domingo, 31 de dezembro de 2023

Abandonado pelo Ocidente, Zelensky quer 'chamar a atenção' ao atacar cidade russa

Foguetes fabricados pela República Tcheca, sistema de defesa que evitou uma tragédia ainda maior e alvos civis. Um dos maiores ataques ucranianos contra o território russo desde o início da operação militar especial, em fevereiro de 2022, terminou neste sábado (30) com a morte de pelo menos 20 pessoas, sendo duas crianças.

Localizada a cerca de 40 km da fronteira com a Ucrânia, a cidade russa de Belgorod foi alvo de um ataque terrorista que só não foi pior por conta da interceptação de mísseis pelo sistema de defesa do país. Prédios do governo e outras instalações civis foram atingidas pelo atentado, que deixou, além das vítimas fatais, 108 pessoas feridas. Conforme o Ministério da Defesa, foram usados dois mísseis Olkha com ogivas de fragmentação proibidas, além de foguetes Vampire fabricados pela República Tcheca, que é membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

O governo russo já declarou que o crime não ficará impune e o principal objetivo de Kiev é desviar o foco das constantes derrotas na frente de batalha na Ucrânia. Além disso, culpou os Estados Unidos e o Reino Unido de participação nos atos, por incitarem o regime de Kiev a ações terroristas.

"Na ausência da menor possibilidade de melhorar a situação deplorável das Forças Armadas Ucranianas 'no terreno', os anglo-saxões recorreram à táctica de levar a cabo ataques terroristas contra civis", declarou Maria Zakharova, representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, pouco após o país acionar o Conselho de Segurança das Nações Unidas, do qual é membro permanente, por conta dos ataques.

O professor titular de relações internacionais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Williams Gonçalves disse à Sputnik Brasil que o uso de armas proibidas contra a população civil da cidade, que tem pouco mais de 370 mil habitantes, torna o crime ainda mais grave. Para o especialista, o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, se sente abandonado pelos países ocidentais, que cada vez mais reduzem o envio de ajuda financeira ao país, e quer "chamar a atenção". Porém, ele acredita que Zelensky não terá sucesso.

"Nos Estados Unidos, já há uma corrente muito forte que considera que ele [Zelensky] jamais ganhará e, por isso, precisa se preparar para negociar [com a Rússia]. Só que o custo político para ele é alto demais e vai tentar reaquecer o conflito", argumentou.

Só nesta semana, foram repelidos 34 ataques em direção à República Popular de Donetsk, com a perda de quase 1,7 mil militares ucranianos, sete tanques e 13 veículos blindados. Já o Exército russo realizou outros 50 contra alvos exclusivamente das Forças Armadas da Ucrânia, como complexos militar-industrial e locais de armazenamento de armas.

·        Negociações pela paz comprometidas

A especialista em segurança e teoria das relações internacionais da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) Isabela Gama lembrou à Sputnik Brasil que a Rússia tem buscado um canal de comunicação com a Ucrânia há algum tempo para negociar a paz na região. Porém, o país segue "com seus esforços cada vez mais agressivos" e o atentado terrorista na cidade russa só piora as tensões.

"Essa janela de oportunidade para a paz vem sendo perdida pelo Ocidente em diversos momentos. Já há bastante tempo a Rússia tentou negociar a paz e parece que não está sendo ouvida. Os porta-vozes, ministros e até mesmo o presidente Vladimir Putin vêm a imprensa falar sobre o conflito e a possibilidade de negociações, mas parece que estão falando com paredes", criticou.

Além disso, a especialista enfatiza que a Ucrânia "mente" ao dizer que tinha como alvo apenas instalações militares. "Até porque pré-escolas e estabelecimentos privados não relacionados ao governo foram atingidos por esse ataque ucraniano, com ajuda de equipamento tcheco", disse, acrescentando que o uso de armamentos fornecidos pelo Ocidente no ataque pode levar a uma escalada do conflito para outras partes da Europa.

"A União Europeia está bastante dividida. Isso é um problema, porque é complicado que cheguem a um acordo sobre quem vai apoiar, quem não vai. Muitos não estão mais por ser muito custoso para o bloco. E esse conflito pode, sim, se espraiar para a região em algum momento, porque com mais um ataque indiscriminado à Rússia, ninguém garante que em algum momento ela não retalie", afirma.

