Braga Netto foi um dos principais
articuladores do golpe, diz agência
General da reserva e
ministro da Defesa no governo do então presidente Jair Bolsonaro, o candidato a
vice na chapa derrotada em 2022, Walter Braga Netto, está entre os principais
suspeitos de ter participado, ativamente, de um plano para infiltrar militares
das forças especiais do Exército, os chamados ‘kids pretos’, nos atos golpistas
do 8 de Janeiro. As informações foram divulgadas, nesta terça-feira, pela
agência inglesa de notícias Reuters.
Segundo a agência,
Braga Netto discutiu a preparação de viagens e hospedagem para integrantes de
uma unidade de guerrilha do Exército com o objetivo de ajudar a fomentar um
golpe de Estado.
A presença destes
militares de elite no quebra-quebra promovido contra prédios públicos, na Praça
dos Três Poderes, consta de diferentes pontos da investigação sobre a tentativa
fracassada de golpe. A suspeita é de que eles tenham coordenado a invasão dos
vândalos.
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Envolvimento
A participação de
Braga Netto no planejamento já havia sido mencionada, mas em menor grau. A
informação, até aqui, era de que o general havia sugerido a Mauro Cid e ao
major Rafael Martins de Oliveira que procurassem o PL para conseguir R$ 100 mil
para financiar a ida dos militares a Brasília naquele 8 de Janeiro.
A Reuters, porém,
aponta um envolvimento maior e diz que documentos em posse da PF, obtidos pela
agência, mostram que Braga Netto “desempenhou um papel fundamental em uma
conspiração liderada por Bolsonaro para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da
Silva”.
— Braga Netto atuou
como incentivador e influenciador entre os demais comandantes do Exército —
resumiu uma das fontes da PF à agência.
• Witzel cita Braga Netto no caso Marielle
e diz que polícia evitou prender assassino em ano eleitoral
Ex-governador do Rio
de Janeiro, Wilson Witzel afirma que a cúpula da Polícia Civil já sabia, em
2018, quem eram os dois executores de Marielle Franco, morta em março daquele
ano. E que os delegados envolvidos no caso, que na época respondiam aos generais
Braga Netto e Richard Nunes, não prenderam os assassinos com a justificativa de
que, antes, pretendiam identificar os mandantes do crime.
A Polícia Civil só
prendeu Ronnie Lessa e Élcio Queiroz em março de 2019, após Witzel afastar os
delegados Rivaldo Barbosa e Giniton Lages, que davam as cartas na corporação.
No último domingo, a Polícia Federal apontou os dois policiais como cúmplices dos
irmãos Brazão no assassinato.
O afastamento de
Giniton Lages chegou a ser criticado publicamente por Richard Nunes, que
sustentou que o delegado já estava familiarizado com o caso Marielle e, por
isso, deveria permanecer na linha de frente.
À coluna, Witzel disse
acreditar que a demora para prender os assassinos em 2018 pode ter motivação
eleitoral. “Fiz uma reunião ainda antes de assumir, na transição de governo, e
perguntei aos delegados: ‘Qual a informação vocês têm do caso Marielle?’. Eles
me disseram: ‘Nós temos a informação de dois executores’. Eu disse: “Ué, por
que vocês não pediram a prisão deles ainda?” [E eles responderam]: “Nós estamos
esperando chegar no mandante”.
Repercussão eleitoral
O ex-governador Wilson
Witzel continuou:
“Se eu perguntei
[sobre o caso Marielle], quem estava aqui antes de mim [Braga Netto e Richard
Nunes] deve ter perguntado também. É natural. A eleição foi em outubro [de
2018], eu fiz essa pergunta em novembro. E o Lessa morava no condomínio do
candidato [Bolsonaro].
Você imagina se essa
informação é divulgada, se eles são presos na véspera da eleição. O matador da
Marielle morador e vizinho do candidato. Como a informação cairia naquele
momento?”
Em 2018, o general
Braga Netto comandou a intervenção no Rio de Janeiro, sendo uma espécie de
“governador” na área de segurança. Já Richard Nunes chefiava a Secretaria de
Segurança Pública, tendo contato direto com as polícias Civil e Militar. Na
época, o presidente era Michel Temer.
Questionado
objetivamente se Braga Netto e Richard Nunes teriam segurado a prisão de Lessa
para abafar a repercussão do caso no ano eleitoral, o ex-governador disse que a
motivação precisa ser investigada.
“Eu não posso afirmar
que ele [Braga Netto] segurou [a prisão]. Mas é preciso perguntar ao Giniton
Lages, hoje investigado, e ao delegado Rivaldo Barbosa, se essa informação foi
levada ao interventor e ao secretário de Segurança Pública [Richard Nunes].
