quinta-feira, 29 de maio de 2025

Ciro Nogueira é tigrão com o governo e tchutchuca com o tigrinho

O senador Ciro Nogueira (PP-PI) é o arauto do caos. Com sua voz mansa, tem repetido aos quatro cantos prognósticos desastrosos sobre o governo e sobre as pretensões de reeleição de Lula.

Ele fala o que a turma da Faria Lima quer ouvir, aquele refrão de Estado mínimo e dinheiro máximo para os bancos. Nada de gastar com benefícios sociais, nada de rico pagar mais imposto para desonerar os pobres, a receita é repassar mais grana para quem já tem grana.

Ciro Nogueira fala essas barbaridades com tranquilidade, como se fosse uma pessoa confiável. Como se não tivesse participado do governo de Jair Bolsonaro, que desconjuntou a administração federal de tal forma que o Brasil levará mais alguns anos para voltar a funcionar direito.

Quem assiste suas palestras pode até esquecer que o senador pertence ao Centrão, esse grupo político que existe com um único objetivo: extorquir dinheiro do governo em proveito de seus objetivos eleitorais ou pessoais. No governo Bolsonaro essa extorsão atingiu nível tal que o Legislativo tem hoje mais recursos para executar que o próprio Executivo.

Depois de sugar ao máximo, essa turma agora desdenha dos cargos ministeriais e já antecipa o apoio a Tarcísio de Freitas em 2026.

Mesmo com tamanha folha corrida, Ciro Nogueira tenta se fazer passar por político sensato, exemplar.

Para seu azar, assim como um escorpião não consegue conter a própria natureza, também o senador não consegue esconder suas práticas condenáveis.

Graças à revista Piauí, ficamos sabendo que ele viajou para a Europa no jatinho particular do empresário Fernando Oliveira Lima, conhecido como Fernandin OIG. É dono de empresas de apostas online, que tem no cardápio jogos como o Fortune Tiger — o famoso “jogo do tigrinho”. Trata-se de um dos maiores responsáveis pelo vício em jogos, que tem feito tanta gente perder dinheiro.

Fernandinho OIG é alvo da CPI das Bets, instalada no Senado no fim de 2024 com objetivo de apurar irregularidades em casas de apostas e possíveis esquemas de manipulação de resultados em eventos esportivos.

Esses já seriam motivos suficientes para Ciro Nogueira não aceitar a carona aérea. Mas é ainda pior: o senador é membro suplente da CPI. Ou seja: ele recebe favores vultosos de alguém que deveria investigar.

Nesse novo papel de boneco de ventríloquo da Faria Lima, Ciro Nogueira faz o possível para que ninguém lembre os escândalos anteriores em que esteve envolvido: foi investigado por acusação de receber propina da J&F, foi denunciado por supostamente ter recebido R$ 7,3 milhões da Odebrecht e também acusado de tentar subornar um assessor parlamentar. Nada disso foi a frente — as denúncias foram rejeitadas.

Agora, porém, há um novo escândalo para Ciro Nogueira chamar de seu: o envolvimento do senador com um dos donos do tigrinho.

Procurado para se explicar, ele não quis comentar o caso.

Faz sentido.

Não é de surpreender que o homem que faz pose de tigrão ao atacar o governo vire tchutchuca quando o assunto é o tigrinho.

•        Girão expõe esquema de extorsão e ligações com lobistas das apostas

O senador Eduardo Girão (Novo-CE) apontou nesta segunda-feira (26), em pronunciamento no Plenário, um possível esquema de extorsão envolvendo a estrutura da CPI das Bets. Segundo o parlamentar, um lobista estaria exigindo dinheiro de empresários do setor para evitar a convocação deles para depoimentos na comissão. Girão citou reportagem da revista Veja que denunciou o caso e defendeu a convocação do lobista Silvio de Assis para prestar esclarecimentos.

“[O empresário] denunciou que recebeu de Silvio de Assis a exigência do pagamento do valor acima dos R$ 40 milhões. A sua recusa em ceder à extorsão teria resultado na imediata convocação para depor. É muito importante que esse lobista, que inclusive teria pessoas da família empregadas em gabinete de senador dessa comissão, venha ao Senado. Se essa CPI acabar sem ouvir esse senhor, o Silvio de Assis, que quer vir aqui, é uma desmoralização completa do Senado Federal do Brasil.”

