'Café fake' apreendido em operação é feito de
'lixo' da lavoura e não tem café, diz ministério
O governo federal detalhou a composição de
produtos apontados como 'café fake' que foram apreendidos, em fevereiro, em uma
operação realizada em fábricas nos estados de São Paulo, Paraná e Santa
Catarina.
Os produtos são de três marcas que não foram
reveladas e sequer continham café, segundo o diretor do Departamento de
Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Dipov) do Ministério da Agricultura,
Hugo Caruso.
A análise feita pelo ministério indicou que
eles eram compostos por cascas de grão e elementos considerados
"lixo" da lavoura – grãos ardidos, defeituosos, que são dispensados
no processo de produção de café.
Além disso, as bebidas continham uma toxina
cancerígena.
Para ser considerada café, a bebida tem que
ser feita apenas do fruto. A legislação brasileira de alimentos tem algumas
categorias que, caso o ministério assim entenda, poderiam enquadrar o "pó
sabor café".
Mas nem todos os produtos conhecidos como
"café fake" deixam claro o que foi usado na sua composição nem
especificam o quanto de café é utilizado na receita, bem como a quantidade de
impurezas presentes.
<><> Fora dos supermercados
O ministério informou que os produtos
apreendidos não podem ser considerados alimentos e foram recolhidos dos
supermercados.
“Recolhemos [dos supermercados] porque a
matéria era toda feita de resíduo, só lixo”, disse Caruso.
Agora, eles deverão ser analisados também
pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O Ministério fiscalizou os locais após
denúncias de fraude. Nos estabelecimentos, os agentes já haviam encontrado
irregularidades nas matérias-primas utilizadas, como cascas, grãos defeituosos
e aromatizantes.
<><> O que é o 'café fake'
Com o preço do café subindo constantemente
nos últimos meses, o "pó sabor café" tem se espalhado pelos
supermercados e ganhou o apelido de "café fake" ou
"cafake".
O item, que é mais barato e não é igual a pó
de café, pode confundir consumidores porque tenta imitar as embalagens de
marcas famosas — a descrição "pó para preparo de bebida sabor café"
fica em letras pequenas, na parte de baixo dos pacotes.
Em janeiro, um pacote de 500 g de uma marca
de pó saborizado poderia ser encontrado nos supermercados por R$ 13,99,
informou a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic).
O Ministério da Agricultura investiga esse
tipo de produto para avaliar se eles poderiam pertencer a outras categorias que
não o café.
Por exemplo, a "mistura para preparo de
alimentos ou bebidas", que abrange os alimentos compostos por mistura de
ingredientes adicionados de outros itens, como água, para o consumo. Alguns
exemplos de produtos inclusos nessa legislação são cappuccino e massa para
bolo.
Existe ainda a categoria dos "preparados
sólidos", que regulamenta as chamadas bebidas saborizadas. É o caso de
chás e refrescos.
A legislação brasileira permite que o café
possua até 1% de impurezas naturais da lavoura (como galhos, folhas e cascas) e
matérias estranhas (por exemplo, pedras, areia, grãos ou sementes de outras
espécies vegetais, como de erva daninhas).
A lei, porém, proíbe completamente os
chamados elementos estranhos, que são grãos ou sementes de outros gêneros (como
milho, trigo, cevada), corantes, açúcar, caramelo e borra de café solúvel ou de
infusão.
Há ainda os produtos que não contêm café
entre os ingredientes. Eles podem ser feitos de cevada ou milho, por exemplo.
E em muitos casos há a presença de
aromatizantes, o que transforma o item em um ultraprocessado, diferente do pó
de café que o brasileiro costuma consumir.
<><> Embalagem que induz ao erro
Apesar de informar na embalagem que se trata
de um "pó sabor café", as marcas trazem fotos de uma xícara de café,
acompanhada por grãos — além de imitar cores, fontes e terem nomes similares às
marcas populares. Tudo isso pode induzir o consumidor ao erro.
Foi o que aconteceu com a marca Melitta. Um
dos produtos "pó sabor café", além de imitar as cores da embalagem,
também criou um nome similar: "Melissa".
"O problema desses produtos é que eles
utilizam no rótulo elementos visuais dando a entender que se trata de café,
quando, na verdade, o que tem dentro da embalagem é outro componente", diz
Mariana Ribeiro, nutricionista do programa de Alimentação Saudável e
Sustentável do Instituto de Defesa de Consumidores (Idec).
