sábado, 30 de dezembro de 2023

Ex-analista da CIA sugere que EUA podem recorrer a arma nuclear para evitar a derrota na Ucrânia

Enquanto as tropas russas seguem dominando os campos de batalha no conflito ucraniano, os patrocinadores de Kiev nos EUA têm se tornado cada vez mais preocupados sobre como os contratempos sofridos pela Ucrânia podem afetar a política de Washington.

A liderança dos EUA pode recorrer a certas medidas drásticas para evitar o triunfo da Rússia, disse o ex-analista da CIA Ray McGovern.

Durante sua recente entrevista no podcast Judging Freedom do juiz Andrew Napolitano, McGovern observou que as próximas eleições presidenciais podem levar a administração Biden a buscar desesperadamente uma maneira de fazer parecer que eles não estão perdendo no conflito ucraniano.

"Vai haver um idiota no Pentágono ou na Casa Branca que vai dizer: 'Olhe, sr. presidente, a única maneira de mostrar à Rússia que estamos falando sério é usar uma dessas minibombas nucleares. Elas são apenas cerca de um décimo do tamanho do que fizemos em Hiroshima. Então vamos fazer isso, e eles vão parar, e então não vamos perder completamente a eleição, e depois poderíamos resolver o resto", sugere McGovern.

Segundo ele, este cenário de considerar a opção nuclear é "provável de acontecer", e é a "única solução" em que as autoridades em Washington DC podem pensar para evitar perder as eleições presidenciais de 2024. McGovern fez estas observações enquanto as forças ucranianas seguem sofrendo derrota após derrota do Exército da Rússia.

·        Desesperado, Biden pede ao Congresso que aprove 'imediatamente' o apoio militar à Ucrânia

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, instou,, nesta sexta-feira (29), o Congresso norte-americano a tomar medidas imediatas para fornecer assistência militar à Ucrânia.

"Se o Congresso não agir rapidamente no novo ano, não poderemos continuar enviando as armas e os sistemas vitais de defesa aérea necessários para proteger o povo ucraniano. O Congresso deve intensificar e agir sem mais demora", afirmou Biden em comunicado.

Ele acusou a Rússia de realizar o "maior ataque aéreo" e de bombardear infraestruturas civis na Ucrânia usando drones e mísseis, incluindo mísseis com capacidade hipersônica.

"O que está em jogo nesta luta vai muito além da Ucrânia. Isso afeta toda a Aliança da OTAN, a segurança da Europa e o futuro da relação transatlântica", disse Biden.

Ele enfatizou que a Rússia não apenas tentou destruir a Ucrânia, mas também ameaçou os países da OTAN.

Sinais de ataques aéreos foram registrados em diferentes regiões da Ucrânia, conforme indicado em um mapa online do Ministério da Transformação Digital da Ucrânia. No início do dia, um alerta aéreo foi emitido para todo o país. A mídia e as autoridades locais relataram explosões em Kiev, Odessa, Lvov, Kharkov e outras cidades.

A Rússia começou a atacar a infraestrutura ucraniana em 10 de outubro de 2022, dois dias após o ataque terrorista contra a Ponte da Crimeia, que, segundo a avaliação das autoridades russas, foi organizado pelos serviços especiais ucranianos. Estão ocorrendo ataques contra a energia, a indústria de defesa, o comando militar e as instalações de comunicações em todo o país.

Desde então, alertas de ataques aéreos têm sido anunciados diariamente em diversas regiões ucranianas, às vezes em todo o país. No entanto, o porta-voz presidencial do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que as tropas russas não atacam edifícios residenciais e infraestruturas sociais.

·        Pacote 'modesto' de ajuda dos EUA é recebido na Ucrânia com 'gratidão tépida', revela jornal

Um pacote de ajuda "modesto" dos Estados Unidos para a Ucrânia no valor de US$ 250 milhões (R$ 1,209 bilhão) foi recebido em Kiev "com gratidão tépida", avança o jornal The Washington Post.

De acordo com Egor Chernov, vice-presidente do Comitê para Segurança, Defesa e Inteligência Nacional da Suprema Rada (parlamento ucraniano), o novo pacote destina-se apenas a "aguentar mais algum tempo", entretanto ele não ajudará a "mudar a situação no campo de batalha" em favor de Kiev.

"Este pequeno pacote de ajuda é uma evidência para nós de que há problemas com o apoio dos Estados Unidos à Ucrânia", reclamou Chernov, expressando a esperança de que essas dificuldades sejam temporárias e "muito em breve" superadas.

De acordo com o jornal, as autoridades ucranianas alertaram que sem o influxo de novos fundos, os problemas com o pagamento de parte dos salários e benefícios sociais poderiam começar já em janeiro.

 

Ø  'Apenas meio de preservar hegemonia americana': analista traça paralelos entre Palestina e Ucrânia

 

Enquanto continuam as guerras que chamam atenção mundial, muitos cientistas políticos analisam o envolvimento dos EUA nos assuntos. A Sputnik conversou com um especialista em relações internacionais que explicou qual caraterística destaca tanto o conflito na Ucrânia como o na Faixa de Gaza.

