Eyad
Amawi: Vi a realidade da "ajuda" apoiada por Israel para Gaza. Não
passa de um golpe mortal de relações públicas
Soldados
israelenses atiraram contra uma enorme multidão de palestinos famintos que só
queriam comer. Alguns deles caminharam mais de 10 km para chegar ao que era
então o único ponto de distribuição de ajuda em Gaza. Eles buscavam ajuda da
Fundação Humanitária de Gaza (GHF), um grupo de logística recém-formado,
apoiado por Israel, que havia estabelecido um centro de distribuição em Rafah.
Israel e a GHF perderam o controle da multidão ; palestinos
foram baleados e mortos por buscarem comida, e dezenas ficaram feridos.
O que a
GHF está fazendo nada mais é do que uma campanha de relações públicas: está
promovendo a ilusão de que a ajuda começou a chegar à Faixa de Gaza de forma
significativa. O que descobrimos é que a GHF distribuiu apenas o equivalente a
oito caminhões de alimentos na quarta-feira. Além disso, uma instituição de
caridade americana, a Rahma Worldwide, que tinha cestas básicas que não
conseguiu levar para Gaza e, portanto, permitiu que fossem "tomadas sob
custódia" pela GHF, acusou a organização de usar seu logotipo sem permissão na distribuição
de ajuda. (A Rahma disse que se opõe a trabalhar com a GHF devido ao uso de
seguranças armados.) Em última análise, há dezenas de milhares de pessoas
em toda a Faixa de Gaza que não conseguirão chegar aos centros recém-criados.
Mesmo que funcionem, não atenderão às crescentes necessidades diárias da
população local.
Como
trabalhador humanitário, ouvi as notícias esta semana em desespero. Isso não é
sustentável. Não é uma resposta ao cerco total que Israel nos impôs. A entrada incondicional de ajuda
supervisionada por agências da ONU é a única solução.
Dezenove
meses atrás, a catástrofe que estamos vivenciando seria inimaginável. A escala
de sofrimento e dor é incompreensível. As pessoas aqui andam pelas ruas sem
comida ou água potável, e o padrão de vida atingiu o ponto mais baixo da
história recente, com inflação debilitante e prateleiras vazias.
Por
mais de 600 dias, trabalhadores humanitários como eu nos dedicamos a cuidar da
população de Gaza sob a ocupação e os bombardeios brutais de Israel. Ministros
do governo israelense declararam sua intenção de realizar uma
limpeza étnica em todos os palestinos na Faixa de Gaza. Com a proibição total
de todos os tipos de ajuda humanitária e médica – e a única passagem
humanitária, Kerem Shalom, no sul, fechada desde março – a distribuição de
ajuda tem enfrentado inúmeros desafios.
Nosso
comitê local de distribuição de ajuda tem trabalhado em parceria com entidades
locais e internacionais para tentar aliviar o sofrimento de civis,
especialmente crianças, em meio às ondas de deslocamento. Dezenove meses de
ordens de evacuação, forçando as pessoas a fugir sem aviso prévio, muitas vezes
sob bombardeios e com medo, deixaram todos em pânico. As pessoas não sabem para
onde ir ou quais itens essenciais – como comida, água ou cobertores – levar
consigo.
Durante
as primeiras ondas de deslocamento, agências de assistência montaram dezenas de
acampamentos em cada região e estabeleceram infraestrutura temporária para
drenagem de água e abastecimento de água potável, dependendo da nossa
capacidade de fornecer poços ou coordenar com os municípios locais restantes em
diferentes áreas da Faixa.
Mas, à
medida que os bombardeios e as operações militares se intensificavam, nossos
esforços humanitários eram constantemente ameaçados. Apesar dos repetidos
contratempos, permanecemos determinados a continuar a alcançar as crianças, os
feridos e os deslocados – muitos dos quais foram deslocados à força, uma média
de cinco vezes o número de pessoas por família.
Gaza
está sob fogo há quase 20 meses, mas o capítulo mais terrível se desenrolou nos
últimos 90 dias, com foguetes e fome devastando os corpos de crianças. Conheço
pessoalmente muitas pessoas que foram mortas ou feridas. Organizações
humanitárias têm continuado seu trabalho em meio a essa complexidade
incompreensível, mas, neste momento, mesmo as propostas mais básicas são
irrealistas – tentar alimentar e cuidar de milhares de pessoas que mal
conseguem encontrar o sustento diário.