• Saiba
diferenciar café e café fake na prateleira, para não errar nas compras
Com o café a quase R$ 50, um novo produto tem
se espalhado pelos supermercados: o "pó sabor café", que acabou
ganhando o apelido de "café fake" ou "cafake".
O item, que não é o mesmo que o pó de café,
pode confundir consumidores porque tenta imitar as embalagens de marcas famosas
— a descrição "pó para preparo de bebida sabor café" fica em letras
pequenas, na parte de baixo dos pacotes. Além disso, ele é mais barato.
Em janeiro, um pacote de 500 g de uma marca
de pó saborizado poderia ser encontrado nos supermercados por R$ 13,99,
informou a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic).
Apesar do apelido "café fake", o
governo ainda investiga se ele pode ser considerado uma fraude, informou o
diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal do Ministério
da Agricultura, Hugo Caruso.
O ministério apura quais seriam os
ingredientes utilizados. Para ser considerado café, o produto pode ter apenas o
grão. Mas nem toda embalagem do "café fake" menciona a receita ou até
mesmo contém o grão, algumas apontam que ele é feito de cevada ou milho, por
exemplo.
A legislação brasileira de alimentos tem
algumas categorias que poderiam, caso o ministério assim entenda, enquadrar
casos como o pó sabor café.
Por exemplo, a "mistura para preparo de
alimentos ou bebidas", que abrange os alimentos compostos por mistura de
ingredientes que são adicionados de outros itens, como água, para o consumo,
segundo a Resolução da Diretoria Colegiada RDC nº 719/2022, da Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa). Alguns exemplos de produtos inclusos nessa
legislação são cappuccino e massa para bolo.
Existe ainda a categoria dos "preparados
sólidos", que regulamenta as chamadas bebidas saborizadas, por meio da
portaria nº 123, do Ministério da Agricultura. É o caso de chás e refrescos.
"O problema desses produtos é que eles
utilizam no rótulo elementos visuais dando a entender que se trata de café,
quando, na verdade, o que tem dentro da embalagem é outro componente", diz
Mariana Ribeiro, nutricionista do programa de Alimentação Saudável e
Sustentável do Instituto de Defesa de Consumidores (Idec).
Apesar de informar na embalagem que se trata
de um "pó sabor café", as marcas trazem fotos de uma xícara de café,
acompanhada por grãos — além de imitar cores, fontes e terem nomes similares às
marcas populares.
Foi o que aconteceu com a marca Melitta. Um
dos produtos "pó sabor café", além de imitar as cores da embalagem,
também criou um nome similar: "Melissa".
Segundo a nutricionista, há uma confusão
parecida que envolve o iogurte e a bebida láctea.
"Os dois produtos são permitidos. A
questão é que a composição deles é diferente, por mais que, às vezes, algumas
estratégias publicitárias te façam acreditar que você está levando uma coisa,
enquanto na verdade é outra", afirma a nutricionista.
<><> Produto pode não ter café
Nem todos os produtos conhecidos como
"café fake" deixam claro o que foi usado na sua composição.
Alguns deles informam na parte de trás da
embalagem que utilizam a "polpa do café". Contudo, a Abic esclarece
que a polpa, na verdade, é colada à casca do fruto, ou seja, não pode ser
completamente separada dela. A casca, por sua vez, é considerada uma impureza.
A legislação brasileira permite que o produto
possua até 1% de impurezas naturais do café (como galhos, folhas e cascas) e
matérias estranhas (por exemplo, pedras, areia, grãos ou sementes de outras
espécies vegetais, como de erva daninhas).
A lei, porém, proíbe completamente os
chamados elementos estranhos, que são grãos ou sementes de outros gêneros (como
milho, trigo, cevada), corantes, açúcar, caramelo e borra de café solúvel ou de
infusão.
Enquanto as impurezas podem estar no café de
forma acidental, os elementos estranhos são adicionados intencionalmente para
falsificação, afirma o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de
Origem Vegetal (Dipov) do Ministério da Agricultura, Hugo Caruso.
A Abic também alerta que esses produtos não
especificam o quanto de café é utilizado na receita, bem como a quantidade de
impurezas presentes.
Há ainda os produtos que não contêm café
entre os ingredientes. Eles podem ser feitos de cevada ou milho, por exemplo.
E em muitos casos há a presença de
aromatizantes, o que transforma o item em um ultraprocessado, diferente do pó
de café que o brasileiro costuma consumir.
