sábado, 2 de março de 2024

Sudene reúne ministérios e governos estaduais para alinhar planos e projetos para a região

O encontro “Diálogos do Planejamento” aconteceu nesta quinta-feira (29) de forma híbrida (online e presencial), com o objetivo de “refinar o debate entre as instituições e aprimorar os mecanismos de planejamento que estamos conduzindo, contribuindo para a efetividade das políticas públicas”, afirmou o superintendente da Sudene, Danilo Cabral. Os participantes da reunião apresentaram as principais ações que vêm sendo implementadas por cada instituição, para identificar os pontos de convergência. O superintendente ressaltou que “já temos documentos normativos que orientam toda essa política de planejamento até 2027 (PRDNE, PNDR, PPA, entre outros) e agora o desafio é integrar e dar efetividade a essas ações”. A ideia é elaborar um documento em conjunto que possa nortear a implementação de ações integradas.

Danilo Cabral falou sobre o andamento do Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste (PRDNE), destacando que ele conta com 21 programas, 98 ações estratégicas e 119 projetos estruturadores. Para elaborar a carteira de projetos do Plano, a Sudene ouviu representantes dos governos estaduais da sua área de atuação e ministérios setoriais, por intermédio do Ministério de Planejamento e Orçamento (MPO). Ao longo de 2023, foram realizadas reuniões com representantes da Sudene, Sudam, Sudeco e ministérios (MIDR e MPO) para debater a articulação do PPA com os planos regionais de desenvolvimento.

O processo de elaboração do PRDNE contou com a participação dos estados (que elencaram suas ações prioritárias) e da sociedade (por meio de consulta pública). Ele frisou que o PRDNE dialoga com a Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR) e com o Plano Plurianual (PPA). Atualmente, o PRDNE está tramitando no Congresso Nacional e “se faz necessário um esforço político para que ele seja aprovado e transformado efetivamente em lei”, defendeu Danilo Cabral.

A Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR) foi detalhada pela secretária Nacional de Políticas de Desenvolvimento Regional e Territorial do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), Adriana Melo, que ressaltou o foco que a política vem dando “no binômio competitividade e equidade”. A gestora citou quatro objetivos que serão transformados em programas – acesso à renda e cidadania; valorização territorial pela inovação e competitividade regional; construção de uma rede de cidades para integração territorial e desenvolvimento regional; diversidade econômica e alternativas produtivas. Adriana destacou, ainda, as Rotas de Integração Nacional, voltadas ao desenvolvimento de cadeias produtivas estratégicas e da estruturação de redes de arranjos produtivos locais setorial e territorialmente conectados.

Quem representou o Ministério do Planejamento e Orçamento na reunião foi a secretária Nacional de Planejamento, Leany Alves, que falou sobre as agendas prioritárias do PPA 2024-2027, incluindo, combate à fome e redução das desigualdades; neoindustrialização; Novo PAC e combate ao desmatamento. “Durante os quatro anos do PPA, são estimados dispêndios globais da ordem de R$ 13,3 trilhões, incluindo os recursos orçamentários e não orçamentários”, informou Leany. Sobre a questão climática prevista no Plano Plurianual, Danilo Cabral reforçou a importância de ampliar o debate sobre desertificação e sugeriu que sejam reativados os planos estaduais de combate à desertificação. “A Sudene quer ser parceira nessa ação”.

Para alcançar o êxito das políticas elencadas nos planos e políticas, um consenso entre os participantes do encontro, incluindo Consórcio Nordeste, Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Bahia e secretários de planejamento dos estados de abrangência da Sudene foi a necessidade de deixar bem definidas as linhas de financiamento para viabilizar os projetos. Segundo Danilo Cabral, os instrumentos de ação da Sudene – especialmente os fundos regionais (FDNE e FNE) já atrelam os seus orçamentos, diretrizes e estratégias ao PRDNE. Em 2023, por exemplo, o Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), contou com cerca de R$ 1,5 bilhão para financiar obras de infraestrutura e foi um importante financiador de energia renovável. Já o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) destinou R$ 43,7 bilhões para o setor produtivo da região.

Quanto aos incentivos fiscais, o gestor informou que ano passado eles contemplaram 229 municípios com a aprovação de 653 pleitos aprovados, gerando investimentos de R$ 34,2 bilhões. Em sintonia com a PNDR e com o PRDNE, que apostam no fortalecimento da rede de cidades intermediárias, para desconcentrar e interiorizar o desenvolvimento regional, os incentivos fiscais aprovados pela Sudene contemplaram 37 municípios do G-52 (cidades-polo e regiões intermediárias). “As empresas localizadas nesses municípios, que tiveram pleitos de incentivos aprovados, investiram R$ 14 bilhões em 2023. Ainda sobre os mecanismos de financiamento para o planejamento regional, o superintendente sugeriu que seja organizada e sistematizada uma pauta estratégica, a ser submetida ao Conselho Deliberativo da Sudene.

 

Ø  FNE terá incremento de 10% para empreendimentos mini, micro, pequeno e pequeno-médio portes em 2024


A Sudene e o Banco do Nordeste apresentaram, nesta quinta-feira (29), o detalhamento da programação de aplicação dos R$ 37,8 bilhões do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste em 2024. O FNE é o principal instrumento financeiro para o desenvolvimento da área de atuação da Sudene, os nove estados do Nordeste e o Norte de Minas Gerais e do Espírito Santo. Ele oferece condições de crédito, como custo e prazo,  imbatíveis em comparação a outras instituições financeiras instaladas na região. 

