Em São Paulo, Macron evita falar sobre
conflito na Ucrânia e volta a criticar acordo Mercosul-UE
O presidente francês,
Emmanuel Macron, em visita a São Paulo (SP) nesta quarta-feira (27), não falou
sobre o conflito na Ucrânia, mas voltou a criticar o acordo entre Mercosul e
União Europeia (UE).
Apesar de ter muito
mais convergências com o homólogo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT),
na comparação com o ex-presidente brasileiro, Jair Bolsonaro (PL), Macron
diverge com o mandatário no que tange ao conflito na Ucrânia e no acordo
Mercosul-União Europeia, sob justificativa de que fere regras ambientais.
“É um péssimo acordo,
para vocês e para nós também, porque foi negociado há 20 anos. A vida
diplomática, a vida dos negócios, têm o mesmo destino. Quando foi negociada uma
regra antiga, pode tentar reanimar aquela chama, mas é preciso reconstruir
pensando o mundo como ele é atualmente, levando em consideração a
biodiversidade e o clima. E o acordo não está considerando. Então, esse acordo
não pode ser defendido. Eu não defendo.”
Lula defende que haja
o acordo comercial entre os blocos, o que foi rejeitado pelos franceses — muito
por uma especulada pressão feita pelo lobby agrícola francês, que teria de
competir com preços mais sul-americanos, mais baixos. Tal impeditivo tem impossibilitado
a aprovação. "Quem não seguir essa regra vai exportar mercadoria com baixo
preço", afirmou Macron.
"As empresas
brasileiras têm essa sensibilidade e estão tendo bons resultados. E o Brasil
tem um governo muito empenhado na luta contra o desmatamento. Então, por favor,
deixemos de lado os acordos de 20 anos atrás. Por favor, vamos construir um novo
acordo, iluminado pela nossa realidade. Um acordo comercial responsável, que
tenha biodiversidade", prosseguiu.
Apesar de tais
divergências, Macron afirmou que, na reunião com Lula nesta manhã, ele
solicitou que os temas de preservação ambiental sejam levados ao G20, no Rio de
Janeiro, e na COP-30, de Belém. "Devemos integrar normas cada vez mais
comuns. Temos tudo para ganhar", afirmou, citando que é preciso amenizar
desigualdades ao redor do planeta.
O mandatário francês
atrasou na chegada à capital paulista, segundo ele, devido a um tempo maior que
o previsto com Lula, durante os encontros no Pará e Rio de Janeiro,
"justamente tratando dos projetos de defesa, que não preciso recordar como
são importantes".
Ele também afirmou que
as empresas francesas "acreditam no Brasil" e que é preciso uma
reciprocidade neste sentido. "Temos uma agenda comum para conseguirmos
chegar e superar os grandes problemas das mudanças climáticas e da transição
energética."
"Quando vejo
Brasil e França, e nos últimos dias mais de perto, acho que podemos e devemos
confiar na força e no futuro do Brasil, não apenas como economia, mas como
nação. Conseguiram enfrentar períodos muito desestabilizadores nos últimos
tempos — Covid, geopolítica. [O Brasil] tem um crescimento sólido neste ano e
nos próximos. Souberam controlar a inflação e souberam resistir às agitações
que às vezes as democracias do mundo sofrem."
Macron também defendeu
uma visão multilateral da geopolítica: "Temos fé no multilateralismo
eficaz e rejeitamos a força de uma ordem bipolar que quer ditar a sua
maneira".
"Somos contra
sermos vassalos e temos caminhos que nos permitem sermos independentes. Não
significa que estaremos fechados, cada um para si, mas criando uma parceira a
partir de valores que nos pertencem, de dignidade humana", discursou o
presidente francês.
No mesmo evento, o
vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), destacou melhorias na economia
brasileira, com aumento de 22% na criação de empregos formais em fevereiro,
segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED).
"São indicadores positivos, que nos levam não a nos acomodarmos, mas a
trabalharmos ainda mais para podermos melhorar a vida da nossa população,
gerando emprego e renda."
Ele também ressaltou
que há diálogos em curso com a União Europeia para garantir parcerias
econômicas, mas não especificou quais. "Temos conversas com União Europeia
e EFTA [Associação Europeia de Comércio Livre]. O presidente Lula sempre fala
que tem que haver reciprocidade."
“Sua vinda vai
fortalecer ainda mais os laços de cooperação e parceria entre o Brasil e a
França, que no ano que vem comemora 200 anos de relações diplomáticas”,
destacou o vice-presidente, ressaltando que há muitos comércios entre os
países, mas que ainda pode ser ampliado.