Como
afirmou o diretor do Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU: os caminhões
de ajuda que chegaram são "uma gota no oceano". Não podemos realizar
nosso trabalho a menos que a comunidade internacional exerça pressão genuína
sobre Israel. Até as estradas estão fechadas e os prédios reduzidos a
escombros, impossibilitando a entrega da ajuda. Não poderia ser mais claro:
precisamos de acesso incondicional à ajuda alimentar para evitar uma catástrofe
ainda mais devastadora.
Gaza precisa de pelo menos 500 a 600
caminhões por
dia para atender às suas necessidades humanitárias. Um punhado de centros
operando no sul da Faixa de Gaza não substitui as centenas de centros de
distribuição vinculados a programas e instituições da ONU que foram forçados a
interromper suas operações devido ao bloqueio. O que deve ser dito claramente é
que há uma necessidade urgente de deter o genocídio e permitir a entrada
incondicional de ajuda. Somente por meio da distribuição por agências da ONU e
pela comunidade internacional – não por Israel – começaremos a aliviar esta
crise.
¨
Israel e EUA exploram a fome dos palestinos e usam ajuda
humanitária para expulsá-los de Gaza. Por Jonah Valdez
Quando
o governo Trump revelou seus planos de colocar uma ONG recém-criada, sem
nenhuma experiência humanitária, no encargo da distribuição de ajuda
humanitária aos palestinos em Gaza, no começo do mês, a indignação entre as
organizações humanitárias foi generalizada.
Segundo
o plano, que tem apoio dos governos dos EUA e de Israel, os civis seriam
levados a se concentrarem no sul de Gaza, nas chamadas “zonas estéreis”,
controladas pelos militares israelenses. A nova ONG, liderada por um
ex-fuzileiro naval dos EUA, seria a única distribuidora de ajuda humanitária,
em alguns poucos locais. A segurança seria feita por contratados dos EUA,
incluindo um grupo dirigido por um ex-dirigente da CIA.
A
comunidade humanitária receava que o governo israelense fosse instrumentalizar
o novo plano de ajuda como arma contra os palestinos, que atualmente enfrentam
fome em massa, em razão do bloqueio de 11 semanas realizado por Israel. Alguns
especialistas no assunto compararam as zonas com um “campo de concentração”,
dizendo que o plano só serviria para desalojar ainda mais palestinos. Algumas
autoridades israelenses disseram ter esperança de que o plano vá expulsar
permanentemente os palestinos de Gaza.
Esses
receios se mostraram premonitórios na terça-feira (26), quando o plano de
ajuda, liderado pela Fundação Humanitária de Gaza, ou GHF, foi colocado em
prática no bairro de Tel Al-Sultan, em Al-Mawasi, Rafah. Milhares de palestinos
foram obrigado a andar quilômetros até o local, onde as grandes multidões se
espremiam em corredores cercados, enquanto seguranças particulares dos EUA,
contratados, armados com fuzis de assalto, tomavam conta das caixas de ajuda.
Durante
a distribuição, os guardas inicialmente submeteram os as pessoas a revistas
intensas, mas depois afrouxaram a segurança, segundo contaram ao Intercept dos
EUA duas fontes que monitoravam o processo.
Nesse
ponto, a multidão começou a invadir o local de distribuição, tentando receber
os mantimentos. Tiros foram ouvidos, levando a multidão a fugir. Pelo menos
três pessoas foram mortas e outras 47 ficaram feridas em meio aos tiros e à
superlotação, segundo notícias que citam autoridades de Gaza. Outras seis
pessoas foram mortas e 15 ficaram feridas a tiros na quarta-feira, na região de
Qizan Rashwan, perto de Khan Younis, enquanto se encaminhavam para receber a
ajuda em um local ao norte de Rafah, segundo autoridades e organizações
humanitárias.
