quarta-feira, 7 de agosto de 2024

Tiago Barbosa: Olimpíada expõe o patriotismo fajuto da extrema-direita brasileira

Os momentos de união nacional viraram termômetro para desmascarar o falso patriotismo da extrema-direita brasileira - de Olimpíada a desastre climático.

A reação dessa escória é invariavelmente distorcer a realidade para mentir - em vez de se solidarizar ou apoiar compatriotas.

É prova de caráter e de farsa ideológica.

Nas enchentes do RS, os bolsonaristas inventaram até doação falsa para travar a ajuda real do Estado ao povo gaúcho.

Produziram bravatas e vazios enquanto o governo Lula articulava a reconstrução, o resgate a a sobrevivência em meio ao caos fruto de gestões incompetentes da direita.

A Olimpíada reativou essas nulidades políticas mantidas por ódio discursivo e irrelevância prática.

Mentem sobre impostos de medalhas, lado político dos atletas e ignoram façanhas dignas de um Brasil cuja vitória deriva da pluralidade popular sob apoio do Estado.

Desprezam parabenizar competidores porque, imersos na mediocridade de vidas infelizes, arrotam egoísmo e indiferença.

São patriotas de araque incapazes de se render à performance atlética nacional por ódio ideológico, racista e misógino contra a mulher negra - a imagem do ouro brasileiro.

O Brasil deles é pretexto para exercitar a devoção a bandidos, fascistas e charlatões religiosos - a malta de ignorância por trás do viralatismo, das injustiças sociais e da preservação dos privilégios dos ricos.

Esses períodos de olhar coletivo pelo Brasil evisceram a alma podre dessa gente cuja razão de viver é a amargura do desprezo ao outro, à diversidade, à essência nacional.

Onde o Brasil se ergue e reconstrói, eles não estão - e não fazem falta: o país dispensa a alma derrotada dos impatriotas.

¨      A façanha de Rebeca é um ato de soberania contra a viralatice

A sucessão de imagens na sequência da vitória incontestável de Rebeca Andrade produz simbolismos para além do esporte. E aquece a alma de um Brasil habituado - por força de uma fração vira-lata da população - a se ver por baixo na esfera internacional.

A cena da ginasta venerada pelas concorrentes norte-americanas enxota a subserviência aos EUA cultuada por mentes colonizadas. É grito de soberania esportiva - com reflexos reais - contra a continência a essa bandeira estrangeira naturalizada pela degeneração da extrema-direita.

A façanha de Rebeca resgata o orgulho do Brasil contra o falso patriotismo de manifestações guiadas por flâmulas, genuflexões, influência e louvação a símbolos dos EUA e de Israel. Reposiciona o sentido de país a partir de um povo fortalecido na própria identidade - negra e feminina - e potência atlética sem alienações à propaganda ou a modelos ocidentais de submissão. Valoriza a coletividade materializada no papel do Estado através de incentivos públicos em contraponto à retórica enganosa do mercado como fiador exclusivo do triunfo.

A ascensão da bandeira brasileira sob o hino destituído de acenos golpistas de ruminantes e ladeada pelas norte-americanas é reencontro. Do Brasil com seu povo. Do Brasil com seu potencial. Do Brasil com o futuro. Livre, soberano, plural, igualitário e vencedor: o ouro de Rebeca é a plenitude da nossa gente - a glória que vira-lata de direita detesta ver.

¨      Rebeca Andrade é reverenciada ao receber medalha de ouro em Paris

A despedida de Rebeca Andrade da Olimpíada de Paris não poderia ser melhor. Nesta segunda-feira (5), a paulista conquistou a medalha de ouro na prova de solo, alcançando seu quarto pódio na capital francesa. Foi a sexta medalha olímpica dela, que se isolou como atleta brasileira mais laureada na história do evento, superando os velejadores Robert Scheidt e Torben Grael, com quem a ginasta estava empatada.

Rebeca obteve 14.166 de nota em sua exibição, superando a favorita Simone Biles. A estadunidense - que, mais cedo, ficou fora do pódio da trave, assim como a brasileira - alcançou 14.133, sofrendo duas penalidades por pisar fora do tablado de competição. Mesmo assim, conseguiu a medalha de prata. O pódio foi completado por Jordan Chiles, também dos Estados Unidos, com 13.766.

A brasileira foi a segunda a se apresentar, ao som de uma combinação das músicas "End of Time", de Beyonce, e "Movimento da Sanfoninha", de Anitta. Ela recebeu 8.266 pela execução da série e mais 5.900 da nota de dificuldade das acrobacias. A comissão técnica pediu revisão desta última nota, sem sucesso. A pontuação total (14.166) de Rebeca foi melhor que as do individual geral (14.033) e da classificatória (13.900), mas inferior ao que atingiu na disputa por equipes (14.200).