Alckmin também afirmou
que "o presidente Lula colocou o Brasil como grande protagonista das
mudanças climáticas", destacando que "o desmatamento na Amazônia caiu
50% e o compromisso do Brasil é o desmatamento zero".
Visita de Macron ao
Brasil
Na terça-feira, o
líder francês visitou Belém (PA), onde anunciou ao lado do homólogo brasileiro,
Luiz Inácio Lula da Silva (PT), projeto avaliado em aproximadamente R$5,4
bilhões de proteção da Amazônia brasileira.
Na manhã desta
quarta-feira (27), ele visitou Itaguaí (RJ), durante o lançamento do submarino
Tonelero — cujo projeto possui apoio de Paris. Na ocasião, foi anunciado um
Comitê Bilateral de Armamento, com foco em desenvolver "sinergias" e
promover "maior equilíbrio" no comércio de produtos de defesa. Além
disso, um quarto submarino será lançado em 2025.
Por fim, a agenda de
Macron em território brasileiro se encerrou nesta quinta-feira (28), em
Brasília (DF), novamente com a presença de Lula, que o receberá no Palácio do
Planalto, onde ocorrerão reunião e cerimônia de assinatura de atos, no Palácio
Itamaraty, para almoço, e no Congresso Nacional.
¨
Antes de Macron falar, Haddad defende pacto
Mercosul-UE, rechaçado pelo presidente francês
No Fórum Econômico
Brasil-França, realizado na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
(FIESP) nesta quarta-feira (27), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad,
reiterou seu apoio ao acordo econômico entre a União Europeia (UE) e o
Mercosul.
Seu discurso foi
proferido antes de tomar a palavra o presidente francês, Emmanuel Macron, que
está no Brasil e é publicamente contrário ao pacto econômico.
O titular do
Ministério da Fazenda criticou o protecionismo, destacando que em um mundo
globalizado uma postura voltada para dentro por parte de qualquer país não tem
sentido.
Haddad não mencionou a
França, mas vale ressaltar a oposição de Macron frente ao acordo. O lobby
agrícola francês se sente ameaçado pela possível abertura do mercado a produtos
sul-americanos, mais acessíveis, ainda que a justificativa oficial seja relacionada
a preocupações ambientais, sob alegação de que a cadeira produtiva brasileira
não cumpre determinados critérios de combate ao desmatamento e à poluição.
Mesmo assim, Haddad
está otimista de que o pacto prospere. "Não devemos abandonar esse acordo.
Se conseguimos aprovar uma reforma tributária após 40 anos, por que não
poderíamos, após 20, alcançar um acordo benéfico entre a União Europeia e o
Mercosul?", questionou.
No mesmo evento,
presidentes de entidades representativas da indústria nacional reforçaram seus
apelos para que houvesse uma conclusão.
Anteriormente, o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que houvesse tal parceria
comercial entre os blocos, mas a rejeição francesa impossibilita uma aprovação.
No início do ano,
Macron disse à Comissão Europeia que Paris não aceitará a assinatura do pacto
com o bloco sul-americano. Em dezembro do ano passado, em Dubai, ele expressou
preocupações com a falta de consideração pelo clima e pela biodiversidade no acordo,
argumentando ser necessário um pacto mais alinhado com as geoestratégias da UE.
O pacto está em
negociação desde 1999 e envolve 31 países. Se aprovado, representaria uma das
maiores áreas de livre comércio do mundo, englobando quase 720 milhões de
pessoas e cerca de 20% da economia global. Em 2022, a UE foi o segundo maior
parceiro comercial do Brasil, com uma corrente bilateral de mais de US$ 95
bilhões (cerca de R$ 472,6 bilhões).
Ø
Lula diz a presidente da França que quer
conhecimento nuclear para garantir paz e não guerra
Com promessas de
fortalecimento na parceria entre Brasil e França, os presidentes Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) e Emmanuel Macron participaram nesta quarta-feira (27), no
Complexo Naval de Itaguaí, no Rio de Janeiro, do lançamento ao mar do submarino Tonelero, construído totalmente
no Brasil, com tecnologia francesa.
A embarcação integra o
Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), resultado da parceria
firmada entre os dois países em 2008, com orçamento em torno de R$ 40 bilhões.
Durante o discurso, o
presidente Lula falou da importância de trocar conhecimentos científicos e
tecnológicos com a França e destacou que o Brasil quer conhecimento nuclear
para garantir paz e não guerra.
“Presidente Macron,
quando voltar para a França diga aos franceses que o Brasil está querendo os
conhecimentos da tecnologia nuclear não para fazer guerra. Nós queremos ter o
conhecimento para garantir paz a todos os países que querem paz. Saiba que o
Brasil estará ao lado de todos eles, porque a guerra não constrói, a guerra
destrói”, disse.
