terça-feira, 29 de abril de 2025

O que é pior: dormir pouco ou dormir muito? Veja o que diz essa pesquisa

Há um senso comum segundo o qual dormir pouco faz mal para a saúde. A ciência e a medicina confirmam essa tese. Pode reduzir sua imunidade, prejudicar sua saúde mental, além de causar problemas cognitivos e alterações metabólicas.

O que muita gente não sabe é que o oposto de dormir pouco também é prejudicial para o nosso corpo. É o que aponta uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais.

A autora do estudo, a doutora Tamiris Rezende, escreveu um artigo para o site The Conversation, sobre o qual falaremos agora.

Antes de nos debruçarmos sobre as conclusões dessa pesquisa, é importante determinar o que significa dormir pouco e dormir muito.

Os especialistas recomendam que uma boa noite de sono deve ter cerca de 7 ou horas de descanso. Ou seja, dormir pouco significa ficar menos de 6 horas na cama. Já dormir muito pode ser caracterizado por 9 horas ou mais de sono.

E, sim, as duas coisas podem ser prejudiciais para a nossa saúde.

<><>  O estudo em si

•        Para chegar a essa conclusão, a doutora utilizou dados do chamado Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (Elsa) Brasil.

•        São informações de mais de 7 mil adultos e idosos com idades entre 55 e 79 anos, coletadas entre os anos de 2014 e 2017.

•        O recorte desse artigo trata especificamente sobre funções cognitivas, como memória e fluência verbal.

•        Foram realizados testes específicos para medir o desempenho nessas funções e as pessoas que dormiram cerca de 7 horas tiveram os melhores resultados.

•        De acordo com a pesquisadora, os dados sugerem que durações maiores ou menores que isso foram prejudiciais para a saúde.

•        Do outro lado da tabela, os piores resultados foram obtidos por aqueles que convivem com insônia.

•        Como a amostra levou em conta pessoas mais velhas, a tese da doutora é de que isso vale também para os idosos.

•        Ou seja, não devemos achar que é comum pessoas mais velhas dormirem menos (ou dormirem o dia inteiro).

•        Segundo Tamiris Rezende, devemos tratar os distúrbios do sono para prevenir tanto o declínio cognitivo como também as demências em longo prazo.

•        Ela defende, portanto, intervenções que promovam a qualidade do sono, especialmente a partir da meia idade, para melhorar a saúde cognitiva, a qualidade de vida e gerar benefícios para a saúde pública em geral.

<><> Dados sobre o sono no Brasil

Dados apresentados pela doutora Tamiris mostram que, no Brasil, 76% dos indivíduos acima de 16 anos têm pelo menos uma queixa do sono. Isso representa aproximadamente 108 milhões de pessoas.

Uma outra pesquisa de base populacional recente demonstrou umaalta prevalência de insônia (de 45,9% a 58,6%) entre brasileiros com 50 anos ou mais. E apontou uma ocorrência grande de sono curto entre aqueles com idade entre 40 e 59 anos e de sono longo naqueles com idades superiores a 60 anos.

Ou seja, estamos falando de um problema real e frequente aqui no país. E de uma faixa etária cada vez mais importante. Em 2017, por exemplo, o Brasil contava com 30,2 milhões de idosos com 60 anos ou mais. Em 2022 esse número saltou para 32,1 milhões, o equivalente a 15,6% da população total. E a tendência é que esse número continue aumentando.

Como mostrou o estudo, uma boa noite de sono pode ser determinante para uma qualidade de vida melhor, independentemente da idade, mas sobretudo para os mais velhos. E isso é extremamente importante não só pelo cuidado que devemos ter com os idosos, mas tendo em vista também que amanhã seremos nós neste lugar.

•        Sonhos e pesadelos: o que são e por que ocorrem?

Durante o sono, nossa mente embarca em uma jornada única e enigmática: os sonhos. Com suas narrativas, que podem ser absurdas, intrigantes ou até assustadoras, tanto os sonhos quanto os pesadelos fascinam a humanidade há milênios.

Neste artigo exploramos as diferenças entre sonhos e pesadelos, as principais teorias psicológicas que os explicam e as razões pelas quais essas manifestações ocorrem. Acompanhe!

<><> O que são os sonhos?

Os sonhos são experiências mentais que ocorrem, principalmente, durante a fase REM do sono. Eles consistem em sequências de imagens, sons, pensamentos e sensações, muitas vezes refletindo desejos, ideias e conceitos que o inconsciente transforma em narrativas simbólicas.

Vários pensadores têm teorias sobre os sonhos. Para Sigmund Freud, em “A Interpretação dos Sonhos”, os sonhos representam a “realização de um desejo“. Ele os dividiu em dois níveis: o sentido latente, que revela desejos inconscientes reprimidos, e o sentido manifesto, um disfarce criado pelo superego para tornar esses conteúdos mais aceitáveis.

Já Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, ampliou essa visão ao enxergar os sonhos como ferramentas da psique para buscar equilíbrio por meio da compensação. Para ele, os sonhos trazem conteúdos do inconsciente ao consciente, utilizando personagens e situações carregadas de simbolismo.

•        O que são os pesadelos?

Os pesadelos são sonhos desagradáveis que despertam emoções intensas, como medo, ansiedade ou tristeza, geralmente resultando em um despertar abrupto. Eles surgem de um conflito entre os desejos inconscientes e o que o indivíduo (ou a sociedade) considera correto.

