Davi
Kopenawa e a batalha contra os garimpeiros
Dois
anos depois da publicação de um decreto de emergência que determinava o combate
ao garimpo na Terra Indígena (TI) Yanomami, Davi Kopenawa, xamã do povo
Yanomami, explica que há resultados positivos: os rios estão mais limpos, muito
garimpeiros foram expulsos e foi criada uma comunicação com o governo federal,
que instalou uma base da Casa Civil em Boa Vista.
O
processo de desintrusão envolveu o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a Polícia Federal (PF), a Casa Civil, a
Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e o Ministério dos Povos
Indígenas (MPI). De acordo com o governo, em 2023 e 2024, foram 3.536 ações,
633 só de fiscalização do Ibama, que resultaram na aplicação de R$ 69,1 milhões
em multas em 211 autos de infração ambiental.
Nesta
entrevista, apesar de tecer elogios ao governo, Kopenawa admite que combater o
garimpo na TI Yanomami é muito difícil. Ele denuncia as novas dinâmicas de
trabalho dos garimpeiros, que fugiram para a Venezuela e estão concentrados na
fronteira com o Brasil. “Onde eles acham ouro, eles voltam. Fogem e depois
voltam”, explica.
Kopenawa
também conta que, em seus sonhos, foi avisado de que o presidente Lula está
sofrendo pressão internacional para incentivar a pesquisa de petróleo na
Amazônia. Para o povo Yanomami, os sonhos significam encontros com outros
mundos e o contato com seres espirituais. Para um xamã, é um dos momentos em
que ele escuta a natureza dando recados e conselhos.
“Ele
[Lula] não está amando a floresta, ele só ama o dinheiro. Eu, meu povo Yanomami
e Ye’kwana, e outros parentes, Kayapó, Munduruku, Waiwai, Wapichana, Makuxi,
Taurepang, nós estamos juntos, pensando juntos, em não aceitar, não aceitar
nada’, diz Davi Kopenawa.
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Leia a entrevista completa a seguir.
• O governo está cumprindo uma série de
desintrusões de terras indígenas e divulgando resultados positivos. Enquanto
isso, alguns líderes indígenas já cobraram publicamente que as medidas sejam
mais efetivas, inclusive o senhor. Qual o resultado hoje desse trabalho na TI
Yanonami?
Davi
Kopenawa – Os garimpeiros foram entrando de novo no governo do Jair Bolsonaro,
e também o presidente da Funai, o ministro da Justiça, e o governador de
Roraima, eles eram apoiadores do garimpo ilegal [naquela época]. Então, entrou
o número de 70 mil garimpeiros. Foi uma grande estrada e nós, da Hutukara
Associação Yanomami, pedimos às autoridades para fazer a retirada dos
garimpeiros.
Os
garimpeiros são muitos e são muito espertos, eles não ficaram todos juntos.
Eles se espalharam logo. Eles entraram de avião, de helicóptero, de voadeira,
de barco. Eles têm esses caminhos. E o garimpeiro, ele não entra aos poucos,
ele entra com tudo, máquina, gasolina, óleo, comida, bebida alcoólica e arma de
fogo.
Eles
entraram junto com a internet, tudo que eles precisam, eles são organizados.
Antes de entrar, eles vão combinando direito como vão fazer isso.
Então,
foi assim. O nosso presidente Lula nos apoiou. Ele apoiou para proteger o povo
Yanomami e [povo] Ye’kwana, proteger o meio ambiente, nossa água, os peixes e a
natureza.
• Você considera que ele conseguiu
realizar a desintrusão?
Ele foi
bom, mas é muito trabalho, é muito trabalho difícil. É difícil para trabalhar,
mas ele conseguiu. Ele conseguiu escolher uma pessoa que tinha experiência [o
coordenador da operação, Nilton Tubino] e instalar a Casa Civil em Boa Vista.
Aí [a coordenação] ficou mais próxima [da TI Yanomami], sim.
E a
nossa água, nossos rios que passam na terra Yanomami, melhorou bastante,
melhorou muito. Tem quatro rios que passam na terra Yanomami, o Uraricoera já
está limpando e o Couto de Magalhães era muito ruim, mas está melhorando.
• Ainda tem garimpeiros na Terra Indígena
Yanomami?
O grupo
foi bom, trabalhou e tirou quase todos [os garimpeiros], mas ficaram outros. Na
fronteira do Brasil com a Venezuela, garimpeiros continuam trabalhando
escondido. Eles fugiram do Brasil para a Venezuela, porque a Venezuela é perto,
eles têm um caminho e tem um garimpo lá. Tem outro rio, que se chama rio
Catrimani, que continua sujo, na cabeceira da fronteira da Venezuela do Brasil.
