quarta-feira, 27 de março de 2024

Mobizap, aplicativo de transporte individual, inicia operação em Feira de Santana

O novo aplicativo de transportes da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob), o Mobizap, está em funcionamento a partir desta segunda-feira (25), em Feira de Santana. Para marcar o lançamento oficial dos trabalhos, aconteceu uma cerimônia de apresentação no Sindicato dos Taxistas (Sincaver). A cidade é a primeira do Nordeste a aderir à ferramenta. Passageiros e motoristas já podem baixar o aplicativo e se cadastrar.

Everaldo Santana, taxista com mais de 30 anos de experiência, destacou a importância de participar do aplicativo da prefeitura, principalmente, para os colegas da categoria. O único taxista com um carro elétrico em uma frota de 1.350 carros, ele ressaltou que a nova ferramenta é competitiva e vantajosa, oferecendo uma taxa acessível.

“Eu aconselho meus colegas a incentivarem o uso do aplicativo que a prefeitura está disponibilizando para nós. É bom porque eu mesmo ficava parado no ponto de táxi, a minha idade não me permite mais. E se vocês abraçarem o aplicativo vai ser bom para todo mundo. É bem competitivo e vai ser bom para a categoria. É um avanço porque é melhor do que ficar parado nos pontos. E o meu carro é elétrico, tem dois meses de comprado. Tem muita gente que disse que eu era louco. Hoje eu quero o meu conforto e dos meus clientes”, afirmou Everaldo ao Acorda Cidade.

Elimar Oliveira, diretor do Departamento de Planejamento Estatístico da Semob, trouxe detalhes de como o aplicativo foi introduzido no projeto de mobilidade da cidade para buscar equilibrar tarifas competitivas para passageiros e taxas justas para motoristas.

Segundo Elimar, a ideia surgiu após a equipe da Semob participar de um Fórum de Mobilidade em São Paulo, de onde eles trouxeram, estudaram e puderam implementar a nova plataforma.

“A demanda surgiu da necessidade que existia no município de possuir um aplicativo para os taxistas. Tem esse papel de ter tarifas competitivas para o passageiro e taxas não abusivas para os motoristas. Ele trabalhar e saber que vai ter uma remuneração adequada para a sua função, não havendo abuso de quem vier coordenar esse serviço. O município de Feira de Santana, como tem um convênio de cooperação técnica com o município de São Paulo, conseguiu trazer por convênio essa ferramenta. Além dos motoristas particulares, o aplicativo tem uma categoria específica de taxistas e ele vai concorrer com a categoria premium”.

O diretor ainda ressaltou que os veículos dos taxistas, cadastrados na plataforma, dão um maior conforto e segurança para passageiros, levando em consideração que a fiscalização será mais intensa. Ele apontou outros benefícios.

“A taxa é fixa de 10.95%, a taxa de administração por cada corrida. Então, ele tem ali o valor da corrida, competitivo com os demais aplicativos, tem essa política de ter até 80% das corridas com preços melhores que os demais aplicativos e a taxa de administração não vai ser abusiva. Então é uma taxa de 10,95% por corrida, ou seja, o motorista não vai ter surpresa ali no final”.

O vice-presidente nacional do Mobizap, Eduardo Tinari, explicou que o aplicativo funciona há um ano em São Paulo e em outras cidades do país.  

“Através de um convênio da prefeitura de São Paulo com a prefeitura aqui de Feira de Santana, acabou estendendo o contrato, a licitação que a gente tinha lá em São Paulo aqui para a Feira, trazendo toda a tecnologia e o contrato da maneira que foi realizado em São Paulo. A plataforma é para taxistas e também para motoristas de aplicativo”.

Além dos taxistas, qualquer pessoa que tenha um carro particular devidamente registrado e regular pode se cadastrar, caso atenda os requisitos. Segundo ele, no futuro, motocicletas também poderão ser incluídas.

“Já estamos analisando a proposta, a solicitação da prefeitura, para que a gente possa incluir as motos devidamente homologadas na prefeitura”, Eduardo Tinari.

Liomar Ferreira, presidente do Sincaver, falou ao Acorda Cidade o quanto o aplicativo é benéfico para a categoria, assim como para os passageiros que vão poder contar com as vantagens.

“O Mobizap é uma novidade do ponto de vista não só da sua fórmula de trabalho, a taxa a ser descontada das corridas que vierem a ser efetuadas através do aplicativo, mas eu acho que é mais uma tentativa de buscar uma alternativa para nos submeter, nos contrapor aquilo que o passageiro tem feito conosco ao longo do tempo após a chegada do aplicativo em nossa cidade”.

Ele pontuou que, quando os transportes por aplicativo chegaram a todo o Brasil, inclusive em Feira, como Uber, 99; os taxistas, mototáxis e até mesmo o transporte coletivo sofreu baixas na demanda de passageiros. Portanto, essa plataforma da Semob vai permitir um novo desenvolvimento da categoria.

“A tarifa que foi colocada para iniciar os trabalhos aqui no Brasil, eles fizeram de uma forma em que só quem ganha é a plataforma, porque o operador não tem uma tarifa justa e o usuário, de uma forma indireta, também seria beneficiado, porque ele está pagando muito menos do que ele pagava do ponto de vista da tarifa cobrada pelos táxis e também pelo transporte coletivo”.

•        Regularização dos Motoristas por APP

Além disso, Liomar pontuou a tentativa do governo federal em regularizar os motoristas de aplicativo e que está dando o que falar. A proposta prevê um salário mínimo pago pelas empresas operadoras aos motoristas, assim como uma contribuição de 20% do INSS, com uma parcela de 7% do salário mínimo sendo responsabilidade do motorista. Além disso, a proposta parece não contemplar os mototaxistas e ciclistas que trabalham como entregadores para empresas de alimentos, como Ifood.

O projeto tem causado divisões entre as empresas operadoras e os próprios motoristas de aplicativo, que veem o trabalho como uma atividade complementar ou um “bico”, e não desejam ser empregados diretos das plataformas, perdendo a autonomia de gestão.

A situação é complexa, já que essa categoria é grande e muitos dependem dos benefícios do INSS. No entanto, a proposta do governo busca estabelecer uma relação de trabalho entre os motoristas e as plataformas, o que gera preocupações e discussões.

 

Fonte: Acorda Cidade

 

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