As atenções, então, voltaram-se para Biles. Ela realizou a série mais complexa da final, com 6.900 de nota de dificuldade. No entanto, em duas acrobacias, pisou com os dois pés fora do tablado, o que diminuiu a nota de execução (7.833) e causou uma penalidade de 0.6. Rebeca ainda teve de aguardar as apresentações da romena Sabrina Maneca-Voinea e de Jordan Chiles para comemorar, emocionada, a vitória no solo.

Este foi o primeiro ouro de Rebeca em Paris. Ela já havia conquistado a prata no individual geral e no salto, além do bronze por equipes. Das finais que disputou, a brasileira não foi ao pódio somente na trave, ficando na quarta posição.

¨      "Decidimos demonstrar nosso respeito", diz Biles sobre reverência a Rebeca Andrade

Nesta segunda-feira (5), o mundo da ginástica artística presenciou um momento de pura admiração e respeito nas Olimpíadas de Paris. Simone Biles, considerada uma das maiores ginastas da história, e sua colega de equipe Jordan Chiles, demonstraram uma reverência especial à brasileira Rebeca Andrade quando esta subiu ao lugar mais alto do pódio. As três ginastas, todas mulheres pretas, protagonizaram um ato que transcendeu a competição.

Simone Biles não poupou elogios à adversária, relata o ge. "A Rebeca é incrível. Ela é uma rainha. Estávamos muito animadas. Decidimos demonstrar nosso respeito. A Jordan disse que deveríamos fazer e eu disse que sim. É por isso que fizemos. Era o correto a ser feito. Amo Rebeca. Ela é incrível. Ela é uma pessoa maravilhosa e uma ginasta melhor ainda", afirmou Biles, explicando o gesto de reverência. "Ela me ajuda a estar concentrada. Ela me faz competir melhor. É uma pessoa com muito talento, vejo que ela ainda terá uma longa carreira. Estou animada para ver o que mais vem para ela. Mas agora ela e todas nós precisamos relaxar".

Rebeca Andrade conquistou o ouro no solo com uma apresentação quase impecável, cravando dois Tsukaharas, os mortais mais difíceis da série, e somando 14.166 pontos. Simone Biles, que se apresentou em seguida, cometeu pequenos erros ao pisar duas vezes fora do tablado, o que resultou em uma pontuação de 14.133, ficando atrás de Rebeca.

Jordan Chiles, cuja especialidade é o solo, foi a última a se apresentar. Com uma performance brilhante, ela conquistou o bronze com 13.766 pontos, superando a romena Ana Barbosu. Jordan, que expressa admiração por Rebeca desde a disputa em Tóquio 2020, reforçou seus sentimentos após a conquista e explicou a iniciativa da reverência. "Ela é incrível. Uma lenda. Devemos reconhecer o trabalho dela. Ficamos muito felizes por esse pódio ter sido formado por mulheres pretas. Era muito importante para nós isso. Senti que era necessário (a reverência)", disse Chiles.

<><> Empregada doméstica, mãe de Rebeca Andrade criou sozinha os sete filhos

Rebeca Andrade, ginasta número 1 do Brasil e a maior medalhista do país, pouco conviveu com o pai, que saiu de casa deixando a mãe da atleta, a empregada doméstica Dona Rosa, cuidando sozinha dos sete filhos, revela reportagem do portal Extra.

De acordo com a matéria, a criação com a mãe solo é visível no comportamento da ginasta. A jovem de 25 anos pouco se refere ao pai, Ricardo Andrade, de quem herdou o sobrenome que adotou para as competições. Apesar de quase nunca se verem, a ginasta diz que a relação é boa.

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- A ginasta brasileira Rebeca Andrade brilhou nas Olimpíadas de Paris e marcou seu nome na história do esporte. A atleta conquistou um total de quatro medalhas, incluindo um ouro emocionante no solo nesta segunda-feira (5), ao som das músicas "Movimento da Sanfoninha", de Anitta, e "Baile de Favela".

Rebeca começou sua jornada olímpica com um bronze na final por equipes, relata a revista Exame. Em seguida, levou a prata na final individual geral e no salto, onde obteve a maior nota de execução da prova. Contudo, foi na prova do solo que Rebeca realmente se destacou, obtendo uma nota de 14.166, superando a americana Simone Biles, que marcou 14.133, e garantindo o ouro. O pódio foi completado por Jordan Chiles, que levou o bronze.

Essa vitória no solo foi particularmente significativa para Rebeca. Após três cirurgias no joelho, a atleta já mencionou em entrevistas que talvez essa tenha sido sua última participação nesse aparelho, devido às demandas físicas intensas.