Quando
dá assim mais ou menos sete horas [da noite], oito horas, eles [garimpeiros]
começam a trabalhar escondidos à noite e atravessam para o Brasil. Eu estou
mais preocupado. Eles estão nas cabeceiras das grandes cachoeiras. E os
garimpeiros estão acostumados, onde eles acham ouro, eles voltam. Fogem e
depois voltam.
• Davi, sei que o povo Yanomami tem uma
relação muito poderosa com os sonhos. Eu gostaria de saber: hoje, existe algo
que te impede de dormir?
Meu
povo não dorme direito. Só fica pensando em escutar a zoada de avião, e todo
dia tem avião que passa lá e pousa lá na terra Yanomami. E helicóptero também,
são muitos helicópteros voando em cima da nossa comunidade, e as zoadas também
das máquinas de garimpo, [usadas] para cavar buraco no rio.
Isso aí
é preocupante, ninguém dorme direito. Ficamos assustados, pensando que os
garimpeiros vão atacar, e é assim que eu estou sentindo há bastante tempo.
Também
é preocupante que as nossas famílias pegam doenças como a malária e estão
morrendo. Nós choramos. Choramos porque a nossa mulher morreu, e o marido
também morreu, a criança morreu. É muito triste o nosso choro Yanomami, quando
nossos parentes morrem.,
• Davi, existe uma grande questão hoje na
Amazônia, que é a exploração de Petróleo na Foz do Amazonas. O presidente Lula
deseja pesquisar petróleo nessa região. Grandes lideranças indígenas e
organizações estão pedindo que ele desista. O senhor quer falar com o
presidente sobre isso?
Então,
eu sou um sonhador, como o Lula sonha, como exploradores sonham com dinheiro.
No meu sonho, a natureza fala para mim, e Lula agora está sim pressionado.
Muitas pessoas, muitas pessoas, muitos grandes empresários, grandes
exploradores no Brasil e de fora, e na Alemanha, Estados Unidos, e Canadá, eles
são muito fortes, e eles estão pressionando para ele [Lula] abrir a porta para
a exploração.
Então,
gente, eu sou contra, eu não vou mudar, eu não vou mudar meu pensamento. Eu vou
sempre ficar negando, sempre ficar ao lado do meu povo Yanomami, sempre ficar
ao lado da natureza, da terra mãe, não pode, não pode destruir.
Eu sou
contra a fala do presidente Lula. Ele é bom, mas, do outro lado, ele só fica
pensando na exploração, para pegar mais dinheiro, para destruir mais a nossa
floresta amazônica.
Ele não
está amando a floresta, ele só ama o dinheiro. Eu, meu povo Yanomami e
Ye’kwana, e outros parentes, Kayapó, Munduruku, Waiwai, Wapichana, Makuxi,
Taurepang, e outros parentes, nós estamos juntos, pensando juntos, em não
aceitar, não aceitar nada.
Essa
exploração é fazer um crime contra nosso país, contra o nosso Brasil. Eles
estão falando isso, mas nós, nosso povo Yanomami, que já faz muitos anos,
milhares e milhares de anos, o povo originário já viveu aqui, muitos anos, eu,
os outros, nós somos contra, ninguém aceita.
A
exploração não vai trazer benefício bom de nada, só vai dar problema. Traz
poluição do rio, mata peixe, mata nossos parentes, mata nossas florestas, mata
nossos alimentos e traz mais doenças para matar o meu povo brasileiro
originário.
Eu não
aceito.
Agora,
falando de mudanças climáticas. O senhor já disse algumas vezes que não há
remédio para o aquecimento global. Hoje, a Amazônia se prepara para receber um
evento global, que é a COP30, como o senhor vê esse espaço de discussão?
Vamos
aprender juntos. Ninguém nasceu sabendo. Você aprende e nós aprendemos. A
sociedade não indígena sempre vem fazer isso.
A
mudança climática não nasceu por si. A mudança climática foi criada através da
destruição da Terra. Muitas máquinas estragando a beleza da nossa terra-mãe. A
mudança climática não é culpa minha, não é culpa do meu povo, não é culpa do
povo indígena brasileiro. É culpa dos estrangeiros, americanos, que vem fazendo
isso.
Então,
a poluição é como um vento. Falamos assim, bonitinho, para achar o rastro [do
vento], o que que ele vai fazer, onde que ele vai passar, e para trazer
benefício bom para o povo originário. Isso aí não vai conseguir, não. O homem
branco fala “mudanças climáticas”, eu, Yanomami, falo “vingança da Terra”. [A
Terra] está guerreando.
• É possível fazer algo?
Vai ter
muito problema para a sociedade não indígena que mora na capital, que mora no
estado, nas cidades pequenas. Eles vão sofrer lá também.