Girão afirmou que o caso é “muito semelhante” ocorrido na Câmara dos Deputados, quando o deputado Felipe Carreras, então relator da CPI sobre manipulação dos resultados de futebol, teria pedido propina de R$ 35 milhões a Wesley Cardia, que exercia a presidência da Associação Nacional de Jogos e Loterias. A acusação também foi feita pela revista Veja em 2023. em jato privado

O parlamentar também criticou a conduta de membros da CPI. Sem citar nomes, ele mencionou a viagem de um senador suplente da comissão à cidade de Mônaco, na Riviera Francesa, a bordo de um jato particular pertencente a um empresário investigado por envolvimento com o Jogo do Tigrinho. A informação foi publicada pela revista Piauí e, segundo Girão, levanta dúvidas sobre conflitos de interesse na condução da CPI.

O senador ainda lamentou que a comissão tenha sido prorrogada por apenas 45 dias, tempo que, segundo ele, é insuficiente para aprofundar as investigações. Ele afirmou que a CPI está travada, com sessões sucessivas sem quórum para votar requerimentos.

“O fato é que a CPI está deixando a desejar, está feio. De um total de mais de 400 requerimentos apresentados, apenas pouco mais da metade foi apreciada. Isso é uma vergonha. O brasileiro precisa ter conhecimento disso para, de forma ordeira, pacífica, respeitosa, cobrar os seus representantes”, disse.

•        Soraya Thronicke pede retirada de Ciro Nogueira de ‘CPI das Bets’ por vínculo com investigado

A senadora e relatora da CPI das Bets, Soraya Thronicke (Podemos-MS), pediu que o senador Ciro Nogueira (PP-PI) fosse retido dos membros da Comissão, nesta terça-feira (27). A remoção do senador, de acordo com Soraya, seria para preservar a imparcialidade e a credibilidade dos trabalhos investigativos desta CPI, tendo em vista a proximidade do parlamentar com os investigados pela CPI.

No pedido enviado ao senador Dr Hiran (PP-RR), presidente da CPI, Soraya Thronicke afirma que a “solicitação fundamenta-se na necessidade de preservar a imparcialidade e a credibilidade dos trabalhos investigativos desta CPI, especialmente após ampla veiculação na imprensa nacional de informações e imagens que indicam que o referido parlamentar teria viajado recentemente para Mônaco em aeronave de propriedade de Fernando Oliveira Lima”.

Fernando é um empresário investigado pela CPI das Bets e “um dos principais nomes do setor de apostas on-line no Brasil — setor que constitui o objeto central da investigação”, diz a solicitação de Soraya.

<><> Vínculo do Ciro Nogueira com o investigado

O caso veio a público após uma reportagem da Revista Piauí, que mostrava detalhes da viagem de Ciro Nogueira com o empresário Fernando Oliveira Lima, conhecido como Fernandin OIG.

De acordo com a matéria, os dois teriam saído de São Paulo com destino à cidade francesa de Nice, em um jatinho Gulfstream G650ER, com o propósito de acompanhar o Grande Prêmio de Mônaco, da Fórmula 1.

Fernando OIG é dono da One Internet Group, empresa proprietária da 7 Games Bet, que disponibiliza, entre outros jogos, o “Fortune Tiger”, popular jogo do tigrinho.

<><> CPI da Bets

A CPI das Bets já realizou 15 sessões, e, segundo os registros do Senado, Ciro se pronunciou em duas delas — ele é membro suplente da CPI. A primeira, quando seu amigo empresário foi ouvido e, depois, na seguinte.

Na primeira, o senador saiu em defesa de Fernando, dizendo que o conhecia “há muito tempo” e que era um “grande empresário” de seu estado.

A CPI das Bets viralizou recentemente com o depoimento midiático da empresária e influenciadora digital Virgínia Fonseca, mas é objeto de desinteresse no Senado desde a instalação.

As apostas esportivas foram liberadas pela primeira vez no Brasil no final do governo de Michel Temer (MDB), em 2018, também por uma articulação no Congresso.

A lei liberou as bets e previa a regulamentação do setor até 2022. O governo de Jair Bolsonaro (PL), no entanto, jamais avançou com essa pauta.

Dessa forma, as apostas explodiram no Brasil em uma zona cinzenta da legislação: sem nenhum tipo de fiscalização, nem tributação ou exigências para o funcionamento.

A falta de regulamentação permitiu também que esses sites passassem a oferecer cassinos virtuais, como “tigrinho” e semelhantes.

No início do governo Lula (PT), em 2023, o Ministério da Fazenda enviou um projeto de lei para o Congresso para, enfim, regulamentar o mercado. Na tramitação, o texto passou a prever a legalização de “jogos online”, categoria que abarca os cassinos virtuais e jogos como o tigrinho.