Nesta edição dos Jogos Olímpicos, o Brasil acumulou um total de quatro medalhas na ginástica artística: bronze por equipes, prata no individual geral, prata no salto e ouro no solo, consolidando uma performance histórica para a equipe brasileira e para Rebeca Andrade.

¨      Museu do Louvre se rende a Rebeca Andrade e sugere homenagem à atleta

De maneira óbvia, não se fala em outra coisa nas redes nesta segunda-feira (5): a conquista da medalha de ouro pela ginasta brasileira Rebeca Andrade na disputa de solo, que deixou para trás Simone Biles (prata) e Jordan Chiles (bronze).

Mas, além da conquista do ouro por Rebeca Andrade, outro momento com certeza já entrou pra história: no momento em que vai subir ao pódio, Andrade é reverenciada pelas americanas Biles e Chiles, algo raro no mundo dos esportes.

Com isso, o perfil oficial dos Jogos Olímpicos compartilhou a foto com a seguinte frase: "This is everything".

Em seguida, o perfil oficial do Museu do Louvre, o mais importante da França, respondeu: "Talvez devêssemos pendurá-la no Louvre".

<><> Viola Davis presta homenagem a Rebeca Andrade

Quem também se emocionou com a vitória de Rebeca Andrade foi a atriz Viola Davis, que publicou várias fotos da prova e também do momento em que a brasileira é reverenciada pelas americanas com a seguinte legenda:

"Eu celebro você, Brasil! Rebeca! Você é uma luz! Essa é a foto mais bonita da história dos esportes: respeito e amor", escreveu Viola Davis. 

Sob forte emoção, após superar Simone Biles e receber a medalha de ouro na ginástica solo - em seu quarto podium na França -, na manhã desta segunda-feira (5), Rebeca Andrade disse que está "muito feliz e orgulhosa das minhas apresentações".

"Fiz meu melhor e o ouro veio. Estou orgulhosa das mulheres, orgulhosa de mim", afirmou.

Rebeca ainda explicou que o choro em meio à última final que disputou nesta edição dos Jogos Olímpicos se deu por ter terminado "inteira", após passar por três cirurgias no joelho direito, em 2015, 2017 e 2019.

"Terminei a competição inteira. Orei e pedi a Deus para que nada de ruim acontecesse. Eu estou inteira, feliz. Eu vivi Paris e terminei com chave de ouro", disse em entrevista à SporTV, canal do grupo Globo.

Rebeca ainda voltou a fazer mistério sobre uma nova disputa na modalidade. Ela já havia anunciado que esta pode ter sido a última vez que compete na modalidade solo individual.

"O futuro a Deus pertence", afirmou.

Na arquibancada, Rosa Santos acompanhou o ouro olímpico da filha em uma sensação que, segundo ela, "não dá pra descrever". 

"Estou muito emocionada. Feliz por ela, que batalhou muito. E hoje veio esse ouro tão sonhado", afirmou.

 

¨      O valor do 1º pódio olímpico de ginástica só com mulheres pretas . Por Rodrigo França

No mundo do esporte, cada vitória e cada conquista representam mais do que apenas uma medalha ou um troféu. Elas são símbolos de resistência, de luta e de superação de barreiras históricas e sociais. O primeiro pódio olímpico de ginástica composto exclusivamente por mulheres negras é um exemplo brilhante disso. Esse marco histórico vai além das competições e das pontuações; é um grito de vitória contra séculos de exclusão e um farol de esperança e inspiração para futuras gerações.

A ginasta brasileira Rebeca Andrade, acompanhada de suas colegas medalhistas, conquistou um lugar não apenas no pódio, mas também na história. A presença da brasileira ao lado de outras atletas negras no pódio olímpico é uma prova de capacidade, talento e perseverança de pessoas negras no esporte. Esse momento serve como um poderoso lembrete de que, apesar das adversidades, a excelência é alcançável e a representatividade importa.

Ver Simone Biles, Rebeca Andrade e Jordan Chiles no topo do pódio olímpico envia uma mensagem poderosa: elas são modelo para meninas e meninos ao redor do mundo que podem ver, pela primeira vez, alguém que se parece com eles alcançando o auge do sucesso esportivo. Representatividade é crucial, porque ajuda a quebrar limitações e estereótipos impostos pela sociedade. Quando crianças e jovens veem figuras como Rebeca Andrade triunfando, começam a acreditar que também podem alcançar seus próprios sonhos, independentemente das barreiras que enfrentam.

