Mulheres
na ciência: conheça 8 cientistas que fizeram história
A
Organização das Nações Unidas (ONU) enfatiza que mulheres e meninas desempenham
um papel vital nas comunidades científicas e tecnológicas e, por isso, sua
participação deve ser fortalecida.
Quando
é o Dia da Mulher e das Meninas na Ciência?
Para
reconhecer o papel-chave que desempenham nesta área, a Assembleia Geral das
Nações Unidas declarou o dia 11 de fevereiro como o Dia Internacional da Mulher
e das Meninas na Ciência.
Além de
reconhecer suas contribuições nas áreas de pesquisa e inovação, o dia visa
quebrar estereótipos e erradicar a discriminação contra mulheres e meninas no
campo, explica a ONU Mulheres, um braço das Nações Unidas dedicada a promover a
igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres.
Ao
longo da história, muitas mulheres cientistas dedicaram suas vidas à pesquisa e
conseguiram importantes avanços, reconhece o Alto Comissariado das Nações
Unidas para os Refugiados (Acnur). Entre as mais destacadas, a agência menciona
oito.
1.
Caroline Herschel
Nascida
na Alemanha, Caroline Herschel (1750-1848) foi assistente de seu irmão William,
que era astrônomo e ficou famoso por sua descoberta do planeta Urano. Enquanto
trabalhava com ele, ela descobriu novas nebulosas (nuvens de poeira cósmica e
gases encontradas no espaço entre estrelas) e aglomerados de estrelas.
Entre
suas contribuições à ciência, Herschel foi a primeira mulher a descobrir um
cometa, a primeira mulher cujo trabalho foi publicado pela Royal Society,
instituição da Inglaterra destinada à promoção do conhecimento científico
fundada no século 17, e a primeira britânica a ganhar um salário por trabalho
científico, diz o Acnur.
Em
1783, ela descobriu três novas nebulosas e, entre 1786 e 1797, descobriu oito
cometas, segundo a Nasa.
2. Ada
Lovelace
Ada
Lovelace, que viveu entre 1815 e 1852, é considerada a primeira programadora de
computadores da história e a pessoa responsável pelo que iniciou o sistema
informático que conhecemos hoje, diz a agência das Nações Unidas.
Especificamente,
segundo o Acnur, Lovelace foi colega de trabalho de Charles Babbage, matemático
e cientista britânico inventor da máquina analítica, um aparato capaz de
realizar cálculos de adição. O aparelho tinha uma espécie de memória e podia
receber instruções através de códigos como qualquer computador.
Com
base nas anotações de Babbage, Ada escreveu um algoritmo compatível para que a
máquina fosse capaz de calcular os Números de Bernoulli, uma equação matemática
útil até hoje para a programação moderna. Ele é considerado o primeiro
algoritmo destinado a ser processado por uma máquina.
Em sua
homenagem, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos nomeou uma linguagem de
programação "Ada".
3.
Marie Curie
Marie
Curie (1867-1934) foi uma física e química polonesa pioneira no estudo da
radiação. Suas pesquisas a levaram a descobrir dois elementos radioativos: o
rádio e o polônio.
Segundo
a ONU Mulheres, as contribuições de Curie lançaram as bases da ciência nuclear
moderna, desde os raios-X até a radioterapia para o tratamento do câncer.
Ela
também fundou um instituto de pesquisa médica em Varsóvia, capital da Polônia,
e inventou unidades móveis de raios-X que ajudaram mais de um milhão de
soldados feridos na Primeira Guerra Mundial.
Por
suas contribuições, ela recebeu dois prêmios Nobel e se tornou a primeira
mulher a receber este reconhecimento e a primeira pessoa a ganhar dois prêmios
Nobel em diferentes ciências (física, em 1903, e em química, em 1911).
4. Lise
Meitner
Lise
Meitner era uma física sueca nascida na Áustria que viveu entre 1878 e 1968.
Junto com seu parceiro de pesquisa, Otto Hahn, ela trabalhou no estudo de
elementos radioativos.
De
acordo com a Acnur, Meitner cunhou o termo fissão nuclear ao calcular a energia
liberada no fenômeno, usado na produção de energia nas usinas termonucleares.
Apesar de sua contribuição, foi Hahn quem ganhou um Prêmio Nobel por esta
descoberta, enquanto Meitner não foi considerada pelo comitê de premiação.
5.
Rosalind Franklin
Desde
bem jovem, Rosalind Franklin (1920-1958) sabia que queria seguir uma carreira
na ciência. Em 1945, começou sua carreira científica depois de conquistar o
doutorado em química pela Universidade de Cambridge (Reino Unido).
Sua
pesquisa contribuiu para o entendimento do DNA. De acordo com o Acnur, ela foi
capaz de tirar uma fotografia por raios-x mostrando a dupla hélice das
moléculas de DNA pela primeira vez.
"Outro
pesquisador no mesmo laboratório, Maurice Wilkins, mostrou a imagem para dois
colegas e juntos publicaram a descoberta na revista Nature. Em 1962, esses três
pesquisadores receberam o Prêmio Nobel pela descoberta da dupla hélice do DNA,
mas Franklin tinha morrido quatro anos antes, vítima de um câncer de
ovário", explica a agência da ONU.
6.
Margarita Salas
A
cientista espanhola Margarita Salas (1938-2019) foi doutora em biologia e
concentrou suas pesquisas no campo da biologia molecular. Uma de suas
principais contribuições à ciência foi a descoberta da enzima DNA polimerase,
que é responsável pela replicação do DNA.
7.
Elizabeth Blackburn
Esta
cientista australiana, nascida em 1948, doutora em biologia molecular,
descobriu a telomerase, uma enzima que prolonga os telômeros, que são as
extremidades dos cromossomos e influenciam diretamente na longevidade das
células. Segundo a agência das Nações Unidas Acnur, sua pesquisa sobre a
telomerase contribuiu para o estudo de técnicas de tratamento do câncer.
Por sua
descoberta, a australiana recebeu o Prêmio Nobel de Medicina de 2009, com os
colegas Carol Greider e Jack Szostak, de acordo com o site do prêmio
internacional.
8.
Flora de Pablo
O Acnur
também destaca o trabalho de Flora de Pablo, nascida em 1952, na Espanha,
médica e psicóloga especializada em biologia molecular.
Segundo
descreve a Associação Espanhola de Mulheres Pesquisadoras e Tecnólogas (Amit),
uma organização que busca defender os interesses e a igualdade de direitos e
oportunidades das mulheres pesquisadoras e tecnólogas, a pesquisa de Flora se
concentra nos processos de proliferação, diferenciação, competição e morte
celular.
Flora
de Pablo combinou seu trabalho científico com a luta pelo reconhecimento do
trabalho das mulheres na ciência. Além de ser membro-fundador da Amit e sua
primeira presidente (entre 2001 e 2007), ela também é integrante da Comissão
para Mulheres na Ciência do Conselho Superior de Investigações Científicas da
Espanha (CSIC) desde 2001.
Fonte:
National Geographic Brasil

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