Abandonado pelo Ocidente, Zelensky quer 'chamar a atenção' ao atacar
cidade russa
Foguetes fabricados pela República Tcheca, sistema
de defesa que evitou uma tragédia ainda maior e alvos civis. Um dos maiores
ataques ucranianos contra o território russo desde o início da operação militar
especial, em fevereiro de 2022, terminou neste sábado (30) com a morte de pelo
menos 20 pessoas, sendo duas crianças.
Localizada a cerca de 40 km da fronteira com a
Ucrânia, a cidade russa de Belgorod foi alvo de um ataque terrorista que só não
foi pior por conta da interceptação de mísseis pelo sistema de defesa do país.
Prédios do governo e outras instalações civis foram atingidas pelo atentado,
que deixou, além das vítimas fatais, 108 pessoas feridas. Conforme o Ministério
da Defesa, foram usados dois mísseis Olkha com ogivas de fragmentação
proibidas, além de foguetes Vampire fabricados pela República Tcheca, que é membro
da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
O governo russo já declarou que o crime não ficará
impune e o principal objetivo de Kiev é desviar o foco das constantes derrotas
na frente de batalha na Ucrânia. Além disso, culpou os Estados Unidos e o Reino
Unido de participação nos atos, por incitarem o regime de Kiev a ações
terroristas.
"Na ausência da menor possibilidade de
melhorar a situação deplorável das Forças Armadas Ucranianas 'no terreno', os
anglo-saxões recorreram à táctica de levar a cabo ataques terroristas contra
civis", declarou Maria Zakharova, representante oficial do Ministério das
Relações Exteriores da Rússia, pouco após o país acionar o Conselho de
Segurança das Nações Unidas, do qual é membro permanente, por conta dos
ataques.
O professor titular de relações internacionais da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Williams Gonçalves disse à
Sputnik Brasil que o uso de armas proibidas contra a população civil da cidade,
que tem pouco mais de 370 mil habitantes, torna o crime ainda mais grave. Para
o especialista, o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, se sente abandonado
pelos países ocidentais, que cada vez mais reduzem o envio de ajuda financeira
ao país, e quer "chamar a atenção". Porém, ele acredita que Zelensky
não terá sucesso.
"Nos Estados Unidos, já há uma corrente muito
forte que considera que ele [Zelensky] jamais ganhará e, por isso, precisa se
preparar para negociar [com a Rússia]. Só que o custo político para ele é alto
demais e vai tentar reaquecer o conflito", argumentou.
Só nesta semana, foram repelidos 34 ataques em
direção à República Popular de Donetsk, com a perda de quase 1,7 mil militares
ucranianos, sete tanques e 13 veículos blindados. Já o Exército russo realizou
outros 50 contra alvos exclusivamente das Forças Armadas da Ucrânia, como
complexos militar-industrial e locais de armazenamento de armas.
·
Negociações pela paz comprometidas
A especialista em segurança e teoria das relações
internacionais da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)
Isabela Gama lembrou à Sputnik Brasil que a Rússia tem buscado um canal de
comunicação com a Ucrânia há algum tempo para negociar a paz na região. Porém,
o país segue "com seus esforços cada vez mais agressivos" e o
atentado terrorista na cidade russa só piora as tensões.
"Essa janela de oportunidade para a paz vem
sendo perdida pelo Ocidente em diversos momentos. Já há bastante tempo a Rússia
tentou negociar a paz e parece que não está sendo ouvida. Os porta-vozes,
ministros e até mesmo o presidente Vladimir Putin vêm a imprensa falar sobre o
conflito e a possibilidade de negociações, mas parece que estão falando com
paredes", criticou.
Além disso, a especialista enfatiza que a Ucrânia
"mente" ao dizer que tinha como alvo apenas instalações militares.
"Até porque pré-escolas e estabelecimentos privados não relacionados ao
governo foram atingidos por esse ataque ucraniano, com ajuda de equipamento
tcheco", disse, acrescentando que o uso de armamentos fornecidos pelo
Ocidente no ataque pode levar a uma escalada do conflito para outras partes da
Europa.
"A União Europeia está bastante dividida. Isso
é um problema, porque é complicado que cheguem a um acordo sobre quem vai
apoiar, quem não vai. Muitos não estão mais por ser muito custoso para o bloco.
E esse conflito pode, sim, se espraiar para a região em algum momento, porque
com mais um ataque indiscriminado à Rússia, ninguém garante que em algum
momento ela não retalie", afirma.