Mahmoud al-Efendi, analista político e especialista em assuntos russos, comentou à Sputnik a entrevista do ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, com Dmitry Kiselev, diretor-geral do grupo midiático Rossiya Segodnya, do qual Sputnik faz parte.

·        Conflitos em Gaza e na Ucrânia têm as mesmas raízes?

Considerando a hegemonia dos Estados Unidos, o analista abordou o controle de todas as formas possíveis que enfrenta o Oriente Médio.

"Na Ucrânia a Rússia está combatendo os inimigos da Palestina, representados pelos países ocidentais, que privaram o povo palestino de seus direitos."

Ao mesmo tempo, al-Efendi acredita que o enfraquecimento da influência de Washington na região obrigará Israel a assinar um armistício e reconhecer o Estado palestino.

No entanto, apelos à existência dos dois Estados não convêm aos EUA, porque Israel, assim como a Ucrânia, "é apenas um meio de preservar a hegemonia americana", opinou.

·        Reação da maioria mundial

Regras impostas pelos EUA fazem com que vários países e instituições internacionais aspirem a conter a hegemonia. A desdolarização do BRICS, que une cerca de dois terços da população mundial, é só um exemplo dessa resposta de defesa.

Acordos, concluídos entre o BRICS e a União Econômica Eurasiática (UEE) para criação de uma zona de livre comércio, serão mais uma medida de fortalecimento do bloco econômico, disse o analista à Sputnik.

"No âmbito do BRICS, já se formam pequenas alianças que introduzem ativamente moedas nacionais nas relações comerciais bilaterais. Por exemplo, o uso do rublo russo e do yuan chinês na atividade comercial entre a Rússia e a China atingiu 90%."

Se os dez países com economias fortes passarem a realizar pagamentos em moedas nacionais, a participação do dólar nos mercados mundiais será reduzida, enfatizou.

Embora, na opinião de al-Efendi, seja impossível abandonar completamente o dólar, o BRICS e outras alianças econômicas podem enfraquecer significativamente o papel da moeda norte-americana.

 

Ø  Compras militares das maiores empresas do mundo crescem mais de 10% em 2 anos, diz SIPRI

 

A situação geopolítica está aumentando os gastos na área militar, o que por sua vez está conduzindo a grandes aumentos nas encomendas, que na primeira metade de 2023 já quase igualaram o total do ano de 2022.

O valor dos pedidos de compras militares das maiores empresas de defesa do mundo está atingindo níveis recorde depois de crescer mais de 10% nos últimos dois anos devido ao aumento da tensão geopolítica, inclusive devido ao conflito na Ucrânia, informou na quinta-feira (28) o jornal britânico Financial Times (FT).

O jornal, que citou dados do Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (SIPRI, na sigla em inglês), referiu 15 empresas de defesa, incluindo as maiores dos EUA, a BAE Systems do Reino Unido, e a Hanwha Aerospace da Coreia do Sul, e descobriu que, no final de 2022, suas carteiras de encomendas combinadas totalizavam US$ 777,6 bilhões (R$ 3,77 bilhões), acima dos US$ 701,2 bilhões (R$ 3,4 bilhões) de 2020.

Segundo a mídia, a tendência continuou em 2023, já que nos primeiros seis meses deste ano as carteiras de encomendas de defesa totalizaram US$ 764 bilhões (R$ 3,71 bilhões).

Enquanto isso, os gastos militares globais totais de 2022 aumentaram 3,7% em termos reais, atingindo o recorde de US$ 2,24 bilhões (R$ 10,87 bilhões), informou o jornal.

A Europa registrou o maior aumento nos gastos militares anuais em pelo menos 30 anos, depois que os governos da União Europeia anunciaram novos pedidos de munição e tanques para compensar o esgotamento dos estoques nacionais de armas devido à assistência militar à Ucrânia, segundo o relatório.

A Hanwha Aerospace teve o maior aumento relativo de novos pedidos, com sua carteira de encomendas aumentando de US$ 2,4 bilhões (R$ 11,65 bilhões) em 2020 para US$ 15,2 bilhões (R$ 73,76 bilhões) no final de 2022, segundo o FT.

Enquanto isso, a produtora de tanques alemã Rheinmetall liderou a lista de empresas que registraram o maior aumento absoluto no valor das encomendas, com sua carteira de pedidos saltando de US$ 14,8 bilhões (R$ 71,82 bilhões) em 2020 para US$ 27,9 bilhões (R$ 135,38 bilhões) em 2022, de acordo com o jornal.

No entanto, nem todos os gastos mais altos estão relacionados ao conflito na Ucrânia, já que a carteira de pedidos da BAE Systems cresceu de US$ 61,8 bilhões (R$ 299,88 bilhões) para US$ 70,8 bilhões (R$ 343,55 bilhões) em 2022 devido a novos pedidos para programas existentes, incluindo submarinos, fragatas e aviões de combate, escreve o veículo de imprensa britânico.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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