A
organização Euro-Med Human Rights Monitor, com sede em Genebra, confirmou na
terça-feira a morte de sete pessoas, e disse que 47 ficaram feridas por tiros
disparados, tanto pelos militares israelenses, quanto pelas empresas privadas
de segurança dos EUA. A organização disse que os soldados israelenses haviam
entrado no local para tirar contra a multidão na terça-feira. E que, na
quarta-feira, os militares enviaram mensagens de texto aos palestinos, com
instruções para irem receber os mantimentos na área do corredor Morag, ao norte
de Rafah. Quando chegaram, as multidões em busca de ajuda foram novamente
recebidas a tiros, que mataram seis pessoas, incluindo uma mulher idosa. A
organização citou seus pesquisadores de campo, que confirmaram que os feridos foram
vistos no Hospital Al-Najjar e em um hospital da Cruz Vermelha. A organização
também recebeu relatos de sete pessoas que foram buscar ajuda no centro de
distribuição, mas nunca voltaram.
‘A
ajuda está sendo usada como arma, não como tábua de salvação.’
Vídeos
publicados nas redes sociais mostravam milhares de pessoas avançando para o
local de distribuição. As imagens mostram que, quando os tiros foram ouvidos, a
multidão se dispersou em busca de segurança ao longo de trincheiras de terra e
cercas derrubadas. Em um dos vídeos, um homem arrastando uma caixa de ajuda
humanitária diz que havia andado mais de 10 quilômetros até o local de
distribuição, onde viu um jovem ser morto na sua frente.
“É isso
que acontece quando você tenta substituir o sistema humanitário por uma agenda
política”, diz Abdalwahab Hamad, gerente do escritório em Gaza da organização
humanitária paestina Juhoud. “Aqueles milhares de palestinos, famintos e
desesperados, invadiram o centro de distribuição, não porque são violentos, não
porque as pessoas estão com fome, mas porque a ajuda está sendo usada como
arma, não como tábua de salvação.”
Em um
comunicado ao Intercept dos EUA, os militares israelenses contestaram os
relatos de campo e minimizaram qualquer menção à violência, dizendo que os
soldados havia “disparado tiros de alerta na área fora do complexo” antes de
conseguirem controlar o local.
A
Fundação Humanitária de Gaza negou os relatos de vítimas em seus locais de
distribuição, e disse em um comunicado ao Intercept que nenhuma das pessoas que
estavam recebendo os mantimentos foi morta ou ferida. A GHF também disse que
nenhum tiro foi disparado contra a multidão, e refutou os relatos de violência
como “desinformação”. No total, 14.550 caixas foram entregues nos dois locais
de distribuição, com o objetivo de abrir outros dois, segundo a fundação.
“De
acordo com o protocolo estabelecido, por um breve momento a equipe da GHF
intencionalmente afroxou os protocolos de segurança para se proteger contra as
reações da multidão ao finalmente receber alimentos”, diz o comunicado da
fundação. “A ordem foi restaurada sem incidentes.”
Oren
Marmorstein, porta-voz do ministério das Relações Exteriores de Israel,
minimizou o caos da terça-feira, alegando que a fundação havia entregado 8 mil
caixas de mantimentos aos palestinos, e publicando imagens de caixas de papelão
repletas de farinha, macarrão e óleo. “Ajuda humanitária para o povo de Gaza,
não para o Hamas”, dizia a legenda da foto que ele publicou nas redes sociais.
O
pretexto para esse novo regime de distribuição é a teoria, defendida por Israel
e pelo governo dos EUA, de que o Hamas vem roubando esses mantimentos para
enriquecer e controlar o povo de Gaza.
O
primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, repetiu na terça-feira a
acusação infundada, durante a Conferência da Aliança Internacional para a
Memória do Holocausto, dizendo que precisava transferir a população de Gaza
para o sul, “para sua própria proteção” contra o Hamas.
Nem
Israel, nem os EUA forneceram provas dessas acusações.
Israel,
no entanto, vem instrumentalizando o acesso à ajuda humanitária ao longo da
atual guerra em Gaza. A prática remonta pelo menos à década de 1990, mas se
intensificou em 2007, depois que o Hamas foi eleito para controlar Gaza. A
prática continua ao longo da mais recente invasão de Israel na Faixa de Gaza,
após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023.
Desde
que Israel impôs o bloqueio total contra Gaza, em 2 de março deste ano, a
insegurança alimentar se espalhou por toda a região, e 1 em cada 5 palestinos
em Gaza enfrenta a fome. Mais de 9 mil crianças já foram tratadas por
desnutrição aguda este ano. Na semana passada, 29 crianças e idosos sofreram
mortes relacionadas à fome, segundo as autoridades de saúde de Gaza.
