sexta-feira, 1 de março de 2024

Francisco Fernandes Ladeira: A saga de Jesus - o palestino perseguido por Israel

Jesus nasceu em Belém, cidade localizada em um território palestino ilegalmente ocupado por Israel. Como a região não era amistosa para recém-nascidos, haja vista o crescente número de ataques israelenses que matavam, principalmente, crianças; os pais de Jesus – Maria e José – consideraram melhor migrar para o Egito. Na época, uma ministra de Israel, inclusive, chegou a afirmar estar orgulhosa com as “ruínas na Palestina” provocadas pelo exército israelense.

Aos 30 e poucos anos, depois de viver em diferentes campos de refugiados, Jesus voltou à região. Como muitos migrantes, foi tentar a sorte em Israel, mais precisamente em Jerusalém, outra área ilegalmente ocupada. A ele se juntaram doze indivíduos, depois chamados “discípulos”, também pertencentes à classe baixa. Por causa da origem humilde, eram constantemente importunados pela polícia. Além disso, por serem palestinos, tinham o status de cidadãos de segunda classe, assim como todos aqueles que não fossem brancos e israelenses. Com frequência eram acusados de formar uma “organização terrorista”.

Inconformado com a ordem vigente, Jesus, acompanhado de seus amigos, começou a pregar, pacificamente, em favor da justiça social, tanto em Israel quanto na Palestina. A princípio, as autoridades israelenses não levaram a sério os discursos de Jesus, consideravam só mais um “comunista”, “cabeludo utópico” e “subversivo”.

No entanto, à medida que cresceu a popularidade de Jesus entre os pobres, ele passou a incomodar os poderosos e os autointitulados “cidadãos de bem”. Seus discursos pacifistas contrastavam com as ideias de um conhecido líder que defendia o armamento da população, mais conhecido por seus fanáticos seguidores como “mito”.

Em duas ocasiões, como Israel proibiu a entrada de ajuda humanitária para os palestinos, Jesus promoveu a multiplicação de pães e peixes para alimentar as multidões que o acompanhavam. Os cidadãos de bem viram aquilo com desconfiança, pois, para eles, é melhor ensinar a pescar do que dar o peixe.

Certa vez, ao impedir que uma mulher acusada de adultério fosse apedrejada, Jesus foi rotulado como “defensor de bandido”. Um dos homens que ameaçou iniciar o apedrejamento chegou a dizer à mulher, supostamente adúltera, que só não a estuprava porque ela não merecia.

Ao visitar o templo de Jerusalém, Jesus observou a verdadeira face do uso comercial da religião. Um dos sacerdotes vendia águas ungidas, segundo ele, com propriedades que curavam doenças. Outro, comercializava toalhas supostamente milagrosas. Já um líder religioso, mais ousado, vendia terrenos no céu. Tal como na música de Zé Geraldo, naquele templo, Deus também não podia entrar. Em contrapartida, seu maior “rival”, Lúcifer, era sempre bem-vindo. Furioso, Jesus se esforçou para expulsar os vendilhões do templo.

Por lá também havia um estranho ritual de idolatria a uma espécie de roda primitiva (muitos séculos depois, com os avanços tecnológicos, os adeptos dessa seita passaram a ter outro objeto de culto: um pneu de caminhão).

Pelo histórico de Jesus em defesa da justiça social, denúncias do massacre de seu povo, gestos de caridade e falas constantes contra os ricos; parlamentares conservadores, integrantes do Movimento Israel Livre (MIL), propuseram a criação de uma CPI contra o palestino. Os “cidadãos de bem” não suportavam os atos de um “cidadão do bem”. Tornava-se inadmissível que um sujeito que não discriminava a “escória da sociedade” permanecesse impune.

No entanto, era preciso ir além! Desse modo, com o auxílio de Roma (a potência imperialista de então), para melhor perseguir Jesus, surgiu a “Operação Lava-pés” (em alusão ao rito praticado entre Jesus e seus discípulos). À frente da operação estava um juiz treinado pelos romanos, exclusivamente para forjar provas para condenar Jesus, por “tentativa de subverter a ordem” (mais tarde, pelos “bons serviços prestados”, ele seria alçado ao posto de ministro da Justiça de Israel).

Devido à sua origem palestina, Jesus também foi acusado de “terrorismo”, mesmo sem nunca ter utilizado qualquer tipo de arma.

