Chocolate vicia? Veja 8 mitos e verdades
sobre o doce
Chocolate vicia? Causa
espinhas? Engorda? Pode ajudar na depressão? Esses são alguns dos
questionamentos comuns acerca de um dos doces mais apreciados no mundo. Porém,
nem tudo o que é disseminado sobre o chocolate é verdade.
Pensando nisso,
a CNN, com a ajuda de especialistas, esclareceu 8 mitos e verdades
sobre o chocolate, explicando o que é realmente verdade sobre o doce, seus
benefícios e malefícios e outras curiosidades. Confira:
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1. Chocolate pode viciar
Mito.
- O chocolate não
possui nenhuma substância que vicia e, por isso, não leva ao vício. “É
verdade que alguns alimentos são muito gostosos e nos causam prazer em comer,
mas vício está muito além disso”, afirma Alexandra Corrêa de Freitas, nutricionista
e professora do curso de Nutrição da Faculdade Santa Marcelina.
A especialista explica
que a definição de vício segue critérios técnicos estabelecidos na área da
saúde e tem sinais e sintomas que não são observados após a ingestão de
alimentos, como o chocolate.
“O vício está
diretamente relacionado a uma dependência, que altera mecanismos neurológicos
de captação de neurotransmissores, interferindo na tomada de decisões,
racionalidade e julgamento. Os alimentos, dentre eles o chocolate, podem trazer
boas sensações e prazer em comer, mas sua ausência não causa sintomas de
abstinência ou prejuízos na racionalidade”, diz. “Por isso, não, o
chocolate não vicia. O que vemos comumente é um hábito de se repetir o consumo
pelo prazer obtido”, completa.
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2. Chocolate faz bem para a saúde do
coração
Verdade.
- Mas, para isso, ele
precisa ter uma boa concentração de cacau. “O chocolate amargo apresenta
minerais em sua composição, como magnésio, cobre e potássio, que atuam de forma
cardioprotetora no corpo”, afirma Renata Cristina Taveira Azevedo, nutróloga do
HSPE (Hospital do Servidor Público Estadual).
“Os benefícios à saúde
cardiovascular são decorrentes dos flavonoides presentes no cacau. Dessa forma,
os chocolates amargos (porcentagem superior à 50% de cacau), têm maior
potencial para nos oferecer esses benefícios, desde que aliados a outros
cuidados com a saúde do coração, como uma alimentação equilibrada, prática de
atividade física, não tabagismo, entre outros”, completa Freitas.
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3. Chocolate ajuda a aliviar os sintomas
relacionados à ansiedade e depressão
Mito.
- A ansiedade e depressão são transtornos
mentais que requerem diagnóstico médico e tratamentos adequados, com terapia e,
em alguns casos, uso de medicamentos. O que acontece, na verdade, é que o
chocolate pode causar uma boa sensação no consumidor e, consequentemente,
trazer alívio de sentimentos negativos.
“O chocolate é um
ativador natural da serotonina no cérebro humano, substância que causa o
bem-estar”, afirma Azevedo. Além disso, o alimento também está associado à
liberação de dopamina e endorfina, que causam sensação de prazer, alegria,
satisfação e bem-estar. “Por isso, podem estar associados ao alívio dos
sintomas de ansiedade e depressão, porém, apenas seu consumo não alcançará o
objetivo de tratar essas condições”, ressalta Freitas.
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4. Chocolate é antioxidante
Verdade.
- Mas, novamente, esse
é um benefício de chocolates com alta concentração de cacau. “É o cacau,
presente nos chocolates, que possui substâncias bioativas, como os flavonóis,
que são polifenóis que têm ação antioxidante com capacidade de neutralizar radicais
livres e diminuir a oxidação das células e de material genético que ocorrem de
forma natural no organismo”, explica a nutricionista.
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5. Chocolate causa espinhas
Mito.
- O chocolate em si não causa espinhas. “As espinhas são causadas pela obstrução das glândulas
sebáceas, responsáveis pela produção de sebo da pele, e podem ser influenciadas
por fatores genéticos, excesso de oleosidade, alterações hormonais, acúmulo de
bactérias e hábitos de vida, como os hábitos alimentares”, explica Freitas.
O que acontece é que,
qualquer alimento rico em açúcar, quando consumido em excesso, pode
favorecer o surgimento de espinhas. “Consumir um alto teor de açúcar pode
promover o aumento da produção da glândula sebácea, podendo ter um aumento da
descamação epidérmica dos corneócitos [células presentes na pele] e aumento da
presença de germes gram-negativos na superfície da pele”, explica Azevedo.
