terça-feira, 29 de abril de 2025

'Café fake' apreendido em operação é feito de 'lixo' da lavoura e não tem café, diz ministério

O governo federal detalhou a composição de produtos apontados como 'café fake' que foram apreendidos, em fevereiro, em uma operação realizada em fábricas nos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina.

Os produtos são de três marcas que não foram reveladas e sequer continham café, segundo o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Dipov) do Ministério da Agricultura, Hugo Caruso.

A análise feita pelo ministério indicou que eles eram compostos por cascas de grão e elementos considerados "lixo" da lavoura – grãos ardidos, defeituosos, que são dispensados no processo de produção de café.

Além disso, as bebidas continham uma toxina cancerígena.

Para ser considerada café, a bebida tem que ser feita apenas do fruto. A legislação brasileira de alimentos tem algumas categorias que, caso o ministério assim entenda, poderiam enquadrar o "pó sabor café".

Mas nem todos os produtos conhecidos como "café fake" deixam claro o que foi usado na sua composição nem especificam o quanto de café é utilizado na receita, bem como a quantidade de impurezas presentes.

<><> Fora dos supermercados

O ministério informou que os produtos apreendidos não podem ser considerados alimentos e foram recolhidos dos supermercados.

“Recolhemos [dos supermercados] porque a matéria era toda feita de resíduo, só lixo”, disse Caruso.

Agora, eles deverão ser analisados também pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O Ministério fiscalizou os locais após denúncias de fraude. Nos estabelecimentos, os agentes já haviam encontrado irregularidades nas matérias-primas utilizadas, como cascas, grãos defeituosos e aromatizantes.

<><> O que é o 'café fake'

Com o preço do café subindo constantemente nos últimos meses, o "pó sabor café" tem se espalhado pelos supermercados e ganhou o apelido de "café fake" ou "cafake".

O item, que é mais barato e não é igual a pó de café, pode confundir consumidores porque tenta imitar as embalagens de marcas famosas — a descrição "pó para preparo de bebida sabor café" fica em letras pequenas, na parte de baixo dos pacotes.

Em janeiro, um pacote de 500 g de uma marca de pó saborizado poderia ser encontrado nos supermercados por R$ 13,99, informou a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic).

O Ministério da Agricultura investiga esse tipo de produto para avaliar se eles poderiam pertencer a outras categorias que não o café.

Por exemplo, a "mistura para preparo de alimentos ou bebidas", que abrange os alimentos compostos por mistura de ingredientes adicionados de outros itens, como água, para o consumo. Alguns exemplos de produtos inclusos nessa legislação são cappuccino e massa para bolo.

Existe ainda a categoria dos "preparados sólidos", que regulamenta as chamadas bebidas saborizadas. É o caso de chás e refrescos.

A legislação brasileira permite que o café possua até 1% de impurezas naturais da lavoura (como galhos, folhas e cascas) e matérias estranhas (por exemplo, pedras, areia, grãos ou sementes de outras espécies vegetais, como de erva daninhas).

A lei, porém, proíbe completamente os chamados elementos estranhos, que são grãos ou sementes de outros gêneros (como milho, trigo, cevada), corantes, açúcar, caramelo e borra de café solúvel ou de infusão.

Há ainda os produtos que não contêm café entre os ingredientes. Eles podem ser feitos de cevada ou milho, por exemplo.

E em muitos casos há a presença de aromatizantes, o que transforma o item em um ultraprocessado, diferente do pó de café que o brasileiro costuma consumir.

<><> Embalagem que induz ao erro

Apesar de informar na embalagem que se trata de um "pó sabor café", as marcas trazem fotos de uma xícara de café, acompanhada por grãos — além de imitar cores, fontes e terem nomes similares às marcas populares. Tudo isso pode induzir o consumidor ao erro.

Foi o que aconteceu com a marca Melitta. Um dos produtos "pó sabor café", além de imitar as cores da embalagem, também criou um nome similar: "Melissa".

"O problema desses produtos é que eles utilizam no rótulo elementos visuais dando a entender que se trata de café, quando, na verdade, o que tem dentro da embalagem é outro componente", diz Mariana Ribeiro, nutricionista do programa de Alimentação Saudável e Sustentável do Instituto de Defesa de Consumidores (Idec).

