sábado, 24 de maio de 2025

A direita está pouco se lixando para a igualdade

Desde 2016, a direita política tem crescido em muitas partes do mundo. Do Brexit a Bolsonaro, e de Trump a Theresa May (mal a conhecíamos), populistas conservadores e seus aliados desafiaram a democracia liberal e buscaram estabelecer ou restabelecer formas autocráticas e hierárquicas de sociedade.

E, no entanto, “a direita” continua sendo uma ideologia política ambígua. Algumas de suas figuras mais (in)famosas defendem os mercados capitalistas como a única forma justa de organização econômica. Mas outras expressam ceticismo e até hostilidade à ideia de sociedade burguesa. Muitos conservadores insistem que querem conservar a sociedade e manter o status quo. Mas, com a mesma frequência, a direita exige grandes transformações sociais, incluindo “contrarrevoluções” e violência massivamente disruptiva.

Um novo livro de Matt McManus, “The Political Right and Equality: Turning Back the Tide of Egalitarian Modernity” [A Direita Política e a Igualdade: Revertendo o Movimento da Modernidade Igualitária], oferece uma análise cuidadosa da direita e suas múltiplas vertentes. Abrangendo autores de Edmund Burke a Aleksandr Dugin, e de Martin Heidegger a William F. Buckley, “The Political Right and Equality oferece um guia e uma crítica aprofundados do pensamento de direita, conforme defendido por seus defensores mais articulados. Ben Burgis, da Jacobin, conversou com McManus sobre a direita, do passado e do presente.

LEIA A ENTREVISTA:

·        Uma das funções do livro, mesmo que não seja a intenção principal, é ser um ótimo curso intensivo sobre um grupo de pensadores conservadores — e sobre alguns pensadores que seria incorreto nomear como tal. Você certamente apresenta uma crítica ao longo do livro, mas também é uma introdução muito útil a esses pensadores. É essencialmente um tour guiado pelo pensamento de direita (e influente na direita), de Aristóteles a Aleksandr Dugin. Vamos começar com Aristóteles. Então, como você disse, ele obviamente não é conservador — isso seria completamente anacrônico. Mas, não por coincidência, exerce uma enorme influência no conservadorismo, para quem ele é muito relevante.

MATT MCMANUS - Sou profundamente influenciado por Aristóteles. Acredito que há muitas coisas interessantes em sua abordagem da virtude, da ética e das capacidades humanas com as quais a esquerda precisa aprender. Portanto, o que critico é a visão de mundo aristotélica, como a chamo, que teve uma profunda influência em muitas figuras conservadoras. E a base da visão de mundo aristotélica é a noção de que a sociedade consiste em níveis ordenados e precisamos reconhecer que todos têm um papel a desempenhar dentro da sociedade, e que cada nível precisa dos outros.

“Ao longo dos séculos, essa ideia de conceber a sociedade como um todo orgânico, constituído de níveis diferenciados definidos pela natureza, realmente evolui e se transmuta de muitas maneiras interessantes, mas permanece bastante constante.”

Mas não é de forma alguma verdade que todas as classes sociais tenham o mesmo tipo de dignidade ou status atribuído a elas. Aristóteles é muito explícito sobre isso, enfatizando que as mulheres possuem uma razão deliberativa limitada, o que significa que elas não têm direito aos mesmos direitos e privilégios políticos que os homens. Ao longo dos séculos, essa ideia de conceber a sociedade como um todo orgânico, constituído por classes diferenciadas estabelecidas pela natureza, evolui e se transmuta de muitas maneiras interessantes, mas permanece bastante constante.

·        Mesmo esta breve pincelada estaria incompleta sem Edmund Burke. Então, fale-me sobre Burke.

MM - Bem, Burke é um pensador muito interessante. Rompo com a leitura convencional de Burke como uma espécie de pragmático ou tradicionalista. Na verdade, acho que há algumas coisas bastante radicais que ele tem a dizer, que são inovadoras e contribuem para a história das ideias — mas nada com que eu concorde.

