Mobizap, aplicativo de transporte
individual, inicia operação em Feira de Santana
O novo aplicativo de
transportes da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob), o Mobizap,
está em funcionamento a partir desta segunda-feira (25), em Feira de Santana.
Para marcar o lançamento oficial dos trabalhos, aconteceu uma cerimônia de
apresentação no Sindicato dos Taxistas (Sincaver). A cidade é a primeira do
Nordeste a aderir à ferramenta. Passageiros e motoristas já podem baixar o
aplicativo e se cadastrar.
Everaldo Santana,
taxista com mais de 30 anos de experiência, destacou a importância de
participar do aplicativo da prefeitura, principalmente, para os colegas da
categoria. O único taxista com um carro elétrico em uma frota de 1.350 carros,
ele ressaltou que a nova ferramenta é competitiva e vantajosa, oferecendo uma
taxa acessível.
“Eu aconselho meus
colegas a incentivarem o uso do aplicativo que a prefeitura está
disponibilizando para nós. É bom porque eu mesmo ficava parado no ponto de
táxi, a minha idade não me permite mais. E se vocês abraçarem o aplicativo vai
ser bom para todo mundo. É bem competitivo e vai ser bom para a categoria. É um
avanço porque é melhor do que ficar parado nos pontos. E o meu carro é
elétrico, tem dois meses de comprado. Tem muita gente que disse que eu era
louco. Hoje eu quero o meu conforto e dos meus clientes”, afirmou Everaldo ao
Acorda Cidade.
Elimar Oliveira,
diretor do Departamento de Planejamento Estatístico da Semob, trouxe detalhes
de como o aplicativo foi introduzido no projeto de mobilidade da cidade para
buscar equilibrar tarifas competitivas para passageiros e taxas justas para
motoristas.
Segundo Elimar, a
ideia surgiu após a equipe da Semob participar de um Fórum de Mobilidade em São
Paulo, de onde eles trouxeram, estudaram e puderam implementar a nova
plataforma.
“A demanda surgiu da
necessidade que existia no município de possuir um aplicativo para os taxistas.
Tem esse papel de ter tarifas competitivas para o passageiro e taxas não
abusivas para os motoristas. Ele trabalhar e saber que vai ter uma remuneração
adequada para a sua função, não havendo abuso de quem vier coordenar esse
serviço. O município de Feira de Santana, como tem um convênio de cooperação
técnica com o município de São Paulo, conseguiu trazer por convênio essa
ferramenta. Além dos motoristas particulares, o aplicativo tem uma categoria
específica de taxistas e ele vai concorrer com a categoria premium”.
O diretor ainda
ressaltou que os veículos dos taxistas, cadastrados na plataforma, dão um maior
conforto e segurança para passageiros, levando em consideração que a
fiscalização será mais intensa. Ele apontou outros benefícios.
“A taxa é fixa de
10.95%, a taxa de administração por cada corrida. Então, ele tem ali o valor da
corrida, competitivo com os demais aplicativos, tem essa política de ter até
80% das corridas com preços melhores que os demais aplicativos e a taxa de administração
não vai ser abusiva. Então é uma taxa de 10,95% por corrida, ou seja, o
motorista não vai ter surpresa ali no final”.
O vice-presidente
nacional do Mobizap, Eduardo Tinari, explicou que o aplicativo funciona há um
ano em São Paulo e em outras cidades do país.
“Através de um
convênio da prefeitura de São Paulo com a prefeitura aqui de Feira de Santana,
acabou estendendo o contrato, a licitação que a gente tinha lá em São Paulo
aqui para a Feira, trazendo toda a tecnologia e o contrato da maneira que foi
realizado em São Paulo. A plataforma é para taxistas e também para motoristas
de aplicativo”.
Além dos taxistas,
qualquer pessoa que tenha um carro particular devidamente registrado e regular
pode se cadastrar, caso atenda os requisitos. Segundo ele, no futuro,
motocicletas também poderão ser incluídas.
“Já estamos analisando
a proposta, a solicitação da prefeitura, para que a gente possa incluir as
motos devidamente homologadas na prefeitura”, Eduardo Tinari.
Liomar Ferreira,
presidente do Sincaver, falou ao Acorda Cidade o quanto o aplicativo é benéfico
para a categoria, assim como para os passageiros que vão poder contar com as
vantagens.
“O Mobizap é uma
novidade do ponto de vista não só da sua fórmula de trabalho, a taxa a ser
descontada das corridas que vierem a ser efetuadas através do aplicativo, mas
eu acho que é mais uma tentativa de buscar uma alternativa para nos submeter,
nos contrapor aquilo que o passageiro tem feito conosco ao longo do tempo após
a chegada do aplicativo em nossa cidade”.
Ele pontuou que,
quando os transportes por aplicativo chegaram a todo o Brasil, inclusive em
Feira, como Uber, 99; os taxistas, mototáxis e até mesmo o transporte coletivo
sofreu baixas na demanda de passageiros. Portanto, essa plataforma da Semob vai
permitir um novo desenvolvimento da categoria.
“A tarifa que foi
colocada para iniciar os trabalhos aqui no Brasil, eles fizeram de uma forma em
que só quem ganha é a plataforma, porque o operador não tem uma tarifa justa e
o usuário, de uma forma indireta, também seria beneficiado, porque ele está pagando
muito menos do que ele pagava do ponto de vista da tarifa cobrada pelos táxis e
também pelo transporte coletivo”.
• Regularização dos Motoristas por APP
Além disso, Liomar
pontuou a tentativa do governo federal em regularizar os motoristas de
aplicativo e que está dando o que falar. A proposta prevê um salário mínimo
pago pelas empresas operadoras aos motoristas, assim como uma contribuição de
20% do INSS, com uma parcela de 7% do salário mínimo sendo responsabilidade do
motorista. Além disso, a proposta parece não contemplar os mototaxistas e
ciclistas que trabalham como entregadores para empresas de alimentos, como
Ifood.
O projeto tem causado
divisões entre as empresas operadoras e os próprios motoristas de aplicativo,
que veem o trabalho como uma atividade complementar ou um “bico”, e não desejam
ser empregados diretos das plataformas, perdendo a autonomia de gestão.
A situação é complexa,
já que essa categoria é grande e muitos dependem dos benefícios do INSS. No
entanto, a proposta do governo busca estabelecer uma relação de trabalho entre
os motoristas e as plataformas, o que gera preocupações e discussões.
Fonte: Acorda Cidade
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