O que me chama a
atenção é o general Richard ter dado uma entrevista dizendo que, ao tirar
Giniton, eu atrapalhei a investigação. O que hoje estamos vendo que foi ao
contrário. Eu tenho sensibilidade para ver que uma pessoa não estava bem, seja
emocionalmente abalada pelo fato ou por uma culpa de que eu não tinha
conhecimento ainda. Mas a minha sensibilidade mostrava que ele não estava bem.
E eu o substituí.
Se eles [Giniton e
Rivaldo Barbosa] levaram ao conhecimento do general Richard e do general Braga
Netto, só os dois vão poder afirmar. Acredito que eles possam querer fazer
delação. Sonegar essa informação durante a eleição é gravíssimo.”
Procurado pela coluna,
Richard Nunes rebateu as declarações de Witzel.
• Braga Netto precisa ser devidamente
investigado, diz deputado
Em entrevista ao Fórum
Onze e Meia nesta terça-feira (26), o deputado federal Tarcísio Motta (PSOL-RJ)
afirmou que o general da reserva, Walter Braga Netto, candidato a vice na chapa
de Jair Bolsonaro (PL), deve ser investigado no inquérito que apura o assassinato
de Marielle Franco e Anderson Gomes.
"O debate na
questão dos militares na política, eles tentam aparecer como algo meio técnico,
como se não agissem politicamente. O Braga Netto, depois viria a ser candidato
a vice na chapa de Bolsonaro. É claro que, naquele momento, ele não era isso.
Era responsável pela intervenção e vai dizer que, na verdade, não foi ele e que
ele não sabia. Desfaçatez na minha opinião. Ele deve ser devidamente
investigado", afirmou o parlamentar, que participou de uma homenagem a
Mariell
O deputado afirmou que
O PSOL entrou com representação pedindo investigação de Braga Netto em razão da
nomeação de Rivaldo Barbosa como chefe da Polícia Civil um dia antes do
assassinato de Marielle.
Barbosa foi preso
juntamente com os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão por planejar o crime e
oferecer impunidade aos mandantes e executores.
"O Braga Netto e
o Richard [Nunes, general nomeado secretário de Segurança Pública durante a
intervenção no Rio], uma cadeia de comando, sabiam que havia contraindicações
da nomeação de Rivaldo naquele momento. É sério", disse Motta.
"Na minha
opinião, está provado após as investigações sobre a Marielle que a intervenção
federal estava conectada com esse ecossistema político-miliciano do Rio de
Janeiro", complementou.
• Cúpula militar avisa Lula: tudo pronto
para prisão de Bolsonaro, Braga Netto e Heleno
A cúpula das Forças
Armadas teria comunicado Lula e magistrados que já está tudo pronto caso a
Justiça decrete a prisão de militares envolvidos na tentativa de golpe de
Estado, entre eles o capitão Jair Bolsonaro (PL), e os generais Walter Braga
Netto e Augusto Heleno, todos da reserva.
Segundo informações de
Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo, a cúpula militar avisou Lula e o
judiciário que não vai se opor e nem contestar caso sejam decretadas às
prisões.
Citando um integrante
do governo federal, a jornalista diz que os comandantes querem evitar que uma
contestação das prisões gerem desconfiança nos subordinadas nas Forças Armadas.
Por esse motivo, aceitarão as prisões "sem maiores ruídos".
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Vaquinha para Mauro Cid
Enquanto a cúpula
militar se prepara para encarcerar Bolsonaro e membros da organização golpista,
uma parcela de apoiadores do ex-presidente iniciou uma vaquinha nas redes
sociais em solidariedade ao tenente-coronel Mauro Cid, que voltou para a cadeia
após vazamento de áudios em que critica o Supremo Tribunal Federal (STF) e a
Polícia Federal, dizendo que há "narrativa pronta" nas investigações
sobre o golpe.
Próxima a Michelle
Bolsonaro, Vanessa Silva, conhecida como "Negona do Bolsonaro",
iniciou a campanha neste fim de semana: "um soldado ferido precisa de sua
ajuda. Ninguém fica pra trás", diz a imagem divulgada por ela na Rede X.
"Amigos estamos
fazendo uma vaquinha p/ajudar o Tenente-Coronel CID a pagar os custos com
advogados q/são imensos. Fato q/ fez com q/ele vendesse vários bens p/honrar
com os custos de honorários advocatícios. Vamos juntos ajudar esse amigo que
sempre foi leal, pai de família", diz a bolsonarista, que pretende
arrecadas R$ 300 mil via Pix.
