Zaza afirmou que o uso de agentes de segurança armados pelo GHF violava a carta operacional e o mandato humanitário de Rahma. "Não aceitaremos e não faremos parte deste mecanismo de distribuição de ajuda – porque não permitimos que atores armados, não permitimos que nenhuma parte armada interfira em nosso trabalho de assistência", disse ele.

 

Fonte: The Guardian/The Intercept

 

Nenhum comentário: