Exércitos ocidentais estão despreparados
para conflitos prolongados como na Ucrânia, diz militar dos EUA
Os exércitos
ocidentais têm tradicionalmente evitado guerras de atrito, preferindo missões
mais curtas. No entanto, potenciais conflitos futuros entre grandes potências
mundiais podem envolver um progresso mais lento, exigindo recursos
significativos em termos de estratégia, equipamento militar e pessoal.
Alex Vershinin,
ex-oficial do Exército dos EUA, prevê que as futuras guerras entre grandes
potências serão como o conflito ucraniano - e os exércitos ocidentais não estão
preparados para uma guerra de atrito prolongada.
"Em uma guerra de
atrito, as operações militares são moldadas pela capacidade de um Estado de
substituir perdas e formar novas unidades de tropas, não por manobras táticas e
operacionais", escreve Alex Vershinin, tenente-coronel aposentado do Exército
dos EUA, em um artigo do Royal United Services Institute.
Ao contrário da guerra
de manobra, que requer a obliteração rápida e violenta de um adversário, o
especialista militar argumentou que uma guerra de atrito dura anos. O exército
que concentra sua estratégia na destruição das forças inimigas em vez de obter
ganhos territoriais poderia se tornar vencedor.
Vershinin destacou que
os militares ocidentais há muito que evitam guerras de atrito, favorecendo
operações mais curtas. Ele afirmou que a vitória depende da capacidade de um
exército para repor as perdas durante as hostilidades e ter um grande poder de fogo.
Enquanto a Ucrânia
depende de fornecimentos de armas e munições de seus aliados ocidentais, sua
alta taxa de uso da artilharia tem exigido mais investimento na produção de
munições.
Enquanto a OTAN e seus
aliados têm dificuldades em obter armas, munições e outros equipamentos
militares, a Rússia registrou um aumento monumental da capacidade de produção
industrial, de até 250.000 munições de artilharia por mês ou cerca de 3 milhões
por ano. Isso supera a capacidade combinada dos EUA e da Europa, que produz
cerca de 1,2 milhão de munições por ano, disse uma fonte sênior de inteligência
europeia à imprensa.
O conflito ucraniano
mostrou a capacidade da Rússia de substituir equipamentos militares, munições e
pessoal perdido em combate. Kiev, por sua vez, tem dificuldade em reforçar seu
número decrescente de soldados, recorrendo à "caça" de cidadãos nas
ruas.
·
Pentágono se recusa a
confirmar que Ucrânia usou equipamentos norte-americanos para atacar a Rússia
Apesar das evidências
e dos relatos coletados pelo Ministério da Defesa da Rússia, o Departamento de
Defesa dos Estados Unidos se recusou a confirmar que a Ucrânia usou
equipamentos militares fabricados no país para atacar a região de Belgorod,
alvo de constantes atentados terroristas contra a população civil.
Conforme a pasta,
foram utilizados veículos de combate de infantaria Bradley, de origem
norte-americana. Entre os dias 12 e 15 de março, o Exército ucraniano chegou a
perder 16 tanques, 11 veículos de combate de infantaria Bradley e 15 veículos
ao tentar invadir o território das regiões de Belgorod e Kursk, na Rússia.
"Não podemos
confirmar esses relatos e sugerimos que você entre em contato com a Ucrânia
para falar sobre suas operações", disse um porta-voz do Pentágono à
Sputnik em comunicado.
Na véspera das
eleições presidenciais na Rússia, que terminaram no último domingo (17), as
Forças Armadas da Ucrânia tentaram atacar territórios na fronteira com a
Rússia. No período foram dezenas de civis mortos e feridos, além de vários
danos à infraestrutura civil.
O ministro da Defesa
russo, Sergei Shoigu, disse nesta quarta-feira (20) que a Ucrânia teve 3.501
soldados mortos e feridos durante os ataques nas regiões de Belgorod e Kursk
nos últimos dias.
·
Mais um revés das Forças Armadas da Ucrânia
Unidades do Exército
da Rússia limparam o povoado de Kozinka, na região de Belgorod, dos restantes
militantes ucranianos, informou também neste quarta-feira o ministro da Defesa
russo.
"Na direção de
Belgorod, as unidades russas limparam completamente o povoado de Kozinka dos
militantes ucranianos que restaram e continuam a realizar medidas para impedir
a infiltração de grupos de sabotagem e reconhecimento das Forças Armadas da Ucrânia
na área fronteiriça", aponta o comunicado.
