Ciro
Nogueira é tigrão com o governo e tchutchuca com o tigrinho
O
senador Ciro Nogueira (PP-PI) é o arauto do caos. Com sua voz mansa, tem
repetido aos quatro cantos prognósticos desastrosos sobre o governo e sobre as
pretensões de reeleição de Lula.
Ele
fala o que a turma da Faria Lima quer ouvir, aquele refrão de Estado mínimo e
dinheiro máximo para os bancos. Nada de gastar com benefícios sociais, nada de
rico pagar mais imposto para desonerar os pobres, a receita é repassar mais
grana para quem já tem grana.
Ciro
Nogueira fala essas barbaridades com tranquilidade, como se fosse uma pessoa
confiável. Como se não tivesse participado do governo de Jair Bolsonaro, que
desconjuntou a administração federal de tal forma que o Brasil levará mais
alguns anos para voltar a funcionar direito.
Quem
assiste suas palestras pode até esquecer que o senador pertence ao Centrão,
esse grupo político que existe com um único objetivo: extorquir dinheiro do
governo em proveito de seus objetivos eleitorais ou pessoais. No governo
Bolsonaro essa extorsão atingiu nível tal que o Legislativo tem hoje mais
recursos para executar que o próprio Executivo.
Depois
de sugar ao máximo, essa turma agora desdenha dos cargos ministeriais e já
antecipa o apoio a Tarcísio de Freitas em 2026.
Mesmo
com tamanha folha corrida, Ciro Nogueira tenta se fazer passar por político
sensato, exemplar.
Para
seu azar, assim como um escorpião não consegue conter a própria natureza,
também o senador não consegue esconder suas práticas condenáveis.
Graças
à revista Piauí, ficamos sabendo que ele viajou para a Europa no jatinho
particular do empresário Fernando Oliveira Lima, conhecido como Fernandin OIG.
É dono de empresas de apostas online, que tem no cardápio jogos como o Fortune
Tiger — o famoso “jogo do tigrinho”. Trata-se de um dos maiores responsáveis
pelo vício em jogos, que tem feito tanta gente perder dinheiro.
Fernandinho
OIG é alvo da CPI das Bets, instalada no Senado no fim de 2024 com objetivo de
apurar irregularidades em casas de apostas e possíveis esquemas de manipulação
de resultados em eventos esportivos.
Esses
já seriam motivos suficientes para Ciro Nogueira não aceitar a carona aérea.
Mas é ainda pior: o senador é membro suplente da CPI. Ou seja: ele recebe
favores vultosos de alguém que deveria investigar.
Nesse
novo papel de boneco de ventríloquo da Faria Lima, Ciro Nogueira faz o possível
para que ninguém lembre os escândalos anteriores em que esteve envolvido: foi
investigado por acusação de receber propina da J&F, foi denunciado por
supostamente ter recebido R$ 7,3 milhões da Odebrecht e também acusado de
tentar subornar um assessor parlamentar. Nada disso foi a frente — as denúncias
foram rejeitadas.
Agora,
porém, há um novo escândalo para Ciro Nogueira chamar de seu: o envolvimento do
senador com um dos donos do tigrinho.
Procurado
para se explicar, ele não quis comentar o caso.
Faz
sentido.
Não é
de surpreender que o homem que faz pose de tigrão ao atacar o governo vire
tchutchuca quando o assunto é o tigrinho.
• Girão expõe esquema de extorsão e
ligações com lobistas das apostas
O
senador Eduardo Girão (Novo-CE) apontou nesta segunda-feira (26), em
pronunciamento no Plenário, um possível esquema de extorsão envolvendo a
estrutura da CPI das Bets. Segundo o parlamentar, um lobista estaria exigindo
dinheiro de empresários do setor para evitar a convocação deles para
depoimentos na comissão. Girão citou reportagem da revista Veja que denunciou o
caso e defendeu a convocação do lobista Silvio de Assis para prestar
esclarecimentos.
“[O
empresário] denunciou que recebeu de Silvio de Assis a exigência do pagamento
do valor acima dos R$ 40 milhões. A sua recusa em ceder à extorsão teria
resultado na imediata convocação para depor. É muito importante que esse
lobista, que inclusive teria pessoas da família empregadas em gabinete de
senador dessa comissão, venha ao Senado. Se essa CPI acabar sem ouvir esse
senhor, o Silvio de Assis, que quer vir aqui, é uma desmoralização completa do
Senado Federal do Brasil.”