Para este ano, há um incremento de 10% do financiamento para os empreendimentos de portes prioritários, aqueles que têm um faturamento de até R$ 16 milhões. Essa diretriz beneficia, especialmente, as mini e micro empresas, pequenos agricultores, empreendedores informais com crédito de R$ 23,5 bilhões - esse valor representa 62,2% dos recursos previstos para o FNE 2024. “Foi uma grande preocupação da Sudene atender a determinação do governo federal de oferecer crédito para os mini, micro e pequenos empreendedores”, destacou o diretor de Gestão de Fundos e Incentivos Fiscais da Sudene, Heitor Freire. 

Além disso, o FNE terá uma inovação, aprovada pelo Conselho Deliberativo da Sudene,  com a criação de condições especiais de financiamento para fortalecer a criação de um ambiente de negócios com maior participação do público feminino. As mulheres empreendedoras e os empreendimentos conduzidos por, pelo menos 40%, com participação feminina terão prazo de até dois anos a mais do que os empreendimentos conduzidos pelos demais públicos), um ano de carência, elevação do limite de financiamento e da participação no capital de giro no capital dessas empresas. 

As diretrizes de aplicação do FNE, compostas por prioridades espaciais e setoriais com base no Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste (PRDNE), foram aprovadas pelo Conselho Deliberativo da Sudene. O grande esforço que vem sendo realizado é para que os recursos sejam aplicados integralmente, diversificando-a do ponto de vista setorial e espacial. “Todo o desenvolvimento econômico e social da nossa região passa pelo FNE, que financia desde as grandes obras estruturantes a todo o setor produtivo”, afirmou Heitor Freire. Ele acrescentou que costuma dizer que o “FNE é crédito que inspira, é Nordeste que cresce”. 

O rateio dos recursos por estados foi detalhado pelo superintendente de Políticas de Desenvolvimento Sustentável, Irenaldo Rubens Soares.A Bahia receberá R$ 8,1 bilhões (21,5% do orçamento), Ceará R$ 4,7 bilhões (12,4%), Pernambuco R$ 4,5 bilhões (12,1%), Maranhão R$ 4 bilhões (10,7%), Piauí R$ 3,7 bilhões (9,95), Rio Grande do Norte R$ 2,7 bilhões (7,2%), Paraíba R$ 2,6 bilhões (7,1%), Minas Gerais R$ 2,4 bilhões (6,5%), Alagoas R$ 2 bilhões (5,4%), Sergipe R$ 1,9 bilhões (5,3%) e Espírito Santo R$ 707,9 milhões (1,9%). 

O diretor de Planejamento do Banco do Nordeste, Aldemir Freire, destacou que, no ano passado, o FNE bateu um recorde histórico de financiamento, atingindo R$ 43 bilhões. “Partimos em 2024 com um valor que consideramos bastante conservador e apostamos na melhora desse volume de recursos ao longo do ano”, frisou. O gestor afirmou que os bancos públicos ampliaram participação de crédito no Brasil no último ano. “Essa é uma determinação do governo federal e também um reflexo do próprio contexto nacional”, disse. O diretor citou a volta de uma estratégia de desenvolvimento nacional e a queda nas taxas de juros. 

Participaram do evento, além dos representantes da Sudene e do BNB, o secretário nacional de de Fundos e Instrumentos Financeiros do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, Eduardo Tavares, o  presidente da Finep e da Associação Brasileira de Desenvolvimento, Celso Pansera, o secretário-adjunto de Planejamento, Orçamento e Gestão do Rio Grande do Norte, José Dionísio Gomes da Silva, representando a governadora Fátima Bezerra, presidente do Consórcio Nordeste de governadores. 

·        FNE Mulheres Empreendedoras é destaque na programação de recursos para 2024

Mulheres dona de negócios localizados na área de atuação da Sudene terão condições especiais obtenção de crédito por meio do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE). Apresentada ontem (29), a programação final de aplicação de recursos do fundo regional confirmou mais facilidades para o público empreendedor feminino. O evento contou com a participação do diretor de Fundos, Incentivos e de Atração de Investimentos da Sudene, Heitor Freire.

“A programação é resultado dos debates que realizamos com o setor produtivo da região. O fortalecimento do ambiente de negócios regional com maior participação do público feminino é um compromisso da Sudene”, comentou Freire. A medida inédita confirmada pelo colegiado busca beneficiar mulheres produtoras rurais, empresárias, empreendedoras e microempreendedoras individuais, com exceção das beneficiárias do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, o Pronaf. Para ter acesso à iniciativa, é necessário que pelo menos 40% do quadro societário dos empreendimentos interessados seja feminino.

Os financiamentos concedidos pelo FNE para este público passarão a contar com aumento no prazo total de financiamento em até dois anos, incluindo um ano adicional de carência. O percentual do financiamento de capital giro associado será de até 40% do investimento total.

O FNE Mulheres empreendedoras também amplia o limite de financiamento de projetos, independentemente do objetivo e localização das empresas. Neste caso, empreendimentos classificados como mini/micro, pequeno e pequeno-médio contam com até 100% de financiamento. Já os enquadrados na categoria Médio I poderão financiar até 95% do valor total do projeto.

Para o superintendente da Sudene, Danilo Cabral, propor políticas afirmativas na gestão dos recursos dos fundos regionais é uma ação da Sudene que dialoga com a determinação do Governo Federal de democratizar o acesso ao crédito. “O público feminino é parte vital da economia da área da Sudene. Com estas condições propostas para o FNE, queremos criar mais espaços de empoderamento e acesso ao crédito de forma descomplicada, facilitando o financiamento”, comentou o dirigente.

 

Fonte: Ascom Sudene

 

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