•        Saiba diferenciar café e café fake na prateleira, para não errar nas compras

Com o café a quase R$ 50, um novo produto tem se espalhado pelos supermercados: o "pó sabor café", que acabou ganhando o apelido de "café fake" ou "cafake".

O item, que não é o mesmo que o pó de café, pode confundir consumidores porque tenta imitar as embalagens de marcas famosas — a descrição "pó para preparo de bebida sabor café" fica em letras pequenas, na parte de baixo dos pacotes. Além disso, ele é mais barato.

Em janeiro, um pacote de 500 g de uma marca de pó saborizado poderia ser encontrado nos supermercados por R$ 13,99, informou a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic).

Apesar do apelido "café fake", o governo ainda investiga se ele pode ser considerado uma fraude, informou o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal do Ministério da Agricultura, Hugo Caruso.

O ministério apura quais seriam os ingredientes utilizados. Para ser considerado café, o produto pode ter apenas o grão. Mas nem toda embalagem do "café fake" menciona a receita ou até mesmo contém o grão, algumas apontam que ele é feito de cevada ou milho, por exemplo.

A legislação brasileira de alimentos tem algumas categorias que poderiam, caso o ministério assim entenda, enquadrar casos como o pó sabor café.

Por exemplo, a "mistura para preparo de alimentos ou bebidas", que abrange os alimentos compostos por mistura de ingredientes que são adicionados de outros itens, como água, para o consumo, segundo a Resolução da Diretoria Colegiada RDC nº 719/2022, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Alguns exemplos de produtos inclusos nessa legislação são cappuccino e massa para bolo.

Existe ainda a categoria dos "preparados sólidos", que regulamenta as chamadas bebidas saborizadas, por meio da portaria nº 123, do Ministério da Agricultura. É o caso de chás e refrescos.

"O problema desses produtos é que eles utilizam no rótulo elementos visuais dando a entender que se trata de café, quando, na verdade, o que tem dentro da embalagem é outro componente", diz Mariana Ribeiro, nutricionista do programa de Alimentação Saudável e Sustentável do Instituto de Defesa de Consumidores (Idec).

Apesar de informar na embalagem que se trata de um "pó sabor café", as marcas trazem fotos de uma xícara de café, acompanhada por grãos — além de imitar cores, fontes e terem nomes similares às marcas populares.

Foi o que aconteceu com a marca Melitta. Um dos produtos "pó sabor café", além de imitar as cores da embalagem, também criou um nome similar: "Melissa".

Segundo a nutricionista, há uma confusão parecida que envolve o iogurte e a bebida láctea.

"Os dois produtos são permitidos. A questão é que a composição deles é diferente, por mais que, às vezes, algumas estratégias publicitárias te façam acreditar que você está levando uma coisa, enquanto na verdade é outra", afirma a nutricionista.

<><> Produto pode não ter café

Nem todos os produtos conhecidos como "café fake" deixam claro o que foi usado na sua composição.

Alguns deles informam na parte de trás da embalagem que utilizam a "polpa do café". Contudo, a Abic esclarece que a polpa, na verdade, é colada à casca do fruto, ou seja, não pode ser completamente separada dela. A casca, por sua vez, é considerada uma impureza.

A legislação brasileira permite que o produto possua até 1% de impurezas naturais do café (como galhos, folhas e cascas) e matérias estranhas (por exemplo, pedras, areia, grãos ou sementes de outras espécies vegetais, como de erva daninhas).

A lei, porém, proíbe completamente os chamados elementos estranhos, que são grãos ou sementes de outros gêneros (como milho, trigo, cevada), corantes, açúcar, caramelo e borra de café solúvel ou de infusão.

Enquanto as impurezas podem estar no café de forma acidental, os elementos estranhos são adicionados intencionalmente para falsificação, afirma o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Dipov) do Ministério da Agricultura, Hugo Caruso.

A Abic também alerta que esses produtos não especificam o quanto de café é utilizado na receita, bem como a quantidade de impurezas presentes.

Há ainda os produtos que não contêm café entre os ingredientes. Eles podem ser feitos de cevada ou milho, por exemplo.

E em muitos casos há a presença de aromatizantes, o que transforma o item em um ultraprocessado, diferente do pó de café que o brasileiro costuma consumir.