PL teme que Moraes tenha estipulado data
para prender Bolsonaro
Aliados de Bolsonaro
no PL acreditam que Alexandre de Moraes trabalha com um prazo para colher
provas e prender o ex-presidente: julho deste ano. Figuras importantes do
partido acreditam que, se o ministro tomar uma medida mais aguda contra o
ex-presidente, como a determinação de uma prisão preventiva, fará isso antes do
início da propaganda eleitoral, que começa em agosto. Em 2024, estarão em jogo
comando de prefeituras e assentos nas câmaras municipais.
A avaliação é que, se
Bolsonaro estiver solto até agosto, não haverá movimentações agudas da Polícia
Federal até o encerramento das eleições, no fim de outubro. Isso porque uma
determinação de Moraes, durante o pleito, poderia ser interpretada como perseguição
política e turbinar a candidatura de políticos do PL.
Pela ótica de
deputados próximos ao ex-presidente, Moraes atua para não permitir que
Bolsonaro, já tornado inelegível, desempenhe o papel de cabo eleitoral este
ano. Tal efeito, avaliam, seria devastador para as pretensões do PL.
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Já no STF, Alexandre
de Moraes tem dito que não se deixará levar por fatores externos ao nortear
suas decisões. Na segunda-feira (25/3), a revelação de que Bolsonaro esteve na
Embaixada da Hungria acendeu o alerta da Polícia Federal. Contudo, segundo fontes
da PF, as imagens de Bolsonaro na embaixada, por si só, são insuficientes para
formalizar um pedido de prisão preventiva.
Moraes só determinará
o encarceramento do ex-presidente, antes do julgamento pela Corte, caso consiga
comprovar o risco de fuga ou de que Bolsonaro tem atrapalhado as investigações.
Fator Trump
Aliados de Bolsonaro
acreditam que uma possível vitória de Donald Trump na eleição à Presidência dos
Estados Unidos, em novembro deste ano, enfraqueceria as chances de cadeia.
Segundo parlamentares
do PL, a eventual prisão de Bolsonaro ficaria “mais difícil” com um
ultra-aliado na Presidência da maior potência mundial. Por essa ótica, o “fator
Trump” também aceleraria o rumo das investigações envolvendo Bolsonaro.
Até o momento, os
principais institutos de pesquisa norte-americanos apontam empate técnico entre
Trump e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
Ø
Justiça torna filho de Bolsonaro réu por
lavagem de dinheiro e falsidade ideológica
Ø
Jair Renan Bolsonaro,
filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, virou réu por falsidade ideológica, uso
de documento falso e lavagem de dinheiro, após a Justiça do Distrito Federal
acatar denúncia apresentada pelo Ministério Público do Distrito Federal.
De acordo com o g1,
Jair Renan, o filho "04" do ex-presidente, foi acusado com mais cinco
pessoas de praticar os crimes mencionados. A decisão da 5ª Vara Criminal é de
segunda-feira (25), mas foi revelada nesta quarta (27).
A ação penal decorre
de uma investigação da Polícia Civil do DF que indiciou Jair Renan em
fevereiro. No âmbito dessa investigação, ele chegou a ser alvo de uma operação
de busca e apreensão em agosto do ano passado.
A denúncia do
Ministério Público acusa o filho do ex-presidente e outros réus de forjarem uma
declaração de faturamento de uma empresa do filho do ex-presidente, a RB
Eventos e Mídia, com o objetivo de dar lastro a empréstimos bancários que
chegaram a R$ 291 mil, entre 2022 e 2023.
O valor não foi pago e
o banco cobrou Jair Renan judicialmente. Em fevereiro, a Justiça determinou que
ele pagasse ao banco a dívida, que estava em R$ 360 mil.
O grupo teria
produzido um documento que atestava falsamente que a empresa havia faturado R$
4,6 milhões no período de um ano, o que configurou, segundo o Ministério
Público, o crime de falsidade ideológica.
Eles teriam criado um
"laranja", uma pessoa que não existe chamada Antônio Amâncio Alves
Mandarrari, para ocultar valores obtidos de forma ilegal, incluindo os recursos
provenientes dos supostos empréstimos fraudulentos.
Essa pessoa fictícia
"abriu" empresas para movimentar o dinheiro, escreve a mídia.
A partir da intimação
dos réus, eles terão dez dias para apresentar sua defesa por escrito.
Fonte: Correio do
Brasil/Fórum/Metrópoles/Sputnik Brasil
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