Estadão
e Band propagam "movimento" pró Tarcísio de Temer e Bolsonaro escala
Malafaia para revide
Revelado pela Fórum no
dia 17 de abril,
o "Movimento Brasil" articulado pelo ex-presidente Michel Temer (MDB)
para resgatar a aliança golpista que o alçou à Presidência - agora tendo
Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) como candidato anti-Lula em 2026 -
começa a ganhar corpo e ser propagado pela mídia liberal.
Em
editorial neste domingo (11) intitulado "Uma Luz à Direita", o
Estadão - representante da burguesia paulista desde os tempos do escravagismo -
diz que a "iniciativa proposta por Michel Temer abre caminho para
redefinir a direita brasileira num cenário sem seu maior líder – Jair Bolsonaro
– e sem o radicalismo que marca o bolsonarismo".
Em tom
risível, o folhetim da família Mesquita diz que "o movimento de Michel
Temer propõe algo diferente", mesmo com o ex-presidente golpista
resgatando o programa Uma Ponte para o Futuro, criado nas hostes do MDB em
2015, baseado em uma série de preceitos neoliberais para destruir projetos
sociais e entregar as riquezas do país, como o petróleo, nas mãos dos
financistas.
No
entanto, na logo em seguida, o Estadão confirma que se trata de um golpe
continuado, revelando que "Temer concebeu um calendário que,
realisticamente, ao mesmo tempo afasta e preserva Bolsonaro". Ou seja,
para atrair Tarcísio para a cabeça de chapa, a terceira via pode até salvar a
pele de Bolsonaro para atrair os votos dos eleitores mais extremistas.
"É
verdade que, para o bem do Brasil, qualquer candidato da direita deveria
cumprir a obrigação moral de condenar o golpismo e o extremismo que Bolsonaro
representa. Mas também é verdade que, a essa altura, seria ingenuidade
acreditar que o farão sem consequências eleitorais. Foi movido por esse cálculo
– indesejável mas, vá lá, compreensível – que o favorito deles, Tarcísio de
Freitas, equilibrou-se até aqui entre a enfática defesa do ex-presidente
liberticida e a condição de moderado e democrata. Como este jornal já notou,
Tarcísio parece ter feito o cálculo de que estar com Bolsonaro não
necessariamente tiraria votos do eleitorado anti-Lula e anti-PT, mas afastar-se
do ex-presidente o inviabilizaria entre os mais fiéis do bolsonarismo.
Candidato ou não em 2026, ele sabe que a direita precisará acenar para
Bolsonaro", diz o editorial.
Já a
Band, da família Saad, convidou Temer para disseminar sua negociata - que une
Faria Lima e Centrão, além da mídia liberal - em entrevista o Canal
Livre na noite deste domingo.
Indagado
sobre as tratativas que teve com os governadores Ratinho Jr (PSD-PR), Ronaldo
Caiado (União-GO) e Romeu Zema (Novo-MG) - além da aproximação de Eduardo Leite
(PSD-RS), recém filiado ao PSD de Gilberto Kassab, outro artífice do movimento
- revelou como o plano anti-Lula tem sido recebido.
"Eu
vejo, em conversas que tive com alguns governadores, que eles estão muito
dispostos a algo desta natureza", afirmou, ressaltando que não serão os
cinco governadores que sairão candidatos no primeiro turno. "Espero que
haja dois ou três candidatos de programas determinados, sem muitas
candidaturas. Isso melhora os costumes políticos do pais”, emendou.
Temer
ainda revelou a estratégia de fazer a campanha longe das definições de esquerda
e direita, segundo ele "muito eleitoreiras", lembrando o
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), ainda hoje um dos mais adulados
pela mídia neoliberal.
“Para
mim isso não vale nada. O que vale para o povo é o resultado do governo. Essa
coisa de esquerda e direita é muito eleitoreira. Até dou exemplos concretos de
um governo que era liberal, como o de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que fez
muito pelo social, e um governo tido como esquerda, como o primeiro mandato de
Lula, que fez muito pelos empresários”, disse, alfinentando Lula.
Temer
ainda confessou que não fala mais com Lula, nem com Dilma Rousseff (PT), a quem
derrubou por meio de um golpe articulado juntamente com o Congresso.