Segundo a Anvisa, por se tratar de uma categoria que abrange uma variedade de alimentos, não há requisitos específicos de composição, e a regularização desses produtos é realizada diretamente na Vigilância Sanitária local.

"O que a gente vê na maioria desses casos é que o produto não é café. Ele tem uma estratégia que está levando o consumidor ao engano", diz Mariana Ribeiro, do Idec.

•        Café Fake: O que você precisa saber antes da próxima compra de café ou “café”

Nos últimos tempos, produtos rotulados como “bebida sabor café” têm ganhado espaço nas prateleiras dos supermercados, oferecendo uma alternativa mais barata ao café tradicional.

Mas você sabe o que realmente está por trás desses produtos?

<><> O que é o “Café Fake”?

O “café fake” é um produto que imita o sabor do café, mas não contém o grão torrado e moído. Em vez disso, é produzido a partir de cascas, palha, folhas ou outras partes da planta de café, exceto a semente. Alguns desses produtos incluem também misturas com milho torrado e outros ingredientes que apenas lembram o café.

<><> Por que está se tornando popular?

Com o aumento dos preços do café devido a fatores climáticos e de mercado, esses produtos oferecem uma opção mais acessível para os consumidores. No entanto, essa economia inicial pode custar caro em termos de sabor, qualidade e até mesmo dos benefícios que o café de verdade proporciona.

<><> Como identificar o “Café Fake”?

Se você quer garantir que está comprando um café de verdade, fique atento aos seguintes pontos:

•        Leia atentamente o rótulo: Procure termos como “bebida sabor café” ou “produto à base de café”. Isso indica que não se trata de café puro.

•        Verifique os ingredientes: Se o produto não listar “grão de café” como ingrediente principal, desconfie.

•        Observe o preço: Preços significativamente mais baixos podem indicar a presença de substitutos e baixa qualidade.

•        Confira a procedência: Cafés de qualidade geralmente indicam sua origem, torra e tipo de grão no rótulo.

Embora esses produtos pareça não ser prejudiciais, a grande maioria contêm ingredientes de qualidade inferior e são altamente processados. O consumo frequente pode levar a impactos negativos na saúde a longo prazo. Especialista em segurança alimentar, ressaltam a importância de ler os rótulos para evitar substâncias artificiais como corantes, aromatizantes e adoçantes sintéticos, que podem estar presentes nessas formulações.

<><> A Importância do Café 100% Arábica

O café arábica é conhecido por seu sabor suave e aromas complexos, proporcionando uma experiência rica e autêutica. Ele tem menos amargor do que outras variedades e é mais valorizado entre os apreciadores de café.

>>>> Como escolher o melhor café (de verdade)?

Agora que você já sabe identificar os “cafés fake”, aqui estão algumas dicas para escolher um café autêntico e de qualidade:

1.       Prefira cafés 100% arábica: Eles oferecem um sabor mais refinado e um aroma mais intenso.

2.       Verifique o tipo de torra: Cafés com torra média ou clara preservam melhor as notas aromáticas e o sabor do grão.

3.       Opte por cafés com procedência garantida: Marcas confiáveis informam a origem do grão e os processos de cultivo.

4.       Evite misturas desconhecidas: Cafés que não especificam os grãos usados podem conter misturas de baixa qualidade.

5.       Escolha marcas comprometidas com qualidade e sustentabilidade

Embora o “café fake” possa parecer uma alternativa econômica, nada se compara ao sabor e aos benefícios de um café verdadeiro. Invista em qualidade e autenticidade escolhendo produtos que valorizam o grão de café em sua essência.

•        Empresa fabricava manteiga com ingredientes inapropriados na PB

O Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (MP-Procon) do Ministério Público da Paraíba (MPPB), junto da polícia, deflagrou a “Operação Saturação”.

A operação investigava denúncias contra uma empresa, localizada no município de Paulista, no Sertão Paraibano, que fabricava manteiga da terra comercializada sob o nome “Manteiga da Terra Paulista”.

Segundo investigação, a empresa produzia o produto com ingredientes inapropriados, como margarina industrial e óleo vegetal, sem declarar no rótulo.

Cinco suspeitos foram conduzidos à delegacia. A empresa pode responder pelos crimes de adulteração de alimentos, crimes contra as relações de consumo, publicidade enganosa e associação criminosa.

 

Fonte: g1

 

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