Ø
União Europeia diz que será 'difícil'
cumprir promessa de financiamento à Ucrânia sem apoio dos EUA
Caso os Estados Unidos
deixem de apoiar a Ucrânia, diante das dificuldades do governo Biden em aprovar
o pacote de ajuda financeira a Kiev, a União Europeia (UE) terá dificuldade de
cumprir a promessa de enviar 50 bilhões de euros (R$ 271,5 bilhões) em recursos.
A declaração é do
chefe da diplomacia do bloco, Josep Borrell. "Se isso se tornar realidade,
a situação será extremamente difícil. É complicado imaginar que desembolsaremos
50 bilhões de euros. Certamente será possível se houver vontade política para
isso, mas a UE terá que ser muito mais engenhosa", declarou Borrell em
entrevista ao jornal Sud Ouest.
Mais cedo, Borrell
apresentou ao Conselho da União Europeia uma proposta de utilizar os
rendimentos provenientes dos ativos russos bloqueados para apoiar a Ucrânia.
A proposta do alto
diplomata europeu prevê que 90% dos rendimentos sejam destinados ao Mecanismo
Europeu de Apoio à Paz e os outros 10% ao orçamento da UE. Borrell expressou
sua esperança de que o órgão europeu aprove a proposta em um futuro próximo.
O porta-voz do
Kremlin, Dmitry Peskov, declarou que a proposta de utilizar ativos russos para
financiar Kiev não respeita os fundamentos jurídicos dos direitos europeu e
internacional. Além disso, a medida pode provocar danos irreversíveis à
economia e à imagem do bloco.
Após o início da
operação militar especial da Rússia na Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, a
UE e os membros do G7, composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França,
Itália, Japão e Reino Unido, bloquearam quase metade dos ativos russos no
exterior, totalizando cerca de 300 bilhões de euros (R$ 1,6 trilhão).
Em 21 de outubro de
2022, os líderes da UE instruíram a Comissão Europeia a preparar propostas
sobre o uso de ativos russos bloqueados no exterior com o objetivo de financiar
a reconstrução da Ucrânia. Por sua vez, a representante oficial do Ministério das
Relações Exteriores russo, Maria Zakharova, qualificou a iniciativa como roubo.
·
Risco à estabilidade financeira
Uma das principais
empresas financeiras do continente, o Euroclear ganhou só no ano passado 4,4
bilhões de euros (R$ 23,9 bilhões) com os ativos russos bloqueados. Analistas
asseguram à Sputnik que tentativas de lucrar com dinheiro alheio ameaçam levar
a entidade à falência, o que deixaria em risco a estabilidade financeira da
União Europeia.
"O Banco Central
pode bloquear ou confiscar 33 bilhões de euros (R$ 179 bilhões) do Euroclear
depositados na jurisdição russa. No total, a instituição gerencia ativos no
valor de 37 trilhões de euros (R$ 201 trilhões)", disse a professora de economia
Meri Valilashvili, do Departamento de Finanças Estatais e Municipais da
Universidade Russa de Economia Plekhanov.
Segundo a
especialista, é provável que após o confisco muitos países não pertencentes à
UE tentem retirar seu dinheiro do Euroclear o mais rápido possível por conta da
instabilidade causada. Isso enfraquecerá significativamente a estabilidade e a
confiabilidade do euro como moeda de reserva mundial, acrescenta a economista.
Ø
'Jogo político': o que pretende a UE ao
impor tarifa aos cereais russos, mas não aos ucranianos?
A Comissão Europeia
pretende impor uma tarifa sobre os cereais provenientes da Rússia e de Belarus,
com o objetivo de "tranquilizar os agricultores europeus" em meio aos
protestos.
De acordo com o
diretor do Centro de Pesquisa Política do Instituto de Economia da Academia de
Ciências da Rússia, Boris Shmelyov, ouvido pela Sputnik, um "jogo
político" é estabelecido pela União Europeia (UE) ao redor dos cereais
russos e ucranianos, uma vez que Moscou exporta seus cereais para outros
mercados que não o europeu.
"A Comissão
Europeia deverá impor uma tarifa de € 95 [R$ 516,35] por tonelada sobre os
cereais provenientes da Rússia e de Belarus nos próximos dias", informou o
Financial Times (FT), citando fontes e afirmando que serão impostas, inclusive,
tarifas sobre as oleaginosas e seus derivados.
Mas, para o
especialista, as tarifas sobre as importações de grãos russos não serão um
grande problema para os exportadores.
"Aqui há um
'porém': o mercado europeu não é uma prioridade para nós; os principais
mercados para os nossos grãos são os países asiáticos, do Oriente Médio e
africanos", destaca Shmelyov.
