quinta-feira, 28 de março de 2024

Braga Netto foi um dos principais articuladores do golpe, diz agência

General da reserva e ministro da Defesa no governo do então presidente Jair Bolsonaro, o candidato a vice na chapa derrotada em 2022, Walter Braga Netto, está entre os principais suspeitos de ter participado, ativamente, de um plano para infiltrar militares das forças especiais do Exército, os chamados ‘kids pretos’, nos atos golpistas do 8 de Janeiro. As informações foram divulgadas, nesta terça-feira, pela agência inglesa de notícias Reuters.

Segundo a agência, Braga Netto discutiu a preparação de viagens e hospedagem para integrantes de uma unidade de guerrilha do Exército com o objetivo de ajudar a fomentar um golpe de Estado.

A presença destes militares de elite no quebra-quebra promovido contra prédios públicos, na Praça dos Três Poderes, consta de diferentes pontos da investigação sobre a tentativa fracassada de golpe. A suspeita é de que eles tenham coordenado a invasão dos vândalos.

<<< Envolvimento

A participação de Braga Netto no planejamento já havia sido mencionada, mas em menor grau. A informação, até aqui, era de que o general havia sugerido a Mauro Cid e ao major Rafael Martins de Oliveira que procurassem o PL para conseguir R$ 100 mil para financiar a ida dos militares a Brasília naquele 8 de Janeiro.

A Reuters, porém, aponta um envolvimento maior e diz que documentos em posse da PF, obtidos pela agência, mostram que Braga Netto “desempenhou um papel fundamental em uma conspiração liderada por Bolsonaro para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva”.

— Braga Netto atuou como incentivador e influenciador entre os demais comandantes do Exército — resumiu uma das fontes da PF à agência.

•        Witzel cita Braga Netto no caso Marielle e diz que polícia evitou prender assassino em ano eleitoral

Ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel afirma que a cúpula da Polícia Civil já sabia, em 2018, quem eram os dois executores de Marielle Franco, morta em março daquele ano. E que os delegados envolvidos no caso, que na época respondiam aos generais Braga Netto e Richard Nunes, não prenderam os assassinos com a justificativa de que, antes, pretendiam identificar os mandantes do crime.

A Polícia Civil só prendeu Ronnie Lessa e Élcio Queiroz em março de 2019, após Witzel afastar os delegados Rivaldo Barbosa e Giniton Lages, que davam as cartas na corporação. No último domingo, a Polícia Federal apontou os dois policiais como cúmplices dos irmãos Brazão no assassinato.

O afastamento de Giniton Lages chegou a ser criticado publicamente por Richard Nunes, que sustentou que o delegado já estava familiarizado com o caso Marielle e, por isso, deveria permanecer na linha de frente.

À coluna, Witzel disse acreditar que a demora para prender os assassinos em 2018 pode ter motivação eleitoral. “Fiz uma reunião ainda antes de assumir, na transição de governo, e perguntei aos delegados: ‘Qual a informação vocês têm do caso Marielle?’. Eles me disseram: ‘Nós temos a informação de dois executores’. Eu disse: “Ué, por que vocês não pediram a prisão deles ainda?” [E eles responderam]: “Nós estamos esperando chegar no mandante”.

Repercussão eleitoral

O ex-governador Wilson Witzel continuou:

“Se eu perguntei [sobre o caso Marielle], quem estava aqui antes de mim [Braga Netto e Richard Nunes] deve ter perguntado também. É natural. A eleição foi em outubro [de 2018], eu fiz essa pergunta em novembro. E o Lessa morava no condomínio do candidato [Bolsonaro].

Você imagina se essa informação é divulgada, se eles são presos na véspera da eleição. O matador da Marielle morador e vizinho do candidato. Como a informação cairia naquele momento?”

Em 2018, o general Braga Netto comandou a intervenção no Rio de Janeiro, sendo uma espécie de “governador” na área de segurança. Já Richard Nunes chefiava a Secretaria de Segurança Pública, tendo contato direto com as polícias Civil e Militar. Na época, o presidente era Michel Temer.

Questionado objetivamente se Braga Netto e Richard Nunes teriam segurado a prisão de Lessa para abafar a repercussão do caso no ano eleitoral, o ex-governador disse que a motivação precisa ser investigada.