Muita
chuva e muito calor, muita seca e enchente. Eu chamo de vingança da nossa
terra-mãe. Eu não posso guerrear mais. A natureza pode guerrear contra a
violação do garimpo ilegal, mineração ilegal e a marco temporal ilegal. Então,
isso aí os brancos podem resolver. Eu não vou resolver nada porque não é minha
culpa e da natureza Yanomami. Nós
estamos lutando para proteger.
Agora,
o homem branco que está sempre fazendo isso para pegar mais dinheiro, para
pegar mais da Terra, pegar mais da floresta. Isso é o que estamos chamando de
mudança climática. Isso aí não tem cura, não tem remédio, não tem homem que vai
curar, não tem dinheiro para curar a doença que já estragou o nosso pulmão da
Terra.
• Marina Basso Lacerda: Uma “esquerda
brâmane” não serve ao Brasil
Em
entrevista ao Estadão (14 abr. 2025), o líder do governo no Congresso, senador
Randolfe Rodrigues (PT-AP), afirmou que a atual gestão é uma frente ampla
criada para salvar a democracia em 2022 e que, por isso, as próximas eleições
não girarão em torno de direita versus esquerda, mas sim de democracia versus
autoritarismo.
Contudo,
os indícios sugerem que o pleito de 2026 será, sim, marcado pelo conflito
tradicional entre classes.
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Revisitando 2022: a coalizão democrática
Naquele
ano, formou-se uma aliança particularmente heterogênea em torno de Luiz Inácio
Lula da Silva (PT), reunindo desde a esquerda e movimentos sociais até setores
cosmopolitas do capital e da mídia corporativa. Isso ocorreu porque parcela
significativa da burguesia nacional – incluindo a cúpula do Judiciário –
concluiu que somente Lula poderia derrotar Jair Bolsonaro (PL), responsável por
mais de 700 mil mortes na pandemia.
Do
outro lado, o bolsonarismo congregou o agronegócio, o policialismo, o
evangelicalismo e setores do capital nacional, conforme análise do cientista
político André Singer. O subproletariado (renda de até dois salários-mínimos)
apoiou Lula, enquanto os remediados (dois a cinco salários) optaram
majoritariamente por Bolsonaro.
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O tabuleiro em transformação
Felizmente,
a ameaça bolsonarista direta hoje perde força. Com a inelegibilidade de
Bolsonaro e uma muito provável condenação judicial, o capital cosmopolita – que
antes o via como risco – tenderá a migrar para candidatos mais palatáveis do
que ele, mas que também não tenham raízes na esquerda. O nome em ascensão é o
de Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), expoente de um bolsonarismo “light”.
Embora a ausência de Bolsonaro fragmente a direita em 2026, a tendência é que
as diversas correntes conservadoras se unifiquem em torno do atual governador
de São Paulo em um eventual segundo turno.
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O conflito capital-trabalho
Enquanto
o Judiciário assegura a estabilidade institucional, o debate que definirá os
próximos anos no Brasil continua sendo a questão distributiva — ou seja, como
as riquezas do país serão repartidas. Esse tema, central na coalizão que elegeu
Lula, ganha contornos práticos em propostas divergentes.
Um
exemplo recente: em 12 de abril, Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central
e apoiador de Lula em 2022, defendeu o congelamento do salário mínimo por seis
anos. Já o governo enviou ao Congresso a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)
com previsão de um piso nacional de aproximadamente R$ 1.630,00 em 2025 — um
reajuste real de 2,5%. Apesar de modesto, o aumento contrasta com a proposta de
Fraga, e essa divergência, amplificada nas redes sociais, reflete a tensão no
cerne da coalizão governista.
O
presidente deixou claro em discursos recentes que sabe que esse é o cerne da
questão: “Governar para menos gente não gera déficit fiscal”; “Não tenho que
prestar contas a banqueiros, mas ao povo pobre”; “Os bancos não precisam do
Estado, mas exigem superávit primário e bilhões à disposição”.
O
discurso transformar-se em realidade, porém, é algo mais difícil considerando a
conjuntura política, econômica e social em que Lula assumiu.
As
políticas de inclusão, hoje restabelecidas a duras penas, já não carregam o
caráter inovador da primeira década dos anos 2000. A renda familiar média
efetivamente cresceu, a pobreza diminuiu e a segurança alimentar avançou –
indicadores que melhoraram em relação ao governo anterior (2019-2022), mas
ainda não recuperaram os patamares de 2014, antes da recessão e da pandemia.
Além disso, esse avanço convive com contradições: o custo do aluguel atingiu
níveis recordes (especialmente nas grandes cidades), a inadimplência atingiu
níveis recordes – impulsionada pela alta dos juros e pelo endividamento como
substituto da política de salário-mínimo, no Brasil e no mundo. O desemprego,
embora em 7,8% (IBGE, março de 2024), esconde uma informalidade de 39,3% da população
ocupada e uma precarização imensa. Esses fatores pesam na avaliação do governo,
como mostram as pesquisas.