·
6. Chocolate amargo não engorda
Mito.
- O chocolate amargo
é a opção mais saudável entre os chocolates e pode fazer parte de uma alimentação saudável, desde
que consumido com moderação. “Ele tem maior teor de cacau comparação ao
chocolate ao leite e ao branco e tem menos açúcares em sua composição. Mas,
ainda assim, quando consumido em excesso pode elevar a gordura corporal”,
afirma a nutróloga.
·
7. Chocolate ajuda a reduzir o colesterol
Verdade
- desde que haja uma
boa concentração de cacau. Estudos mostraram que o consumo de cacau está relacionado à saúde cardiovascular, incluindo o controle dos níveis de colesterol no sangue. “No
entanto, é importante dizer que aliado ao cacau é preciso ter uma alimentação
equilibrada, com baixo teor de gordura saturada, rica em fibras e em gorduras
insaturadas”, ressalta Freitas.
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8. Chocolate é afrodisíaco?
Verdade
- mas, novamente, isso
é válido para opções com boa concentração de cacau. O fruto possui uma
substância chamada feniletilamina, que induz a liberação de endorfina,
dopamina, serotonina e outros neuroquímicos que causam euforia e contribuem
para o aumento da libido, da sensação de bem-estar, bom humor e prazer,
conforme explica a nutricionista.
“Os flavonóis também
presentes no cacau funcionam como antioxidantes e podem contribuir no
desempenho sexual ao melhorar a circulação de sangue no corpo”, afirma.
Ø
Chocolate amargo pode reduzir o risco de
hipertensão, diz estudo
Um novo estudo,
publicado na Nature Scientific Reports, sugere que comer
chocolate amargo pode reduzir o risco de hipertensão essencial — condição
caracterizada pelo aumento da pressão arterial sem causa identificável.
Esse benefício pode
estar relacionado ao fato de o cacau ser rico em flavonoides, compostos com
ação antioxidante e que, consequentemente, colaboram para a prevenção de
doenças.
O objetivo da pesquisa foi entender
como o chocolate amargo pode ajudar a diminuir o risco de diversas doenças
cardiovasculares. Para isso, os pesquisadores usaram dados de associação
genômica disponíveis publicamente e analisaram a ingestão de chocolate amargo e
o risco de diversas doenças cardiovasculares (como hipertensão arterial, doença
coronariana, insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral,
coágulos sanguíneos e infarto).
Os pesquisadores
concluíram que o consumo de chocolate amargo pode, sim, ajudar a diminuir o
risco de hipertensão essencial. O estudo também encontrou uma possível relação
entre a ingestão de chocolate amargo e um risco reduzido de tromboembolismo
venoso, condição caracterizada pela formação de um coágulo sanguíneo na veia.
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O que é hipertensão essencial e quais são
seus riscos?
A hipertensão
essencial é uma doença caracterizada pelo aumento da pressão arterial sem causa
específica. A condição também é conhecida como “hipertensão primária” e é o
tipo mais comum de pressão alta.
Normalmente, está
relacionada a fatores de risco como:
- Histórico familiar de hipertensão;
- Sedentarismo;
- Alimentação com excesso de sal;
- Tabagismo;
- Idade (superior a 65 anos).
A hipertensão não
tratada adequadamente pode levar a outros problemas cardiovasculares, como
doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca e acidente vascular
cerebral (AVC). Para reverter a condição, são necessárias mudanças no estilo de
vida, como dieta e prática regular de exercícios, e
uso de medicamentos.
·
Outras propriedades do chocolate amargo
Para um chocolate ser
considerado amargo, é preciso que sua composição seja, pelo menos, 50% feita de
cacau. O fruto é rico em nutrientes e vitaminas importantes para a saúde e, por
isso, pode trazer diversos benefícios – principalmente, quando o chocolate
amargo contém poucas taxas de açúcar adicionado. Além dos flavonoides, o cacau
é rico em fibra, ferro, magnésio, fósforo e zinco.
Recentemente, um outro
estudo mostrou que o chocolate amargo pode reduzir a fissura por cigarro em fumantes que estão tentando parar de fumar. Isso está
relacionado às propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias que o cigarro
possui, contribuindo para a redução do estresse, dos sintomas associados à
ansiedade e às alterações de humor.
Fonte: CNN Brasil
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