Portanto, a maneira como concebo o burkeanismo baseia-se fortemente na teoria da estética que ele expõe em seus primeiros trabalhos. Fundamentalmente, o burkeanismo é um projeto que tenta sublimar o poder social ou as instituições sociais em autoridade. E este é um projeto extraordinário que ele expõe de forma muito explícita em “Reflexões sobre a Revolução na França”, onde afirma: sempre que se coloca um homem acima do outro, é muito importante que se atribuam qualidades ou capacidades sublimes a essa pessoa, porque se ela não parece possuir esse tipo de qualidades sublimes, será muito difícil para as pessoas se considerarem subordinadas a esse indivíduo.

E o fascinante em Burke é que ele nunca diz que a pessoa precisa possuir essas qualidades sublimes em si mesmas, certo? No entanto, se você eliminar as qualidades sublimes — ou o que Burke chama de “todas as ilusões agradáveis” que facilitam a subordinação — o que resta é a anarquia.

·        Vamos pular todo o século XIX, tanto por uma questão de tempo quanto para evitar a grande discussão sobre Nietzsche…

MM - Já recebo ódio suficiente em meus e-mails sobre isso.

·        Em vez disso, ficaremos nas Ilhas Britânicas e visitaremos T.S. Eliot, o que foi uma parte muito interessante do livro para mim, porque eu nunca tinha pensado na obra dele em termos de política. Era simplesmente uma poesia legal, né?

MM - Só quero deixar claro que considero T.S. Eliot um poeta brilhante. Ele também estaria entre os cinco melhores para mim, especialmente por “Prufrock” e “Quarta-feira de Cinzas”. Mas o que mais me inspira são seus escritos de não ficção, em especial “Ideia de uma Sociedade Cristã” e “Notas a Definição de Cultura”, onde ele realmente expõe seu programa político.

Vale a pena notar que Eliot teve um efeito destacado em gerações de conservadores, principalmente em Roger Scruton. Scruton afirma que ninguém na esquerda jamais atingiu o nível de profundidade de análise que T.S. Eliot era capaz. Ao que eu humildemente pergunto: bem, e quanto a Liev Tolstói?

De qualquer forma, resumindo, Eliot percebe a cultura moderna do século XX como se movendo em muitas direções demóticas das quais ele não gosta, se referindo a “demótica” em muitos sentidos. Sim, há o advento da democracia política. Ele é muito crítico em relação a isso. Mas uma das coisas que também é singular em Eliot é que ele apresenta a ideia de que é possível ver elementos da sociedade democrática em coisas como o mercado ou a sociedade de mercado também.

Bem, isso pode parecer uma ideia estranha vinda de uma perspectiva de esquerda, onde muitos de nós somos muito críticos do capitalismo por ele não ser suficientemente democrático. Mas, do ponto de vista de Eliot, a onipresença do mercado em esferas como a cultura resultou na mercantilização da arte e da cultura, e o resultado tem sido uma corrida para o menor denominador comum quando se trata de coisas como a produção de filmes, livros, jornalismo e, claro, poesia. E ele acredita que realmente precisamos lutar contra isso de alguma forma.

·        Você aponta que, nas piores mãos, o pós-liberalismo nada mais é do que uma preocupação reacionária convencional com a perversidade, disfarçada de apropriações da retórica populista liberal e de esquerda. Um bom exemplo disso pode ser visto na afirmação de Rusty Reno, quando escreve: “A luta de classes, uma guerra contra os fracos, é exemplificada pela campanha pelo casamento gay. O casamento se tornou mais uma opção plástica e ilimitada para a classe alta.” Em uma das minhas passagens favoritas do livro, você escreve: “A única resposta é achar graça ao pensar que o maior problema que os pobres enfrentam é a perspectiva de um homem se casar com outro homem e não ser pobre”.