Durante
a primeira semana da atual ofensiva de Israel, de codinome Operação Carruagens
de Gideão, mais de 180 mil palestinos foram desalojados, segundo a ONU. Mais de
600 palestinos também foram mortos nos ataques aéreos israelenses sem curso.
Logo que o novo ataque foi lançado, Netanyahu anunciou que o governo
autorizaria a entrada de uma ajuda “mínima” ou em “quantidade básica” em Gaza,
para evitar mais reações internacionais. Depois que grupos coordenados pela ONU
conseguiram entregar pequenas quantidades de mantimentos para os palestinos,
algumas das padarias do Programa Mundial de Alimentos, no sul de Gaza,
reabriram na semana passada, mas precisaram fechar novamente depois de três
dias, por falta de farinha.
Ramy
Abdu, presidente da organização Euro-Med Human Rights Monitor, que vem
acompanhando os ataques contra civis por Israel em Gaza, diz que as atuais
restrições contra a ajuda humanitária evocam um estudo militar israelense de
2008, que calculou com precisão o número mínimo de calorias de que um palestino
precisava para evitar a desnutrição. Para eles, isso comprova que o governo
está limitando ilegalmente a entrada de alimentos no território.
“Estamos
falando sobre gestão da fome e/ou engenharia da fome”, diz Ablu, “que no final
serve à agenda e aos propósitos israelenses”.
O plano
de ajuda humanitária de Israel deixa de lado a ONU, que tem uma equipe de mais
de 13 mil trabalhadores em Gaza e vem sendo em grande parte responsável pela
entrega de mantimentos aos palestinos durante a guerra de Israel em Gaza. As
organizações humanitárias criticaram o plano, dizendo que não querem ser
cúmplices no deslocamento de milhares de palestinos.
A GHF
era liderada por um ex-atirador de elite dos Fuzileiros Navais dos EUA, Jake
Wood, que comandou missões humanitárias para o Haiti e outros locais de
desastre pelo mundo com sua organização, Team Rubicon. Wood pediu demissão no
começo da semana, antes da entrada em vigor do novo plano, dizendo que a
fundação não teria condições de seguir “os princípios humanitários de
humanidade, neutralidade, imparcialidade e independência, que não pretendo
abandonar”.
A GHF,
que opera com 100 milhões de dólares (560 milhões de reais) de financiamento,
seguiu adiante na segunda-feira sem Wood, e abasteceu seus centros para fazer a
distribuição na terça-feira. Seguranças armados das empresas privadas Safe
Reach Solutions, com sede no estado de Wyoming, nos EUA, e UG Solutions, com
sede na Carolina do Norte, faziam a guarda dos locais. A Safe Reach Solutions é
comandada por Philip F. Reilly, ex-agente da CIA que treinou os Contras de
direita na Nicarágua na década de 1980, e foi um dos primeiros a serem
destacados para o Afeganistão em 2001, vindo a se tornar chefe da estação em
Cabul antes de migrar para o setor privado, segundo uma investigação do New
York Times.
‘Não é
possível substituir um sistema humanitário por um posto de controle e esperar
paz.’
Hamad
chamou o incidente de terça-feira de “punição disfarçada de caridade”, e pediu
ao governo israelense que permita à ONu retomar o controle do processo de
distribuição de ajuda humanitária.
“A
ajuda em Gaza não deveria ser política, não deveria ser condicional. Ela só
funciona quando é protegida, quando é neutra, e coordenada por organizações
como a ONU”, diz Hamad. Ele acrescenta que os palestinos em Gaza têm confiança
nos grupos apoiados pela ONU, e a ONU já tem a infraestrutura necessária para
identificar claramente as necessidades e atendê-las.
“Não é
possível substituir um sistema humanitário por um posto de controle e esperar
paz”, ele diz, “porque é uma caridade controlada pelos militares, e as pessoas
estavam lá apenas por desespero.”
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Organização beneficente acusa grupo de alimentos de Gaza
apoiado por Israel de uso não autorizado de logotipo
Uma
instituição de caridade dos EUA acusou a Fundação Humanitária de Gaza (GHF), o
controverso grupo apoiado por Israel que começou a distribuir alimentos em Gaza esta semana , de enviar
fotos de entregas contendo seu logotipo sem permissão.