“Não
tenho [contato com Lula] porque não o procuro. Evidentemente ele também não me
procura. Mas nenhum ressentimento”, disse.
“Não
vou dizer que tenho pena do presidente porque seria impróprio, mas sei por que
ele diz isso [a acusação de golpe]. Ele sempre se deu muito bem comigo, mas faz
isso para agradar uma área do PT, o partido dele. Politicamente é natural, não
tenho nenhuma objeção. Até porque ele fala, mas não pega. Se falasse e colasse,
eu ficaria preocupado, mas não cola”, emendou, sobre a alcunha de golpista.
<><>
Bolsonaro escala Malafaia
A
escalada do movimento articulado por Michel Temer já incomoda Jair Bolsonaro
(PL), que escalou mais uma vez
o pastor Silas Malafaia para ser seu porta-voz, atacando o
ex-presidente.
Bolsonaro
sabe que não pode bater de frente com Michel Temer por dois motivos. O primeiro
é por dever favores ao emedebista, que possibilitou por meio do golpe o
movimento de adesão de setores das Forças Armadas à sua candidatura em 2018. O
segundo, mais atual, diz respeito à relação subalterna de Alexandre de Moraes
com Temer, responsável por alçar o ministro ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Em
publicação nas redes na noite deste domingo, Malafaia mandou uma "mensagem
para Temer" e revelou que o clã já trabalha pela candidatura de Michelle
Bolsonaro (PL).
Guru
espiritual de Bolsonaro, Malafaia vem alertando há tempos o ex-presidente para
a traição de Tarcísio Gomes de Freitas, adulado pela Terceira Via. Nas eleições
2022, o pastor chegou a criar discórdia entre os dois em razão do apoio do
governador em torno da candidatura de Ricardo Nunes (MDB), reeleito prefeito da
capital paulista.
Em
2024, Malafaia voltou a atacar Tarcísio após encontro do ex-ministro de
Bolsonaro com Luciano Huck em jantar onde esteve também o ex-presidente do
Banco Central, Roberto Campos Neto.
"Como
um cara [Tarcísio] vai jantar na casa de Luciano Huck, um crítico contumaz de
Bolsonaro. Um cara que é contra Bolsonaro, que Tarcísio chama de 'meu exemplo',
'meu líder', e diz que só virou governador por causa dele. O cara [Tarcísio] ir
a um jantar na casa de um inimigo político? Jantar significa intimidade,
conversa mais chegada. Já sabemos a real intenção desse sujeito. Temos o
direito de desconfiar muito do governador Tarcísio", disparou.
Mais
recentemente, em março deste ano, Malafaia teve um novo chilique, desta vez com
Marcos Pereira, presidente do Republicanos, partido de Tarcísio e braço
político de Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus, concorrente do
pastor midiático.
"Esse
cara foi ver a manifestação, foi preso, Alexandre de Moraes não quis liberar
ele, ele morreu com o coração, tem sangue inocente nas mãos desse ditador. Que
vergonha, Marcos Pereira! [...] Que cristão é você, cara? Que vergonha para a
Igreja Universal!", disse Malafaia, comentando sobre a morte de Cleriston
Pereira da Cunha, o Clezão, que era fiel de sua igreja e morreu por um ataque
cardíaco na Papuda, onde estava preso pelo 8 de Janeiro.
Ao
explicar o ataque à Folha, Malafaia se referiu a Pereira como ""esse
cretino está aliado com o governo Lula".
"O
discurso dele é o discurso de Lula e da esquerda. Isso é uma vergonha, não é de
hoje. Um cara desse vir dizer que Lula está maduro, sabe fazer política... Não
precisa falar mais nada, sabe? Está defendendo o pirão dele", atacou o
pastor, garoto de recado de Jair Bolsonaro.
¨
Como João Doria atua com Temer na Terceira Via pró
Tarcísio e tenta cooptar Forças Armadas
Orbitando
em torno da burguesia paulista, o ex-presidente Michel Temer (MDB) e o
ex-governador João Doria (sem partido) estão unindo forças novamente na
construção do grande acordo para consolidar a candidatura da Terceira Via
anti-Lula, que tem Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), ex-ministro de
Jair Bolsonaro (PL) e atual ocupante do Palácio dos Bandeirantes, como
principal postulante.
