Alemanha, França, Itália e UE duvidam da ideia dos EUA de confiscar
ativos russos, diz mídia
Alemanha, França, Itália e União Europeia (UE)
manifestaram reservas com relação à ideia de Washington de confiscar ativos
russos no valor de US$ 300 bilhões e consideram necessário avaliar primeiro a
legalidade da medida, segundo o Financial Times.
De acordo com o Financial Times (FT), os Estados
Unidos propuseram grupos de trabalho dos países do G7 (grupo composto por
Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) para
explorar formas de apreender US$ 300 bilhões (cerca de R$ 1,4 trilhão) em
ativos russos congelados. Com o apoio do Reino Unido, do Japão e do Canadá, os
EUA propuseram preparar opções sobre o confisco de ativos russos para uma
possível reunião do G7 por volta de 24 de fevereiro de 2024.
A UE, o Reino Unido e a França sublinharam que o
dinheiro recebido através do confisco não seria facilmente acessível e seria
também insuficiente para cobrir as necessidades de reconstrução da Ucrânia.
Além disso, os países observaram que o confisco de bens russos não deveria
ocorrer em detrimento da prestação de apoio financeiro a Kiev em 2024.
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Posição da Rússia em relação ao roubo de bens
Moscou sublinhou repetidamente que qualquer
tentativa de confiscar bens russos congelados violaria os princípios básicos do
direito internacional e desencadearia uma resposta jurídica por parte da
Rússia.
"Aqueles que estão tentando iniciar isto, e
aqueles que vão implementá-lo, devem compreender que a Rússia nunca deixará
aqueles que fizeram isto em paz. E exercerá constantemente o seu direito a uma
batalha legal, internacional, nacional ou de outra forma. E isto, claro, terá —
tanto os europeus como os norte-americanos compreendem isto muito bem —
consequências jurídicas para aqueles que a iniciaram e implementaram",
disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, comentando a questão.
No ano passado, o presidente russo, Vladimir Putin,
apelidou a apreensão de bens do Ocidente como um "negócio impróprio"
e sublinhou que "roubar os bens de outras pessoas nunca trouxe nada de bom
a ninguém".
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Fornecimento de petróleo da Rússia para a União Europeia cai 90%, diz
autoridade russa
As exportações para o bloco despencaram após as
sanções ocidentais, disse o vice-primeiro-ministro da Rússia, Aleksandr Novak.
As vendas de petróleo russo para a União Europeia
(UE) diminuíram para um décimo do seu nível anterior devido às sanções
ocidentais, anunciou o vice-primeiro-ministro da Rússia, Aleksandr Novak, na
quarta-feira (27).
No final de 2023, o percentual de entregas de
petróleo bruto ao bloco nas exportações globais de Moscou caiu de 40-45% antes
do conflito na Ucrânia para 4-5% agora, disse o responsável em entrevista à
emissora Rossiya 24.
Em dezembro passado, a UE, o G7 (grupo composto por
Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) e os
seus aliados impuseram um embargo ao petróleo russo transportado por via
marítima, juntamente com um limite de preço de US$ 60 (R$ 289,63) por barril
para outros tipos de petróleo, em um esforço para reduzir as receitas do setor
de energia de Moscou. Restrições semelhantes foram introduzidas em fevereiro
para as exportações de produtos petrolíferos. O teto acordado para o diesel é de
US$ 100 (R$ 482,71) por barril e de US$ 45 (R$ 217,22) para produtos com
desconto, como óleo combustível.
Em resposta, a Rússia — outrora a maior fornecedora
da Europa — tem diversificado o seu fornecimento de energia e redirecionado
cerca de 60% das suas exportações de petróleo e gás da UE para países
asiáticos, conforme demonstram os dados do Ministério das Finanças.
Entretanto, vários responsáveis ocidentais
salientaram repetidamente que o petróleo da Rússia continua a entrar no mercado
da UE, apesar das sanções ocidentais, fluindo através de intermediários a um
preço muito mais elevado.
Segundo Novak, a China foi responsável por cerca de
metade das exportações de energia da Rússia neste ano, com entregas variando
entre 45% e 50%. Nos primeiros dez meses deste ano, a Rússia forneceu mais
petróleo e produtos petrolíferos à China do que durante todo o ano de 2022,
observou o vice-primeiro-ministro.
A Índia se tornou a segunda maior importadora de
energia da Rússia, depois da China, continuou o responsável. A cota de Nova
Deli nos hidrocarbonetos russos aumentou de 2% para cerca de 40% nos últimos
dois anos. Antes do ano passado, as importações indianas de petróleo bruto
russo eram insignificantes, devido aos elevados custos de frete.
