Francisco Fernandes Ladeira: A saga de
Jesus - o palestino perseguido por Israel
Jesus nasceu em Belém,
cidade localizada em um território palestino ilegalmente ocupado por Israel.
Como a região não era amistosa para recém-nascidos, haja vista o crescente
número de ataques israelenses que matavam, principalmente, crianças; os pais de
Jesus – Maria e José – consideraram melhor migrar para o Egito. Na época, uma
ministra de Israel, inclusive, chegou a afirmar estar orgulhosa com as “ruínas
na Palestina” provocadas pelo exército israelense.
Aos 30 e poucos anos,
depois de viver em diferentes campos de refugiados, Jesus voltou à região. Como
muitos migrantes, foi tentar a sorte em Israel, mais precisamente em Jerusalém,
outra área ilegalmente ocupada. A ele se juntaram doze indivíduos, depois
chamados “discípulos”, também pertencentes à classe baixa. Por causa da origem
humilde, eram constantemente importunados pela polícia. Além disso, por serem
palestinos, tinham o status de cidadãos de segunda classe, assim como todos aqueles
que não fossem brancos e israelenses. Com frequência eram acusados de formar
uma “organização terrorista”.
Inconformado com a
ordem vigente, Jesus, acompanhado de seus amigos, começou a pregar,
pacificamente, em favor da justiça social, tanto em Israel quanto na Palestina.
A princípio, as autoridades israelenses não levaram a sério os discursos de
Jesus, consideravam só mais um “comunista”, “cabeludo utópico” e “subversivo”.
No entanto, à medida
que cresceu a popularidade de Jesus entre os pobres, ele passou a incomodar os
poderosos e os autointitulados “cidadãos de bem”. Seus discursos pacifistas
contrastavam com as ideias de um conhecido líder que defendia o armamento da população,
mais conhecido por seus fanáticos seguidores como “mito”.
Em duas ocasiões, como
Israel proibiu a entrada de ajuda humanitária para os palestinos, Jesus
promoveu a multiplicação de pães e peixes para alimentar as multidões que o
acompanhavam. Os cidadãos de bem viram aquilo com desconfiança, pois, para
eles, é melhor ensinar a pescar do que dar o peixe.
Certa vez, ao impedir
que uma mulher acusada de adultério fosse apedrejada, Jesus foi rotulado como
“defensor de bandido”. Um dos homens que ameaçou iniciar o apedrejamento chegou
a dizer à mulher, supostamente adúltera, que só não a estuprava porque ela não
merecia.
Ao visitar o templo de
Jerusalém, Jesus observou a verdadeira face do uso comercial da religião. Um
dos sacerdotes vendia águas ungidas, segundo ele, com propriedades que curavam
doenças. Outro, comercializava toalhas supostamente milagrosas. Já um líder
religioso, mais ousado, vendia terrenos no céu. Tal como na música de Zé
Geraldo, naquele templo, Deus também não podia entrar. Em contrapartida, seu
maior “rival”, Lúcifer, era sempre bem-vindo. Furioso, Jesus se esforçou para
expulsar os vendilhões do templo.
Por lá também havia um
estranho ritual de idolatria a uma espécie de roda primitiva (muitos séculos
depois, com os avanços tecnológicos, os adeptos dessa seita passaram a ter
outro objeto de culto: um pneu de caminhão).
Pelo histórico de
Jesus em defesa da justiça social, denúncias do massacre de seu povo, gestos de
caridade e falas constantes contra os ricos; parlamentares conservadores,
integrantes do Movimento Israel Livre (MIL), propuseram a criação de uma CPI
contra o palestino. Os “cidadãos de bem” não suportavam os atos de um “cidadão
do bem”. Tornava-se inadmissível que um sujeito que não discriminava a “escória
da sociedade” permanecesse impune.
No entanto, era
preciso ir além! Desse modo, com o auxílio de Roma (a potência imperialista de
então), para melhor perseguir Jesus, surgiu a “Operação Lava-pés” (em alusão ao
rito praticado entre Jesus e seus discípulos). À frente da operação estava um juiz
treinado pelos romanos, exclusivamente para forjar provas para condenar Jesus,
por “tentativa de subverter a ordem” (mais tarde, pelos “bons serviços
prestados”, ele seria alçado ao posto de ministro da Justiça de Israel).
Devido à sua origem
palestina, Jesus também foi acusado de “terrorismo”, mesmo sem nunca ter
utilizado qualquer tipo de arma.
