'Germes de academia': quais os aparelhos
mais contaminados e dicas para evitar problemas como micose, gripe e diarreia
Se enfrentar a
preguiça de ir à academia já é um desafio para muitos, uma situação pode
desestimular até os maiores fãs de exercício: os equipamentos molhados de suor.
Além de despertar
incômodo, a presença constante do suor nas superfícies também favorece a
contaminação.
De acordo com um
estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora
(UFJF) as práticas de limpeza e desinfecção realizadas nas academias não são o
suficiente para evitar a contaminação cruzada entre os usuários.
🏃🏻➡️🦠A pesquisa mapeou também os equipamentos mais infectados:
• Hack para agachamento;
• Barra para agachamento;
• Leg press;
• Halteres;
• Voador (equipamento para treino de
peitoral).
André Alvim, professor
de enfermagem da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e um dos autores
do estudo, explica que o contato frequente das mãos e de partes do corpo que
suam muito com os aparelhos favorecem a contaminação.
"Na academia a
gente lida com o invisível, com microrganismos, bactérias e fungos que têm
facilidade para se reproduzir nesse ambiente", analisa.
O pesquisador ainda
complementa que micose, gripe e diarreia estão entre as doenças com maior risco
de serem contraídas na academia.
Apesar do potencial de
contaminação, medidas simples de limpeza podem evitar infecções.
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Potencial de contaminação
O estudo da UFJF,
publicado na revista científica "Journal of Human Environment and Health
Promotion" na última semana, realizou três tipos de testes para analisar o
potencial de contaminação nas academias.
🧪Alvim explica que os testes consistiam em:
• Inspeção visual – análise visual das
superfícies com preenchimento de um formulário com pontos a serem observados.
Detectou a presença de sujeira mais visível, como pó, suor ou algum outro tipo
de secreção;
• Fluorescência – com a utilização de um
produto com marcador fluorescente foi simulado a presença de germes na
superfície. Capaz de detectar a contaminação não visível, como bactérias e
vírus;
• Teste de proteína – avaliação da
presença de proteínas na superfície. As proteínas podem ser de várias origens
incluindo secreção, proteínas da pele e suor.
De acordo com o
pesquisador, os aparelhos que testaram positivo em qualquer um dos três testes
foram reprovados, indicando a possível contaminação por meio desses aparelhos.
Cristiane Guzzo,
professora do departamento de microbiologia do Instituto de Ciências Biomédicas
da USP (ICB), explica que o ambiente da academia muitas vezes favorece a
proliferação de microrganismos.
"Há desde os
locais que são salas fechadas para atividades em grupo e uso comum dos
materiais de aulas até o contato contante das pessoas com os equipamentos na
musculação", analisa Guzzo.
A microbiologista
também comenta que o aumento da frequência respiratória durante a realização de
exercícios mais intensos combinado ao suor também fazem com que os locais de
treino se tornem mais propícios à contaminação.
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Limpeza constante
Para evitar a
contaminação, os especialistas explicam que as medidas devem ser de
responsabilidade tanto das academias como dos usuários.
🧹🪣No caso das academias, as principais ações incluem:
• Fornecimento de papel toalha e álcool
para que quem treina possa limpar os equipamentos antes e depois do uso;
• Fácil acesso a banheiros e pias para que
o usuário possa lavar as mãos com água e sabão;
• Limpeza periódica dos ambientas de
treino, com o uso de produtos próprios para a desinfecção de equipamentos de
academia;
• Disposição de cartazes e orientações que
recomendem a higienização por parte dos frequentadores.
André Alvim lembra que
toda academia apresenta um potencial para a contaminação cruzada e que
protocolos de limpeza são fundamentais para que esse risco seja reduzido.
Guzzo também ressalta
que boa parte das infecções contraídas nesses locais são de bactérias que fazem
parte da microbiota da pele e que ações simples podem evitar a transmissão.
"É importante
lembra que os ganhos que a academia fornece são muito superiores ao risco que
você tem de contrair uma doença indo treinar", destaca.
🧼🏋🏻Com relação aos usuários, eles listam 4 dicas que ajudam a
evitar a contaminação:
1. Higienizar as mãos
A lavagem das mãos com
água e sabão é uma medida simples e que já contribui muito para impedir a
proliferação de microrganismos. A higienização também pode ser feita com álcool
em gel, caso não haja uma pia por perto.
Alvim comenta que a
limpeza das mãos reduz a chamada microbiota transitória. Ele recomenda que a
higienização deve ser feita ao chegar e também ao sair da academia.
2. Limpar os
equipamentos
Apesar da limpeza
periódica dos ambientes comuns ser de responsabilidade da academia, é
recomendada a higienização dos equipamentos que forem utilizados.
As superfícies devem
ser desinfectadas antes do uso e também após o exercício, para que fique pronta
para o próximo usuário.
Guzzo lembra que a
limpeza pode ser feita com o próprio álcool e papel disponibilizados pela
academia e deve priorizar os lugares de contato do equipamento com o corpo.
3. Levar uma toalha de
uso individual
A tolha de uso
individual também é um acessório importante que pode ajudar a evitar a
contaminação na academia.
Além de ser útil para
secar o excesso de suor durante as práticas mais intensas, a toalha pode ser
colocada em equipamentos que têm muito contato com o corpo e também ser usada
para higienizar as superfícies.
4. Evitar ir à
academia doente
A última medida
recomendada pelos especialistas não é relacionada à limpeza, mas sim à
preservação da própria saúde – e das demais pessoas que frequentam a academia.
Guzzo comenta que um
erro muito comum de quem treina é ir à academia doente, algo que deve ser
evitado.
Além de poder alongar
o período de recuperação ao provocar um esforço desnecessário, coloca a saúde
dos outros frequentadores em risco.
A secreção e o suor
podem contribuir para disseminar esse vírus ou bactéria pelo ambiente,
favorecendo a contaminação desses locais.
Fonte: g1
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