Girão
afirmou que o caso é “muito semelhante” ocorrido na Câmara dos Deputados,
quando o deputado Felipe Carreras, então relator da CPI sobre manipulação dos
resultados de futebol, teria pedido propina de R$ 35 milhões a Wesley Cardia,
que exercia a presidência da Associação Nacional de Jogos e Loterias. A
acusação também foi feita pela revista Veja em 2023. em jato privado
O
parlamentar também criticou a conduta de membros da CPI. Sem citar nomes, ele
mencionou a viagem de um senador suplente da comissão à cidade de Mônaco, na
Riviera Francesa, a bordo de um jato particular pertencente a um empresário
investigado por envolvimento com o Jogo do Tigrinho. A informação foi publicada
pela revista Piauí e, segundo Girão, levanta dúvidas sobre conflitos de
interesse na condução da CPI.
O
senador ainda lamentou que a comissão tenha sido prorrogada por apenas 45 dias,
tempo que, segundo ele, é insuficiente para aprofundar as investigações. Ele
afirmou que a CPI está travada, com sessões sucessivas sem quórum para votar
requerimentos.
“O fato
é que a CPI está deixando a desejar, está feio. De um total de mais de 400
requerimentos apresentados, apenas pouco mais da metade foi apreciada. Isso é
uma vergonha. O brasileiro precisa ter conhecimento disso para, de forma
ordeira, pacífica, respeitosa, cobrar os seus representantes”, disse.
• Soraya Thronicke pede retirada de Ciro
Nogueira de ‘CPI das Bets’ por vínculo com investigado
A
senadora e relatora da CPI das Bets, Soraya Thronicke (Podemos-MS), pediu que o
senador Ciro Nogueira (PP-PI) fosse retido dos membros da Comissão, nesta
terça-feira (27). A remoção do senador, de acordo com Soraya, seria para
preservar a imparcialidade e a credibilidade dos trabalhos investigativos desta
CPI, tendo em vista a proximidade do parlamentar com os investigados pela CPI.
No
pedido enviado ao senador Dr Hiran (PP-RR), presidente da CPI, Soraya Thronicke
afirma que a “solicitação fundamenta-se na necessidade de preservar a
imparcialidade e a credibilidade dos trabalhos investigativos desta CPI,
especialmente após ampla veiculação na imprensa nacional de informações e
imagens que indicam que o referido parlamentar teria viajado recentemente para
Mônaco em aeronave de propriedade de Fernando Oliveira Lima”.
Fernando
é um empresário investigado pela CPI das Bets e “um dos principais nomes do
setor de apostas on-line no Brasil — setor que constitui o objeto central da
investigação”, diz a solicitação de Soraya.
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Vínculo do Ciro Nogueira com o investigado
O caso
veio a público após uma reportagem da Revista Piauí, que mostrava detalhes da
viagem de Ciro Nogueira com o empresário Fernando Oliveira Lima, conhecido como
Fernandin OIG.
De
acordo com a matéria, os dois teriam saído de São Paulo com destino à cidade
francesa de Nice, em um jatinho Gulfstream G650ER, com o propósito de
acompanhar o Grande Prêmio de Mônaco, da Fórmula 1.
Fernando
OIG é dono da One Internet Group, empresa proprietária da 7 Games Bet, que
disponibiliza, entre outros jogos, o “Fortune Tiger”, popular jogo do tigrinho.
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CPI da Bets
A CPI
das Bets já realizou 15 sessões, e, segundo os registros do Senado, Ciro se
pronunciou em duas delas — ele é membro suplente da CPI. A primeira, quando seu
amigo empresário foi ouvido e, depois, na seguinte.
Na
primeira, o senador saiu em defesa de Fernando, dizendo que o conhecia “há
muito tempo” e que era um “grande empresário” de seu estado.
A CPI
das Bets viralizou recentemente com o depoimento midiático da empresária e
influenciadora digital Virgínia Fonseca, mas é objeto de desinteresse no Senado
desde a instalação.
As
apostas esportivas foram liberadas pela primeira vez no Brasil no final do
governo de Michel Temer (MDB), em 2018, também por uma articulação no
Congresso.
A lei
liberou as bets e previa a regulamentação do setor até 2022. O governo de Jair
Bolsonaro (PL), no entanto, jamais avançou com essa pauta.
Dessa
forma, as apostas explodiram no Brasil em uma zona cinzenta da legislação: sem
nenhum tipo de fiscalização, nem tributação ou exigências para o funcionamento.
A falta
de regulamentação permitiu também que esses sites passassem a oferecer cassinos
virtuais, como “tigrinho” e semelhantes.
No
início do governo Lula (PT), em 2023, o Ministério da Fazenda enviou um projeto
de lei para o Congresso para, enfim, regulamentar o mercado. Na tramitação, o
texto passou a prever a legalização de “jogos online”, categoria que abarca os
cassinos virtuais e jogos como o tigrinho.
Apenas
empresas cadastradas pelo governo federal podem atuar no Brasil desde o início
de 2025. A OIG Gaming, de Fernando Oliveira Lima, tem autorização para operar
com três casas de apostas: 7games, Betão e R7.