Posteriormente, um dos
discípulos – chamado Judas – acertou um acordo de delação premiada com a
Operação Lava-pés, traindo Jesus. Para esse papel, ele recebeu trinta moedas
(não por acaso, por tal atitude, Judas passou para a história como “o primeiro
capitalista”).
Acusado de tentar
subverter a ordem, Jesus foi levado a julgamento e, como esperavam os cidadãos
de bem, foi condenado à pena máxima: crucificação. Mesmo sem provas, mas com
convicções.
Antes de ser
crucificado, por pressão dos anteriormente citados seguidores do mito, Jesus
passou por várias sessões de tortura. Soube-se que, anos depois, no parlamento
israelense, o mito se referiu ao militar que comandou aquelas sessões de
tortura como “o pavor de Jesus”.
Ao finalizar a leitura
da sentença, o juiz afirmou categoricamente que Jesus era “persona non grata”
em Israel.
Já durante a
Via-Crúcis, Jesus foi bastante hostilizado por pessoas que vestiam as cores
nacionais de Israel (azul e branco) e tinham como hábito um estranho culto de
dançar em torno de um pato dourado.
Do mesmo modo, aqueles
indivíduos que tentavam atenuar o sofrimento do palestino injustamente
condenado, ouviam xingamentos típicos do cidadão de bem: “passando pano para
bandido”, “tá com pena leva pra casa”, “mimimi” e “defensor dos direitos dos
manos”.
No Calvário, outros
dois homens foram crucificados ao lado de Jesus: Dimas e Gestas (o “bom” e o
“mau” ladrão, respectivamente). O primeiro era um palestino condenado por
roubar alimentos em um comércio israelenses para dar o que comer à sua família.
Gestas, um rico agiota, só foi condenado por ter se indisposto com alguns
poderosos de Israel (seus antigos comparsas).
Por fim, às 15 horas
de uma sexta-feira, Jesus faleceu na cruz. Os cidadãos de bem, em êxtase,
comemoram durante dias. Afinal de contas, para eles, “bandido bom é bandido
morto”.
Ø
Pastor Magno Malta teria mentido sobre
prisão de capitão Assumção em igreja
A informação propagada
de que Lucinio Castelo de Assumção, o deputado estadual "Capitão
Assumção" (PL-ES), foi preso enquanto participava de um culto em uma
igreja evangélica em Vila Velha, no Espírito Santo, seria mais uma fake
news propagada pelo senador Magno Malta (PL-ES).
O anúncio da prisão na
igreja foi feita em vídeo gravado e nota divulgada por Malta.
"O deputado
estadual Capitão Assumção, do PL, conservador e bolsonarista, foi detido nesta
quarta-feira (28/02) enquanto estava na igreja. Assumção é membro da
Maranata", escreveu o senador, sobre a agremiação religiosa do
correligionário.
No entanto, a
assessoria de Assumção afirmou ao repórter Renato Souza, do Correio
Braziliense, que o deputado "foi preso na rua, enquanto passeava com os
cachorros".
Assumção foi preso e
levado para prestar depoimento na sede da Polícia Federal. Em seguida passou
por exames no Departamento Médico Legal (DML), em Vitória e foi para o Quartel
da Polícia Militar, em Maruípe. Após os trâmites, foi transferido para uma cela
do presídio militar.
A prisão ocorreu em
decorrência de um mandado expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), após
pedido da Procuradoria-Geral de Justiça do estado. Assumção, que é um
bolsonarista ferrenho, já utilizava tornozeleira eletrônica por determinação
anterior do ministro Alexandre de Moraes.
Segundo informações da
assessoria de imprensa do partido do deputado, a prisão ocorreu sem revelação
da motivação específica, mas ela estaria vinculada ao descumprimento de
decisões judiciais anteriores. Capitão Assumção é alvo de investigações do STF
por participar de atos golpista e integrar "milícias digitais" que
divulgam fake news e ataques a ministros da Corte.
Em dezembro de 2022,
Assumção foi alvo de uma megaoperação da PF e, desde então, estava sob
monitoramento de tornozeleira eletrônica. Entre outras sanções, Moraes havia
imposto ao bolsonarista medidas restritivas, como proibição de deixar seu
estado, utilizar redes sociais e conceder entrevistas. O parlamentar,
entretanto, teria descumprido essas medidas.
Em fevereiro de 2023,
durante uma sessão na Assembleia Legislativa, ele protagonizou uma cena bizarra
ao retirar a tornozeleira eletrônica em pleno discurso, em desafio aberto à
Justiça. O ato foi transmitido ao vivo pela TV Assembleia.