Apenas empresas cadastradas pelo governo federal podem atuar no Brasil desde o início de 2025. A OIG Gaming, de Fernando Oliveira Lima, tem autorização para operar com três casas de apostas: 7games, Betão e R7.

O empresário também é o dono do avião que levou o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Kassio Nunes Marques para a festa de aniversário do cantor Gusttavo Lima, na Grécia, em 2024. À época, o magistrado afirmou que estava em Roma para compromissos acadêmicos e que passou na Grécia para cumprimentar o cantor.

RELEMBRE COMO TUDO COMEÇOU

No último final de semana, veio a público a informação de que o senador Ciro Nogueira (PP-PI) viajou para Mônaco em um jatinho de luxo pertencente ao empresário Fernando Oliveira Lima, conhecido como Fernando OIG, que é investigado pela CPI das bets, da qual Nogueira faz parte.

<><> Ciro Nogueira viaja para Mônaco em jato de luxo de investigado na CPI das Bets

Integrante da CPI das Bets, o senador bolsonarista Ciro Nogueira (PP-PI) embarcou para Mônaco em um jatinho de luxo de um dos investigados pela própria comissão. A revelação foi feita pela revista piauí, que detalhou a viagem do parlamentar ao lado do empresário Fernando Oliveira Lima, conhecido como Fernandin OIG, , dono de empresas de apostas online, que disponibiliza jogos como o Fortune Tiger — popularmente conhecido como “jogo do tigrinho”.

O voo partiu às 23h30 da última quinta-feira (23), do aeroporto executivo de São Roque (SP), poucas horas após a cerimônia de filiação do secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, ao Progressistas, partido presidido por Nogueira. O senador participou rapidamente do evento e deixou o local antes do fim das formalidades para embarcar no avião Gulfstream G650ER — avaliado em cerca de 70 milhões de dólares.

A aeronave decolou com destino à cidade de Nice, na Riviera Francesa. O trecho da viagem foi registrado nas redes sociais de Fernandin, que publicou uma foto dentro do jato com uma manta da grife Hermès à mostra e o trajeto até o sul da França. Ciro Nogueira não aparece nas imagens, mas ele também estava a bordo do avião.

O destino final era o Principado de Mônaco, onde o grupo assistiria ao Grande Prêmio de Fórmula 1, realizado no domingo (26). A hospedagem? Um iate de 80 metros de comprimento, já ancorado na marina de Monte Carlo, alugado por Fernandin e também exibido em seu Instagram, que acumula mais de 1 milhão de seguidores.

A Folha de S. Paulo confirmou com ao menos três pessoas a viagem do senador no avião do empresário, que também levou a esposa, a influenciadora Pamela Drudi. O voo partiu do aeroporto executivo São Paulo Catarina, em São Roque (a 60 km de São Paulo), após Ciro Nogueira ter ido de helicóptero do hotel Grand Mercure Ibirapuera, na capital paulista. A informação foi publicada pela revista piauí e confirmada pela Folha de S. Paulo.

O senador foi procurado pela Folha de S. Paulo, mas preferiu não comentar. Fernando Oliveira também foi questionado pela reportagem, mas não respondeu.

O empresário é alvo da CPI das Bets, instalada no Senado no fim de 2024 para apurar irregularidades em casas de apostas e possíveis esquemas de manipulação de resultados em eventos esportivos.

A comissão já realizou 15 sessões, e, segundo os registros do Senado, Ciro se pronunciou em duas delas — ele é membro suplente da CPI. A primeira, quando seu amigo empresário foi ouvido e, depois, na seguinte.

Na primeira, o senador saiu em defesa de Fernando, dizendo que o conhecia “há muito tempo” e que era um “grande empresário” de seu estado.

De outro lado, a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), relatora da CPI, falou sobre as dificuldades para intimá-lo a depor. “Temos problemas para encontrá-lo”, disse em sessão recente. Ciro respondeu que se comprometeria a ajudar a localizá-lo, caso fosse convocado formalmente: “Eu me comprometo aqui com a CPI, caso nós decidamos trazer ele de volta e encontrá-lo. É uma pessoa que reside no meu estado”.

Ciro e Fernando se encontraram em São Paulo horas antes da viagem. A agenda do senador na capital paulista incluiu o ato de filiação ao PP do secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, que contou com a presença do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). O evento ocorreu em casa noturna na Vila Olímpia e reuniu lideranças de diferentes partidos, como Valdemar Costa Neto (PL), Gilberto Kassab (PSD) e Antonio Rueda (União Brasil).

Ciro Nogueira discursou por alguns minutos, elogiou Derrite e celebrou o crescimento do PP em São Paulo.

