Chocolate
amargo pode ajudar no controle da hipertensão, revela novo estudo
Um novo
estudo, publicado na revista científica European Journal of Preventive
Cardiology, indica uma nova vantagem do consumo de chocolate amargo para a
saúde. Segundo os pesquisadores, o alimento pode ajudar no controle da
hipertensão, além de já contribuir para a melhora do humor e até para a saúde
do intestino. A pesquisa foi conduzida por cientistas da Universidade de
Surrey, na Inglaterra.
Certos
alimentos, como chá e chocolate amargo, têm um efeito cardiovascular suficiente
para rivalizar com os medicamentos prescritos, segundo o estudo. A equipe
analisou 145 ensaios clínicos envolvendo mais de 5 mil participantes. Foram
incluídos apenas ensaios clínicos planejados, o padrão ouro da pesquisa médica,
que testaram alimentos ricos em flavan-3-ol em comparação com placebos.
De
acordo com o resultado os estudos, alimentos ricos em compostos chamados
flavan-3-ois, como chocolate amargo, chá (verde e preto), maçãs e uvas, podem
reduzir a pressão arterial em níveis comparáveis aos de muitos medicamentos
para hipertensão.
O
consumo desses alimentos reduziu os níveis em cerca de 6 pontos na pressão
sistólica (o número superior) e 3 pontos na pressão diastólica (o número
inferior), semelhante ao observado pelos médicos com medicamentos
convencionais. A análise incluiu alimentos reais que as pessoas podem
incorporar facilmente em suas rotinas diárias.
Esses
alimentos também melhoraram o funcionamento dos vasos sanguíneos, medido por
meio de um teste chamado dilatação mediada por fluxo, que é o quão bem as
artérias se expandem quando o sangue flui por elas. Esse efeito ocorreu
independentemente das alterações na pressão arterial.
<><>
Chocolate amargo: benefícios para quem mais precisa
Os
pesquisadores descobriram que os benefícios para a pressão arterial foram mais
pronunciados em pessoas que mais precisavam deles. Aqueles com pressão arterial
normal apresentaram alterações mínimas, mas pessoas com leituras elevadas ou
hipertensão diagnosticada apresentaram quedas significativas.
Estudos
utilizando epicatequina purificada (o principal flavan-3-ol do cacau) ou EGCG
(comum no chá verde) mostraram efeitos mais fracos do que estudos utilizando
chocolate ou chá propriamente ditos. Isso sugere que os benefícios advêm da
interação complexa de compostos em alimentos integrais, não apenas de
ingredientes ativos isolados.
Em
todos os estudos, apenas 0,4% dos participantes relataram efeitos adversos,
principalmente pequenas dores de estômago ou dores de cabeça que se resolveram
espontaneamente. Atualmente, a Associação Americana do Coração (AHA) e
organizações similares recomendam limitar o sódio, aumentar a atividade física
e seguir padrões alimentares como a dieta mediterrânea para controlar a pressão
arterial.
“Embora
não substitua medicamentos prescritos ou aconselhamento médico, incluir mais
alimentos ricos em flavan-3-ol na rotina diária pode ser uma adição valiosa a
um estilo de vida saudável, especialmente para pessoas com pressão arterial
elevada. Essas são descobertas que, embora promissoras, exigem investigação
contínua”, afirma o principal autor do estudo, Christian Heiss, da Universidade
de Surrey, em comunicado.
• Chocolate amargo: um aliado do coração
Tradicionalmente
associado ao prazer e à celebração da Páscoa, o chocolate – especialmente o
amargo – tem ganhado espaço também como potencial aliado da saúde
cardiovascular. Longe de ser apenas uma indulgência, o alimento pode contribuir
para a saúde do coração, desde que consumido com moderação e critério. “O cacau
é uma fonte importante de flavonoides, compostos bioativos com ação
antioxidante e anti- inflamatória”, afirma a nutricionista Juliana Meirelles,
do Centro de Cardiologia do Hospital Sírio-Libanês.
Os
flavonóis presentes no cacau estimulam a produção de óxido nítrico, substância
que promove a vasodilatação e ajuda a controlar a pressão arterial. Além de
favorecer a circulação, os flavonoides contribuem para a proteção das artérias
ao combater os radicais livres, responsáveis pelo estresse oxidativo – um dos
processos associados ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares, como
explica a cardiologista Patrícia Oliveira, também do Centro de Cardiologia do
Sírio-Libanês.
Os
benefícios, no entanto, estão diretamente ligados à composição do chocolate.
Dessa forma, é recomendável escolher chocolates com teor de cacau acima de 70%.
“Produtos com muito açúcar, gordura saturada ou recheios acabam anulando os
possíveis efeitos positivos à saúde”, atenta a cardiologista. E ainda dar
preferência a versões com baixo teor de açúcar, sem gorduras trans e, se
possível, enriquecidas com ingredientes funcionais como castanhas e amêndoas,
que também apresentam propriedades benéficas para o sistema cardiovascular.
Embora
ainda não haja consenso científico absoluto, há indícios consistentes de que o
consumo regular e moderado de chocolate amargo pode contribuir para a melhora
da função endotelial (a camada interna dos vasos sanguíneos), além de auxiliar
no controle do colesterol e da pressão arterial.
Juliana
Meirelles explica que os flavonóides também podem influenciar positivamente a
sensibilidade à insulina e a resposta inflamatória do organismo. “Mas isso só é
válido dentro de um contexto de alimentação equilibrada e estilo de vida
saudável”, adverte ela, já que o consumo excessivo ou o uso do chocolate como
‘atalho’ para uma vida desregrada, compromete os resultados esperados.
Outro
aspecto relevante é a interação entre o cacau e a microbiota intestinal – o
conjunto de bactérias benéficas que habitam o trato digestivo. Um microbioma
saudável favorece a absorção dos flavonoides e pode potencializar seus efeitos
sobre o sistema cardiovascular. “O desequilíbrio na microbiota pode limitar a
ação desses compostos bioativos, o que reforça a importância de uma alimentação
rica em fibras e diversidade de nutrientes, para além do chocolate em si”,
complementa.
<><>
Cinco argumentos científicos para tirar o chocolate amargo da lista dos vilões:
1. Contribui para a redução da pressão
arterial;
2. Melhora a função dos vasos sanguíneos;
3. Combate inflamações e ajuda na defesa
contra o desgaste celular;
4. Auxilia no controle do colesterol, o que
é importante para a saúde do coração;
5. Tem leve ação anticoagulante, benéfica
para a circulação.
A
recomendação, reforça a especialista, é manter a porção pequena – idealmente
após as refeições – e integrá-la a um plano alimentar balanceado. “Na Páscoa ou
mesmo no dia a dia, trocar a culpa por consciência pode ser um gesto de cuidado
com o próprio corpo. Escolher bem o chocolate é um ato de prazer e de
prevenção”, diz Juliana.
Fonte:
ICL Notícias/Sirio-Libanês

Nenhum comentário:
Postar um comentário