No início do mês de abril, Novak disse que a Rússia
tinha desviado 40 milhões de toneladas de petróleo bruto de um total de 220
milhões de toneladas da UE para a Ásia em 2022. Segundo as suas estimativas,
neste ano as exportações de petróleo russo para o bloco vão diminuir em 140
milhões de toneladas.
Ø Lavrov: com
mundo cansado do dólar, Lula impulsionou criação de sistemas de pagamento
alternativos
Nesta quinta-feira (28), o chanceler russo Sergei
Lavrov dá uma entrevista à agência de notícias Sputnik e ao canal de TV Rossiya
24. O ministro russo é entrevistado pelo diretor-geral do grupo midiático
Rossiya Segodnya, Dmitry Kiselev.
Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da
Rússia, está confiante de que todo o povo do país, liderado pelo presidente,
garante a aproximação da vitória, inclusive no conflito na Ucrânia.
Ele respondeu a uma pergunta sobre a principal
vitória diplomática da Rússia em 2023.
"A vitória que tivemos não foi apenas
diplomática. Antes de tudo, é uma vitória forjada na linha de frente, na zona
da operação militar especial. Mas sem a retaguarda, sem o apoio popular lá, os
resultados teriam sido diferentes. Todo o nosso povo, toda a nossa liderança
liderada pelo presidente, garante o movimento para a frente, isso é
visível", disse nesta quinta-feira (28) Lavrov em uma entrevista ao
Rossiya Segodnya e ao canal russo Rossiya 24.
Sergei Lavrov garantiu que os objetivos da operação
militar especial serão cumpridos.
"Desmilitarização, desnazificação. Não há como
escapar disso."
·
'Fórmula da paz' de Zelensky
O ministro também criticou a fórmula da paz de
Vladimir Zelensky, apoiada por países ocidentais, e à qual eles tentam atrair
países em desenvolvimento.
"O objetivo era fazer com que eles [os países]
assinassem a 'fórmula da paz' de Zelensky, que não é mais que uma invenção de
uma imaginação doentia. Porque tudo o que ela diz como 'vinhetas': segurança
alimentar, segurança energética, o principal é 'Rússia, volte para as
fronteiras de 1991, devolva a Crimeia, devolva Donbass'", sublinhou
Lavrov.
Na opinião do alto responsável russo, "toda a
comunidade on-line está observando como ele [Zelensky] ainda estava, há alguns
anos, fundamentalmente falando no espírito do roteiro 'Servo do Povo': 'Deixem
os russos em paz, é o idioma deles, vivam normalmente. Eu mesmo sou judeu, mas
minha língua materna é o russo, mas sou um cidadão da Ucrânia.' Por que ele não
pode adotar essa linha de princípios? Ele traiu seu povo. Ele traiu não apenas
um povo, mas ambos os povos".
Resposta da Rússia aos eventos
Ao mesmo tempo. "praticamente todo o país,
todos os setores da sociedade trabalharam para a vitória, e continuam
trabalhando para a vitória", ressaltou ele.
Segundo o chanceler, as sanções ocidentais apenas
reforçaram a coesão do povo russo.
"Como resultado dessa guerra híbrida de todo o
Ocidente coletivo contra a Rússia, que foi desencadeada pelas mãos, corpos e
todos os outros componentes da sociedade ucraniana contra nós [...], a Rússia
se tornou significativamente mais forte ao longo deste ano, e a unidade do
nosso povo aumentou consideravelmente", apontou.
Ele acrescentou que o Ocidente estava contando com
a desunião da população russa, e com uma oposição à operação especial, "e
eles conseguiram a unidade do país, a unidade do povo".
"E alguns até, como o secretário de Defesa dos
EUA, um responsável, nos chamaram de inimigos, mas, se for o caso, estamos
prontos para qualquer desenvolvimento, já tentaram nos subjugar mais de uma
vez", referiu ele.
Somente uma séria reviravolta interna pode livrar
os Estados Unidos de seu senso de superioridade, garantiu o ministro das
Relações Exteriores da Rússia. Para ele, "isso ficou especialmente
evidente nas ações da administração democrata [de Joe Biden], com seu esforço
para subjugar não apenas o mundo inteiro, mas também seu próprio país, violando
sua própria Constituição".
"O Ocidente está realmente mudando sua tática,
talvez até pensando em refinar sua estratégia, porque se a 'derrota estratégica
da Rússia' é uma estratégia, perdoe a tautologia, então essa estratégia falhou
miseravelmente."
·
BRICS e Lula
Os países definiram claramente a tarefa na última
cúpula do BRICS em agosto, o presidente Lula da Silva foi o principal promotor
da criação do banco para sistemas de pagamento alternativos, disse chanceler
russo.
Ele apontou que isso aconteceu porque todo mundo já
está cansado do dólar, que se torna um instrumento de influência e um
instrumento para minar as posições legítimas de diferentes regiões.