O
empresário também é o dono do avião que levou o ministro do STF (Supremo
Tribunal Federal) Kassio Nunes Marques para a festa de aniversário do cantor
Gusttavo Lima, na Grécia, em 2024. À época, o magistrado afirmou que estava em
Roma para compromissos acadêmicos e que passou na Grécia para cumprimentar o
cantor.
RELEMBRE
COMO TUDO COMEÇOU
No
último final de semana, veio a público a informação de que o senador Ciro
Nogueira (PP-PI) viajou para Mônaco em um jatinho de luxo pertencente ao
empresário Fernando Oliveira Lima, conhecido como Fernando OIG, que é
investigado pela CPI das bets, da qual Nogueira faz parte.
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Ciro Nogueira viaja para Mônaco em jato de luxo de investigado na CPI das Bets
Integrante
da CPI das Bets, o senador bolsonarista Ciro Nogueira (PP-PI) embarcou para
Mônaco em um jatinho de luxo de um dos investigados pela própria comissão. A
revelação foi feita pela revista piauí, que detalhou a viagem do parlamentar ao
lado do empresário Fernando Oliveira Lima, conhecido como Fernandin OIG, , dono
de empresas de apostas online, que disponibiliza jogos como o Fortune Tiger —
popularmente conhecido como “jogo do tigrinho”.
O voo
partiu às 23h30 da última quinta-feira (23), do aeroporto executivo de São
Roque (SP), poucas horas após a cerimônia de filiação do secretário de
Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, ao Progressistas, partido
presidido por Nogueira. O senador participou rapidamente do evento e deixou o
local antes do fim das formalidades para embarcar no avião Gulfstream G650ER —
avaliado em cerca de 70 milhões de dólares.
A
aeronave decolou com destino à cidade de Nice, na Riviera Francesa. O trecho da
viagem foi registrado nas redes sociais de Fernandin, que publicou uma foto
dentro do jato com uma manta da grife Hermès à mostra e o trajeto até o sul da
França. Ciro Nogueira não aparece nas imagens, mas ele também estava a bordo do
avião.
O
destino final era o Principado de Mônaco, onde o grupo assistiria ao Grande
Prêmio de Fórmula 1, realizado no domingo (26). A hospedagem? Um iate de 80
metros de comprimento, já ancorado na marina de Monte Carlo, alugado por
Fernandin e também exibido em seu Instagram, que acumula mais de 1 milhão de
seguidores.
A Folha
de S. Paulo confirmou com ao menos três pessoas a viagem do senador no avião do
empresário, que também levou a esposa, a influenciadora Pamela Drudi. O voo
partiu do aeroporto executivo São Paulo Catarina, em São Roque (a 60 km de São
Paulo), após Ciro Nogueira ter ido de helicóptero do hotel Grand Mercure
Ibirapuera, na capital paulista. A informação foi publicada pela revista piauí
e confirmada pela Folha de S. Paulo.
O
senador foi procurado pela Folha de S. Paulo, mas preferiu não comentar.
Fernando Oliveira também foi questionado pela reportagem, mas não respondeu.
O
empresário é alvo da CPI das Bets, instalada no Senado no fim de 2024 para
apurar irregularidades em casas de apostas e possíveis esquemas de manipulação
de resultados em eventos esportivos.
A
comissão já realizou 15 sessões, e, segundo os registros do Senado, Ciro se
pronunciou em duas delas — ele é membro suplente da CPI. A primeira, quando seu
amigo empresário foi ouvido e, depois, na seguinte.
Na
primeira, o senador saiu em defesa de Fernando, dizendo que o conhecia “há
muito tempo” e que era um “grande empresário” de seu estado.
De
outro lado, a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), relatora da CPI, falou
sobre as dificuldades para intimá-lo a depor. “Temos problemas para
encontrá-lo”, disse em sessão recente. Ciro respondeu que se comprometeria a
ajudar a localizá-lo, caso fosse convocado formalmente: “Eu me comprometo aqui
com a CPI, caso nós decidamos trazer ele de volta e encontrá-lo. É uma pessoa
que reside no meu estado”.
Ciro e
Fernando se encontraram em São Paulo horas antes da viagem. A agenda do senador
na capital paulista incluiu o ato de filiação ao PP do secretário de Segurança
Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, que contou com a presença do
governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). O evento ocorreu em casa noturna
na Vila Olímpia e reuniu lideranças de diferentes partidos, como Valdemar Costa
Neto (PL), Gilberto Kassab (PSD) e Antonio Rueda (União Brasil).
Ciro
Nogueira discursou por alguns minutos, elogiou Derrite e celebrou o crescimento
do PP em São Paulo.