Posteriormente, um dos discípulos – chamado Judas – acertou um acordo de delação premiada com a Operação Lava-pés, traindo Jesus. Para esse papel, ele recebeu trinta moedas (não por acaso, por tal atitude, Judas passou para a história como “o primeiro capitalista”).

Acusado de tentar subverter a ordem, Jesus foi levado a julgamento e, como esperavam os cidadãos de bem, foi condenado à pena máxima: crucificação. Mesmo sem provas, mas com convicções.

Antes de ser crucificado, por pressão dos anteriormente citados seguidores do mito, Jesus passou por várias sessões de tortura. Soube-se que, anos depois, no parlamento israelense, o mito se referiu ao militar que comandou aquelas sessões de tortura como “o pavor de Jesus”.

Ao finalizar a leitura da sentença, o juiz afirmou categoricamente que Jesus era “persona non grata” em Israel. 

Já durante a Via-Crúcis, Jesus foi bastante hostilizado por pessoas que vestiam as cores nacionais de Israel (azul e branco) e tinham como hábito um estranho culto de dançar em torno de um pato dourado.

Do mesmo modo, aqueles indivíduos que tentavam atenuar o sofrimento do palestino injustamente condenado, ouviam xingamentos típicos do cidadão de bem: “passando pano para bandido”, “tá com pena leva pra casa”, “mimimi” e “defensor dos direitos dos manos”.

No Calvário, outros dois homens foram crucificados ao lado de Jesus: Dimas e Gestas (o “bom” e o “mau” ladrão, respectivamente). O primeiro era um palestino condenado por roubar alimentos em um comércio israelenses para dar o que comer à sua família. Gestas, um rico agiota, só foi condenado por ter se indisposto com alguns poderosos de Israel (seus antigos comparsas).

Por fim, às 15 horas de uma sexta-feira, Jesus faleceu na cruz. Os cidadãos de bem, em êxtase, comemoram durante dias. Afinal de contas, para eles, “bandido bom é bandido morto”.

 

Ø  Pastor Magno Malta teria mentido sobre prisão de capitão Assumção em igreja

 

A informação propagada de que Lucinio Castelo de Assumção, o deputado estadual "Capitão Assumção" (PL-ES), foi preso enquanto participava de um culto em uma igreja evangélica em Vila Velha, no Espírito Santo, seria mais uma fake news propagada pelo senador Magno Malta (PL-ES).

O anúncio da prisão na igreja foi feita em vídeo gravado e nota divulgada por Malta. 

"O deputado estadual Capitão Assumção, do PL, conservador e bolsonarista, foi detido nesta quarta-feira (28/02) enquanto estava na igreja. Assumção é membro da Maranata", escreveu o senador, sobre a agremiação religiosa do correligionário.

No entanto, a assessoria de Assumção afirmou ao repórter Renato Souza, do Correio Braziliense, que o deputado "foi preso na rua, enquanto passeava com os cachorros".

Assumção foi preso e levado para prestar depoimento na sede da Polícia Federal. Em seguida passou por exames no Departamento Médico Legal (DML), em Vitória e foi para o Quartel da Polícia Militar, em Maruípe. Após os trâmites, foi transferido para uma cela do presídio militar.

A prisão ocorreu em decorrência de um mandado expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), após pedido da Procuradoria-Geral de Justiça do estado. Assumção, que é um bolsonarista ferrenho, já utilizava tornozeleira eletrônica por determinação anterior do ministro Alexandre de Moraes. 

Segundo informações da assessoria de imprensa do partido do deputado, a prisão ocorreu sem revelação da motivação específica, mas ela estaria vinculada ao descumprimento de decisões judiciais anteriores. Capitão Assumção é alvo de investigações do STF por participar de atos golpista e integrar "milícias digitais" que divulgam fake news e ataques a ministros da Corte. 

Em dezembro de 2022, Assumção foi alvo de uma megaoperação da PF e, desde então, estava sob monitoramento de tornozeleira eletrônica. Entre outras sanções, Moraes havia imposto ao bolsonarista medidas restritivas, como proibição de deixar seu estado, utilizar redes sociais e conceder entrevistas. O parlamentar, entretanto, teria descumprido essas medidas.

Em fevereiro de 2023, durante uma sessão na Assembleia Legislativa, ele protagonizou uma cena bizarra ao retirar a tornozeleira eletrônica em pleno discurso, em desafio aberto à Justiça. O ato foi transmitido ao vivo pela TV Assembleia. 