MM - Quando você lê o livro do Rusty, ele realmente se esforça muito para fazer toda essa coisa de populismo reacionário funcionar. Vou me datar aqui, mas o tempo todo que li, fiquei pensando em Meninas Malvadas. Tipo, pare de tentar emplacar a ideia de que “homofobia é luta de classes”. Isso nunca vai acontecer. Deixe morrer.

“O que os pós-liberais querem fazer é rejeitar o liberalismo, manter algumas de suas instituições e ideias, mas realmente retornar a algo que é consideravelmente mais antiquado.”

Pelo menos faça o que Patrick Deneen faz, que é vincular seu conservadorismo social a um programa econômico genuíno que lhe dê um pouco de credibilidade na rua quando o assunto é se importar com as classes mais baixas. Mas Rusty fica sentado ali, tipo: “Vamos nos preocupar com essa coisa de ‘você é pobre’ mais tarde. A primeira coisa que vou fazer por você agora é reverter uma decisão da suprema corte sobre união homoafetiva.”

·        Pessoas como Patrick Deneen descrevem sua política como pós-liberalismo. É um termo engraçado porque o pós-liberalismo faz parecer que você, sei lá, sublimou o liberalismo, que você o atravessou, absorveu o melhor dele e o transcendeu, foi além dele. Enquanto muitas dessas coisas soam mais como um pré-liberalismo revivido. Por exemplo, opor-se à sociedade de mercado por ser muito atomizada, mas também opor-se ao socialismo, e também achar que a Igreja deveria decidir quais métodos contraceptivos você pode usar. Não parece haver nada de “pós” nisso.

MM - Quer dizer, eles são pós-liberais da mesma forma que Peter Lawler, que os influenciou, era um conservador pós-moderno. Ele pretendia rejeitar a modernidade, não transcendê-la. E, em geral, o que os pós-liberais querem fazer é rejeitar o liberalismo, manter algumas de suas instituições e seus insights, mas, na verdade, voltar a algo consideravelmente mais antiquado.

E quero deixar bem claro: acho que Patrick Deneen, depois da morte de Roger Scruton, é provavelmente o maior filósofo conservador anglo-estadunidense. Ele é um cara muito perspicaz. É muito culto e leva a esquerda e Karl Marx mais a sério do que 99% dos conservadores por aí. Mas é só isso.

·        A última figura sobre a qual você fala no livro é Aleksandr Dugin. Não sou alguém cujo instinto é preencher a lacuna com a palavra “fascista”. Acho que muitas vezes é meio preguiçoso intelectualmente. Mas lendo as seções sobre Dugin, é tipo, tá, tudo bem. Se a bota servir…

MM - Concordo plenamente com você. Anos estudando a direita me fizeram perceber que ela é tão diversa, senão potencialmente mais, do que a esquerda em muitos aspectos. Digo potencialmente mais porque a direita, onde quer que tenha surgido, tem se baseado fortemente em condições culturais e nacionalistas relativas e específicas para tentar argumentar a favor da manutenção ou expansão de vários tipos de poder social de maneiras hierarquicamente organizadas. É um alinhamento político muito diverso e se mostra diferente onde quer que você vá. O fascismo é apenas uma espécie de pensamento de direita e tem permutações muito específicas. Mas às vezes é justificado. E no caso de Dugin, acho absolutamente justificado chamá-lo de fascista.

Minha definição de fascismo se baseia fortemente em Roger Griffin, que essencialmente argumenta que precisamos entender o fascismo como uma forma do que ele chama de “ultranacionalismo palingenético”. O que isso significa, em termos simples, é que os fascistas projetam esse mito ou ideal da ultranação, que geralmente não se conforma às fronteiras nacionais específicas, pelas quais se sentem limitados. A ultranação dá sentido e vitalidade à vida, e supostamente eleva as pessoas comuns acima de sua própria existência mundana, permitindo-lhes participar de algo que é maior do que elas. Palingenêsese refere-se a essa ideia de renascimento ou ressurgimento.

