EQUILÍBRIO EMOCIONAL: Qual a cor para
ter saúde mental em 2024?
Dezembro chega e começam os debates sobre qual cor
usar para a virada do ano. Carregadas de esperança e vontade de realizações, as
pessoas se perguntam qual tonalidade pode contribuir com seus objetivos para o
novo ciclo e atribuem a cada cor uma interpretação especial. É uma escolha
individual, às vezes, tão particular que se reflete apenas na coloração das
peças de roupa íntima. Mais do que os significados atribuídos pela numerologia
ou até mesmo pela psicologia das cores, encanta-me observar como as passagens
de ciclos são importantes para que as pessoas façam uma pausa para refletir
sobre aquilo que é essencial para elas. Mas será que haveria um desejo comum,
coletivo, que esperamos que se realize em 2024?
É nesse sentido que a escolha da cor de 2024, Peach
Fuzz (ou penugem de pêssego em tradução livre), pela empresa especialista em
colorações Pantone me chamou a atenção. Criada em 1999, a escolha da cor que
será tendência no vestuário e design no ano seguinte se baseia em observações e
debates sobre como a cultura global atual se expressa por meio da linguagem das
cores. E a cor de 2024 representa a compaixão e a conexão humana, ou, mais
especificamente, traduz a necessidade de desacelerar e focar naquilo que é mais
importante: cuidar de nós mesmos e dos outros. Faz sentido para você?
Se considerarmos os dados sobre saúde mental no
Brasil e no mundo, faz muito sentido. Segundo a Organização Mundial da Saúde
(OMS), houve um aumento global de 25% na prevalência de depressão e ansiedade
durante a pandemia. No último ano, desastres climáticos, crise econômica e
conflitos armados vieram se somar aos desafios impostos ao nosso bem-estar.
Como se não bastasse o estresse, causado por todos esses eventos, eles vêm
acompanhados de um outro problema: a polarização de ideias e o consequente rompimento
de relações familiares e de amizade. De que forma isso pode afetar a nossa
saúde mental?
Nos últimos anos, a psicologia e a psiquiatria
redirecionaram seu foco de interesse daquilo que nos faz adoecer para aquilo
que nos traz felicidade. Um dos pesquisadores mais importantes dessa vertente,
o psiquiatra americano Robert Waldinger, está à frente de um longo estudo da
Universidade de Harvard que há mais de 85 anos avalia o que torna a nossa vida
satisfatória. O resultado: ter bons relacionamentos, e não dinheiro ou
realizações profissionais, é o principal elemento associado à felicidade. Mais
especificamente, um bom relacionamento é aquele em que o amor e a
disponibilidade de ajuda são recíprocos. Sobre a quantidade, isso depende de
você ser mais extrovertido (necessidade de mais contatos sociais) ou mais
introvertido (poucos contatos já são suficientes).
Um outro achado interessante, e que inicialmente
surpreendeu os pesquisadores, é que a qualidade dos relacionamentos interferiu
positivamente não apenas na saúde mental, mas na saúde física também. Em outras
palavras, pessoas com boas conexões sociais tiveram menos chance de ter doenças
cardiovasculares, diabetes ou outras doenças inflamatórias. A solidão, em
contrapartida, tem um efeito tão deletério sobre o nosso corpo quanto fumar 15
cigarros ao dia. Caracterizada pelo sentimento de estar sozinho, e não pelo
isolamento social em si, a solidão é um fenômeno crescente e tem gerado tanta
preocupação que alguns países, como Inglaterra e Japão, criaram ministérios
próprios para tratar do tema.
Os efeitos prejudiciais ao organismo decorrem da
elevação crônica de hormônios de estresse e substâncias inflamatórias no
organismo. Eventos estressantes fazem parte da nossa vida e poder compartilhar
das nossas angústias com pessoas queridas nos ajuda a reduzir o nosso
sofrimento e a enfrentar os problemas mais facilmente. Na ausência dessa
possibilidade, o estresse se prolonga e nós adoecemos.
A percepção de uma cor sofre influência das demais
cores ao redor e nem todas as combinações geram harmonia. Com a chegada das
festas de fim de ano, o sentimento de solidão ou de insatisfação com os
relacionamentos, sejam da família ou do trabalho, tendem a se intensificar.
Talvez seja o momento de refletir sobre as suas relações e avaliar quais
pessoas podem estar destoando da sua paleta ou o quanto você precisa investir
para atrair novas (ou resgatar antigas) tonalidades que combinem com você.
Afinal, como dizia Tom Jobim, "é impossível ser feliz sozinho".
Ø Costumes e
superstições ditam os tons da virada do ano. Por Aurélio Leal dos Santos
Amor, dinheiro, trabalho e saúde são alguns dos
desejos mais recorrentes na noite que marca a transição de um ano para o outro.
Na tentativa de garantir que tudo isso prospere, alguns rituais repletos de
simbologia se tornaram cada vez mais comuns entre as pessoas que curtem o
réveillon. Pensando nisso, o A TARDE Play foi às ruas para saber o que deve ou
não ser feito na noite da virada, e o que podemos esperar dos astros para 2024.
A equipe de reportagem foi até o farol da Barra, um
dos principais cartões postais de Salvador, e ouviu de moradores da cidade e
turistas as diferentes perspectivas em relação às práticas adotadas no final do
ano. As crenças populares vão desde o hábito de não comer animais que ciscam
para trás, até a escolha meticulosa de qual roupa utilizar no período, passando
também por liturgias religiosas e até mesmo a astrologia.
E você, acredita que a posição dos corpos celestes
pode influenciar no movimento de um novo ciclo? Pois é, entrevistada pela nossa
equipe, a astróloga Elen Rebeca respondeu aos questionamentos do público e
afirmou que todas as superstições são importantes e devem ser seguidas,
reforçando, ainda, que a virada do ano é também uma virada de chave, e precisa
ser aproveitada. Para não correr o risco de que algo dê errado na noite de ano
novo, a chef de cozinha Ana Robéria preparou um prato especial que pode servir
de sugestão para aqueles que querem montar um cardápio propício para que os
desejos fluam sem obstáculos pelos caminhos que levam à realização.
Fonte: Por Helena MouraA Professora da Faculdade de
Medicina da UnB e membro do grupo de Geopsiquiatria da Ass, para o Correio
Braziliense/A Tarde
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