·        Capitão Assumção destilou ataque homofóbico a professor antes de ser preso em igreja

No último vídeo publicado nas redes sociais antes de ser preso pela Polícia Federal (PF) dentro de uma igreja em Vila Velha, na noite desta quarta-feira (29), o deputado estadual bolsonarista Capitão Assumção (PL-ES) destilou homofobia contra um professor que, segundo ele, estaria fazendo "militância LGBT" em sala de aula.

O ataque teria sido feito na tribuna da Assembleia Legislativa do Espírito Santo e foi comentado pelo próprio extremista em um storie no Instagram.

"Acabei de me pronunciar agora há pouco na tribuna da assembleia sobre um suposto professor que deveria dar aula de produção executiva do curso de rádio e TV na Escola Técnica Vasco Coutinho, lá em Vila Velha, mas ele, infelizmente, está fazendo militância LGBT", disparou.

Seguindo a cartilha bolsonarista, o deputado investigado por participação na trama golpista disse que a "militância LGBT" do professor era se pronunciar em linguagem inclusiva.

"O cidadão deixa de dar aula para fazer militância. Ele insiste nessa tal linguagem neutra, fala 'todes', 'bem vindes'", disse o deputado, relatando que iniciou um processo de perseguição contra o professor.

·        Prisão

Assumção foi preso pela PF enquanto participava de um culto em uma igreja evangélica, segundo o senador Magno Malta (PL-ES).

A prisão ocorreu em decorrência de um mandado expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), após pedido da Procuradoria-Geral de Justiça do estado. Assumção, que é um bolsonarista ferrenho, já utilizava tornozeleira eletrônica por determinação anterior do ministro Alexandre de Moraes. Ele foi encaminhado à sede da Polícia Federal em Vila Velha. 

Segundo informações da assessoria de imprensa do partido do deputado, a prisão ocorreu sem revelação da motivação específica, mas ela estaria vinculada ao descumprimento de decisões judiciais anteriores. Capitão Assumção é alvo de investigações do STF por participar de atos golpista e integrar "milícias digitais" que divulgam fake news e ataques a ministros da Corte. 

Em dezembro de 2022, Assumção foi alvo de uma megaoperação da PF e, desde então, estava sob monitoramento de tornozeleira eletrônica. Entre outras sanções, Moraes havia imposto ao bolsonarista medidas restritivas, como proibição de deixar seu estado, utilizar redes sociais e conceder entrevistas. O parlamentar, entretanto, teria descumprido essas medidas.

Em fevereiro de 2023, durante uma sessão na Assembleia Legislativa, ele protagonizou uma cena bizarra ao retirar a tornozeleira eletrônica em pleno discurso, em desafio aberto à Justiça. O ato foi transmitido ao vivo pela TV Assembleia. 

A Assembleia Legislativa do Espírito Santo ainda não emitiu posicionamento oficial sobre o caso, mas o presidente Marcelo Santos afirmou estar acompanhando os desdobramentos de perto.

·        Magno Malta

O senador Magno Malta (PL-ES) divulgou uma nota em nome do partido na qual confirma a prisão do deputado Capitão Assumção. 

>> Confira abaixo a íntegra: 

"Em nome do Partido Liberal no Espírito Santo, manifesto-me sobre o acontecimento desta noite envolvendo a prisão de um deputado de nossa sigla pela Polícia Federal. O deputado estadual Capitão Assumção, do PL, conservador e bolsonarista, foi detido nesta quarta-feira (28/02) enquanto estava na igreja. Assumção é membro da Maranata.

O deputado já enfrentou recentemente busca e apreensão; ele foi obrigado a usar uma tornozeleira eletrônica por supostamente ter cometido "crime de opinião". Será que esse crime se refere à sua oposição à vacinação ou à sua crítica ao ativismo judicial?

Tal conduta não deveria ser considerada crime em um país democrático. Então, por que Assunção está agora usando uma tornozeleira e foi preso por expressar suas opiniões?

O PL-ES repudia veementemente essa ação. Até o momento, não estamos cientes do teor do mandado de prisão nem das razões que levaram a essa medida.

É preocupante ver tantas pessoas sendo presas por expressarem suas opiniões. Outros são detidos simplesmente por discordarem. O que exatamente estão fazendo ou dizendo para serem alvo de atos tão extremos?

Senador Magno Malta, presidente do PL-ES"

 

Fonte: Fórum

 

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