A ideia básica é que nossa grande ultranação foi injustiçada, profanada e humilhada. E isso se deve, em grande parte, às forças liberais e de esquerda, tanto internas quanto externas. Estamos absolutamente à beira de cair em um período de declínio irredimível, mas se nos entregarmos ao movimento fascista, a ultranação poderá ser restaurada. Nosso povo será novamente enaltecido. Esmagaremos as forças decadentes, democráticas, de esquerda, comunistas e liberais que se opõem a nós.

“A ultra-nação dá significado e vitalidade à vida e supostamente eleva as pessoas comuns acima de sua própria existência mundana.”

No livro Fundamentos da Geopolítica”, de Dugin, o que realmente transparece é a ideia de que a Rússia está em um período de declínio. Perdeu seu império para os estadunidenses, que a promoveram e humilharam de todas as maneiras imagináveis. E o que é pior, a Rússia está, neste exato momento, internalizando o sistema de valores do inimigo, o liberalismo e o capitalismo.

Ambas são muito estranhas à maneira como a Rússia organiza as coisas. Essa é uma das razões pelas quais o país perdeu a fé em si mesmo. E o que precisa fazer é ressurgir de maneiras importantes, estabelecendo uma União Eurasiática ou Império Eurasiático, como você quiser chamá-lo, em aliança com várias outras forças reacionárias e antiliberais ao redor do mundo — incluindo nacionalistas brancos, fundamentalistas islâmicos, todos os tipos de pessoas boas. E assim que a União Eurasiática ou o Império Eurasiático alcançarem poder suficiente, enfrentarão as nações decadentes liberais, socialistas e materialistas do mundo atlântico. Rios de sangue serão derramados. Todos serão condenados ao inferno.

·        Entre os seus motivos para se interessar pelos detalhes do pensamento de direita está a necessidade de compreendê-los para argumentar contra eles de forma eficaz. Mas também é verdade que olhar para o espelho distorcido de um mundo sem consideração básica pela igualdade humana pode nos ajudar a refletir um pouco mais sobre o que acreditamos e por que acreditamos, certo?

MM - Este projeto me fez respeitar as aptidões intelectuais da direita, mas, no final das contas, não fiquei mais convencido pelo conservadorismo ou pela direita. Na verdade, fiquei mais convencido pelo liberalismo e pelo progressismo no final do livro, porque meu próprio sistema de crenças foi esclarecido por meio desse confronto de ideias.

Esta é a discussão que abre o livro: a ideia de que existem pessoas comprovadamente superiores, de que existem pessoas cujas vidas importam mais e têm maior significado cósmico do que outras. Acredito que a pessoa mais humilde nas ruas do Níger ou nas ruas de Los Angeles tem tanto direito de levar uma vida boa quanto eu, ou como o Rei Charles, ou como Aleksandr Dugin.

Acredito que deveríamos almejar um mundo onde as pessoas sejam consideradas livres e iguais. A direita política, na medida em que representa uma barreira a isso, é algo que precisamos respeitar para compreender, mas, em última análise, algo que precisamos superar.

¨      Avanço da extrema direita: Nos EUA, o inimigo já foi o comunismo, nazismo,  terrorismo. Agora é a Diversidade? Por Liliane Rocha

Ao longo da história, os Estados Unidos já tiveram muitos inimigos e já declararam muitas guerras. Fictícias ou não, é como se cada governo precisasse colocar um alvo bem grande nas costas de algo ou alguém. Uma forma de unir o povo, de desviar a atenção para a eficácia da gestão pública, de justificar com facilidade qualquer equívoco ou atrocidade, de fazer milhões com a indústria armamentista, por exemplo.