Após a cerimônia, deixou rapidamente o palco e evitou falar com a imprensa. Por volta de 20h25, entrou em um carro acompanhado por assessores.

O senador levou dez minutos até o hotel, onde embarcou no helicóptero, e às 21h20 já estava no aeroporto São Paulo Catarina, na cidade de São Roque, usado pela aviação executiva.

Ciro usou seu telefone até 22h30, momento em que o avião do empresário decolou com destino a Nice, na França. Depois, ele só voltou a mexer no celular 8h54, um minuto após o avião pousar na Riviera Francesa. O empresário e a influenciadora postaram nas redes sociais também até minutos antes do voo e depois voltaram a publicar por volta de 9h35. De Nice, eles foram para Mônaco, onde foi disputado o GP de Fórmula 1.

<><> Tigrinho

Fernandin OIG, fundador da One Internet Group e dono da 7 Games Bet, é apontado como responsável por popularizar no Brasil jogos como o Fortune Tiger — mais conhecido como “jogo do tigrinho”. A CPI do Senado apura se ele opera o jogo em diversas plataformas. Em depoimento prestado à comissão, Fernandin negou ser o operador direto e estimou o faturamento de sua empresa em cerca de R$ 200 milhões por ano.

Durante essa audiência, o próprio Ciro Nogueira estava presente na plateia e saiu em defesa do empresário após a senadora Soraya Thronicke, relatora da CPI, ironizar a dificuldade em encontrá-lo para depor. “Isso não é verdade. Eu conheço ele há muito tempo”, disse o senador. “Ele mora no Piauí. Sempre esteve disponível.”

Após identificar possíveis contradições no depoimento de Fernandin, a comissão decidiu reconvocá-lo — agora como investigado formalmente. Ele, no entanto, ainda não voltou ao Senado.

Além de sua atuação no setor de apostas, Fernandin tem conexões notórias no mundo das celebridades. Já foi empresário de Whindersson Nunes e é próximo de nomes como Gusttavo Lima, um dos primeiros artistas brasileiros a promover casas de aposta. O mesmo jatinho utilizado por Ciro Nogueira foi visto anteriormente levando o ministro do STF Kássio Nunes Marques à Grécia, também a convite de Fernandin, para o aniversário do cantor sertanejo.

Ciro Nogueira, até o momento da publicação desta matéria, não havia se pronunciado sobre a viagem à Mônaco em jato de luxo de investigado na CPI das Bets.

<><> Ciro defende a legalização dos jogos de azar

Desde 2016, Ciro defende a legalização de jogos de azar no país. Já relatou projetos sobre o tema e dialoga com setores interessados na regulamentação do mercado.

Em seus discursos, costuma argumentar que a legalização traria receitas adicionais ao Estado e fortaleceria a fiscalização. O tema, no entanto, divide o Congresso e enfrenta resistência em parte da bancada evangélica e de setores do Judiciário.

A CPI das Bets viralizou recentemente com o depoimento midiático da empresária e influenciadora digital Virgínia Fonseca, mas é objeto de desinteresse no Senado desde a instalação.

As apostas esportivas foram liberadas pela primeira vez no Brasil no final do governo de Michel Temer (MDB), em 2018, também por uma articulação no Congresso.

A lei liberou as bets e previa a regulamentação do setor até 2022. O governo de Jair Bolsonaro (PL), no entanto, jamais avançou com essa pauta.

Dessa forma, as apostas explodiram no Brasil em uma zona cinzenta da legislação: sem nenhum tipo de fiscalização, nem tributação ou exigências para o funcionamento.

A falta de regulamentação permitiu também que esses sites passassem a oferecer cassinos virtuais, como “tigrinho” e semelhantes.

No início do governo Lula (PT), em 2023, o Ministério da Fazenda enviou um projeto de lei para o Congresso para, enfim, regulamentar o mercado. Na tramitação, o texto passou a prever a legalização de “jogos online”, categoria que abarca os cassinos virtuais e jogos como o tigrinho.

Apenas empresas cadastradas pelo governo federal podem atuar no Brasil desde o início de 2025. A OIG Gaming, de Fernando Oliveira Lima, tem autorização para operar com três casas de apostas: 7games, Betão e R7.

O empresário também é o dono do avião que levou o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Kassio Nunes Marques para a festa de aniversário do cantor Gusttavo Lima, na Grécia, em 2024. À época, o magistrado afirmou que estava em Roma para compromissos acadêmicos e que passou na Grécia para cumprimentar o cantor.

 

Fonte: ICL Noticias/Agencia Senado/Fórum

 

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