O petista completou:
“Hoje, sabemos que
existe um problema muito sério contra o processo democrático no planeta. E nós
sabemos que essa parceria com a França vai permitir que dois países importantes
se preparem para que a gente possa conviver com essa diversidade sem se preocupar
com guerra porque somos defensores da paz.”
O presidente Emmanuel
Macron, em um discurso convergente, disse ter a convicção que Brasil e França
podem abrir uma nova página de uma parceria estratégica.
O líder francês chegou
ao Brasil na terça-feira (26) para a primeira visita bilateral a um país da
América Latina desde que assumiu o poder, em 2017.
A viagem de 3 dias ao
Brasil incluiu visitas a Belém, no Pará, ao Rio de Janeiro, depois São Paulo e,
por último, Brasília.
A visita tem caráter
simbólico importante já que Macron e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)
tiveram uma relação com abalos. O encontro com Lula marca uma reaproximação
entre os dois países.
Ø
Lula: 'País do tamanho do Brasil precisa de
Forças Armadas altamente qualificadas'
Em evento com o
homólogo francês, Emmanuel Macron, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
acompanhou nesta quarta-feira (27) o lançamento ao mar do submarino Tonelero, o
terceiro construído através da parceria com a França. Na cerimônia, o submarino
foi batizado pela primeira-dama, Janja da Silva, seguindo uma tradição da
Marinha.
Com a expectativa de
investimentos de mais de R$ 40 bilhões, em 2008, ao fim do segundo mandato do
presidente Lula, o Brasil assinou um acordo histórico com a França para a
transferência de tecnologia e parceria militar no âmbito do Programa de
Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), da Marinha do Brasil.
Além de quatro
submarinos convencionais com propulsão diesel-elétrica, o projeto prevê o
desenvolvimento do tão almejado submarino nuclear.
Até o momento, já
foram viabilizados três submarinos, entre eles dois construídos integralmente
no Brasil. O último foi lançado ao mar nesta quarta, no Complexo Naval de
Itaguaí, no litoral sul do Rio de Janeiro, em evento que contou com a presença
de autoridades brasileiras e francesas, além dos presidentes Lula e Macron. O
submarino Tonelero (S42) deve ser entregue à força para proteção do extenso
litoral brasileiro no próximo ano.
Com 71,6 metros de
comprimento e 6,2 metros de diâmetro, o equipamento militar tem capacidade para
uma tripulação de 35 pessoas. Além disso, atinge profundidade de 250 metros e
pode alcançar até 70 dias de operação. O programa da Marinha ainda coloca o Brasil
como único país da América do Sul capaz de produzir um submarino em território
nacional.
Na cerimônia, o
presidente Lula ressaltou a importância dos investimentos na defesa nacional.
"Um país do tamanho do Brasil precisa ter Forças Armadas altamente
qualificadas e altamente preparadas, a ponto de dar resposta e de garantir a
paz quando o nosso país precisar", disse.
Além disso, Lula
enfatizou que a parceria com a França reforça a determinação brasileira em
"conquistar maior autonomia estratégica, essencial diante das múltiplas
crises e desafios com os quais a humanidade se depara neste século".
Diferentemente de
outras situações, em que citou a guerra contra os palestinos na Faixa de Gaza e
inclusive acusou Israel de genocídio, junto a Macron o presidente brasileiro
não fez menção a nenhum conflito.
O petista ainda
lembrou das dimensões continentais do país, com mais de 16 mil quilômetros de
fronteiras terrestres e uma costa litorânea de 8,5 mil quilômetros.
"Somos um Brasil
que faz fronteira com todo o continente africano, porque aqui nós tratamos o
oceano Atlântico como se fosse um rio Atlântico, porque nós fazemos fronteira
com todo o continente africano. E nós temos que nos preocupar com a nossa defesa,
não porque nós queremos guerra — a defesa para quem quer paz, a defesa para
quem mora em um continente que já definiu, em todas as reuniões da CELAC
[Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos], que nós vamos
continuar na América Latina e na América do Sul sendo uma zona de paz",
afirmou.
·
Lula a Macron: 'Temos que aproveitar essa
amizade'
Diante das relações
diplomáticas históricas com a França, o presidente Lula defendeu o
fortalecimento das parcerias entre os dois países nas mais diversas áreas.
"Eu quero, presidente Macron, dizer para você que saia do Brasil sabendo
que o povo brasileiro gosta do povo francês. E eu tenho certeza que o povo
francês gosta do povo brasileiro. Nós temos que aproveitar essa amizade, esse
entendimento, para que a gente possa fortalecer os dois países, para que a
gente possa trocar os nossos conhecimentos científicos e tecnológicos, para que
a gente possa produzir uma inteligência artificial do bem e não uma
inteligência artificial do mal", alegou.
