Eleições, indiciamentos de Trump e guerra marcaram o mundo em 2023
Depois de uma onda de conflito entre a Rússia e
Ucrânia, que perdura até os dias atuais, o ano de 2023 também contou com
diversas disputas, mas desta vez, nas urnas. Com eleições acirradas, o ano foi
marcado pela vitória dos novos presidentes do Paraguai e Argentina, além da
reeleição de Erdogan, na Turquia.
O ano também ficou marcado pelas investidas da
Justiça contra o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que virou réu
por conspiração eleitoral, sendo o primeiro chefe dos EUA a ser indiciado pela
justiça norte-americana.
Neste sentido, o Portal A TARDE resumiu
os principais acontecimentos mais importantes que ocorreu no mundo durante
esses 12 meses que marcaram o ano de 2023.
>>>> Confira:
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Janeiro
Retomando as alianças com os países internacionais,
o ano de 2023 iniciou com as investidas do Brasil na Argentina e no Uruguai, dias após o presidente Lula (PT) ser
empossado ao terceiro mandato. No primeiro giro internacional, o mandatário
brasileiro teve encontros bilaterais com Alberto Fernández e Luis Alberto
Lacalle Pou, presidentes da Argentina e Uruguai, respectivamente, quando
assinou acordos sobre soberania energética.
·
Fevereiro
O segundo mês do ano foi marcado por um escândalo
de desvio de dinheiro no Líbano, quando o presidente do Banco Central do país,
Riad Salameh, desviou US$ 250 milhões para a sua conta pessoal, na sucursal do
banco HSBC, em Genebra. Outros valores foram transferidos para os bancos UBS,
Credit Suisse, Julius Baer, EFG e Pictet. Os desvios aconteceram quando o
Líbano passava por uma das piores crises econômicas do mundo desde 1850.
·
Março
Na quinzena do mês março, o governo do presidente
francês, Emmanuel Macron, realizou uma manobra no Senado do país para aprovar a
reforma da Previdência, sem a necessidade de votação dos deputados na
Assembleia Nacional. A ação gerou revolta nos franceses que foram às ruas para
protestar contra a medida. Com a aprovação da reforma, a idade mínima para
aposentadoria de 62 para 64 anos a partir de 2030. O texto também antecipa para
2027 a exigência de contribuição por 43 anos — e não 42, como atualmente — para
que o trabalhador tenha direito à pensão integral.
No final de março, o ex-presidente dos Estados
Unidos, Donald Trump foi indiciado pela Justiça após o caso envolvendo a atriz
pornô Stormy Daniels, com quem mantinha um relacionamento extraconjugal. Trump foi acusado
de pagar US$ 130 milhões à atriz nas vésperas do ano eleitoral para que se
mantivesse calada sobre o caso. Trump foi eleito nesse ano. O dinheiro
pago foi justificado como honorário advocatício para um dos advogados do
ex-presidente, Michael Cohen.
·
Abril
Derrotando o progressista Efraín Alegre (Partido
Liberal), o governista Santiago Peña (Partido Colorado) venceu as corridas
eleitorais no Paraguai, com 43,5% dos votos, e terá um mandato de cinco anos à
frente do país. A vitória do economista contra o liberal representa uma
hegemonia do partido no Paraguai, que iniciou em 1948, com Juan Natalicio
González. O único período presidencial no Paraguai que não foi liderado pelos
colorados aconteceu entre 2008 e 2013, quando Lugo venceu as eleições e
governou até 2012, ano em que foi vítima de um golpe de Estado parlamentar
orquestrado pelo Partido Liberal, do seu então vice Federico Franco, que
governou durante o último ano de mandato.
Se de um lado, o Paraguai comemorou a vitória Peña,
na Argentina, contudo, o presidente Alberto Fernández anunciou que se lançará como candidato à
reeleição. A decisão de Fernandez aconteceu em meio ao agravamento da crise
econômica no país e visa fortalecer o nome da vice-presidente da Argentina,
Cristina Kirchner, para possivelmente pleitear o cargo. O anúncio, contudo,
ainda abre espaço para candidaturas mais extremistas, a exemplo do
economista-chefe da Corporação América, Javier Milei.
Em meio aos anúncios sobre reeleição, o presidente
dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou o inverso e se colocou na disputa
eleitoral como candidato à recondução à Casa Branca para o segundo mandato.
Caso vença o pleito, Biden será o presidente mais velho dos EUA com 86 anos.
Durante discurso, o chefe de Estado pediu mais tempo para “terminar o seu
trabalho” e resgatar a Previdência Social retirada pelo ex-presidente Donald
Trump. As eleições no país acontecem em maio de 2024.
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Maio
Em mais uma medida conservadora e dura contra o
público LGBTQIA+, o presidente da Uganda, Yoweri Museveni, sancionou uma das
leis anti-LGBTQ consideradas mais severas do mundo, incluindo a pena de morte
para “homossexualidade agravada”. A nova lei prevê pena de morte para
“infratores em série” contra a lei e transmissão de uma doença terminal como
HIV/Aids através do sexo gay. Também determina uma sentença de 20 anos por
“promover” a homossexualidade. O país já tratava a relação entre pessoas do mesmo
sexo como ilegail, e, no dia 29 de maio, endereceu as medidas legais sobre o
tema.
Em uma eleição acirrada, o presidente da Turquia
Recep Tayyip Erdogan levou a melhor na corrida eleitoral e conseguiu se
reeleger para o terceiro mandato. O chefe de Estado disputou a eleição contra o
líder de oposição, Kemal Kilicdaroglu. Erdogan recebeu 52,14% votos, conforme
dados divulgados pelo Conselho Superior Eleitoral da Turquia, superando o
adversário Kilicdaroglu, que obteve 47,86% dos votos.