Enquanto
Temer ocupa espaços na mídia liberal e em agendas com a Faria Lima, Doria está
usando o Grupo Empresarial Lide, que ele formou para fazer lobby junto ao
empresariado, para unir atores centrais da terceira via e tentar cooptar
quadros das Forças Armadas que não se alinham a figuras como dos generais
Eduardo Villas Bôas e Sergio Etchegoyen, que foram fundamentais para que o
emedebista desse um golpe parlamentar em Dilma Rousseff (PT) e assumisse a
Presidência em 2026.
No
último dia 5 de maio, Doria reuniu o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e
os comandantes da Marinha, almirante Marcos Olsen, da Aeronáutica,
tenente-brigadeiro do ar Marcelo Damasceno, e o chefe do Estado-Maior do
Exército, general Richard Nunes, em um "almoço empresarial".
O
evento tinha como proposta "debater estratégias de fortalecimento do setor
e os desafios para a segurança e defesa nacional". No entanto, virou um
ato de apoio à Proposta de Emenda à Constituição (PEC 55/2023), do senador
Carlos Portinho (PL-RJ), que buscar estabelecer um orçamento mínimo,
equivalente a 2% do PIB do ano anterior, para uso exclusivo dos militares.
"Temos
um ambiente favorável. Graças a Deus não houve politização nisso, porque vai
ser para o país", declarou Múcio sobre a proposta, buscando apoio dos
empresários à causa dos militares.
Nas
redes sociais, o Lide destacou uma fala de Damasceno, comandante da
Aeronáutica. "Previsibilidade orçamentária fortalece a Defesa e nossa
indústria. Temos capacidade de produção e vamos fazer mais projetos",
disparou o militar, buscando atrair o empresariado.
<><>
Terceira via em Nova York
Já
nesta terça-feira (13), o Lide, de Doria, vai unir a nata da terceira via em um
evento no famoso The Harvard Club, em Nova York, no 14º Lide Brazil Investment
Fórum.
O
evento, que será aberto por Michel Temer, causou um esvaziamento na pauta
legislativa no início da semana já que os presidentes da Câmara, Hugo Motta
(Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), estarão presentes,
ao lado do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso.
Apesar
de ser anunciado como um evento "para impulsionar investimentos entre os
dois países e ampliar relações comerciais em setores estratégicos", o
Fórum não conta com nenhum representante direto dos governos brasileiro ou dos
EUA. Por parte dos EUA, estará apenas William Landers, presidente da Câmara de
Comércio Brasil-Estados Unidos. E pelo Brasil, está programada a presença do
consul em Nova York, Adalnio Ganem.
O
Fórum, no entanto, contará com a presença maciça de representantes da terceira
via - ou de bolsonaristas que estão sendo captados pelo movimento - como os
governadores Ronaldo Caiado (União-GO), Ibaneis Rocha (MDB-DF), Eduardo Leite
(PSD-RS), Cláudio Castro (PL-RJ), Jorginho Mello (PL-SC), Renato Casagrande
(PSB-ES) e Raquel Lyra (PSD-PE).
Estarão
presentes ainda o ministro Gilmar Mendes, do STF, o procurador-geral da
República (PGR) Paulo Gonet, e o ministro Vital do Rêgo, do Tribunal de Contas
da União (TCU).
Já na
ala política, estarão diversos representantes do Centrão, como Ciro Nogueira
(PP-PI), presidente do PP; as senadoras Soraya Thronicke (Podemos-MS) e Tereza
Cristina (PP-MS), que têm forte ligação com ruralistas; Nelsinho Trad,
presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado.
Pela
Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ex-presidente da casa e relator da proposta que
aumenta o Imposto de Renda aos ricaços, confirmou presença. Assim como o
presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn, que
comandou o Banco Central no governo golpista de Temer.
<><>
Juntos novamente
A
dobradinha Temer e Doria remonta a 2018, quando o ex-presidente golpista, ainda
no poder, trocaram afagos em contraponto à Geraldo Alckmin, que acabou saindo
como candidato do PSDB, com apoio de coligação de oito partidos: DEM, PP, PR,
PRB, SD, PTB, PSD e PPS.