A agenda do presidente
francês no Brasil segue até amanhã (28), quando há a expectativa da assinatura
de um número histórico de acordos de cooperação entre as duas nações. Nesta
tarde, Lula e Macron ainda participam de evento empresarial em São Paulo.
·
Submarino nuclear brasileiro, ambição que
surgiu em 2008
Já o presidente
Emmanuel Macron, durante discurso de quase dez minutos, comentou a parceria
estratégica com a França viabilizada há 16 anos.
Ele se referiu ao
projeto do submarino nuclear brasileiro, que está previsto no Prosub. Este, por
sua vez, já entregou dois dos quatro modelos de propulsão convencional baseados
no modelo francês Scorpène. Outra embarcação mais recente, o Humaitá, entrou em
operação em janeiro.
"A determinação
de um homem que soube marcar o rumo de uma ambição que em 2008 podia parecer
desmedida, mas a França acreditou, a França aderiu e a França entrou nessa
aventura ao lado de vocês [Brasil] com todas as suas competências, a capacidade
de sua indústria, de seus industriais, de sua marinha, e junto com a Marinha
brasileira, com a indústria brasileira, nós conseguimos construir. Hoje posso
dizer que vocês tinham razão de acreditar e nós tivemos razão de apoiar
vocês."
Macron ainda
classificou como "titanesca" todas as obras e intervenções realizadas
pelo Brasil para viabilizar o desenvolvimento dos submarinos, como o complexo
em Itaguaí, o mais moderno do país.
"Esta obra
titanesca mobilizou todas as forças vivas. Engenheiros e operários trabalharam
para chegar a este êxito, e essa parceria representa para a França uma
transferência inigualada de tecnologias. Jamais compartilhamos tanto o nosso
know-how com o Brasil e temos orgulho de tê-lo feito", disse.
·
Macron diz que França é 'potência
amazônica'
Por conta da Guiana
Francesa, região ultramarina da França em plena América do Sul, o presidente
Emmanuel Macron disse que o destino das duas nações também é unido pela
geografia. "A França é o único país europeu a ser também uma potência
amazônica, temos 730 quilômetros comuns, são aéreas vizinhas e somos obrigados
a compartilhar esses desafios."
"Nós vamos lutar
contra os tráficos ilegais na terra, no mar, porque são um desafio para a
natureza; os nossos valores, o nosso futuro, a Amazônia, onde estávamos ontem,
as nossas zonas econômicas exclusivas, onde nós deveríamos proteger os nossos pescadores,
vocês devem proteger as suas extrações de petróleo e de gás", argumentou.
Por fim, o presidente
francês declarou que entre "os grandes teatros de conflito deste novo
século", o mar certamente será palco de muitos deles. "Nós rejeitamos
o mundo que seja prisioneiro da conflitualidade entre duas grandes potências.
Nós temos a independência das grandes diplomacias, das grandes forças armadas.
Nós queremos defender nossa independência e nossa soberania e, junto com isso,
defendemos o respeito pelo direito internacional em todo o mundo. Nós
acreditamos na dignidade humana porque ela é constitutiva das nossas ordens
políticas e constitucionais”, garantiu durante seu discurso.
·
Submarino nuclear brasileiro
Submarino essencial
para colocar a Marinha brasileira entre um seleto grupo, o equipamento de
propulsão nuclear é alvo de pesquisas no Brasil desde o fim da década de 1970.
Por conta da possibilidade de ficar submerso por meses no oceano e também
proporcionar velocidades maiores, é considerado ideal para a defesa do extenso
território marítimo do Brasil. A expectativa é que o primeiro modelo, também
desenvolvido em parceria com a França, esteja em funcionamento em 2033.
O comandante da
Marinha, Marcos Sampaio Olsen, ressaltou a importância do acordo para
finalmente viabilizar o projeto, que já enfrentou diversas resistências
externas.
"Em constante
evolução, o pilar fundamental foi concebido com uma robusta estrutura
industrial composta por equipamentos e mão de obra altamente especializada,
imprescindível para auferir a integração e manutenção de diversificados meios
navais, bem como atender o rigoroso processo de licenciamento que garante a
segurança e o prosseguimento do programa nuclear da Marinha."
"Iniciado em
1979, […] foi desenvolvido em virtude da premente necessidade estratégica de
dotar submarinos com propulsão nuclear. Delimitados os objetivos, o projeto
desdobrou-se em duas vertentes fundamentais, o consagrado domínio do ciclo do
combustível nuclear e o desenvolvimento autóctone de uma planta nuclear de
produção naval", finalizou.
Fonte: Sputnik Brasil/CNN
Brasil
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