Imagens
distribuídas pela GHF esta semana mostraram remessas com uma etiqueta da Rahma
Worldwide, sediada em Michigan, como parte de sua primeira distribuição de
alimentos para locais dentro de Gaza. A distribuição foi marcada por cenas de
caos na terça-feira, depois que multidões invadiram um centro de distribuição
administrado pela GHF e as forças israelenses disseram ter disparado
"tiros de advertência". Autoridades de saúde de Gaza disseram que
pelo menos um civil foi morto e 48 ficaram feridos no incidente.
A ajuda
com o logotipo da Rahma, exibida com destaque em um pacote de imprensa
distribuído pela GHF, sugeriu a alguns veículos de comunicação que os grupos
eram parceiros oficiais. Isso seria um endosso importante, visto que aumentaram as dúvidas sobre o
financiamento da GHF e
a falta de parceiros ou experiência na distribuição de ajuda.
Jatos
israelenses continuaram a bombardear áreas de Gaza na quinta-feira, matando pelo menos 45 pessoas,
incluindo 23 em um ataque ao acampamento de Bureij, no centro da Faixa de Gaza,
disseram profissionais de saúde palestinos.
A mídia
israelense noticiou que o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, havia
informado às famílias dos reféns mantidos no território que havia aceitado uma
nova proposta de cessar-fogo apresentada pelo enviado de Donald Trump para o
Oriente Médio, Steve Witkoff. Não houve mais detalhes imediatos. O Hamas havia
informado anteriormente que havia recebido a nova proposta de mediadores e que
a estava estudando.
As
especulações em torno de um possível cessar-fogo aumentaram depois que Witkoff
disse que a Casa Branca estava preparando um rascunho de documento que poderia
fornecer a base para um acordo.
A ONU e
grupos humanitários se opuseram ao novo sistema liderado
pelo GHF .
Eles afirmam que Israel está tentando
usar alimentos como arma e que um novo sistema não será eficaz.
Em um
comunicado, a Rahma disse que já havia "obtido todas as autorizações
necessárias" para que 4.000 caixas de alimentos cruzassem para Gaza, mas
nenhuma havia entrado.
Israel
impediu que a ONU e outras organizações humanitárias enviassem alimentos para
Gaza, onde as pessoas estão morrendo de fome.
Incapaz
de levar a comida, Rahma permitiu que os contêineres fossem "tomados sob
custódia" pela GHF. Rahma acrescentou, no entanto, que se recusou a
permitir que seu pessoal participasse da distribuição devido ao uso de
seguranças armados pela GHF.
“Notamos
imagens de nossas caixas de alimentos com logotipo sendo distribuídas sem o
envolvimento direto de Rahma”, disse o grupo em um comunicado. “Rahma não
autorizou tal distribuição, e nenhum membro de nossa equipe foi autorizado a
participar desse processo.”
Em uma
declaração separada, o diretor executivo e fundador da Rahma disse que a
empresa permitiu que a GHF transportasse a ajuda, que estava retida na
fronteira, devido à "grave necessidade em Gaza", mas exigiu uma
explicação formal sobre o motivo pelo qual a ajuda foi distribuída em seu nome.
“Estipulamos
que o logotipo da Rahma fosse removido dos pacotes de ajuda”, disse o Dr. Shadi
Omar Zaza, chefe da Rahma. “Para nossa surpresa, o logotipo da organização não
foi removido, e a empresa de segurança distribuiu esses pacotes com o logotipo
da Rahma Worldwide.”
Palestinos
descreveram mais cenas de caos na quinta-feira em um centro do GHF, enquanto
seguranças lutavam para controlar a multidão. As pessoas se dispersaram ao som
de tiros, embora não tenha ficado claro quem atirou ou se houve vítimas.
Zaza
afirmou que o uso de agentes de segurança armados pelo GHF violava a carta
operacional e o mandato humanitário de Rahma. "Não aceitaremos e não
faremos parte deste mecanismo de distribuição de ajuda – porque não permitimos
que atores armados, não permitimos que nenhuma parte armada interfira em nosso
trabalho de assistência", disse ele.
Fonte:
The Guardian/The Intercept

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