Então
prefeito da capital, Doria se lançou candidato à ao governo de São Paulo e fez
forte oposição a Alckmin, que sequer chegou ao segundo turno na disputa
nacional.
Em
conluio com Michel Temer, Doria chegou ao segundo turno e automaticamente
declarou apoio a Bolsonaro, em campanha ferrenha contra Fernando Haddad (PT).
<><>
Mídia liberal
Revelado
por esta Fórum no dia 17 de abril, o "Movimento Brasil" articulado
pelo ex-presidente Michel Temer (MDB) para resgatar a aliança golpista que o
alçou à Presidência - agora tendo Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) como
candidato anti-Lula em 2026 - começa a ganhar corpo e ser propagado pela mídia
liberal.
Em
editorial neste domingo (11) intitulado "Uma Luz à Direita", o
Estadão - representante da burguesia paulista desde os tempos do escravagismo -
diz que a "iniciativa proposta por Michel Temer abre caminho para
redefinir a direita brasileira num cenário sem seu maior líder – Jair Bolsonaro
– e sem o radicalismo que marca o bolsonarismo".
Em tom
risível, o folhetim da família Mesquita diz que "o movimento de Michel
Temer propõe algo diferente", mesmo com o ex-presidente golpista
resgatando o programa Uma Ponte para o Futuro, criado nas hostes do MDB em
2015, baseado em uma série de preceitos neoliberais para destruir projetos
sociais e entregar as riquezas do país, como o petróleo, nas mãos dos
financistas.
No
entanto, na logo em seguida, o Estadão confirma que se trata de um golpe
continuado, revelando que "Temer concebeu um calendário que,
realisticamente, ao mesmo tempo afasta e preserva Bolsonaro". Ou seja,
para atrair Tarcísio para a cabeça de chapa, a terceira via pode até salvar a
pele de Bolsonaro para atrair os votos dos eleitores mais extremistas.
Já a
Band, da família Saad, convidou Temer para disseminar sua negociata - que une
Faria Lima e Centrão, além da mídia liberal - em entrevista o Canal Livre na
noite deste domingo.
Indagado
sobre as tratativas que teve com os governadores Ratinho Jr (PSD-PR), Ronaldo
Caiado (União-GO) e Romeu Zema (Novo-MG) - além da aproximação de Eduardo Leite
(PSD-RS), recém filiado ao PSD de Gilberto Kassab, outro artífice do movimento
- revelou como o plano anti-Lula tem sido recebido.
"Eu
vejo, em conversas que tive com alguns governadores, que eles estão muito
dispostos a algo desta natureza", afirmou, ressaltando que não serão os
cinco governadores que sairão candidatos no primeiro turno. "Espero que
haja dois ou três candidatos de programas determinados, sem muitas
candidaturas. Isso melhora os costumes políticos do pais”, emendou.
Temer
ainda revelou a estratégia de fazer a campanha longe das definições de esquerda
e direita, segundo ele "muito eleitoreiras", lembrando o
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), ainda hoje um dos mais adulados
pela mídia neoliberal.
“Para
mim isso não vale nada. O que vale para o povo é o resultado do governo. Essa
coisa de esquerda e direita é muito eleitoreira. Até dou exemplos concretos de
um governo que era liberal, como o de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que fez
muito pelo social, e um governo tido como esquerda, como o primeiro mandato de
Lula, que fez muito pelos empresários”, disse, alfinentando Lula.
Temer
ainda confessou que não fala mais com Lula, nem com Dilma Rousseff (PT), a quem
derrubou por meio de um golpe articulado juntamente com o Congresso.
“Não
tenho [contato com Lula] porque não o procuro. Evidentemente ele também não me
procura. Mas nenhum ressentimento”, disse.
“Não
vou dizer que tenho pena do presidente porque seria impróprio, mas sei por que
ele diz isso [a acusação de golpe]. Ele sempre se deu muito bem comigo, mas faz
isso para agradar uma área do PT, o partido dele. Politicamente é natural, não
tenho nenhuma objeção. Até porque ele fala, mas não pega. Se falasse e colasse,
eu ficaria preocupado, mas não cola”, emendou, sobre a alcunha de golpista.
Fonte:
Fórum

Nenhum comentário:
Postar um comentário