·
Junho
Prestes a encerrar o primeiro semestre, o
ex-presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, virou réu em uma
audiência na Justiça federal na cidade de Miami, no estado da Flórida, após
guardar documentos sigilosos em casa e por má gestão. Na oportunidade, Trump foi acusado de violar as
leis de espionagem, além de dar duas declarações falsas e uma por conspiração a
Justiça. Ele é alvo de 37 acusações, incluindo "retenção ilegal de
informações vinculadas à segurança nacional, obstrução de Justiça e falso
testemunho".
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Julho
O segundo semestre do ano iniciou com um golpe de Estado em Níger. A presidência do país africano foi
tomada por militares que deteve o presidente Mohamed Bazoume em sua residência
oficial e anunciaram em rede nacional na TV do país a queda do governo. Esse
golpe, contudo, não é o primeiro que ocorre em Níger. Desde 1960, quando o país
conseguiu a independência contra a França, ele sofreu inúmeras tentativas de
golpe, sendo quatro delas bem-sucedidas — a última em fevereiro de 2010, quando
o presidente Mamadou Tandja foi derrubado.
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Agosto
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump se
entregou à Justiça em Atlanta, na Geórgia, após ter sido acusado formalmente
por tentar modificar o resultado das eleições de 2020 a seu favor. Anteriormente, o ex-chefe
de Estado também chegou a ser autuado na Justiça por guardar documentos
sigilosos em sua casa. O republicano e sua equipe jurídica chegou a negociar um
acordo de fiança e concordou em pagar em US$ 200 mil (cerca de R$ 988,05 mil)
para liberdade de Trump.
O oitavo mês do ano também foi marcado pela entrada
da Argentina, Arábia Saúdita Emirados Árabes, Egito, Irã e Etiópia na cúpula do
Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). O anúncio da adesão
dos novos países ao grupo foi feito durante o encerramento
das atividades do bloco, em Joanesburgo, na África do Sul, pelo presidente
Cyril Ramaphosa. Os novos sócios serão integrados ao grupo no dia 1 de janeiro
de 2024 e é considerado a maior ampliação do Brics desde a criação em
2009.
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Setembro
Um novo desdobramento entre o ex-presidente Donald
Trump e a Justiça norte-americana marcou o mês de setembro. Isso porque, um
juiz de Nova York entendeu que o ex-chefe de Estado e sua empresa familiar,
Trump Organization, como responsáveis por fraude sobre os valores de suas propriedades e outros ativos. O
processo alega que Trump, três de seus filhos, suas empresas e seus executivos
fraudaram credores, seguradoras e outras entidades, além disso, a decisão
também aponta que o ex-presidente obteve um benefício financeiro
“substancial” ao apresentar informações equivocadas em suas demonstrações
financeiras, incluindo 150 milhões de dólares (cerca de R$ 748 milhões) sob a
forma de taxas de juros favoráveis.
·
Outubro
Dois meses para encerrar o ano, o Hamas decidiu bombardear Israel, em um ataque
terrorista, com milhares de foguetes de Gaza em direção ao país, a fim de
iniciar o processo de tomada de território. A ação causou centenas de mortes,
dentre elas, os jovens que estavam em um festival de música eletrônica foram
atacados. Ao menos 260 corpos foram encontrados no local, incluindo um
brasileiro conhecido como Ranani Glazer. A tensão entre Israel e Palestina
mistura política e religião, se estende há mais de 70 anos e já deixou milhares
de mortos dos dois lados.
O mês de outubro ainda foi marcado pelo início das
corridas eleitorais para a presidência da Argentina, considerada a mais
importante desde que o país recuperou sua democracia, em 1983. O pleito
considerado o mais incerto do país contou com a candidatura de três candidatos
competitivos, Javier Milei, Sergio Massa e Patricia Bullrisch,
além de Juan Schiaretti e Myryan Bregman. No dia 22 de outubro, os argentinos
foram às urnas para decidirem que seria o novo governante, contudo, o resultado
demonstrou um empate técnico que levou Massa e Milei ao segundo turno, disputado em novembro.
·
Novembro
De volta às urnas, em uma eleição acirrada e
incerta, os argentinos elegeram como o novo presidente do país, o
ultradireitista Javier Milei, pelos próximos quatro anos. Com 99% das urnas
apuradas, Milei venceu a corrida eleitoral contra Massa com 55,69% dos votos contra 44,30% do governista, que contou
com apoio de Alberto Fernández e a vice Cristina Kirchnner. Com a vitória,
Milei será empossado na Casa Rosada em dezembro.
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Dezembro
Vitorioso nas urnas contra o governista Massa, o
ultradireitista Javier Milei tomou posse como novo presidente da Casa Rosada no dia 10
de dezembro. A cerimônia foi iniciada sem a presença do novo chefe de Estado,
às 11h15, sendo conduzida pela presidente do Senado, Cristina Kirchnner. Sob
gritos dos presentes, Milei foi ovacionado ao chegar no local. A
solenidade contou com a presença do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, o
seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro e a comitiva do PL. O
presidente Lula (PT) também foi convidado para a cerimônia, mas optou por
enviar um representante, o ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira.
Um dos primeiros atos de Milei como presidente da
Argentina anunciou um pacote de medidas que possibilita a desregulação econômica do país, entre
elas a desregulamentação do serviço de internet via satélite e a medicina
privada, flexibilização do mercado de trabalho e revogação de uma série de leis
nacionais.
Fonte: A Tarde
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