sábado, 30 de dezembro de 2023

EQUILÍBRIO EMOCIONAL: Qual a cor para ter saúde mental em 2024?

Dezembro chega e começam os debates sobre qual cor usar para a virada do ano. Carregadas de esperança e vontade de realizações, as pessoas se perguntam qual tonalidade pode contribuir com seus objetivos para o novo ciclo e atribuem a cada cor uma interpretação especial. É uma escolha individual, às vezes, tão particular que se reflete apenas na coloração das peças de roupa íntima. Mais do que os significados atribuídos pela numerologia ou até mesmo pela psicologia das cores, encanta-me observar como as passagens de ciclos são importantes para que as pessoas façam uma pausa para refletir sobre aquilo que é essencial para elas. Mas será que haveria um desejo comum, coletivo, que esperamos que se realize em 2024?

É nesse sentido que a escolha da cor de 2024, Peach Fuzz (ou penugem de pêssego em tradução livre), pela empresa especialista em colorações Pantone me chamou a atenção. Criada em 1999, a escolha da cor que será tendência no vestuário e design no ano seguinte se baseia em observações e debates sobre como a cultura global atual se expressa por meio da linguagem das cores. E a cor de 2024 representa a compaixão e a conexão humana, ou, mais especificamente, traduz a necessidade de desacelerar e focar naquilo que é mais importante: cuidar de nós mesmos e dos outros. Faz sentido para você?

Se considerarmos os dados sobre saúde mental no Brasil e no mundo, faz muito sentido. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), houve um aumento global de 25% na prevalência de depressão e ansiedade durante a pandemia. No último ano, desastres climáticos, crise econômica e conflitos armados vieram se somar aos desafios impostos ao nosso bem-estar. Como se não bastasse o estresse, causado por todos esses eventos, eles vêm acompanhados de um outro problema: a polarização de ideias e o consequente rompimento de relações familiares e de amizade. De que forma isso pode afetar a nossa saúde mental?

Nos últimos anos, a psicologia e a psiquiatria redirecionaram seu foco de interesse daquilo que nos faz adoecer para aquilo que nos traz felicidade. Um dos pesquisadores mais importantes dessa vertente, o psiquiatra americano Robert Waldinger, está à frente de um longo estudo da Universidade de Harvard que há mais de 85 anos avalia o que torna a nossa vida satisfatória. O resultado: ter bons relacionamentos, e não dinheiro ou realizações profissionais, é o principal elemento associado à felicidade. Mais especificamente, um bom relacionamento é aquele em que o amor e a disponibilidade de ajuda são recíprocos. Sobre a quantidade, isso depende de você ser mais extrovertido (necessidade de mais contatos sociais) ou mais introvertido (poucos contatos já são suficientes).

Um outro achado interessante, e que inicialmente surpreendeu os pesquisadores, é que a qualidade dos relacionamentos interferiu positivamente não apenas na saúde mental, mas na saúde física também. Em outras palavras, pessoas com boas conexões sociais tiveram menos chance de ter doenças cardiovasculares, diabetes ou outras doenças inflamatórias. A solidão, em contrapartida, tem um efeito tão deletério sobre o nosso corpo quanto fumar 15 cigarros ao dia. Caracterizada pelo sentimento de estar sozinho, e não pelo isolamento social em si, a solidão é um fenômeno crescente e tem gerado tanta preocupação que alguns países, como Inglaterra e Japão, criaram ministérios próprios para tratar do tema.

Os efeitos prejudiciais ao organismo decorrem da elevação crônica de hormônios de estresse e substâncias inflamatórias no organismo. Eventos estressantes fazem parte da nossa vida e poder compartilhar das nossas angústias com pessoas queridas nos ajuda a reduzir o nosso sofrimento e a enfrentar os problemas mais facilmente. Na ausência dessa possibilidade, o estresse se prolonga e nós adoecemos.

A percepção de uma cor sofre influência das demais cores ao redor e nem todas as combinações geram harmonia. Com a chegada das festas de fim de ano, o sentimento de solidão ou de insatisfação com os relacionamentos, sejam da família ou do trabalho, tendem a se intensificar. Talvez seja o momento de refletir sobre as suas relações e avaliar quais pessoas podem estar destoando da sua paleta ou o quanto você precisa investir para atrair novas (ou resgatar antigas) tonalidades que combinem com você. Afinal, como dizia Tom Jobim, "é impossível ser feliz sozinho". 

 

Ø  Costumes e superstições ditam os tons da virada do ano. Por  Aurélio Leal dos Santos

 

Amor, dinheiro, trabalho e saúde são alguns dos desejos mais recorrentes na noite que marca a transição de um ano para o outro. Na tentativa de garantir que tudo isso prospere, alguns rituais repletos de simbologia se tornaram cada vez mais comuns entre as pessoas que curtem o réveillon. Pensando nisso, o A TARDE Play foi às ruas para saber o que deve ou não ser feito na noite da virada, e o que podemos esperar dos astros para 2024.

A equipe de reportagem foi até o farol da Barra, um dos principais cartões postais de Salvador, e ouviu de moradores da cidade e turistas as diferentes perspectivas em relação às práticas adotadas no final do ano. As crenças populares vão desde o hábito de não comer animais que ciscam para trás, até a escolha meticulosa de qual roupa utilizar no período, passando também por liturgias religiosas e até mesmo a astrologia.

E você, acredita que a posição dos corpos celestes pode influenciar no movimento de um novo ciclo? Pois é, entrevistada pela nossa equipe, a astróloga Elen Rebeca respondeu aos questionamentos do público e afirmou que todas as superstições são importantes e devem ser seguidas, reforçando, ainda, que a virada do ano é também uma virada de chave, e precisa ser aproveitada. Para não correr o risco de que algo dê errado na noite de ano novo, a chef de cozinha Ana Robéria preparou um prato especial que pode servir de sugestão para aqueles que querem montar um cardápio propício para que os desejos fluam sem obstáculos pelos caminhos que levam à realização.

 

Fonte: Por Helena MouraA Professora da Faculdade de Medicina da UnB e membro do grupo de Geopsiquiatria da Ass, para o Correio Braziliense/A Tarde

 

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