Um dos aspectos mais inspiradores desse pódio é a maneira como as atletas se enaltecem mutuamente. Rebeca Andrade foi elogiada por suas colegas medalhistas – Biles, como a melhor do mundo, não apenas por sua habilidade técnica e desempenho, mas também por sua força e determinação. O respeito e a admiração mútuos entre as competidoras são um testemunho da solidariedade e do apoio que existem entre as mulheres negras. Em um mundo frequentemente marcado pela competição feroz e pela rivalidade, ver essas atletas se apoiando é um exemplo de como a colaboração e o respeito podem coexistir com a busca pela excelência. O impacto desse pódio vai além do esporte, serve como um modelo para outras áreas da sociedade, mostrando que a inclusão e a diversidade não são apenas desejáveis, mas essenciais ao progresso.

As atletas negras no pódio olímpico demonstram que, quando dadas as oportunidades, as pessoas de todas as origens podem brilhar. Este momento histórico é um chamado para que indústrias e campos de trabalho façam um esforço consciente para promover a diversidade e a inclusão.

<><> Inspirando o Futuro

Rebeca Andrade e suas colegas medalhistas inspiram não apenas pelo que alcançaram, mas também pelo caminho que trilharam até aqui. Suas histórias são de superação, de luta contra adversidades e de resistência a um sistema que muitas vezes as marginaliza. Elas mostraram que é possível transformar desafios em triunfos e que cada passo dado é um passo em direção a um futuro mais inclusivo e justo.

Rebeca Andrade não apenas escreveu seu nome nos livros de história, mas também plantou sementes de esperança e inspiração nas mentes e corações de milhões de pessoas. Seu sucesso é uma prova de que, com determinação, apoio e oportunidades, é possível alcançar o topo. E, mais importante, seu exemplo mostra que é possível fazê-lo com graça, respeito e solidariedade.

Por que evidenciar que são pessoas negras vencendo?

O mundo vive um “apartheid”, principalmente no Brasil, mesmo que seja velado. Basta olhar aos números estatísticos de desigualdade ou até mesmo no apagamento das contribuições que as pessoas negras possibilitaram e possibilitam no campo econômico, científico, político, esportivo e cultural. Ligue a TV, terá mais gente negra na televisão alemã do que na brasileira – mesmo que no Brasil 56% da população se declare negra.

Não podemos esquecer as ofensas racistas do ginasta Arthur Nory contra Ângelo Assumpção em 2015. A vítima afirmou que foi demitido por denunciar discriminação racial na instituição.

A história das Olimpíadas é marcada tanto por conquistas atléticas quanto por episódios de exclusão e racismo. Desde a sua retomada na era moderna, em 1896, as Olimpíadas refletiram as tensões sociais e raciais da época. Inicialmente, os Jogos eram dominados por atletas brancos europeus e norte-americanos, enquanto esportistas de outras raças e regiões enfrentavam diversas barreiras para competir. Nos Jogos de St. Louis, em 1904, a segregação racial era evidente, com a realização de uma “Exposição Antropológica” que exibiu competidores indígenas e africanos em eventos separados e desumanizadores.

A exclusão persistiu, mas houve momentos significativos de resistência e triunfo. Em 1936, durante os Jogos de Berlim, o atleta afro-americano Jesse Owens desafiou a ideologia nazista de superioridade ariana ao ganhar quatro medalhas de ouro. No entanto, sua vitória não resultou em igualdade racial nos Estados Unidos, onde ele continuou a enfrentar discriminação. Nos Jogos de 1968, no México, Tommie Smith e John Carlos, ambos afro-americanos, protestaram contra o racismo e a injustiça racial nos EUA, levantando os punhos durante a cerimônia de premiação. Esse ato de coragem teve repercussões significativas, mas também trouxe consequências pessoais para ambos.

Apesar dos avanços, a luta contra o racismo e pela inclusão continua nas Olimpíadas contemporâneas. A presença de atletas de diversas origens é mais ampla, mas os desafios de discriminação e desigualdade persistem e nos lembram da importância de continuar promovendo a justiça e a igualdade no esporte e na sociedade.

Que tenhamos mais a história de Alfredo Gomes, que, há 100 anos, tornou-se o primeiro atleta negro do Brasil nos Jogos Olímpicos. Que venham mais Rebeca Andrade, Ângelo Assumpção, Isaquias Queiroz, Jucielen Romeu, Alison dos Santos, Laura Amaro, Ygor Coelho, Bárbara Santos, Rafaela Silva, Erik Cardoso, Ana Caroline Silva, Wanda dos Santos, Aída dos Santos, Irenice Rodrigues, Fofão, Janeth Arcain, Daiane dos Santos, Ketleyn Quadros, Adriana Araújo, Rafaela Silva, Beatriz Souza, Leonardo Gonçalves, Paulo André… E muitos e muitas que eu passaria semanas pesquisando.

 

Fonte: Brasil 247/Fórum

 

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