·
Capitão Assumção destilou ataque homofóbico
a professor antes de ser preso em igreja
No último vídeo
publicado nas redes sociais antes de ser preso pela Polícia Federal (PF) dentro
de uma igreja em Vila Velha, na noite desta quarta-feira (29), o deputado
estadual bolsonarista Capitão Assumção (PL-ES) destilou homofobia contra um
professor que, segundo ele, estaria fazendo "militância LGBT" em sala
de aula.
O ataque teria sido
feito na tribuna da Assembleia Legislativa do Espírito Santo e foi comentado
pelo próprio extremista em um storie no Instagram.
"Acabei de me
pronunciar agora há pouco na tribuna da assembleia sobre um suposto professor
que deveria dar aula de produção executiva do curso de rádio e TV na Escola
Técnica Vasco Coutinho, lá em Vila Velha, mas ele, infelizmente, está fazendo
militância LGBT", disparou.
Seguindo a cartilha
bolsonarista, o deputado investigado por participação na trama golpista disse
que a "militância LGBT" do professor era se pronunciar em linguagem
inclusiva.
"O cidadão deixa
de dar aula para fazer militância. Ele insiste nessa tal linguagem neutra, fala
'todes', 'bem vindes'", disse o deputado, relatando que iniciou um
processo de perseguição contra o professor.
·
Prisão
Assumção foi preso
pela PF enquanto participava de um culto em uma igreja evangélica, segundo o
senador Magno Malta (PL-ES).
A prisão ocorreu em
decorrência de um mandado expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), após
pedido da Procuradoria-Geral de Justiça do estado. Assumção, que é um
bolsonarista ferrenho, já utilizava tornozeleira eletrônica por determinação
anterior do ministro Alexandre de Moraes. Ele foi encaminhado à sede da Polícia
Federal em Vila Velha.
Segundo informações da
assessoria de imprensa do partido do deputado, a prisão ocorreu sem revelação
da motivação específica, mas ela estaria vinculada ao descumprimento de
decisões judiciais anteriores. Capitão Assumção é alvo de investigações do STF
por participar de atos golpista e integrar "milícias digitais" que
divulgam fake news e ataques a ministros da Corte.
Em dezembro de 2022,
Assumção foi alvo de uma megaoperação da PF e, desde então, estava sob
monitoramento de tornozeleira eletrônica. Entre outras sanções, Moraes havia
imposto ao bolsonarista medidas restritivas, como proibição de deixar seu
estado, utilizar redes sociais e conceder entrevistas. O parlamentar,
entretanto, teria descumprido essas medidas.
Em fevereiro de 2023,
durante uma sessão na Assembleia Legislativa, ele protagonizou uma cena bizarra
ao retirar a tornozeleira eletrônica em pleno discurso, em desafio aberto à
Justiça. O ato foi transmitido ao vivo pela TV Assembleia.
A Assembleia
Legislativa do Espírito Santo ainda não emitiu posicionamento oficial sobre o
caso, mas o presidente Marcelo Santos afirmou estar acompanhando os
desdobramentos de perto.
·
Magno Malta
O senador Magno Malta
(PL-ES) divulgou uma nota em nome do partido na qual confirma a prisão do
deputado Capitão Assumção.
>> Confira
abaixo a íntegra:
"Em
nome do Partido Liberal no Espírito Santo, manifesto-me sobre o acontecimento
desta noite envolvendo a prisão de um deputado de nossa sigla pela Polícia
Federal. O deputado estadual Capitão Assumção, do PL, conservador e
bolsonarista, foi detido nesta quarta-feira (28/02) enquanto estava na igreja.
Assumção é membro da Maranata.
O deputado
já enfrentou recentemente busca e apreensão; ele foi obrigado a usar uma
tornozeleira eletrônica por supostamente ter cometido "crime de
opinião". Será que esse crime se refere à sua oposição à vacinação ou à
sua crítica ao ativismo judicial?
Tal conduta
não deveria ser considerada crime em um país democrático. Então, por que
Assunção está agora usando uma tornozeleira e foi preso por expressar suas
opiniões?
O PL-ES
repudia veementemente essa ação. Até o momento, não estamos cientes do teor do
mandado de prisão nem das razões que levaram a essa medida.
É
preocupante ver tantas pessoas sendo presas por expressarem suas opiniões.
Outros são detidos simplesmente por discordarem. O que exatamente estão fazendo
ou dizendo para serem alvo de atos tão extremos?
Senador
Magno Malta, presidente do PL-ES"
Fonte: Fórum
Nenhum comentário:
Postar um comentário