Lavrov observou que os 27 países interessados estão
"na fila para receber pelo menos o status de um Estado-parceiro do
BRICS". É impossível aceitar rapidamente todos os interessados na
associação, explicou. "Vamos introduzir gradualmente a cultura do BRICS na
política global", deu a entender Lavrov.
Ø Recursos
esgotados: EUA anunciam último pacote de US$ 250 milhões em ajuda militar para
a Ucrânia
O secretário de Estado norte-americano, Antony
Blinken, anunciou nesta quarta-feira (27) o envio de um pacote de US$ 250
milhões (R$ 1,2 bilhão) em ajuda militar à Ucrânia, que desde fevereiro do ano
passado é alvo da operação militar especial russa.
Porém, Blinken afirmou que esse é o pacote final
autorizado pelo Congresso, já que o governo do democrata Joe Biden sofreu
várias derrotas no Legislativo ao longo do ano para alocar recursos adicionais
ao orçamento norte-americano para o regime de Vladimir Zelensky.
Além do recurso, também serão enviadas munições
para o sistema de defesa aérea, sistemas de lançamento múltiplo de foguetes
Himars, projéteis de artilharia de 155 e 105 milímetros, armas antitanque e
mais de 15 milhões de cartuchos de munição para armas pequenas.
"Os Estados Unidos estão anunciando o pacote
final do ano de armas e equipamentos para a Ucrânia", disse o secretário.
A Casa Branca já havia divulgado que os fundos para
a Ucrânia estavam perto de se esgotarem, assim como novos fornecimentos de
armas e munições por conta da falta de aprovação de um financiamento adicional.
'Sem tempo e sem dinheiro'
Na última semana, Antony Blinken já havia
sinalizado que a falta de dinheiro para financiar a Ucrânia batia à porta do
governo dos Estados Unidos. Além disso, o tempo político tem ficado cada vez
mais escasso.
"Estamos quase sem o dinheiro que precisamos e
estamos perto de ficar sem tempo", disse Blinken durante coletiva de
imprensa realizada nesta quarta-feira (27).
O chanceler destacou a urgência do governo em
conseguir que o Congresso aprove fundos adicionais para a Ucrânia e Israel, e
acrescentou que a Casa Branca carece de uma "poção mágica" para obter
mais dinheiro para a Ucrânia.
A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos
aprovou no dia 14 de dezembro um projeto de lei que autoriza orçamento para a
Defesa Nacional de US$ 886 bilhões de dólares para o próximo ano. A medida
inclui US$ 300 milhões de dólares (R$ 1,4 milhões) anuais para Kiev até o final
de 2026.
Esse financiamento não deve ser confundido com
outro pedido de US$ 61,4 bilhões (R$ 301,8 bilhões), apresentado pelo governo
Biden em recursos adicionais para continuar a apoiar seu aliado no Leste
Europeu.
Ø Mídia
destaca empresa da China que superará Tesla como maior vendedora de carros
elétricos no mundo
A agência Bloomberg destacou o crescente papel da
empresa de automóveis chinesa, que deverá terminar este ano com mais veículos
elétricos vendidos que a americana Tesla.
A fabricante chinesa BYD está prestes a ultrapassar
a Tesla como a maior vendedora global de veículos elétricos, escreveu na
quarta-feira (27) a agência norte-americana Bloomberg.
Essa mudança, que provavelmente ocorrerá no
trimestre atual, marca um momento crucial no mercado de veículos elétricos e
reforça o papel crescente da China no setor automotivo mundial, aponta a mídia
norte-americana.
A China atualmente compete com o Japão pela
liderança nas exportações de carros de passeio, com ambos os países detendo uma
proporção do mercado semelhante. Do lado chinês, empresas como a BYD e a SAIC
Motor Corp. estão fazendo avanços significativos nesse campo.
Bridget McCarthy, chefe de operações chinês do
fundo de hedge Snow Bull Capital, com sede em Shenzhen, China, declarou que
"o cenário competitivo do setor automotivo mudou".
"Não se trata mais do tamanho e do legado das
empresas automotivas, trata-se da velocidade com que elas podem inovar e
iterar", disse.
A BYD de Wang Chuanfu, bilionário fundador da
empresa, se prepara para introduzir seus veículos elétricos de terceira
geração, com tecnologia mais avançada, e enfrenta a crescente concorrência de
outras empresas chinesas, como a Huawei e a Xiaomi.
"Quando você se torna o número um, o mandato
muda repentinamente. Você terá que se redefinir, terá que encontrar uma maneira
de se superar", sugeriu Yuqian Ding, diretor de automóveis da China na
HSBC Qianhai Securities Ltd.
Fonte: Sputnik Brasil
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