Após a
cerimônia, deixou rapidamente o palco e evitou falar com a imprensa. Por volta
de 20h25, entrou em um carro acompanhado por assessores.
O
senador levou dez minutos até o hotel, onde embarcou no helicóptero, e às 21h20
já estava no aeroporto São Paulo Catarina, na cidade de São Roque, usado pela
aviação executiva.
Ciro
usou seu telefone até 22h30, momento em que o avião do empresário decolou com
destino a Nice, na França. Depois, ele só voltou a mexer no celular 8h54, um
minuto após o avião pousar na Riviera Francesa. O empresário e a influenciadora
postaram nas redes sociais também até minutos antes do voo e depois voltaram a
publicar por volta de 9h35. De Nice, eles foram para Mônaco, onde foi disputado
o GP de Fórmula 1.
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Tigrinho
Fernandin
OIG, fundador da One Internet Group e dono da 7 Games Bet, é apontado como
responsável por popularizar no Brasil jogos como o Fortune Tiger — mais
conhecido como “jogo do tigrinho”. A CPI do Senado apura se ele opera o jogo em
diversas plataformas. Em depoimento prestado à comissão, Fernandin negou ser o
operador direto e estimou o faturamento de sua empresa em cerca de R$ 200
milhões por ano.
Durante
essa audiência, o próprio Ciro Nogueira estava presente na plateia e saiu em
defesa do empresário após a senadora Soraya Thronicke, relatora da CPI,
ironizar a dificuldade em encontrá-lo para depor. “Isso não é verdade. Eu
conheço ele há muito tempo”, disse o senador. “Ele mora no Piauí. Sempre esteve
disponível.”
Após
identificar possíveis contradições no depoimento de Fernandin, a comissão
decidiu reconvocá-lo — agora como investigado formalmente. Ele, no entanto,
ainda não voltou ao Senado.
Além de
sua atuação no setor de apostas, Fernandin tem conexões notórias no mundo das
celebridades. Já foi empresário de Whindersson Nunes e é próximo de nomes como
Gusttavo Lima, um dos primeiros artistas brasileiros a promover casas de
aposta. O mesmo jatinho utilizado por Ciro Nogueira foi visto anteriormente
levando o ministro do STF Kássio Nunes Marques à Grécia, também a convite de
Fernandin, para o aniversário do cantor sertanejo.
Ciro
Nogueira, até o momento da publicação desta matéria, não havia se pronunciado
sobre a viagem à Mônaco em jato de luxo de investigado na CPI das Bets.
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Ciro defende a legalização dos jogos de azar
Desde
2016, Ciro defende a legalização de jogos de azar no país. Já relatou projetos
sobre o tema e dialoga com setores interessados na regulamentação do mercado.
Em seus
discursos, costuma argumentar que a legalização traria receitas adicionais ao
Estado e fortaleceria a fiscalização. O tema, no entanto, divide o Congresso e
enfrenta resistência em parte da bancada evangélica e de setores do Judiciário.
A CPI
das Bets viralizou recentemente com o depoimento midiático da empresária e
influenciadora digital Virgínia Fonseca, mas é objeto de desinteresse no Senado
desde a instalação.
As
apostas esportivas foram liberadas pela primeira vez no Brasil no final do
governo de Michel Temer (MDB), em 2018, também por uma articulação no
Congresso.
A lei
liberou as bets e previa a regulamentação do setor até 2022. O governo de Jair
Bolsonaro (PL), no entanto, jamais avançou com essa pauta.
Dessa
forma, as apostas explodiram no Brasil em uma zona cinzenta da legislação: sem
nenhum tipo de fiscalização, nem tributação ou exigências para o funcionamento.
A falta
de regulamentação permitiu também que esses sites passassem a oferecer cassinos
virtuais, como “tigrinho” e semelhantes.
No
início do governo Lula (PT), em 2023, o Ministério da Fazenda enviou um projeto
de lei para o Congresso para, enfim, regulamentar o mercado. Na tramitação, o
texto passou a prever a legalização de “jogos online”, categoria que abarca os
cassinos virtuais e jogos como o tigrinho.
Apenas
empresas cadastradas pelo governo federal podem atuar no Brasil desde o início
de 2025. A OIG Gaming, de Fernando Oliveira Lima, tem autorização para operar
com três casas de apostas: 7games, Betão e R7.
O
empresário também é o dono do avião que levou o ministro do STF (Supremo
Tribunal Federal) Kassio Nunes Marques para a festa de aniversário do cantor
Gusttavo Lima, na Grécia, em 2024. À época, o magistrado afirmou que estava em
Roma para compromissos acadêmicos e que passou na Grécia para cumprimentar o
cantor.
Fonte:
ICL Noticias/Agencia Senado/Fórum

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