O inimigo já foi o Comunismo, o Nazismo, o Terrorismo. O comunismo foi visto como um grande adversário durante a Guerra Fria (1947–1991), tido como uma ameaça à democracia e ao capitalismo. A União Soviética e seus aliados eram o símbolo dessa ideologia, e os EUA reagiram com políticas de contenção, guerras e ações internas.

Já o nazismo foi o inimigo principal durante a Segunda Guerra Mundial (1939–1945). Liderados por Adolf Hitler, os nazistas representavam um regime autoritário e expansionista. Após o ataque japonês a Pearl Harbor, os EUA entraram na guerra em 1941 e desempenharam um papel decisivo na derrota das potências do Eixo.

O terrorismo, por sua vez, tornou-se o principal inimigo após os ataques de 11 de setembro de 2001, perpetrados pela Al-Qaeda. Esses eventos levaram os Estados Unidos a lançar a “Guerra ao Terror”, com intervenções militares no Afeganistão e no Iraque, além de ações globais para combater grupos extremistas, como o Estado Islâmico. A justificativa foi sempre a proteção da segurança nacional e da ordem internacional.

Recentemente, em uma conversa entre mim e a Dra. Fernanda Macedo, ela concluiu e eu concordei, que a guerra do momento, inicialmente simbólica e não bélica, instaurada por Trump, mesmo antes da posse, é contra a Diversidade. Ao que tudo indica, a luta por direitos e a igualdade para mulheres, negros, pessoas com deficiência, LGBTQPIAN+, imigrantes, entre tantos outros, é a grande bandeira do presidente norte-americano e a nova inimiga da nação. 

Durante o seu discurso de posse em 20 de janeiro de 2025, o presidente Donald Trump anunciou medidas que impactam diretamente as políticas de Diversidade nos Estados Unidos. Ele declarou que seu “governo reconheceria oficialmente apenas dois gêneros: masculino e feminino”. 

Além disso, Trump afirmou que tomaria ações executivas para eliminar os mandatos federais de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI), argumentando que tais políticas fomentam discriminação e incompetência. Ele ordenou a remoção de referências a DEI em comunicações governamentais e enfatizou a contratação baseada exclusivamente no mérito, sem considerar fatores como raça, sexo ou religião. 

O movimento é ostensivo, grandes empresas americanas como Meta, Microsoft, McDonald’s e Toyota já afirmaram, em certa medida, um refreamento em suas políticas de Diversidade. Hoje, ao entrar no site da Casa Branca, me deparo com um banner em letras garrafais que dizem “Acabar com a Discriminação Ilegal e restaurar a oportunidade baseada no mérito”. O que é mérito? Me pergunto. O mérito dos homens brancos que já ocupam mais de 70% dos postos de tomada de decisão no primeiro, segundo e terceiro setor em todo o mundo? O mérito que desconsidera ponto de partida, atrocidades históricas, algumas delas inclusive incentivadas e exercidas pelo próprio governo dos Estados Unidos?

Me parece que querer uma sociedade justa e equânime deveria ser uma premissa básica de todo e qualquer líder global, sobretudo em uma das maiores nações do planeta. Neste sentido, o inimigo escolhido pelo governo Trump diz muito mais sobre ele, do que sobre nós, latinos, negros, LGBTQPIAN+, e todos os outros sob ataque.

Mais uma vez, me pergunto: onde falhamos? O que podemos aprender com isso? Precisamos nos antecipar para evitar que, no futuro, tenhamos um presidente que tenha a coragem de afirmar abertamente ser contra a Diversidade e a Inclusão, utilizando até mesmo a máquina pública para promover retrocessos. É crucial fortalecer as redes de apoio, criando alianças estratégicas entre diferentes setores da sociedade, como a academia, o empresariado e os líderes comunitários, para garantir que as políticas públicas de inclusão se mantenham firmes e eficazes, independentemente das mudanças no cenário político.

 

Fonte: Entrevista com Matt McManus – Tradução Pedro Silva, em Jacobin Brasil/Le Monde

 

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