“Eu não posso afirmar que ele [Braga Netto] segurou [a prisão]. Mas é preciso perguntar ao Giniton Lages, hoje investigado, e ao delegado Rivaldo Barbosa, se essa informação foi levada ao interventor e ao secretário de Segurança Pública [Richard Nunes].

O que me chama a atenção é o general Richard ter dado uma entrevista dizendo que, ao tirar Giniton, eu atrapalhei a investigação. O que hoje estamos vendo que foi ao contrário. Eu tenho sensibilidade para ver que uma pessoa não estava bem, seja emocionalmente abalada pelo fato ou por uma culpa de que eu não tinha conhecimento ainda. Mas a minha sensibilidade mostrava que ele não estava bem. E eu o substituí.

Se eles [Giniton e Rivaldo Barbosa] levaram ao conhecimento do general Richard e do general Braga Netto, só os dois vão poder afirmar. Acredito que eles possam querer fazer delação. Sonegar essa informação durante a eleição é gravíssimo.”

Procurado pela coluna, Richard Nunes rebateu as declarações de Witzel.

•        Braga Netto precisa ser devidamente investigado, diz deputado

Em entrevista ao Fórum Onze e Meia nesta terça-feira (26), o deputado federal Tarcísio Motta (PSOL-RJ) afirmou que o general da reserva, Walter Braga Netto, candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro (PL), deve ser investigado no inquérito que apura o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes.

"O debate na questão dos militares na política, eles tentam aparecer como algo meio técnico, como se não agissem politicamente. O Braga Netto, depois viria a ser candidato a vice na chapa de Bolsonaro. É claro que, naquele momento, ele não era isso. Era responsável pela intervenção e vai dizer que, na verdade, não foi ele e que ele não sabia. Desfaçatez na minha opinião. Ele deve ser devidamente investigado", afirmou o parlamentar, que participou de uma homenagem a Mariell

O deputado afirmou que O PSOL entrou com representação pedindo investigação de Braga Netto em razão da nomeação de Rivaldo Barbosa como chefe da Polícia Civil um dia antes do assassinato de Marielle.

Barbosa foi preso juntamente com os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão por planejar o crime e oferecer impunidade aos mandantes e executores.

"O Braga Netto e o Richard [Nunes, general nomeado secretário de Segurança Pública durante a intervenção no Rio], uma cadeia de comando, sabiam que havia contraindicações da nomeação de Rivaldo naquele momento. É sério", disse Motta.

"Na minha opinião, está provado após as investigações sobre a Marielle que a intervenção federal estava conectada com esse ecossistema político-miliciano do Rio de Janeiro", complementou.

•        Cúpula militar avisa Lula: tudo pronto para prisão de Bolsonaro, Braga Netto e Heleno

A cúpula das Forças Armadas teria comunicado Lula e magistrados que já está tudo pronto caso a Justiça decrete a prisão de militares envolvidos na tentativa de golpe de Estado, entre eles o capitão Jair Bolsonaro (PL), e os generais Walter Braga Netto e Augusto Heleno, todos da reserva.

Segundo informações de Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo, a cúpula militar avisou Lula e o judiciário que não vai se opor e nem contestar caso sejam decretadas às prisões.

Citando um integrante do governo federal, a jornalista diz que os comandantes querem evitar que uma contestação das prisões gerem desconfiança nos subordinadas nas Forças Armadas. Por esse motivo, aceitarão as prisões "sem maiores ruídos".

<<<< Vaquinha para Mauro Cid

Enquanto a cúpula militar se prepara para encarcerar Bolsonaro e membros da organização golpista, uma parcela de apoiadores do ex-presidente iniciou uma vaquinha nas redes sociais em solidariedade ao tenente-coronel Mauro Cid, que voltou para a cadeia após vazamento de áudios em que critica o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Polícia Federal, dizendo que há "narrativa pronta" nas investigações sobre o golpe.

Próxima a Michelle Bolsonaro, Vanessa Silva, conhecida como "Negona do Bolsonaro", iniciou a campanha neste fim de semana: "um soldado ferido precisa de sua ajuda. Ninguém fica pra trás", diz a imagem divulgada por ela na Rede X.

"Amigos estamos fazendo uma vaquinha p/ajudar o Tenente-Coronel CID a pagar os custos com advogados q/são imensos. Fato q/ fez com q/ele vendesse vários bens p/honrar com os custos de honorários advocatícios. Vamos juntos ajudar esse amigo que sempre foi leal, pai de família", diz a bolsonarista, que pretende arrecadas R$ 300 mil via Pix.