Segundo a Anvisa, por se tratar de uma
categoria que abrange uma variedade de alimentos, não há requisitos específicos
de composição, e a regularização desses produtos é realizada diretamente na
Vigilância Sanitária local.
"O que a gente vê na maioria desses
casos é que o produto não é café. Ele tem uma estratégia que está levando o
consumidor ao engano", diz Mariana Ribeiro, do Idec.
• Café
Fake: O que você precisa saber antes da próxima compra de café ou “café”
Nos últimos tempos, produtos rotulados como
“bebida sabor café” têm ganhado espaço nas prateleiras dos supermercados,
oferecendo uma alternativa mais barata ao café tradicional.
Mas você sabe o que realmente está por trás
desses produtos?
<><> O que é o “Café Fake”?
O “café fake” é um produto que imita o sabor
do café, mas não contém o grão torrado e moído. Em vez disso, é produzido a
partir de cascas, palha, folhas ou outras partes da planta de café, exceto a
semente. Alguns desses produtos incluem também misturas com milho torrado e
outros ingredientes que apenas lembram o café.
<><> Por que está se tornando
popular?
Com o aumento dos preços do café devido a
fatores climáticos e de mercado, esses produtos oferecem uma opção mais
acessível para os consumidores. No entanto, essa economia inicial pode custar
caro em termos de sabor, qualidade e até mesmo dos benefícios que o café de
verdade proporciona.
<><> Como identificar o “Café
Fake”?
Se você quer garantir que está comprando um
café de verdade, fique atento aos seguintes pontos:
• Leia
atentamente o rótulo: Procure termos como “bebida sabor café” ou “produto à
base de café”. Isso indica que não se trata de café puro.
• Verifique
os ingredientes: Se o produto não listar “grão de café” como ingrediente
principal, desconfie.
• Observe
o preço: Preços significativamente mais baixos podem indicar a presença de
substitutos e baixa qualidade.
• Confira
a procedência: Cafés de qualidade geralmente indicam sua origem, torra e tipo
de grão no rótulo.
Embora esses produtos pareça não ser
prejudiciais, a grande maioria contêm ingredientes de qualidade inferior e são
altamente processados. O consumo frequente pode levar a impactos negativos na
saúde a longo prazo. Especialista em segurança alimentar, ressaltam a
importância de ler os rótulos para evitar substâncias artificiais como
corantes, aromatizantes e adoçantes sintéticos, que podem estar presentes
nessas formulações.
<><> A Importância do Café 100%
Arábica
O café arábica é conhecido por seu sabor
suave e aromas complexos, proporcionando uma experiência rica e autêutica. Ele
tem menos amargor do que outras variedades e é mais valorizado entre os
apreciadores de café.
>>>> Como escolher o melhor café
(de verdade)?
Agora que você já sabe identificar os “cafés
fake”, aqui estão algumas dicas para escolher um café autêntico e de qualidade:
1. Prefira
cafés 100% arábica: Eles oferecem um sabor mais refinado e um aroma mais
intenso.
2. Verifique
o tipo de torra: Cafés com torra média ou clara preservam melhor as notas
aromáticas e o sabor do grão.
3. Opte
por cafés com procedência garantida: Marcas confiáveis informam a origem do
grão e os processos de cultivo.
4. Evite
misturas desconhecidas: Cafés que não especificam os grãos usados podem conter
misturas de baixa qualidade.
5. Escolha
marcas comprometidas com qualidade e sustentabilidade
Embora o “café fake” possa parecer uma
alternativa econômica, nada se compara ao sabor e aos benefícios de um café
verdadeiro. Invista em qualidade e autenticidade escolhendo produtos que
valorizam o grão de café em sua essência.
• Empresa
fabricava manteiga com ingredientes inapropriados na PB
O Programa de Proteção e Defesa do Consumidor
(MP-Procon) do Ministério Público da Paraíba (MPPB), junto da polícia,
deflagrou a “Operação Saturação”.
A operação investigava denúncias contra uma
empresa, localizada no município de Paulista, no Sertão Paraibano, que
fabricava manteiga da terra comercializada sob o nome “Manteiga da Terra
Paulista”.
Segundo investigação, a empresa produzia o
produto com ingredientes inapropriados, como margarina industrial e óleo
vegetal, sem declarar no rótulo.
Cinco suspeitos foram conduzidos à delegacia.
A empresa pode responder pelos crimes de adulteração de alimentos, crimes
contra as relações de consumo, publicidade enganosa e associação criminosa.
Fonte: g1

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