·        Repercussões geopolíticas no continente

O professor universitário e cientista político Rodolfo Marques concorda com a possibilidade de as mortes de civis em Belgorod causarem uma série de repercussões geopolíticas para além da Rússia, diante das constantes tentativas do Ocidente em deixar ainda mais tensas as relações do país com a Ucrânia, o que atrasa a chegada de um acordo para o fim da operação especial. Enquanto isso, Kiev recorre até ao alistamento de homens com deficiência física e idosos diante das baixas recorrentes no Exército.

"A região de Belgorod fica próxima da fronteira com a Ucrânia. Então, é um ponto também importante ali de convergência, e, certamente, haverá um desdobramento, não só nas reações russas, mas também nessa discussão que vai ser travada no âmbito das Nações Unidas. É mais um capítulo triste do conflito", declarou.

A Rússia convocou uma reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para discutir o ataque em Belgorod às 17h, horário de Brasília, neste sábado (30).

 

Ø  Ataques contra civis são inaceitáveis e devem ser condenados, diz ONU sobre investida de Kiev

 

Kiev realizou um ataque brutal contra estruturas residenciais e civis deixando vários mortos e feridos na Rússia. A Organização das Nações Unidas (ONU) se posicionou, dizendo que os "ataques contra civis são inaceitáveis e devem ser condenados".

Ao menos 18 pessoas morreram e 111 ficaram feridas em resultado do bombardeio do centro da cidade russa de Belgorod pelo Exército ucraniano, disseram os serviços de emergência locais.

"Segundo a informação atualizada, 12 adultos e duas crianças foram mortos em Belgorod. 108 pessoas ficaram feridas, incluindo 15 crianças", comunicou o Ministério para Situações de Emergência da Rússia no seu canal Telegram em um primeiro momento, atualizando o total de vítimas para 18 mais tarde.

·        EUA e Reino Unido com sangue civil nas mãos

Por trás do ataque terrorista na cidade russa de Belgorod está o Reino Unido, que, "em coordenação com os Estados Unidos, incita o regime de Kiev a ações terroristas", disse à Sputnik a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.

"Na ausência da menor possibilidade de melhorar a situação deplorável das Forças Armadas Ucranianas 'no terreno', os anglo-saxões recorreram à táctica de levar a cabo ataques terroristas contra civis", sublinhou.

A representante oficial acrescentou que os Estados da União Europeia (UE) também são responsáveis ​​pelo ataque, pois continuam a fornecer armas aos "terroristas em Kiev, que usam, entre outras coisas, munições cluster contra a população civil".

Kiev "mostra as suas vísceras nazis desumanas" e é "um crime cínico e sangrento". Todos os organizadores do ataque a Belgorod serão inevitavelmente punidos, afirmou o Ministério das Relações Exteriores da Rússia, destacando que o silêncio face ao bombardeio ucraniano de Belgorod equivaleria a apoiar e instigar os atos sangrentos de Kiev.

 

Ø  Reino Unido e EUA estão por trás do ataque terrorista em Belgorod, denuncia MRE russo

 

Por trás do ataque terrorista na cidade russa de Belgorod está o Reino Unido, que, "em coordenação com os Estados Unidos, incita o regime de Kiev a ações terroristas", disse à Sputnik a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, neste sábado (30).

Nas palavras de Zakharova, Londres "proibiu o regime de Kiev de negociar com o lado russo, apostando na vitória no campo de batalha", como declararam recentemente representantes do governo ucraniano.

"Na ausência da menor possibilidade de melhorar a situação deplorável das Forças Armadas ucranianas 'no terreno', os anglo-saxões recorreram à táctica de levar a cabo ataques terroristas contra civis", sublinhou.

A representante oficial acrescentou que os Estados da União Europeia (UE) também são responsáveis ​​pelo ataque, pois continuam a fornecer armas aos "terroristas em Kiev, que usam, entre outras coisas, munições cluster contra a população civil".

Kiev "mostra as suas vísceras nazis desumanas" e esse é "um crime cínico e sangrento". Todos os organizadores do ataque a Belgorod serão inevitavelmente punidos, segundo o Ministério das Relações Exteriores da Rússia. O silêncio face ao bombardeamento ucraniano de Belgorod equivaleria a apoiar e instigar os atos sangrentos de Kiev, destaca a diplomacia russa.

Zakharova confirmou que a Rússia solicitou uma reunião do Conselho de Segurança da ONU em relação ao ataque militar ucraniano às 20h, GMT [17h no horário de Brasília].

Neste sábado, 30 de dezembro, pelo menos 14 pessoas perderam a vida e 108 ficaram feridas, incluindo 15 crianças, na sequência de um ataque das forças ucranianas contra o centro da cidade russa de Belgorod.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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