Esses sonhos negativos são frequentemente marcados pela censura do superego ou pela internalização de normas externas, gerando desconforto ou medo.

<><> Qual é a diferença entre sonhos e pesadelos?

Enquanto ambos os fenômenos estão ligados ao funcionamento do cérebro e às experiências vividas, os pesadelos possuem uma carga emocional negativa mais intensa. Eles podem refletir situações de sofrimento, como estresse ou traumas.

Além disso, os sonhos podem influenciar nosso comportamento. Por exemplo, sonhar que está urinando pode levar a episódios de enurese noturna. Há também casos de pessoas que se alimentam durante o sonambulismo, ilustrando como o sono pode impactar nosso comportamento de maneira inesperada.

<><> Por que temos sonhos e pesadelos?

Sonhos e pesadelos desempenham papéis importantes no equilíbrio emocional e mental. Segundo a Psicologia, eles podem ser reflexos de desejos, medos ou preocupações, atuando como um mecanismo de processamento de experiências vividas. Já na Neurociência, os sonhos estão associados à atividade cerebral durante o sono, contribuindo para a consolidação da memória e para a recuperação da saúde mental.

Os pesadelos, em especial, podem sinalizar problemas, como altos níveis de estresse, apneia do sono ou condições de saúde mental, como o transtorno de estresse pós-traumático (PTSD).

Eles também podem se desencadear por fatores físicos, como febre, posição de dormir ou ingestão de alimentos antes do sono. Simbolicamente, os pesadelos podem ser interpretados como avisos ou manifestações de conflitos internos que precisam ser resolvidos.

<><> É possível ter um sonho seguido de pesadelo e vice-versa?

Sim, é comum que sonhos e pesadelos se alternem durante a noite, já que ambos ocorrem na fase REM do sono e refletem a dinâmica do estado emocional e mental de cada pessoa.

•        É mesmo possível dormir de olhos abertos?

Ser incapaz de fechar os olhos por completo em todos os momentos do dia, inclusive ao dormir, é uma condição chamada de Lagoftalmo, que prejudica a saúde ocular da pessoa. A seguir, o Olhar Digital traz mais detalhes sobre essa situação patológica.

<><> É mesmo possível dormir de olhos abertos?

Sim, é possível dormir de olhos abertos. Porém, se essa dificuldade de fechar as pálpebras por completo for apenas durante o sono, isso tem um nome ainda mais específico: lagoftalmo noturno.

Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Ocular (SBCPO) o problema tem como principal causa a paralisia do nervo facial, pois é o responsável pela movimentação da musculatura superficial da face.

Quando há algum tipo de lesão, ocorre uma perda de parte do estímulo de contração na musculatura facial. Assim, a pessoa não consegue fechar o olho do lado da paralisia.

Ainda existem outras causas, como herpes, hanseníase, HIV e mais condições infecciosas. Também, há a possibilidade de o Lagoftalmo ser decorrente de traumas e sequelas de procedimentos cirúrgicos. Em alguns casos, a medicina sequer consegue identificar o que está ocasionando o problema.

A SBCPO ainda lista causas neurológicas, tumores, questões metabólicas (como hipertensão e diabetes), além de intoxicações por meio de medicamentos e drogas.

<><> Animais também conseguem dormir de olhos abertos?

Sim, mas segundo uma publicação do Northwest Animal Eye Specialists, isso é mais comum do que você imagina. Cachorros, por exemplo, podem dormir com os olhos parcialmente abertos, virados para trás e sem foco. Isso é algo intrínseco aos padrões de sono canino.

Porém, caso você note que o seu pet está irritado, apresente vermelhidão, secreção nos olhos, está desorientado, e até mesmo dormindo em horários errados, é recomendável levá-lo a um especialista.

Isso porque o próprio Northwest Animal Eye Specialists afirma que, apesar de geralmente não ser algo a se preocupar, esse comportamento em cães também pode ser sinal de movimento ocular anormal, infecções oculares e trauma ocular.

Vale destacar que também existem outras espécies do reino animal que conseguem dormir de olhos abertos para ficarem atentos às ameaças, como aves, golfinhos e crocodilos.

<><> Quais problemas podem acometer o corpo ao dormir com os olhos abertos?

Conforme explica o artigo do American Academy of Ophthalmology, além de provocar ressecamento e irritação aos globos oculares, o Lagoftalmo pode trazer sérios problemas à saúde por conta da exposição da córnea e da ceratopatia subsequente, as quais podem desenvolver uma ceratite infecciosa: uma inflamação da camada mais superficial da córnea.

Casos como esse vão além do desconforto ocular e, se não tratados, podem deixar sequelas graves.

Há, também, a possibilidade do problema progredir para uma ulceração da córnea (uma ferida aberta nesta região) que pode provocar vermelhidão, sensação de corpo estranho no interior do olho, hipersensibilidade à luz intensa, aumento da secreção lacrimal e dor.

Essa doença pode ser tratada, mas corre o risco de deixar uma cicatriz fibrosa, o que danifica a visão. Além disso, há complicações como a perfuração da córnea, infecções persistentes, destruição de grande parte do tecido da cavidade ocular e deslocamento da íris.

Então, na dúvida, é sempre bom consultar um médico oftalmologista para elucidar dúvidas e, se necessário, realizar exames para chegar a um diagnóstico.

 

Fonte: The Conversation/Olhar Digital

 

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