Em suas palavras,
portanto, o fato de introduzirem essas tarifas "não é de fundamental
importância para nós". A situação com a possível introdução de tarifas
sobre óleos vegetais e oleaginosas é mais grave, mas não muito, continuou o
especialista.
"As tarifas sobre
as oleaginosas e o óleo de girassol são um desafio maior, mas mesmo neste caso,
penso que conseguiremos ultrapassar. Porque os nossos principais mercados são a
Turquia, o Oriente Médio, a Ásia e a África. Não vendemos sementes oleaginosas
ou óleo nos mercados europeus em grandes quantidades", explica Shmelyov.
A esperada decisão da
Comissão Europeia parece mais uma questão política destinada a apaziguar os
agricultores europeus, declarou o especialista.
"Este é um passo
tão demonstrativo em relação às reivindicações dos agricultores, vocês exigem
fechar os mercados da Europa aos produtos agrícolas de outros países, olhe,
estamos indo até vocês. Na prática, é difícil dizer. Há aqui interesses comerciais,
que nem sempre coincidem com os políticos", acrescentou Boris Shmelyov.
Entretanto, o
Parlamento Europeu e o Conselho Europeu prorrogaram a suspensão de tarifas e
cotas de exportação de produtos agrícolas ucranianos para a UE até junho de
2025. A suspensão atual expira em 5 de junho de 2024, e as novas
regulamentações entrarão em vigor imediatamente após essa data de expiração,
segundo o comunicado.
A decisão de suspender
direitos e cotas sobre as importações provenientes da Ucrânia foi introduzida
em 2022. Os agricultores dos países da UE que fazem fronteira com a Ucrânia
opuseram-se à proposta e iniciaram ações de protesto. Em particular, na Polônia
bloquearam estradas, rodovias e vias expressas. Os agricultores protestam não
só contra os cereais ucranianos, mas também contra a chamada política verde do
bloco europeu, ou seja, as disposições da política ambiental da comunidade
política.
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União Europeia chega a acordo para limitar importações de aves, milho e aveia
da Ucrânia
Os Estados-membros da
União Europeia (UE) e o Parlamento Europeu concordaram nesta quarta-feira (20)
em impor um limite máximo, a partir de junho, às importações agrícolas
ucranianas isentas de direitos aduaneiros.
Entre os produtos
abrangidos estão ovos, aves de criação e açúcar, mas também aveia, milho e mel,
anunciaram as instituições europeias, em resposta a uma das principais fontes
de indignação do setor.
Segundo a mídia
portuguesa Observador, o acordo prorroga por mais um ano a isenção de direitos
aduaneiros concedida à Ucrânia desde 2022, mas com "mecanismos de
salvaguarda" destinados a certos produtos sensíveis, sem afetar trigo e
cevada, de acordo com um comunicado do Parlamento Europeu.
Os agricultores
europeus acusaram o fluxo de produtos ucranianos de baixar os preços locais e
de constituir uma concorrência desleal.
·
Decisões da UE afetam cereais russos
A Comissão Europeia
pretende impor uma tarifa sobre os cereais provenientes da Rússia e de Belarus,
com o objetivo de "tranquilizar os agricultores europeus" em meio a
protestos.
De acordo com o
diretor do Centro de Pesquisa Política do Instituto de Economia da Academia de
Ciências da Rússia, Boris Shmelyov, ouvido pela Sputnik, um "jogo
político" é estabelecido pela União Europeia ao redor dos cereais russos e
ucranianos, uma vez que Moscou exporta seus cereais para outros mercados que
não o europeu.
"A Comissão
Europeia deverá impor uma tarifa de 95 euros [R$ 516,35] por tonelada sobre os
cereais provenientes da Rússia e de Belarus nos próximos dias", informou o
Financial Times, citando fontes e afirmando que serão impostas, inclusive,
tarifas sobre as oleaginosas e seus derivados.
Mas, para o
especialista, as tarifas sobre as importações de grãos russos não serão um
grande problema para os exportadores.
"Aqui há um
'porém': o mercado europeu não é uma prioridade para nós; os principais
mercados para os nossos grãos são os países asiáticos, do Oriente Médio e
africanos", destaca Shmelyov.
Em suas palavras,
portanto, o fato de introduzirem essas tarifas "não é de fundamental
importância para nós". A situação com a possível introdução de tarifas
sobre óleos vegetais e oleaginosas é mais grave, mas não muito, continuou o
especialista.
Fonte: Sputnik Brasil
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