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O paralelo global
A
pandemia revelou que a austeridade é uma escolha política, não uma fatalidade.
Porém, passado o pico da Covid-19, a ortodoxia econômica se restabeleceu e a
consequente crise social alimenta a extrema direita. Enquanto o neoliberalismo
amplia desigualdades, crescem forças antissistêmicas como Giorgia Meloni
(Itália) e Javier Milei (Argentina) – aliadas do grande capital, mas que surfam
no caos por ele gerado.
O
Brasil tem vivido um déjà-vu geopolítico em relação aos Estados Unidos, com
dois anos de atraso: enquanto os norte-americanos elegeram Donald Trump em
2016, nós tivemos Jair Bolsonaro em 2018; a vitória de Joe Biden em 2020
antecedeu a de Lula em 2022; e o ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021
ecoou nos eventos de 8 de janeiro de 2023. Em 2024 os Estados Unidos elegeram
novamente Trump – mas, quando chegarmos a 2026, Bolsonaro estará inelegível. O
risco atual é diferente: assim como o Partido Democrata norte-americano, o PT
pode cair na armadilha de seu próprio sucesso ao normalizar as instituições,
criando um cenário propício para o retorno da direita renovada.
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A armadilha da esquerda brâmane e o perigo da direita “rebelde”
Em
Capital e ideologia, Thomas Piketty caracteriza o Partido Socialista francês
como representante da “esquerda brâmane” – ou seja, mais vinculado às elites
urbanas escolarizadas e cultas do que comprometidos com uma redistribuição
efetiva da propriedade ou com uma identificação genuína com a classe
trabalhadora. Essa análise ressoa no argumento de Matthew Karp, publicado na
New Left Review, sobre o Partido Democrata norte-americano: mesmo com as
políticas trabalhistas de Biden e sua oposição à austeridade, o partido não
rompeu com sua desconexão histórica com os trabalhadores, consolidada desde a
era Barack Obama.
Em
contraste, o Partido Republicano encarna, na tipologia de Piketty, a “direita
mercantil” – uma aliança entre a defesa intransigente do capital e pautas
conservadoras (nacionalismo, valores tradicionais), estrategicamente
direcionada a setores populares descontentes. Beneficia ricos, mas usa retórica
anti-elite. Esse modelo, eficaz nos Estados Unidos, no Brasil e em outras
economias capitalistas, explora o sentimento de abandono entre as massas que se
veem excluídas dos frutos do crescimento econômico, da política e das
oportunidades – e para as quais o conceito de democracia faz pouco sentido.
No
entanto, os democratas pareciam tão satisfeitos com o status quo que a campanha
de Kamala Harris adotou a “alegria” como mote central – uma abordagem
semelhante à de Hillary Clinton em 2016. Ao rotular Trump como um “rebelde”, a
estratégia democrata, em vez de minar seu adversário, acabou por reforçar sua
imagem de outsider, alinhando-se ao descontentamento popular. Esse cenário
explica, em parte, o crescimento de Trump entre eleitores tradicionalmente
alinhados aos democratas, como a população negra, mulheres em idade reprodutiva
e latinos.
Bernie
Sanders, nos Estados Unidos, tem sido enfático em demonstrar que a desigualdade
econômica, pela qual pequena elite controla vastos recursos e influência
política, ameaça os princípios democráticos ao criar um sistema oligárquico que
marginaliza a maioria da população – a qual, por sua vez, vai se sentir
seduzida por discursos extremistas e simplistas, mas que sugerem algo
aparentemente novo. Em outras palavras, a perpetuação de desigualdades
estruturais é que alimenta narrativas de extrema direita. E Sanders tem tido
sucesso em espalhar sua mensagem. Seus comícios, com Alexandria Ocasio-Cortez,
reuniram dezenas de milhares de pessoas.
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O desafio do PT
Lula
opera no mesmo campo minado: sua coalizão ampla exige moderação, mas o povo
pobre e trabalhador espera respostas concretas. Para evitar o dilema democrata,
o PT precisa equilibrar a necessária defesa das instituições com mudanças
estruturais – sob risco de parecer “gestor do sistema” para quem enfrenta
quatro horas de ônibus diários e mal fecha as contas no fim do mês e, com
razão, quer uma ruptura.
A
proposta de reforma do Imposto de Renda sinaliza essa direção, mas não basta.
Enquanto a extrema direita se apropria da narrativa de futuro (paradoxalmente,
aprofundando desigualdades), a esquerda precisa mostrar que governar para os
pobres exige confrontar o sistema. Se a direita global aprendeu a vestir a
máscara da rebeldia (servindo ao capital), a esquerda não pode permitir que a
defesa da democracia se confunda com a manutenção de regras que a asfixiam.
Fonte:
Outras Palavras

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