 

       PL teme que Moraes tenha estipulado data para prender Bolsonaro

 

Aliados de Bolsonaro no PL acreditam que Alexandre de Moraes trabalha com um prazo para colher provas e prender o ex-presidente: julho deste ano. Figuras importantes do partido acreditam que, se o ministro tomar uma medida mais aguda contra o ex-presidente, como a determinação de uma prisão preventiva, fará isso antes do início da propaganda eleitoral, que começa em agosto. Em 2024, estarão em jogo comando de prefeituras e assentos nas câmaras municipais.

A avaliação é que, se Bolsonaro estiver solto até agosto, não haverá movimentações agudas da Polícia Federal até o encerramento das eleições, no fim de outubro. Isso porque uma determinação de Moraes, durante o pleito, poderia ser interpretada como perseguição política e turbinar a candidatura de políticos do PL.

Pela ótica de deputados próximos ao ex-presidente, Moraes atua para não permitir que Bolsonaro, já tornado inelegível, desempenhe o papel de cabo eleitoral este ano. Tal efeito, avaliam, seria devastador para as pretensões do PL.

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Já no STF, Alexandre de Moraes tem dito que não se deixará levar por fatores externos ao nortear suas decisões. Na segunda-feira (25/3), a revelação de que Bolsonaro esteve na Embaixada da Hungria acendeu o alerta da Polícia Federal. Contudo, segundo fontes da PF, as imagens de Bolsonaro na embaixada, por si só, são insuficientes para formalizar um pedido de prisão preventiva.

Moraes só determinará o encarceramento do ex-presidente, antes do julgamento pela Corte, caso consiga comprovar o risco de fuga ou de que Bolsonaro tem atrapalhado as investigações.

Fator Trump

Aliados de Bolsonaro acreditam que uma possível vitória de Donald Trump na eleição à Presidência dos Estados Unidos, em novembro deste ano, enfraqueceria as chances de cadeia.

Segundo parlamentares do PL, a eventual prisão de Bolsonaro ficaria “mais difícil” com um ultra-aliado na Presidência da maior potência mundial. Por essa ótica, o “fator Trump” também aceleraria o rumo das investigações envolvendo Bolsonaro.

Até o momento, os principais institutos de pesquisa norte-americanos apontam empate técnico entre Trump e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

 

Ø  Justiça torna filho de Bolsonaro réu por lavagem de dinheiro e falsidade ideológica

Ø   

Jair Renan Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, virou réu por falsidade ideológica, uso de documento falso e lavagem de dinheiro, após a Justiça do Distrito Federal acatar denúncia apresentada pelo Ministério Público do Distrito Federal.

De acordo com o g1, Jair Renan, o filho "04" do ex-presidente, foi acusado com mais cinco pessoas de praticar os crimes mencionados. A decisão da 5ª Vara Criminal é de segunda-feira (25), mas foi revelada nesta quarta (27).

A ação penal decorre de uma investigação da Polícia Civil do DF que indiciou Jair Renan em fevereiro. No âmbito dessa investigação, ele chegou a ser alvo de uma operação de busca e apreensão em agosto do ano passado.

A denúncia do Ministério Público acusa o filho do ex-presidente e outros réus de forjarem uma declaração de faturamento de uma empresa do filho do ex-presidente, a RB Eventos e Mídia, com o objetivo de dar lastro a empréstimos bancários que chegaram a R$ 291 mil, entre 2022 e 2023.

O valor não foi pago e o banco cobrou Jair Renan judicialmente. Em fevereiro, a Justiça determinou que ele pagasse ao banco a dívida, que estava em R$ 360 mil.

O grupo teria produzido um documento que atestava falsamente que a empresa havia faturado R$ 4,6 milhões no período de um ano, o que configurou, segundo o Ministério Público, o crime de falsidade ideológica.

Eles teriam criado um "laranja", uma pessoa que não existe chamada Antônio Amâncio Alves Mandarrari, para ocultar valores obtidos de forma ilegal, incluindo os recursos provenientes dos supostos empréstimos fraudulentos.

Essa pessoa fictícia "abriu" empresas para movimentar o dinheiro, escreve a mídia.

A partir da intimação dos réus, eles terão dez dias para apresentar sua defesa por escrito.

 

Fonte: Correio do Brasil/Fórum/Metrópoles/Sputnik Brasil

 

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