·
Repercussões geopolíticas no continente
O professor universitário e cientista político
Rodolfo Marques concorda com a possibilidade de as mortes de civis em Belgorod
causarem uma série de repercussões geopolíticas para além da Rússia, diante das
constantes tentativas do Ocidente em deixar ainda mais tensas as relações do
país com a Ucrânia, o que atrasa a chegada de um acordo para o fim da operação
especial. Enquanto isso, Kiev recorre até ao alistamento de homens com
deficiência física e idosos diante das baixas recorrentes no Exército.
"A região de Belgorod fica próxima da
fronteira com a Ucrânia. Então, é um ponto também importante ali de
convergência, e, certamente, haverá um desdobramento, não só nas reações
russas, mas também nessa discussão que vai ser travada no âmbito das Nações
Unidas. É mais um capítulo triste do conflito", declarou.
A Rússia convocou uma reunião do Conselho de
Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para discutir o ataque em
Belgorod às 17h, horário de Brasília, neste sábado (30).
Ø Ataques
contra civis são inaceitáveis e devem ser condenados, diz ONU sobre investida
de Kiev
Kiev realizou um ataque brutal contra estruturas
residenciais e civis deixando vários mortos e feridos na Rússia. A Organização
das Nações Unidas (ONU) se posicionou, dizendo que os "ataques contra
civis são inaceitáveis e devem ser condenados".
Ao menos 18 pessoas morreram e 111 ficaram feridas
em resultado do bombardeio do centro da cidade russa de Belgorod pelo Exército
ucraniano, disseram os serviços de emergência locais.
"Segundo a informação atualizada, 12 adultos e
duas crianças foram mortos em Belgorod. 108 pessoas ficaram feridas, incluindo
15 crianças", comunicou o Ministério para Situações de Emergência da
Rússia no seu canal Telegram em um primeiro momento, atualizando o total de
vítimas para 18 mais tarde.
·
EUA e Reino Unido com sangue civil nas mãos
Por trás do ataque terrorista na cidade russa de
Belgorod está o Reino Unido, que, "em coordenação com os Estados Unidos,
incita o regime de Kiev a ações terroristas", disse à Sputnik a
representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria
Zakharova.
"Na ausência da menor possibilidade de
melhorar a situação deplorável das Forças Armadas Ucranianas 'no terreno', os
anglo-saxões recorreram à táctica de levar a cabo ataques terroristas contra
civis", sublinhou.
A representante oficial acrescentou que os Estados
da União Europeia (UE) também são responsáveis pelo
ataque, pois continuam a fornecer armas aos "terroristas em Kiev, que
usam, entre outras coisas, munições cluster
contra a população
civil".
Kiev "mostra as suas vísceras nazis
desumanas" e é "um crime cínico e sangrento". Todos os
organizadores do ataque a Belgorod serão inevitavelmente punidos, afirmou o
Ministério das Relações Exteriores da Rússia, destacando que o silêncio face ao
bombardeio ucraniano de Belgorod equivaleria a apoiar e instigar os atos
sangrentos de Kiev.
Ø Reino Unido
e EUA estão por trás do ataque terrorista em Belgorod, denuncia MRE russo
Por trás do ataque terrorista na cidade russa de
Belgorod está o Reino Unido, que, "em coordenação com os Estados Unidos,
incita o regime de Kiev a ações terroristas", disse à Sputnik a
representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria
Zakharova, neste sábado (30).
Nas palavras de Zakharova, Londres "proibiu o
regime de Kiev de negociar com o lado russo, apostando na vitória no campo de
batalha", como declararam recentemente representantes do governo
ucraniano.
"Na ausência da menor possibilidade de
melhorar a situação deplorável das Forças Armadas ucranianas 'no terreno', os
anglo-saxões recorreram à táctica de levar a cabo ataques terroristas contra
civis", sublinhou.
A representante oficial acrescentou que os Estados
da União Europeia (UE) também são responsáveis pelo
ataque, pois continuam a fornecer armas aos "terroristas em Kiev, que
usam, entre outras coisas, munições cluster
contra a população
civil".
Kiev "mostra as suas vísceras nazis
desumanas" e esse é "um crime cínico e sangrento". Todos os
organizadores do ataque a Belgorod serão inevitavelmente punidos, segundo o
Ministério das Relações Exteriores da Rússia. O silêncio face ao bombardeamento
ucraniano de Belgorod equivaleria a apoiar e instigar os atos sangrentos de
Kiev, destaca a diplomacia russa.
Zakharova confirmou que a Rússia solicitou uma
reunião do Conselho de Segurança da ONU em relação ao ataque militar ucraniano
às 20h, GMT [17h no horário de Brasília].
Neste sábado, 30 de dezembro, pelo menos 14 pessoas
perderam a vida e 108 ficaram feridas, incluindo 15 crianças, na sequência de
um ataque das forças ucranianas contra o centro da cidade russa de Belgorod.
Fonte: Sputnik Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário